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Dia: 8 de fevereiro de 2024

Rede um Grito pela Vida presente em Roma no encontro de formação contra o tráfico de pessoas

Com motivo da X Jornada de Oração e Reflexão pelas Vítimas do Tráfico Humano, a Rede Talitha Kum, rede internacional da Vida Religiosa para o enfrentamento ao tráfico de pessoas, organizou em Roma de 03 a 08 de fevereiro, um encontro de reflexão e formação com 35 jovens de diversos países com o tema “Caminhando pela Dignidade: Escutar, sonhar e agir”. Representando o Brasil participou a Ir. Michele Silva, coordenadora do Núcleo de Manaus da Rede um Grito pela Vida e referencial da Região Norte. O encontro teve como objetivo incentivar a luta coletiva contra o crime do tráfico de pessoas, procurando unir esforços e criar uma consciência global. “Durante esta semana fizemos realizamos a experiência da escuta das realidades de cada Rede local, das culturas e atividades que acontecem em cada país, onde a Rede Talitha Kum está presente”, segundo a religiosa do Imaculado Coração de Maria. Os participantes estiveram presentes no Angelus com o Papa Francisco no domingo 04 de fevereiro e da audiência pública da quarta-feira 07 de fevereiro, onde “nos animou com suas palavras de amorosidade e esperança”, destacou a Ir. Michele Silva. A religiosa ressaltou igualmente a Vigília de Oração pelas vítimas do tráfico humano realizada na Igreja de Santa Maria em Trastevere, que foi precedida por um Flash Mod na praça em frente da Igreja. O encontro concluiu em sintonia com a Jornada Online do Dia 08, festa de Santa Josefina Bakhita, onde “tivemos as palavras encorajadoras do Papa Francisco, avaliação e confraternização”, disse a religiosa. Na Mensagem, o Papa disse se unir “especialmente aos jovens, que em todo o mundo trabalhais para debelar este drama global”, fazendo um chamado a “seguir os passos de Santa Bakhita, a freira sudanesa que em criança acabou vendida como escrava e foi vítima de tráfico. Recordemos a injustiça que sofreu, as suas tribulações, mas também a sua força e o seu percurso de libertação e renascimento para uma vida nova”. Segundo o Papa, “Santa Bakhita anima-nos a abrir os olhos e os ouvidos para ver os invisíveis e ouvir quantos não têm voz, para reconhecer a dignidade de cada um e agir contra o tráfico e toda a forma de exploração”. Isso porque “muitas vezes o tráfico é invisível”, enfatizou Francisco, que reconheceu o trabalho de repórteres corajosos, que “fazem luz sobre as escravidões do nosso tempo, mas a cultura da indiferença anestesia-nos”. Ele pediu que nos ajudemos “a reagir, a abrir as nossas vidas, os nossos corações a tantas irmãs e tantos irmãos que são tratados como escravos. Nunca é tarde demais para nos decidirmos a fazê-lo”, destacando o entusiasmo dos jovens que “aponta-nos o caminho, dizendo-nos que, contra o tráfico, temos de escutar, sonhar e agir”. O Papa insistiu em “ter a capacidade de escutar quem está a sofrer”, relatando situações de sofrimento, o que deve levar a escutar “o seu grito de ajuda, deixemo-nos interpelar pelas suas histórias; e, juntamente com as vítimas e os jovens, voltemos a sonhar um mundo onde as pessoas possam viver em liberdade e com dignidade”. Finalmente, Francisco pediu ações concretas de combate ao tráfico, rezar e agir, chegar à raiz do fenómeno, erradicando as suas causas. Ele colocou Santa Josefina Bakhita como “símbolo daqueles que, reduzidos infelizmente à escravatura, ainda podem recuperar a liberdade”, apelando para “não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade a quantos são vítima do mesmo”. Por isso, o Papa insistiu em que “se fecharmos olhos e ouvidos, se ficarmos inertes, seremos cúmplices”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Oração e reflexão para acabar com o Tráfico de Pessoas, uma urgência inadiável

Hoje é o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, uma data instituída pelo Papa Francisco em 2015 e que está completando 10 anos em 2024. Refletir sobre essa realidade e rezar pelas vítimas é uma necessidade na Amazônia, uma das rotas principais em nível mundial deste tipo de crime. No dia em que a Igreja lembra Santa Bakhita, uma religiosa sudanesa que foi vítima da escravidão, somos chamados a refletir sobre essa realidade, o que tem que nos levar a nos perguntarmos até que ponto nos indigna esse tipo de situações, até que ponto somos tocados pelo sofrimento das vítimas do tráfico de pessoas, tratadas como mercadoria por grupos criminosos que buscam o lucro desprezando a vida das vítimas. Muitas das vítimas do tráfico de pessoas são mulheres, que sofrem a exploração sexual, muitas vezes vítimas de enganos. As redes sociais têm se tornado espaços de aliciamento, sendo as adolescentes e jovens os alvos principais das redes de tráfico de pessoas. Essa realidade tem que nos levar a redobrar os esforços para poder ajudar as vítimas potenciais. A Vida Religiosa tem assumido essa causa, e através da Rede um Grito pela Vida ajuda na prevenção e combate à exploração sexual e o Tráfico de Pessoas. Como sociedade e como Igreja temos a oportunidade de aproveitar esse trabalho e gerar espaços onde essa prevenção possa ser realizada a través da formação que ajude a descobrir que alguém está sendo vítima de aliciamento. No último domingo 04 de fevereiro, o Papa Francisco disse que “ainda hoje, muitos irmãos e irmãs são enganados com falsas promessas e depois sujeitos a exploração e abuso. Juntemo-nos todos para combater o dramático fenómeno global do tráfico de seres humanos”. As palavras do Santo Padre são um incentivo para tomarmos consciência dessa realidade que cada vez atinge mais pessoas e gera mais lucro. Nossa falta de envolvimento faz com que as vítimas aumentem, provocando dor e sofrimento em muitas pessoas. Se isso nos deixa indiferentes devemos nos questionarmos sobre nosso ser pessoas, sobre nosso ser sociedade, mas também sobre nosso ser Igreja. Quando olhamos para o outro lado diante do sofrimento alheio deixamos de ser pessoas e deixamos de ser discípulos e discípulas de Jesus, daquele que sempre ficou do lado das vítimas. Não deixemos passar essa oportunidade para nos posicionarmos como pessoas, como sociedade, como Igreja. Sejamos conscientes que acabar com esse crime é responsabilidade de todos, também sua, também minha. Oração, reflexão e compromisso se tornam uma urgência inadiável. Assumamos esse pedido do Papa Francisco e façamos tudo o que estiver em nossa mão para ajudar as vítimas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1