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Dia: 14 de março de 2024

Padre Lúcio Nicoletto: “Na Prelazia de São Félix faço o propósito de escutar, porque eu não sei de nada”

O padre Lúcio Nicoletto acaba de ser nomeado pelo Papa Francisco Bispo de São Félix do Araguaia (MT). Missionário da diocese de Pádua (Itália), que lhe enviou ao Brasil em 2005 para fazer parte da missão diocesana na diocese de Duque de Caxias (RJ), também tem sido missionário da mesma missão diocesana na diocese de Roraima desde 2016. Ele diz ter assumido a nova missão que a Igreja lhe encomenda com as palavras do Papa Francisco na Evangelii Gaudium: “Ninguém pode tirar de mim a alegria do Evangelho”, insistindo em que “nem mesmo os meus medos, nem mesmo os desafios que a gente encontra”. O bispo eleito relata sua experiência na Igreja de Roraima, que “foi uma experiência muito forte de fraternidade, de luta juntamente com o povo. Aquela fraternidade, aquela amizade que nos dá a força para olhar com confiança no presente e no futuro. No presente, o lugar para onde Deus nos chama, uma plena consciência de que Ele está nos esperando lá no lugar onde nos chama”, algo que ele diz ter lhe ajudado a “guardar a paz no coração”. Em suas palavras, o padre Nicoletto ressalta que “não vou para lá para converter ninguém, eu acho que eu vou para lá porque Deus quer que me converta um pouco mais”, afirmando que “essa conversão é fruto de muito amor, é o amor que certamente vou encontrar naquele povo, porque foi o amor que manteve de pé aquele povo até agora, mesmo diante de tanto sofrimento, tantas injustiças. E em nome da alegria do Evangelho, esse povo conseguiu aguentar até agora, mantendo viva a chama da fé, oferecendo a todos um exemplo de esperança, deixando-se alimentar na caridade, sobretudo para com os mais excluídos, os mais humilhados, de maneira especial os povos indígenas da região do Araguaia, do Mato Grosso em geral”. Segundo o missionário italiano, uma região que “tem uma história de grande luta, de grande sofrimento, discriminações, mas também uma história que a Prelazia de São Félix do Araguaia soube escrever com o exemplo exímio de inúmeros homens e mulheres encabeçados pelo exemplo de Dom Pedro Casaldáliga, que em momento nenhum substituíram a Jesus, mas eles foram reflexo do mesmo Cristo, presente no povo sofredor”. “Isso me ajudou a sentir que em primeiro lugar o carisma do missionário, primeiramente é um carisma que é para servir; segundo e um carisma que precisa dar como primeiro fruto a alegria de servir”, afirmou. Segundo o bispo eleito, “quando eu perco essa alegria significa que tem alguma coisa dentro de mim que não está batendo”. Isso lhe leva a dizer que “desde o início eu quis pedir a Deus que Ele nunca me deixe sem a paz e a alegria no coração, o restante é Ele que vai oferecer, abrir caminho, indicar os passos que precisam ser seguidos”. Ele destaca a herança de fé que ganhou em sua vida como missionário “com o povo sofrido da Baixada Fluminense, com que eu estive vivendo 11 anos, e até agora com o povo de Roraima, um povo muito compromissado com a causa dos povos indígenas, com a causa das migrações, com a causa dos pequenos produtores, agricultores”. O bispo eleito afirma que “parece que a providência já abriu o caminho e neste momento me sinto acompanhado pela mão de um Deus que não posso mentir, Ele que preparou isso tudo, eu não busquei nada. Mas como Ele foi que preparou tudo e me demostrou tanto amor ao longo deste ano, eu também como missionário, a primeira resposta que eu dei, como eu poderia recusar esse convite que Deus através da Igreja está me oferecendo, se Ele nunca se recusou de me amar”. Lembrando que Dom Pedro Casaldáliga dizia que “o medo é o contrário da fé”, aquele que irá desempenhar a mesma missão na Prelazia de São Félix do Araguaia, afirmou que “o medo, dizem os psiquiatras, é sinal de que você está bem de cabeça, porque você tem a noção de que estamos diante de um perigo”. O decisivo é como cada um reage diante do perigo, “que ajuda a pessoa a se fortalecer mais, ou a fugir”, afirma. Ele diz ter vários medos, receios, que tem aflorado inclusive depois de ter dado seu consentimento, algo que acha fazer parte da nossa condição humana. Por outro lado, “é graças ao medo que eu me dou conta que sozinho não vou para lugar nenhum”. Isso lhe leva a destacar que “a Igreja, a primeira proposta que ela faz é uma proposta de comunhão, somos Igreja quando estamos junto”. Segundo o bispo eleito, “sabendo que, como Igreja, desde nosso batismo, somos ungidos, a nossa primeira unção de catecúmenos nos lembra que a vida vai ser uma luta”. Ele se questiona se está pronto para essa luta, se ele está correndo atrás das armas que ele precisa. “A primeira arma é a comunhão, a capacidade de formar unidade dentro da Igreja”, afirma, ressaltando que “o que ameaça o projeto de Cristo dentro da Igreja são as polarizações”, e que “profecia hoje é ser gente de comunhão, gente que constrói a comunhão, gente que com paciência deixa de lado a própria auto referencialidade e deixa espaço para o outro, primeiramente para Deus, para que o outro possa crescer, eu devo diminuir”. O missionário italiano insiste em que “a Igreja é a comunidade dos que mesmo sentindo medo perante os desafios, percebem que a força nasce e brota da nossa unidade, do nosso caminhar junto, do nosso participar de uma caminhada na frente da qual está Jesus Cristo e sem Ele a gente não vai para lugar nenhum, com Ele a gente percebe que a luta vai dar certo”. A sinodalidade sempre foi um modo de ser Igreja muito presente na Igreja de São Félix do Araguaia. Diante disso, o bispo eleito diz não conhecer muito dessa Igreja, afirmando que “eu vou precisar entrar, utilizando uma frase de Dom Pedro, descalço sobre a terra vermelha”. Ele insiste em que descalço, uma coisa que…
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11 anos do Papa Francisco, o Papa que colocou a Amazônia em foco

13 de março completou 11 anos da eleição de Papa Francisco, o Papa que colocou a Amazônia em foco. Desde o início de seu pontificado, no encontro com os bispos brasileiros na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, ele destacou a importância da Igreja na Amazônia e do trabalho que os missionários e missionárias realizam na região. Com o decorrer do tempo, Papa Francisco foi se interessando cada vez mais pela Amazônia, convocando um Sínodo Especial para a Amazônia em 15 de outubro de 2017, que teve sua assembleia sinodal em outubro de 2019. No Sínodo para a Amazônia, a periferia iluminou o centro, a Igreja universal foi iluminada pela vivência da fé na região amazônica, que buscava novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Uma Igreja que cuida dos povos da Amazônia, sobretudo dos povos indígenas, uma Igreja que promove a inculturação e a interculturalidade, uma Igreja que quer avançar na configuração de seu rosto amazônico, encarnada e libertadora. Uma Igreja sempre sinodal, onde o protagonismo do laicato, das mulheres, sempre sustentou a vida de fé de um povo que nem sempre é acompanhado pela Igreja institucional e hierárquica do jeito que deveria. O fato de o Papa Francisco ser latino-americano tem lhe ajudado a compreender melhor as dinâmicas dos povos e da Igreja da Amazônia, querendo que essas dinâmicas possam ajudar no cuidado da casa comum e vivência do Evangelho em diversas realidades e latitudes. Ser discípulos e discípulas na Amazônia e da Amazônia espalhar as sementes do Verbo presentes nessa realidade. Francisco é um Papa para com quem o povo da Amazônia tem grande simpatia, ele cativou os corações dos amazônidas, pois nele tem visto um sinal de carinho e de cuidado, alguém que tem comprometido sua vida para que a Amazônia e seus povos tenham vida e vida em abundância. Ele tem sido uma voz profética em defesa de uma região e de uns povos tradicionalmente explorados, excluídos, descartados. O exemplo de Papa Francisco nos compromete e nos desafia a cuidar a casa comum, especialmente nós que vivemos na Amazônia. Um cuidado que tem se tornado imprescindível para o futuro da região e para o futuro do Planeta, mas que muitas vezes esquecemos. Que o exemplo de Papa Francisco possa nos ajudar nesse caminho do cuidado e de valorização da diversidade, fonte de riqueza para a humanidade e para a Igreja. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Serviço de Animação Vocacional realiza seu encontro anual em Brasília

O Serviço de Animação Vocacional da Conferência Nacional dos Bispos do Basil (SAV-PV), realizou de 11 a 13 de março seu encontro anual no Centro Cultural de Brasília (CCB), com a presença de 32 pessoas, dentre elas a Ir. Gervis Monteiro, referencial da Pastoral Vocacional no Regional Norte1 da CNBB. O encontro teve a abertura com a celebração Eucaristia presidida por Dom José Albuquerque de Araújo, bispo da diocese de Parintins e referencial do SAV-PV na CNBB. Os representantes dos mais diversos regionais e organismos que são vinculados ao SAV-PV refletiram sobre as Diretrizes para a Animação Vocacional no Brasil. No encontro foi escolhida a nova Coordenação Nacional para o próximo quadriênio, que está formada pelo diácono Leandro, do Regional Nodeste2, que será o coordenador, o padre Alexandre, do Regional Leste1, que assumiu o serviço de vice coordenador, Lia, do Regional Centro Oeste, que será a secretária, a Ir. Arlene, da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), que será conselheira. A missa e posse da nova coordenação foi presidia por Dom Ângelo Ademir Mezzari, bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1