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Dia: 14 de abril de 2024

Dom Hudson: “A comunhão que dá adesão e confirma o papel da CNBB como articuladora da ação evangelizadora da Igreja no Brasil”

Dom Hudson Ribeiro tem pouco mais de dois meses de bispo e participa pela primeira vez da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que em sua 61ª edição está sendo realizada de 10 a 19 de abril de 2024 em Aparecida (SP). O bispo auxiliar de Manaus está vivenciando este momento na perspectiva de tempo pascal. Segundo dom Hudson “é bonito que tudo aconteça nesse tempo pascal, porque é pleno de esperança, é pleno de sonhos, que já começaram, essa caminhada da Igreja, construção de novas etapas, mas não a partir de mim, a partir, a partir do serviço”. O bispo auxiliar de Manaus ressaltou que “durante a Assembleia, muitas coisas novas, muitas coisas que se conformam, inúmeros desafios, mas são desafios que não me causam medo, porque eu percebo uma Igreja muito unida, um colegiado episcopal com um grande esforço de manter a comunhão junto ao Papa, e que reconhece as fragilidades, os desafios do mundo, mas que também aponta caminhos de esperança”, enfatizando que ele quer somar com tudo isso, dizendo estar muito animado, muito esperançado, vendo como algo comovente e que firma seu compromisso com o povo o fato de poder celebrar junto a Nossa Senhora Aparecida. Essa comunhão entre os bispos é um elemento importante para avançar no caminho da evangelização, tema central da 61 Assembleia Geral da CNBB. Dom Hudson afirma que “o Brasil, ele é bastante diverso, a territorialidade, a regionalidade, as especificidades culturais, ela traz um grande mosaico de inúmeras experiências, e é uma diversidade muito grande”. Igualmente, ele destaca que “o ponto central que é da comunhão e da unidade, elas se fazem o alicerce da Igreja, é muito complicado pensar e juntar tudo isso para responder a tão grandes desafios”. “É tanta riqueza junta que somente a comunhão pode ajudar a que todas essas forças, todos esses recursos, eles possam responder a tantos desafios”, segundo o bispo auxiliar de Manaus. Por isso, “é extremamente importante a comunhão do episcopado brasileiro”, afirmou. Algo que se concretiza no Regional Norte1, na arquidiocese de Manaus, “mantendo firme essa comunhão. A comunhão é uma comunhão da Igreja, em torno do Papa, a comunhão que dá adesão e confirma o papel da CNBB como articuladora da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, esse organismo importante, e junto ao Regional Norte1 da CNBB, isso vai ramificando, confirmando junto às outras circunscrições eclesiásticas”. “Beber de tudo isso é a gente voltar muito mais animado, muito mais consciente de que precisa manter a unidade entre nós, a comunhão entre nós. E isso a partir daquilo que você acredita, a gente chamado a ser pastor desse povo, possa fazer com que o rebanho cada vez mais se una em torno dessa grande comunhão que é a comunhão da Igreja”, concluiu dom Hudson. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Evaristo: Me ajoelhei e beijei sua mão porque “dona Deolinda não representa uma pessoa naquele momento, ela representa os povos indígenas do Brasil”

Uma assembleia com “um clima muito leve, de fraternidade, de comunhão”, que o bispo da diocese de Roraima, dom Evaristo Spengler, pensa que é devido ao fato de ter começado com o retiro, o que “criou um clima de uma busca comum, intensa, mais do que nas outras assembleias”. Isso o leva a dizer que “me sinto mais integrado a esse corpo da Igreja católica, ao episcopado, na busca de comunhão e também de caminhos para nossa Igreja no Brasil”. Dom Evaristo participou intensamente da celebração em que uma catequista de sua diocese, dona Deolinda Melchior da Silva, indígena Macuxi da região Maturuca, no município de Uiramutã, recebeu o ministério de catequista. Numa região de 70 comunidades, algumas de difícil acesso, o bispo destaca dona Deolinda pela sua história. “Ela vem de uma família de uma participação na Igreja muito antiga, uma família que contribuiu muito no processo eclesial, mas também no processo de reconhecimento da região da Raposa Serra do Sol como um território integral indígena”. Segundo dom Evaristo Spengler, “essa comunhão entre o social, a defesa do território, a defesa da cultura indígena, da língua, ela participou de todo esse processo, e já desde o pai dela vinha participando, e agora tem um sobrinho que terminou a teologia, talvez seja ordenado no próximo ano. Uma família muito integrada na Igreja e nas lutas sociais”. O bispo insistiu em defini-la como “uma pessoa de muita fé. Dona Deolinda busca ter uma vida de oração muito profunda, e hoje até a postura dela na Igreja chamava a atenção, como ela é respeitosa, como ela de fato é acolhedora com o sagrado, porque a mística indígena, a espiritualidade indígena, ela integra o todo, tudo fala de Deus, tudo respira Deus e ela manifesta Deus na vida dela”. Quando dom Evaristo Spengler entregou a Bíblia à catequista indígena, o bispo se ajoelhou e beijou a mão dela. Isso porque “dona Deolinda não representa uma pessoa naquele momento, ela representa os povos indígenas do Brasil. Então, eu me sinto humilde diante de uma história tão grande desse povo indígena que lutou pela sua terra há  500 anos e, diante dela, eu me ajoelhei e beijei a mão dela, porque eu trato ela com grande respeito, porque ela simboliza o povo indígena que recebeu a Boa Nova de Jesus Cristo, e agora se torna protagonista da evangelização, ela fez esse processo, agora está evangelizando. É uma pessoa que foi evangelizada por pessoas que vieram de fora, e ela se tornou uma protagonista do anúncio de Jesus Cristo e da Palavra de Deus”. Falando sobre a evangelização, tema principal da 61ª Assembleia Geral da CNBB, dom Evaristo Spengler disse que “algumas coisas são permanentes, a liturgia, a espiritualidade, a catequese, o anúncio da Palavra, a caridade, a missão, é permanente”. Ele disse que “o que me chama a atenção nessas diretrizes que estão sendo propostas agora, é o espírito de pertença à Igreja, a diocesaneidade, a participação da Igreja do Brasil e universal”. O bispo de Roraima afirma que “hoje a tendência é ser um cristão muito individual, que não precisa da comunidade, que não precisa da sua paróquia, que não necessita da Igreja universal e ele faz também a sua teologia”. Ele ressalta que “aqui estamos diante de uma questão do comunitário, do espírito de pertença. Quando a pessoa crê em Jesus Cristo, ela se torna anunciadora de Jesus Cristo, mas ela é também formadora de comunidade. Esse espírito eclesial é muito forte nessas Diretrizes que estão sendo propostas”. “Isso vai chegando na base”, segundo dom Evaristo Spengler. Ele destaca que “esse espírito de comunhão, de sinodalidade, criar conselhos e todos os níveis como se propõe, já a Igreja tem essa tradição no Brasil, mas agora tentando alargar a tenda Tudo isso vai ajudar de fato a nós termos cristãos mais conscientes no futuro”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1