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Dia: 25 de janeiro de 2024

“Os passos espirituais do Caminho Sinodal”: Padre Adelson Araújo dos Santos apresenta em Manaus seu novo livro

“Os passos espirituais do Caminho Sinodal” é o título do livro do padre Adelson Araújo dos Santos apresentado na tarde do dia 25 de janeiro na sede da Faculdade Católica do Amazonas. O jesuíta manauara, professor da Universidade Gregoriana de Roma, que participou como facilitador na primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em Roma em outubro de 2023, destaca no livro os passos da espiritualidade sinodal: encontrar, escutar, discernir, inspirado em Santo Inácio. Mons. Hudson Ribeiro, diretor da Faculdade Católica do Amazonas destacou a importância de o padre Adelson voltar ao chão da Amazônia para apresentar seu livro, vendo esse gesto como responsabilidade de devolver às pessoas aquilo que refletiram. Alguém que faz parte da vida e cultura da Amazônia e que leva essas vivências a Roma, segundo o Ir. João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM, que lembrou a importância do padre Adelson no caminho percorrido pela Igreja da Amazônia nos 10 últimos anos, com a criação da REPAM e o Sínodo para a Amazônia, uma região que precisa o cuidado da vida, também no âmbito eclesial. Um Sínodo que tem muito a ver com o Concílio Vaticano II, um desejo expresso do Papa Francisco. O livro pretende ser um instrumento de formação que possa nutrir o caminhar juntos e descobrir o que o Espírito Santo está inspirando à Igreja hoje e a todos os cristãos nos diversos âmbitos em que atuam, segundo o autor. Ele refletiu sobre o caminho percorrido desde a convocatória do atual Sínodo sobre a Sinodalidade, encontrando os verbos que marcam o livro na homilia da Missa de convocatória em outubro de 2021. O autor analisou os três passos, partindo do chamado do Papa Francisco a nos tornarmos peritos na arte do encontro como atitude necessária para entrar no caminho sinodal, encontro com o Senhor e promover encontros com os outros. O verdadeiro encontro só se realiza na escuta, que é o segundo passo, escuta da Palavra e escuta do outro, destacando a necessidade de nos escutarmos uns aos outros. Isso leva ao discernimento e o Papa Francisco chama a Igreja a um discernimento espiritual. Aprofundando no encontrar, o jesuíta enfatizou a importância do encontrar-se com Deus, encontrar-se com os outros, encontrar-se com a criação, vendo o caminho sinodal como um aprofundamento no encontro, expressão de uma fé que tem uma dimensão vertical, mas também uma dimensão espiritual. Um escutar que leva à escuta da Palavra de Deus, que tem que se traduzir em mudanças de vida; a escuta do outro, paradigma de quem sabe acolher, ajudando a superar o narcisismo; a escuta da criação; a escuta do próprio coração. Finalmente o discernir, que é um discernimento pessoal e comunitário, que deve ser revisado desde determinados critérios, e que tem a ver com a vigilância evangélica. Um caminho sinodal que tem que nos ajudar a avançar no discernimento eclesial, onde todos, inclusive os não batizados, são chamados a participar, porque nessa Igreja sinodal que o Papa Francisco quer impulsionar ninguém fica fora. Animados por uma espiritualidade da sinodalidade, o caminho de encontro, escuta e discernimento espiritual e comunitário permitirá, assim, que se descubra o chamado que Deus nos faz nas situações históricas e existenciais de nossas realidades particulares, como momento de graça da ação do Espírito Santo, para o bem comum do Povo de Deus”, enfatizou o jesuíta. Ele afirmou que esse caminhar junto levará espaços de consenso e de decisão conjunta, maior corresponsabilidade entre todos os membros da comunidade eclesial e um espírito de serviço e não de carreirismo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Antônio Niemec orienta retiro do clero de Coari, Tefé e Alto Solimões de 23 a 26 de janeiro

O clero das dioceses de Coari, Tefé e Alto Solimões, com a participação de mais de 30 padres, realizam de 23 a 26 de janeiro de 2024 na Casa de Retiro Santo Afonso da cidade de Coari seu retiro anual, com o tema “A identidade do missionário presbítero”. O orientador está sendo o padre Antônio Niemec, missionário redentorista, do Centro Cultural Missionário. Os participantes do retiro, que acostuma ser realizado todos os anos, agradecem a calorosa e fraterna acolhida de Dom Marcos Piatek, Bispo da Diocese de Coari, que com ajuda dos padres e seminaristas da diocese, muito colabora para que este encontro de espiritualidade aconteça da melhor forma possível. O padre Antônio Niemec recordou que todo retiro nos convida a uma mudança. Segundo o missionário redentorista, nós somos convidados em cada idade a revisitar o centro profundo da nossa vida, onde se encontram as mais profundas motivações da nossa vocação presbiteral. Diante disso, ele fez um chamado que nos leve a ser conformados por Cristo Jesus, buscando assim o renascimento da vocação. O orientador do Retiro lembrou aos participantes que Cristo os continua chamando no hoje da sua história, um chamado contínuo para ser configurado a Ele. O padre Niemec insistiu em que é um processo lento. Identificar-se mais com Cristo, é algo que deve ser vivido no dia a dia. Trata-se de um verdadeiro esvaziamento de si mesmo, para se deixar ser por Cristo preenchido, destacou o orientador do retiro do clero das dioceses de Alto Solimões, Tefé e Coari. Lembrando as palavras de São Paulo, ele lembrou: “irmãos, sofro como em dores de parto, até que Cristo se forme em nós”. Seguindo o pensamento paulino, o padre Antônio Niemec destacou a necessidade que eu desapareça para que Ele cresça em mim. É um processo doloroso, lembrou o religioso redentorista, renascer para a vocação. Segundo ele, o presbítero deve viver ontologicamente em Cristo Jesus, fazendo um convite a termos os mesmos sentimentos que Ele. É por isso que questionou: Até que ponto vivemos esta identidade, está conformidade com Jesus Cristo? Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Trabalho escravo no Brasil, uma realidade muito presente, mesmo que seja ignorada

Tem muita gente que fica surpresa quando escuta que no Brasil existe trabalho escravo, mas infelizmente essa é uma realidade presente em um país onde os direitos humanos ainda não são para todos, e existem pessoas que se aproveitam da vulnerabilidade alheia para explorar essas pessoas e se enriquecer a costa do trabalho dos outros. No próximo domingo 28 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil. A data faz memória do assinato de três auditores-fiscais do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE) e seu motorista, mortos em 2004 a mando de empresários enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo na cidade de Unaí, em Minas Gerais. Uma data de grande importância e que nos leva a lutar pela manutenção do combate às condições degradantes de trabalho durante todo o ano. Desde 2003, ano em que começou a contagem dos casos, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, são mais de 40 mil pessoas resgatadas em situação de trabalho escravo. A grande maioria, 94 por cento, são homens, sendo raça e cor fatores de exclusão, de desigualdade. 2023, a falta dos números definitivos, tem sido o ano com maior número de pessoas resgatadas em um país onde se estima que um milhão de pessoas trabalham em condições análogas à escravidão. São números que devem levar a sociedade brasileira a um maior empenho em acabar com uma situação que agride gravemente a condição humana dos trabalhadores e trabalhadoras. Bem sabemos que nem sempre é fácil enxergar essas situações e que as ameaças de todo tipo que sofrem os trabalhadores fazem com que eles tenham pouca condição de realizar as denúncias. Muitas vezes são pessoas em alto grado de vulnerabilidade, o que dificulta ainda mais esse tipo de denúncias. Como sociedade devemos ter a consciência de que está em nossa mão ajudar essas pessoas para que possam viver e trabalhar com dignidade. O trabalho dos auditores do Ministério Público do Trabalho e Emprego é fundamental e tem que ser garantidos os recursos e condições para que eles possam fazer seu trabalho com plenas garantias de êxito. Também o trabalho da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de tantas instituições da Igreja católica e da sociedade civil que lutam por condições mais humanas no mundo do trabalho. É tempo de parar e pensar, de refletir, de continuar lutando, de defender aqueles e aquelas que tem seus direitos mutilados, ignorados, massacrados. Nosso silêncio e falta de compromisso na luta tem que nos levar a entender que devemos desterrar essas atitudes de nossa vida, pois isso nos desumaniza, na medida em que não cuidado dos direitos humanos de todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – editorial Rádio Rio Mar