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Dia: 9 de novembro de 2023

Família de Tefé participou do encontro do Papa Francisco com crianças dos 5 continentes

Na última segunda-feira 06 de novembro, o Papa Francisco recebeu na Aula Paulo VI do Vaticano 7.500 crianças dos cinco continentes em um encontro que tinha por nome “Aprendamos com os meninos e meninas”. Foi um momento de música, canto, jogos, e perguntas e respostas de alguns meninos e meninas de diversos países com o Pontífice. Entre os presentes estava uma família de Tefé, uma mãe com três filhos, acompanhados por frei Antônio Maria, da paróquia de Santo Antônio, Prelazia de Tefé, que faz parte do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, saíram do interior do Amazonas e depois de uma longa viagem participaram de um encontro que o Franciscano Conventual define como “uma iniciativa nobre e feliz”. Segundo o religioso, o Santo Padre, “desejou se encontrar com as crianças do mundo inteiro para rezar pela paz e fazer um apelo ao cuidado com a Casa Comum. Olhando as crianças como um grande sinal de esperança nesse tempo difícil em que se encontra a humanidade”. Frei Antônio Maria insiste em que “o Papa fez questão de que em meio a essas crianças estivessem crianças da Amazônia”. A família é originária de uma comunidade ribeirinha e hoje vive na estrada da Emade, km 10, em uma comunidade chama Boa Vontade onde se encontra a capela de Santo Expedito, comunidade da qual, dona Francisca, e seus três filhos, Olga, Jadson e Stefane fazem parte. O que tem sido vivenciado ao longo da viagem, da visita ao Vaticano e no encontro com o Papa Francisco tem sido todos eles “um grande momento de alegria e emoção!”, ressalta o religioso Franciscano Conventual. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Mons. Hudson Ribeiro: “Eu sempre peço a Jesus Cristo que eu não perca a fidelidade àqueles que são os preferidos do Reino”

No dia 8 de novembro o padre Hudson Ribeiro foi nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus pelo Papa Francisco, algo que está vivenciando como “uma mistura de emoções”, se sentindo “dentro de um processo de esvaziamento para a entrega, esvaziamento de um tempo de resistência, de dizer não, de não querer”. Ele reconhece que diante de propostas similares em outros momentos, “não me sentia chamado, nem tampouco apto para isso”. Não estou no controle Mas agora, “com 24 anos de padre, com um maior conhecimento do chão, resolvido com algumas questões pessoais, da vida, sobretudo na conceição de liberdade, de autonomia. mas acima de tudo de serviço e de entrega, o aspecto da insegurança, do medo e de não saber o que vai acontecer para frente, porque é uma proposta, eles encontram amparo na acolhida do meu coração, porque isso vai me mostrar que eu não estou no controle da coisa”, insistiu o padre Hudson Ribeiro. Uma situação que olha desde o abandono, a confiança, a entrega, como caminho para ir adiante. Destacando que Deus lhe chamou, que não foi ele que quis, diz acreditar que o Espírito Santo conduz a Igreja, e que quando a Igreja chama é Deus que o faz. Algo que o bispo auxiliar eleito vê como paradoxal, como algo que está sempre em movimento, o que se concretizou no fato daqueles que foram consultados ter acreditado, e que faz com que “aí no existe a possibilidade para o não”, dado que o sim, ele é confirmado dentro dessa comunhão, do fato de estar inserido na Igreja, com o povo, na fidelidade à proposta do Evangelho. Um sim que vai devagarzinho se dizendo, em pedaços. Isso leva a Mons. Hudson Ribeiro a refletir sobre o aspecto transcendente de todo sim ou de todo não, onde ele vislumbra o aspecto do abandono, da entrega, para compreender esse grande Mistério do Amor de Deus que te chama pela Igreja a servir o povo. Trabalho pastoral e dimensão académica O bispo auxiliar eleito sempre conjugou o trabalho pastoral e a dimensão académica, e ele reflete sobre a vocação que Deus lhe chamou desde um tripé, “que tem me feito bem a não perder o norte”. Ele coloca como primeira opção o povo de Deus, “sobretudo as pessoas mais sofridas, os mais empobrecidos, que tem sido uma alerta para eu querer estudar, eu querer pesquisar, para querer me aprimorar academicamente para poder melhor servir, e assim poder dar um sim mais qualificado a Jesus, que está dentro desse tripé, com o povo, Jesus Cristo e a Igreja”, insistindo em que não são colocados de forma hierárquica. Mons. Hudson Ribeiro destaca em que “eu sempre peço a Jesus Cristo que eu não perca a fidelidade àqueles que são os preferidos do Reino”, algo que diz pensar, rezar, estudar, se esforçar para que essa resposta chegue na pesquisa, no estudo, na Academia, nos grupos que se envolve. Tudo isso em vista de “poder dialogar com a sociedade, dialogar com a cultura, dialogar com gente que crê, com quem não crê, gente que desperta de outro modo a capacidade para fazer o bem e para as realidades de sofrimento, de vulnerabilidade”. Dizendo acreditar que a qualificação, o estudo, não é tudo, ele destaca que “ela abre muitas chaves para a leitura e para outros encontros, para partir para outros palcos, para outros areópagos, para outros cenários, para águas más profundas, para outras margens, e ver que para problemas tão complexos que a humanidade vive hoje, é preciso preparo”, ressaltando que “a formação, ela é extremamente necessária para isso”. O estudo como único caminho para sair da pobreza Um campo que Mons. Hudson Ribeiro não quer abandonar, pois sente que “Deus me chamou para isso”, destacando que “venho de uma família onde o estudo mudou, transformou nossas vidas, a vida da minha família, dos meus irmãos”. Ele relata a realidade de “uma família muito carente de muitas coisas…, minha mãe mal escreve o nome, mas minha mãe incentivou a gente a estudar, a querer estudar”. Nesse sentido, afirma que “desde criança eu entendi que romper uma situação nossa de sofrimento, de pobreza, de ausência de um monte de coisas, o estudo era o único caminho que a gente tinha”. Nascido em Parintins, interior do Amazonas, ele migrou sendo criança com sua família numerosa, são oito irmãos vivos dos 14 nascidos, para Manaus, reconhecendo que “a Igreja deu esse sustento, a comunidade deu esse sustento todo, e olhar para minha irmã Nazaré que estudava, era minha referência de estudo”. Foi no estudo que foi se dando conta que conseguiu “um outro olhar da vida, o mundo”, e foi percebendo “que era possível chegar um pouco mais perto das pessoas, poderia ser feito outras leituras e aí eu achei que isso não poderia mais voltar atrás”. Uma faculdade com grande potencial Com relação à Faculdade Católica do Amazonas, onde ele é diretor, o bispo auxiliar eleito diz que “ela pode ser uma grande referência, um grande potencial de ajuda na formação dos leigos, ajuda na formação dos futuros padres, ajuda na formação de outras lideranças, pontes e conexões com outras instituições, diante de tantos problemas, de tantos desafios que vive o povo, que vive a Amazônia, e que desafia à Igreja a ser voz, ser vez, a poder apontar caminhos, ser sinal do Amor de Deus transformador onde quer que estejamos”. Afirmando a necessidade de demostrar teimosia, atrevimento, garra, ele diz estar convencido da necessidade da formação, vendo isso como algo que provocaria mudanças no mundo e nos modelos de evangelização. Um convencimento que pode ser “uma grande ilusão de algo que você não está preparado”, mas onde “você não encontra algo palpável para se sustentar”, denunciando que “as pessoas, elas são muito enganadas com muitas propostas ruins, de gente que fala bonito, mas que às vezes não tem sustento naquilo que falam”. Conteúdo e convicção Nesse sentido, ele se refere a “certos modelos de padres, de pastores, de gente religiosa, que a gente…
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Uma Igreja sinodal, que caminha junto, é prática na missão na Amazônia

Comunhão, participação e missão são as palavras-chave do Sínodo sobre a Sinodalidade, que recentemente encerrava a primeira sessão da Assembleia Sinodal. São elementos presentes na Igreja da Amazônia, uma Igreja que há muito tempo vive a sinodalidade, especialmente em nosso Regional Norte1. Um caminhar junto que está presente entre os bispos, que se sentem corresponsáveis em uma missão que leva a concretizar o Reino de Deus neste chão, nestas águas e florestas que tanto sofrem as consequências da insensatez humana. Um episcopado que ganhou mais dois membros nesta quarta-feira, Mons. Vanthuy Neto e Mons. Hudson Ribeiro, e que na próxima quarta, 15 de novembro, participará da ordenação de mais um bispo, Monsenhor Zenildo Lima. Três bispos nascidos e formados em uma Igreja que sempre teve consciência de sua vocação missionária, da necessidade de estar presente e defender a vida do povo da região, de ser uma Igreja de todos e todas. Uma Igreja que quer compartilhar essa vida missionária com os mais de 800 participantes do 5º Congresso Missionário Nacional que de 10 a 15 de novembro vai ser realizado aqui em Manaus, no coração de uma floresta que é fonte de vida, mesmo diante da tentativa de alguns que movidos pelo lucro e a falta de consciência pretendem reduzi-la a cinzas para plantar aquilo que a longo prazo só irá trazer destruição, morte, fome e pobreza. Uma Igreja que quer irradiar para o Brasil e para o mundo o que é a sinodalidade na prática, na vida cotidiana das comunidades, ajudando a entender que o papel das mulheres é decisivo nas comunidades da Amazônia, que sua voz é escutada, que elas ajudam a mostrar que a missão é instrumento de vida neste chão, que são instrumento da ternura de Deus, que em Jesus Cristo se encarna em uma região com uma Igreja sempre disposta a alargar a tenda para que todos aqueles que chegam possam ter aconchego. É um tempo de esperança, de encontro, onde poderemos conhecer modos de vida, de missão, de ser Igreja, que chegarão nas malas daqueles e aquelas que se abeiram a Manaus de todos os cantos do Brasil. Um tempo para descobrir que somos mais Igreja quando a missão pulsa com força em nossas comunidades, quando olhamos mais para fora, para a vida e as necessidades do povo, do que para dentro, para nosso umbigo, para tanta coisa pequena que quando não é vista desde a perspectiva necessária se torna um grande problema. Sejamos testemunhas na vida do povo daquilo que é fonte de vida para cada um e cada uma de nós, mas também para todos nós como Igreja que se sente comunidade. Vamos ao encontro de tantos homens e mulheres que esperam por Deus em sua vida, não tenhamos medo de colocar os pés a caminho, movidos por um coração ardente, que precisa sair de se próprio e assim contagiar aquilo que dá sentido a nossa existência: a certeza de que o Reino de Deus vai se fazendo presente no meio de nós. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar