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Dia: 11 de abril de 2024

Secretário Geral do Celam: “É importante fazer do tema do Sínodo um tema transversal em todas as nossas atividades”

O bispo auxiliar de Cusco e secretário-geral do Celam, Dom Lizardo Estrada, está participando da 61ª Assembleia Geral do Celam, que acontece em Aparecida de 10 a 19 de abril de 2024, onde ele diz se sentir em casa. Uma presença com a qual ele quer “tornar conhecido o que estamos fazendo” e “dizer que estamos caminhando juntos, para ser um sinal de comunhão”. O bispo peruano lembrou que o Celam nasceu no Rio de Janeiro em 1955 “para que houvesse essa ajuda entre os bispos, que ajudasse a crescer na comunhão, na colegialidade”, afirmando que “a Igreja do Brasil, a partir de sua amplitude e experiência, pode oferecer luz à América Latina e ao Caribe”, ressaltando a importância de se deixar guiar pela luz da sinodalidade. Ressaltou também a importância da conversa espiritual, que apesar das diferenças, “nos ajuda a escutar uns aos outros, a escutar verdadeiramente o Espírito Santo“, conclamando a estarmos abertos a ele, para que “possa nos inspirar, acompanhar e iluminar, para que possamos discernir o que Deus realmente quer para este tempo”. O senhor está participando pela primeira vez da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na qual estão presentes 442 bispos. O que a CNBB representa para a Igreja na América Latina e no Caribe? O Brasil é uma das maiores conferências, tem um caminho, fez um jeito de ser Igreja. Há diferenças, o que é normal, mas há uma unidade na fé e no amor à Igreja, na construção do Reino de Deus. Eu me senti em casa, há muita unidade, fraternidade como bispos, como irmãos, como latino-americanos. Eles têm diferenças, porque é uma conferência grande, porque têm um caminho diferente, mas eu vi apenas uma linguagem, a linguagem de Deus, da Igreja, e isso foi muito proveitoso para mim. Para a América Latina, para o Celam, o Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe, é uma riqueza estarmos caminhando juntos como Igreja do continente. O Brasil tem muito a oferecer e também muito a aprender com outras conferências episcopais da América Latina e do Caribe. O senhor é secretário-geral do Celam, o que é o Celam, como o senhor explica para a Igreja no Brasil o papel que o Celam desempenha na América Latina e no Caribe e por que é importante caminhar juntos como Igreja do continente? Desde 1955, o Celam nasceu de fato no Brasil, no Rio de Janeiro, foi para que haja essa ajuda entre os bispos, que ajuda a crescer na comunhão, na colegialidade. Os valores do Celam são a comunhão, a fraternidade, a colegialidade, o diálogo entre nós, bispos, o serviço, a reflexão sobre as questões atuais. É uma resposta aos sinais dos tempos, aos desafios culturais e eclesiais de nosso tempo. O Celam nada mais é do que estar a serviço das conferências episcopais, estar a serviço dos bispos. O que o Celam faz é responder às solicitações das Conferências Episcopais, não tem outro caminho. Desde Aparecida, desde a Evangelii Gaudium, com o processo de renovação e reestruturação iniciado em 2019, o Celam quis responder a isso em chave sinodal, sabendo que o caminho que Deus espera para o Terceiro Milênio é a sinodalidade. Caminhar juntos é constitutivo da Igreja, como nos diz o Papa, para interpretar a realidade com os olhos e o coração de Deus, para que a Igreja seja participativa e corresponsável. A renovação do Celam vai nessa direção, de estar aberto ao que está acontecendo e para que a Igreja seja uma casa que está sempre se renovando. A presença do Celam aqui é para nos aproximar, para tornar conhecido o que estamos fazendo, para dizer que estamos caminhando juntos, para ser um sinal de comunhão, um sinal de unidade, em um mundo de divisão, de polarização, de egoísmo, em nosso contexto cultural, social e político. Caminhar juntos como a Igreja que somos, porque, no fim das contas, o que mais atrai é o fato de estarmos unidos, de caminharmos juntos, de nos entendermos, apesar das diferenças que existem. Desde o início, o Celam tem nos ajudado a crescer em comunhão, em comunidade, em colegialidade, em chave sinodal. Os bispos brasileiros estão preparando as Diretrizes Pastorais para os próximos anos, um trabalho que vai avançar, mas não será concluído nesta assembleia, mas somente depois de conhecer as conclusões do Sínodo sobre Sinodalidade. Caminhar juntos e diversidade são termos presentes no Magistério do Papa Francisco e da Igreja na América Latina e no Caribe. Nessa Igreja sinodal, que sempre foi a Igreja da América Latina, uma dinâmica impulsionada pelo Celam nos últimos anos, como a Igreja brasileira pode ajudar a avançar ainda mais? A Igreja do Brasil, por sua amplitude e experiência, pode oferecer luz à América Latina e ao Caribe. Fico feliz pelo fato de que estão realizando esse processo de reflexão, de discernimento e, uma vez terminada a Assembleia Sinodal, sairá o documento e, com isso, avançaremos em um estilo, uma forma à luz do Magistério do Papa Francisco e do Sínodo. Isso, que é importante, podemos aprende-lo nas Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, como integrar, como fazer do tema do Sínodo um tema transversal em todas as nossas atividades. Somos convidados a nos renovar para responder aos desafios deste tempo da Igreja, para responder aos sinais dos tempos. O que a Conferência dos Bispos do Brasil está discernindo e trabalhando neste momento é positivo, e nos próximos anos chegaremos a uma conclusão e começaremos a avançar com essas luzes. É algo muito bom, e espero que em toda a América Latina e no Caribe possamos tomar o Sínodo sobre a Sinodalidade e a Assembleia Eclesial como eixos transversais que podem avançar em nossos planos pastorais nacionais, diocesanos ou regionais. Para avançar nesse caminho, a metodologia que será usada é a da conversa no Espírito, um método que faz parte do processo sinodal. O senhor é membro da Assembleia Sinodal, participou desse método de discernimento na primeira sessão da assembleia, o que diria aos bispos…
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Dom Vanthuy: A CNBB é “sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país”

Dom Raimundo Vanthuy Neto recebeu a ordenação episcopal no dia 04 de fevereiro e 2024 e iniciou sua missão como bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira no dia 11 de fevereiro. Ele está participando pela primeira vez da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Dom Vanthuy diz se sentir pequeno, “porque venho da maior diocese do Brasil, a diocese mais plural, 24 povos, 18 línguas, eu penso que é um processo mais do que de iniciação. Alguns bispos já são conhecidos, então são eles que de uma certa forma nos colocam nessa experiência bonita da colegialidade na Igreja do Brasil”. Ele insiste em que “eu me sinto muito querido, mesmo dos bispos que não são do Regional Norte1, tantos que me conheceram da região do Nordeste, do Sul, que vem perguntar sobre São Gabriel”, algo que considera “muito afetivo, muito bonito”. O bispo diz estar diante de algo grande, sublinhando que “a Conferência dos Bispos do Brasil tem uma história muito bela, de sinal de comunhão, de profecia, de pastores que sonham e desejam o bem não só para a Igreja, mas para o país”. Dom Vanthuy se sente “um irmão pequeno que vai se tornando também corresponsável do bem, da história da Igreja, mas também de todo o país”. Sobre o retiro com que iniciou a 61ª Assembleia Geral da CNBB, o bispo de São Gabriel da Cachoeira afirmou que a experiência da comunhão, do corpo, ideias presentes no retiro, “nos faz lembrar que o primeiro desafio nosso é entre nós mesmos, os bispos, porque pode ser que algum tome um caminho, outro tome outro caminho, mas dentro de nós tem esse espírito de um desejo de comunhão e de sentir-se corpo. Então me sinto corresponsável por você, você por mim, a Igreja do Sul não está desligada da Igreja do Norte”. O cardeal Parolin, orientador do retiro, segundo Dom Vanthuy, disse que “não é possível uma Igreja que caminha isolada, que somos uma Igreja que quer somar-se como comunhão e que se descobre como comunhão”, destacando a corresponsabilidade na missão entre as diversas igrejas. Segundo o bispo, “isso faz a gente pensar a evangelização como algo complexo, mas ao mesmo tempo muito simples, que deve atingir a pessoa que vive na capital grande a quem vive lá isolado, como eu, na região da Cabeça do Cachorro, uma tribo indígena lá encima, que pensa primeiro em responder à graça batismal, ser sinal no mundo do amor de Deus e de se tornar corresponsáveis pelo bem dos outros”. Falando sobre evangelização, ele destaca três concepções: “uma pertença a Cristo, um senso de que eu sou responsável pelos outros e de que nós todos juntos testemunhamos o amor de Cristo”. Falando sobre as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora e como incluir aquilo que faz parte da Igreja universal, da Igreja do Brasil e de realidades específicas, como é a evangelização dos povos indígenas, algo presente na diocese de São Gabriel da Cachoeira, Dom Vanthuy destaca três elementos comuns em todos os níveis de Igreja: “vivem de uma experiência muito bonita, que é a vida comunitária, não há vida cristã sem vida comunitária”, lembrando as palavras do cardeal Parolin, que insistia em que “não há vida cristã sem sermos irmãos”. O bispo insiste em que “diante desse anúncio que serve para a Igreja universal, a Igreja do Brasil, a Igreja particular do Rio Negro, acho que aqui está uma intuição que lá em São Gabriel tem uma base. A vida comunitária no contexto dos povos indígenas é algo muito concreto, não se pode viver sozinho, o viver é coletivo”. Isso é considerado pelo bispo de São Gabriel da Cachoeira como “o fermento que se junta com a massa, o anúncio de Cristo, vida de comunidade, e essas experiências dos povos indígenas que descobrem que não é possível viver sozinho, só comunitariamente”. Segundo ele, “é quase que não fosse algo estranho, mas algo que se desperta do anúncio do Evangelho, que é a vida comunitária”. Igualmente ressalta o bem dos outros, lembrando que “eu venho de uma região muito plural e é um desafio também entre os povos do Rio Negro”. Numa realidade onde as relações muitas vezes não são boas, “aí entra a questão do Evangelho, entra a novidade do Evangelho. Tem lugar também nas culturas dos povos originários daquela região que o Evangelho ainda não chegou. Nessa concepção de que somos todos irmãos, participamos do mesmo povo e somos corresponsáveis uns pelos outros. Então a diretriz universal chega bem, bem claro, lá no particular em São Gabriel, na corresponsabilidade de uns para com os outros, do zelo dos mais pequenos, dos mais frágeis e do grande sentimento de que nós somos irmãos e irmãs”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia Geral da CNBB: Interessa ao povo o que a Igreja diz?

442 bispos buscando encontrar caminhos de evangelização no Brasil. Para isso tem se reunido na 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que está sendo realizada de 10 a 19 de abril de 2024 em Aparecida. Dentre eles 15 bispos do Regional Norte1, entre bispos auxiliares, titulares e eméritos. A Assembleia e os temas que nela são tratados são um bom momento para a Igreja católica poder se questionar sobre o papel a ser desenvolvido no mundo atual, até que ponto as propostas da Igreja católica encontram ressonância na sociedade atual, se o povo brasileiro está atento e está interessado pelas propostas que a Igreja faz. A boa notícia do Evangelho tem perpassado a história ao longo de 20 séculos, se tornando luz na vida do povo, fonte de vida para muitas pessoas, em diferentes momentos, culturas, lugares, realidades. Uma boa notícia que tem impactado positivamente a realidade social, marcando o caminho a seguir como fonte de plenitude para muitas pessoas. Será que isso continua sendo uma realidade? A Igreja católica no Brasil está conseguindo aproximar as pessoas do Evangelho, fazer que Deus seja experimentado como alguém próximo? O povo brasileiro continua encontrando na Igreja católica a orientação para se aproximar do Deus encarnado, do Deus que em Jesus Cristo se fez gente para caminhar no meio de nós? Os bispos querem refletir nos próximos dias sobre os passos a serem dados nessa perspectiva, sobretudo com os jovens, que tem uma estrutura mental completamente diferente daquela que está presente na mente dos adultos e daqueles que querem encontrar o caminho a seguir como Igreja. Do mesmo modo que ao longo da história a Igreja foi encontrando o caminho para que o Evangelho se fizesse presente na vida do povo, hoje, em um tempo em que as mudanças acontecem muito rápido, o desafio continua presente e a Igreja é desafiada a continuar dando respostas, oferecendo perspectivas que façam com que as pessoas se aproximem de Deus. Fazer com que as pessoas se encantem com Deus, com que as pessoas voltem a se encantar com Deus, pode ser considerado um dos grandes desafios da evangelização no mundo atual. Um trabalho a ser realizado em comunhão, juntos, como Igreja sinodal, em saída, que não tem medo de ir ao encontro do povo, ao encontro dos jovens, ao encontro daqueles que pensam de modo diverso. É tempo de agir com coragem e ousadia, de não ter medo de novas propostas que ajudem a que as pessoas sintam o Evangelho como algo cada vez mais ligado à vida do povo. Não é fácil, mas vale a pena o esforço para encontrar juntos o caminho a seguir como Igreja e que ela possa fazer com que o povo se interesse pela boa notícia do Evangelho, por aquilo que tanto bem tem feito ao longo da história a tantas pessoas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Zenildo Lima: “Quem realiza, quem atualiza a vida eclesial é o laicato”

Na renovação da Igreja e nas propostas de evangelização, tema principal da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece em Aparecida (SP), tem um papel fundamental o laicato, o que desafia à Igreja do Brasil a responder a esse apelo. Segundo o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, Dom Zenildo Lima, “é interessante perceber que embora nós estejamos em uma assembleia da Conferência Episcopal, para refletir a vida da Igreja, a sua atuação pastoral, mas é muito importante perceber quem realiza, quem atualiza a vida eclesial é o laicato”. O bispo insistiu em que “a nossa Igreja no Brasil, ela tem como sujeito as nossas comunidades eclesiais missionárias, e nas comunidades eclesiais missionárias são os cristãos leigos e leigas que fazem acontecer toda essa demanda de ação pastoral evangelizadora, tornando o Reino de Deus presente”. Segundo dom Zenildo Lima, “é bom que se diga que dentro dessa especificidade do laicato, nós damos um destaque fundamental para o papel das mulheres”. “Hoje mais do que nunca, com esse caminho de sinodalidade que a gente vai aprofundando, o laicato alcança cada vez mais uma importância, não somente na execução da ação evangelizadora, mas também na reflexão e em pautar as prioridades pastorais nas igrejas locais”, ressaltou o bispo auxiliar de Manaus. Diante de sua primeira participação na Assembleia Geral da CNBB como bispo, ele já participou como secretário executivo do Regional Norte1, ele disse que “é sempre uma experiência de expectativa inicialmente, de você participar desse colegiado que é a nossa Conferência Episcopal e desse colegiado de comunhão”, afirmando que “esta primeira assembleia como bispo nos coloca de um modo diferente, nos coloca em uma participação mais responsável no que diz respeito ao discernimento, às decisões, e não somente ao serviço, como é próprio do trabalho dos secretários executivos”. Dom Zenildo Lima, destacou que “sempre a expectativa que cada vez que a Assembleia se reúne a expressão da comunhão da Igreja do Brasil vem a tona, e a nossa responsabilidade na assembleia, mas também como bispos, dizemos sempre, são esses testemunhos que a Igreja do Brasil é uma Igreja de comunhão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1