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Dia: 7 de janeiro de 2024

Cardeal Steiner: “Quando levantamos os olhos, vemos mais que o nosso pequeno mundo”

Citando as palavras do texto bíblico, que nos oferece um belo itinerário na solenidade da Epifania do Senhor, iniciou o cardeal Leonardo Steiner sua homilia. Os homens do oriente proclamam: “Nós vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”. E Mateus nos dizia; “Quando entraram na casa viram o menino com Maria, sua mãe, ajoelharam-se diante dele e o adoraram”. O arcebispo de Manaus lembrou que o profeta Isaías nos faz ver que “diante das dificuldades no regressar do exílio, o convite para levantar os olhos e ver. Na fragilidade e destruição era necessário levantar os olhos e ver. Ali, sinais da fidelidade de Deus, ali indicações de que Deus não havia abandonado o seu povo”. Levantar os olhos para ver: “esperança, chegou a libertação, voltamos ao lugar prometido aos nossos pais, voltamos à nossa terra. Esperança, pois também outros povos virão e oferecerão ouro, incenso e proclamando a glória do Senhor!”, insistiu Dom Leonardo. Segundo o cardeal: “somente quem levanta os olhos, vê para além dos horizontes imediatos, somente quem levanta os olhos vê as manifestações de Deus. Via no tempo do exílio e agora na terra e o templo destruídos. Com os olhos levantados, vê-se com o coração, nos diz Santo Agostinho”. No Evangelho, ele ressaltou que “os magos levantam os olhos e veem a estrela. Viram uma estrela, que os pôs em movimento, a caminho. São João Crisóstomo diz que os Magos não se puseram a caminho porque viram a estrela, mas viram a estrela porque se tinham posto a caminho, isto é, levantar os olhos, o olhar se ergue e vê. Levantam os olhos, estavam à procura, perscrutavam os céus e a estrela os encontrou. Mantinham o coração fixo no horizonte, podendo assim ver aquilo que lhes mostrava o céu, porque havia neles um desejo que a tal os impelia: estavam a procura: levantaram o solhos! Os magos levantaram os olhos, viviam com os olhos levantados e perscrutavam, por isso viram! ‘Vimos a sua estrela e vivemos adorá-lo’. Porque levantaram os olhos, colocaram-se a caminho e foram encontrados pela criança de Belém”. Dom Leonardo Steiner lembrou que “existem muitas estrelas, mas uma que ilumina o céu e a terra, guia pelos desertos, as cidades, os descampados, os vales, as pobrezas, os desvirtuamentos, as incertezas, os rumos, as destruições, as agressões à obra criada por Deus. Para vê-la os olhos devem buscar, abrir-se, na busca de ver”. “Quando levantamos os olhos, vemos mais que o nosso pequeno mundo, as dificuldades e problemas pessoas. Quando levantamos os olhos, nos colocamos a caminho e Deus se manifesta e despertamos para a alegria que nos vem ao encontro da parte do Menino que repousa em nossa humanidade. Os problemas da vida não desaparecem, mas sentimos que Deus nos concede as energias necessárias para caminhar com elas. Se fez um de nós e está no meio de nós. Ao levantar os olhos, vemos onde se encontra a razão da nossa fé, a razão de nossa esperança: o Menino de Belém”, afirmou o presidente do Regional Norte1 da CNBB. Citando o texto do Evangelho, o cardeal disse que os magos “ao levantarem os olhos, foram encontrados pela estrela e a ela os pôs a caminho. O levantar os olhos e ver a estrela os faz caminhar, procurar. Percorrem um longo caminho, vales, montes, desertos, paradas. Mas sempre com os olhos voltados para a estrela. Uma procura que se faz interrogação, leitura, perscrutação. A procura nas perguntas, nas informações, agitam Herodes e o palácio. Procura que acorda os entendidos nas Escrituras para o lugar do nascer de Deus. Mas apenas os que haviam despertado para a busca, colocam-se a caminho. Os outros não viram, apenas leram, sem entender. Viram a estrela que os levou a caminho, um caminho de procura”. Dom Leonardo Steiner destacou que “a viagem implica sempre uma transformação, uma mudança. Depois de uma longa viagem a pessoa não é a mesma. Os seus conhecimentos se alargaram, o encontro com as pessoas enriquece. As dificuldades e os riscos do caminho, quando os olhos estão perscrutando o horizonte, tornam mais decididos os passos, e o caminhar se fortalece. Perseverando no caminho e guiado pela estrela se chega ao lugar anunciado. Ali a estrela descansa, repousa, e nasce o encanto, admiração e a adoração”. “Caminhantes, procurantes, guiados pela estrela, são tomados de admiração quando entraram na casa e veem o menino e sua mãe. Na estalagem, na falta de quase tudo, na não casa, diante da simplicidade e pobreza: admiração. Admiração que se transforma em adoração. Como não adorar? Na singeleza, na simplicidade, no apenas de uma criança, no nada ter, tudo e a todos atrair, os joelhos se dobram.! Os joelhos se dobram diante do Deus feito finitude. Deus pobre, envolto em faixas não é apenas atrativo e admirável, é adorável. Depois de verem, apalparem a presença despretensiosa, gratuita, inocente, reverente, ajoelharam, o adoraram. E na adorar, de joelhos, oferecem ouro incenso e mira”, afirmou o arcebispo de Manaus. Ele lembrou que “ao verem, os magos ofertam seus dons: ouro incenso e mirra. Dons, que na pobreza, na pequenez e humildade do Menino revelam o verdadeiro mistério, maior que todas as riquezas do mundo. O ouro, a realeza do Menino, o incenso, a santidade divina e a mirra, a mortalidade. No ouro incenso e mirra, confessam o Menino como Rei, Deus e homem”. Explicando o significado, Dom Leonardo mostrou que “abriram seus cofres: com o ouro reconhecemos a dignidade e o valor inestimável do ser humano: tudo deve estar subordinado à sua fidelidade; o menino merece que se ponham a seus pés todas as riquezas do mundo. O incenso resume o desejo de que a vida desse menino desabroche e sua dignidade se eleve até o céu: todo ser humano é chamado a participar da vida de Deus, no Menino, é expressão de Deus. A mirra é medicamento para curar a enfermidade e aliviar o sofrimento: o ser humano necessita de cuidados e consolo, não de violência e agressão”, palavras…
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50 Jovens participam da VI Ação Missionária Sem Fronteiras em Manaus de 5 a 14 de janeiro

50 jovens de diversos estados do Brasil participam em Manaus de 5 a 14 de janeiro da VI Ação Missionária Sem Fronteiras, que tem como tema: “Jovens das igrejas locais aos confins do mundo”. Organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias, a Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé e a Juventude Missionária, conta com o apoio da Arquidiocese de Manaus. O objetivo é “despertar o protagonismo missionário e fortalecer vínculos e a interação entre os jovens da Juventude Missionária de todo o Brasil”, uma das atividades pós Congresso Missionário Nacional 2023, que quer beber da espiritualidade da Igreja encarnada na realidade ecológica, cultural, social e eclesial da Amazônia. Ao longo de 10 dias, a Juventude Missionária terá a oportunidade de vivenciar nas comunidades da Arquidiocese de Manaus a experiência missionaria. Um tempo de missão marcado pelo reencontro, contemplação, partilha e celebração. A VI Ação Missionária Sem Fronteiras iniciou com uma Eucaristia presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e um momento de formação, onde foi apresentada a História da evangelização da Amazônia, a realidade de Manaus, a espiritualidade missionária, a partir do tema: “Jovens das igrejas locais aos confins do mundo”, e como realizar a missão nas comunidades. Segundo o padre Genilson Sousa da Silva, secretário da Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé, esta ação missionária conclui o ciclo iniciado um ano atrás, quando Manaus acolheu 240 seminaristas, alguns padres e bispos para a experiência Pés a Caminho, que “nos preparou para a gente celebrar o ano do Congresso Missionário em várias regiões do país, mas também o Congresso Missionário Nacional”. Ele destacou o “ardor missionário que está no coração, na vitalidade, no compromisso desses pequenos grupos nas nossas paróquias e dioceses”. Uma experiencia da Juventude Missionária que nasceu em 2016, para “além da nossa realidade a gente puder se encontrar com outra realidade”, que tem sido realizada em cada uma das cinco grandes regiões em que se divide o Brasil, lembrou o padre Genilson Sousa. Uma experiência que é “momento de conexão, de partilha, de convivência”, e que ajuda os jovens das igrejas locais a viver a experiência de uma Igreja em saída. A Juventude Missionária organiza experiências missionárias em nível diocesano e estadual, que em 2024 tem como tema “Ide, convidai a todos para o banquete”, em sintonia com o Mês Missionário. Neste ano, a Igreja do Brasil, a través da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vai promover diretrizes e formações para despertar na juventude o ardor evangelizador, lembrou o secretário da Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé, que fez um chamado a fazer esse anúncio missionário no mundo digital. Uma juventude que “nos ajuda a perceber a dinâmica na evangelização da nossa Igreja, que acontece para, mas também com as juventudes”, segundo o padre Matheus Marques, coordenador do Conselho Missionário Diocesano de Manaus, que destacou a importância dos jovens chegados de diversas partes do país se inserir nesse modelo de evangelização, modelo de Igreja que está na região amazônica. Um conhecimento da realidade que esteve presente, segundo ele lembrou, na Experiência Pés a Caminho e na semana previa ao V Congresso Missionário Nacional. Os jovens participantes dizem trazer “um coração aberto para vivenciar e experimentar novas experiências, e principalmente agregar novos aprendizados”, segundo Caio Eduardo, de Presidente Figueiredo (AM), que fez um chamado a “esvaziar os preconceitos e vir para a Amazônia abertos a ouvir e ao diálogo com as pessoas que aqui estão”. Chegado do Rio Grande do Sul, Isaac Goulart diz esperar “aprender com a Igreja da Amazônia como superar alguns desafios, como é a vivência em comunidade a partir da sua realidade, e também desconstruir muito do que a gente traz na bagagem a partir do que é a Amazônia, o que é a Igreja daqui, e também levar todos esses ensinamentos para a Igreja do Rio Grande do Sul”. Matheus Castro, da Bahia, vê a VI Ação Missionária Sem Fronteiras como uma oportunidade para compartilhar culturas e experiências através das ações missionárias que vão ser realizadas. Ele espera que “a gente possa sair daqui com a alma cheia do Espírito Santo e levando um pouco da cultura e das experiências daqui para nossas comunidades”. Finalmente, Giovana Falsarela, de São Paulo, além de conhecer todo mundo e fazer muitos amigos, espera “aprender muito e também poder contribuir para essa ação tão bonita da Juventude Missionária”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1