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Dia: 16 de abril de 2024

Dom Altevir: Diretrizes para a Ação Evangelizadora “sinodalidade em prol da missão”

Na 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que está sendo realizada em Aparecida (SP), de 10 a 19 de abril de 2024, o bispo da prelazia de Tefé e secretário do Regional do Regional Norte1 da CNBB, dom José Altevir da Silva, que já tem participado de várias assembleias, destaca como importante nelas “a comunhão entre nós, entre os bispos, assessores’. A atual assembleia destaca “as temáticas, a metodologia, totalmente diferente, isso tem fortalecido a esperança e essa assembleia vai trazer frutos muito positivos para a Igreja no Brasil, na situação que nós estamos vivendo, uma situação tão exigente do processo evangelizador, mas que na maneira como estamos vivendo essa assembleia, isso vai nos indicar caminhos”. Segundo o bispo de Tefé, “as diretrizes, elas sempre dão um norte. Por isso o processo de elaboração das mesmas é algo realmente muito importante”. Dom Altevir lembrou que neste ano, as diretrizes dizem “Alarga o espaço da tua tenda”, que “nos remete a uma caminhada sinodal, a uma caminhada de conjunto, de escuta, a um processo de caminhar juntos, de acolhida”, insistindo em que “isso é tudo o que nós precisamos na Igreja do Brasil, na Igreja da Amazônia”. Dom Altevir lembrou que “as diretrizes estão sendo construídas, já é o segundo ano que elas se tornam tema central da Assembleia”. O texto das diretrizes é formado por três capítulos: os sinais dos tempos, a conversão pastoral e novos caminhos para a missão. Segundo o bispo, trazendo “a caminhada da Igreja na Amazônia, baseada no Documento de Santarém, baseada nos nossos regionais, principalmente o Norte1, que tem uma caminhada muito firme, ligada à inculturação das celebrações, à vivência na vida do povo”. Ele ressalta que “essas diretrizes, elas vão trazer elementos iluminadores para nossa realidade, porque ela está vindo de lá, não é de cima para baixo”. Segundo o bispo, “está sendo feito todo um trabalho, especialmente agora, com a presença dos bispos aqui, e o método que nós estamos usando, que é um método de verdadeira escuta, o método que foi aplicado na primeira etapa da Assembleia Sinodal, onde todos participam e de uma maneira orante conseguem trazer elementos da realidade e à luz do Evangelho, com a força do Espírito Santo, consegue realmente devolver para as diversas realidades da nossa Igreja do Brasil”. Dom Altevir insiste nas diretrizes como sinal de esperança muito grande. O bispo destaca a importância de “trazer a voz do povo para uma instância de decisão como esta”. Na prelazia de Tefé, onde está há quase dois anos, seu bispo destaca a presença dos leigos, a preparação de um plano de pastoral, após um processo de escuta de um ano, onde pode se perceber “os caminhos novos da missão nos dias de hoje e o exercício sinodal, que define como “o Espírito de caminhar juntos que fica na Igreja”, algo que a Igreja de Tefé está vivenciando há muito tempo. Segundo o bispo as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil apontam para “a sinodalidade em prol da missão, não existe missão sem sinodalidade e tampouco a sinodalidade sem a missão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Os povos indígenas não são levados em consideração pelo Congresso Nacional”

A Amazônia é uma realidade sempre presente na vida da Igreja do Brasil, algo que se expressa de modo preferente na Comissão Especial para a Amazônia (CEA), criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2003. Temáticas relacionadas com a Amazônia foram abordadas na coletiva de imprensa da terça-feira: a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o papel da Comissão Especial para a Amazônia e a COP 30. CEAMA, um espaço de diálogo e sinodalidade A CEAMA é uma Conferência Eclesial a pedido do Papa Francisco, a quem o Sínodo para a Amazônia tinha pedido a criação de uma Conferência Episcopal da Amazônia. Os membros que formam a CEAMA são as Igrejas particulares que estão na Pan-Amazônia, segundo explicitou o arcebispo de Manaus (AM) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), cardeal Leonardo Steiner. Na presidência tem representantes dos bispos, dos padres, da Vida Religiosa, do laicato e dos povos indígenas. Segundo o cardeal, “a CEAMA ainda precisa achar o seu caminho, o seu espaço, para que realmente seja um espaço de diálogo, um espaço de sinodalidade”. Entre os elementos que estão caminhando mais, destacou o Rito Pan-Amazônico, que “não se trata apenas de um rito litúrgico, mas pensar como a Igreja que está na Amazônia pode se expressar e organizar”. Com relação ao CIMI, seu presidente destacou os 52 anos de existência de “um dos elementos talvez da Igreja do Brasil junto aos povos indígenas, não apenas defendendo seus direitos, mas ajudando também os povos a se organizarem”, que fez com que hoje existam muitas organizações indígenas. O trabalho do CIMI hoje está mais voltado para os povos com pequeno número, destacando o acompanhamento que o CIMI está fazendo do Marco Temporal, “uma questão vital para os povos indígenas”. CEA compromisso dos bispos do Brasil com a Amazônia A Comissão Especial para a Amazônia, constituída pelos seis presidentes dos regionais da Amazônia, que representam 58 Igrejas particulares, ela é, segundo o arcebispo de São Luís e presidente da CEA, dom Gilberto Pastana de Oliveira, “a expressão do compromisso de todos os bispos do Brasil para com a Amazônia”, e ela tem por objetivo, “visibilizar a ação evangelizadora da Igreja nessa região, olhando sobretudo as principais dificuldades que a Igreja passa”. A Comissão ajuda a estabelecer pontes entre as Igrejas irmãs e traz para o Brasil o conhecimento da Amazônia, “muitas igrejas, muitos regionais não conhecem a realidade dos povos indígenas, dos ribeirinhos, dos quilombolas, dos que habitam essa região’, enfatizou dom Gilberto. COOP30 e a incidência da Igreja na conversão ecológica Belém (PA) acolherá entre 10 e 21 de novembro de 2025 a COP 30 e em vista desse grande evento, a Presidência da CNBB constituiu uma comissão em vista da COP 30, da qual fazem parte o bispo auxiliar de Belém (PA), dom Paulo Andreolli, o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), dom Vicente de Paula Ferreira, e o bispo de Vacaria (RS), dom Sílvio Guterres Dutra, junto com outras entidades e comissões. O objetivo dessa comissão é “coordenar ações de formação, de articulação, de incidência política e comunicação”, que será “um canal oficial da Igreja do Brasil para articulação e diálogo”, segundo o bispo auxiliar de Belém (PA). Ele destacou a proposta de uma construção coletiva, com eventos antes, durante e depois da COP, buscando “aproveitar a celebração da COP 30 no Brasil para fortalecer o grau de incidência da Igreja em vista da conversão ecológica e da transformação socioambiental do Planeta à luz d Doutrina Social da Igreja”. Catequistas indígenas Os jornalistas perguntaram sobre o fato de dona Deolinda Melchior da Silva, indígena do povo macuxi ter recebido o ministério de catequista. Respondendo à pergunta, o cardeal Steiner disse que “os povos indígenas são profundamente religiosos”, destacando a grande presença da Igreja entre os povos indígenas da Amazônia, colocando a dona Deolinda como “um exemplo de uma grande catequista, ela vai visitando aldeias e vai levando o Evangelho”. Os bispos do Regional Norte1 fizeram questão que “fosse uma indígena, pelo modo dela ser catequista”, destacando a tentativa dos catequistas indígenas de fazer o encontro do Evangelho com a própria religiosidade dos povos. O cardeal destacou que na cultura indígena catequista e liderança são as mesmas pessoas, e que eles fazem caminhar a comunidade eclesial muito bem. Uma dinâmica inspirada no Documento de Santarém 1972, onde aparece como prioridade a encarnação na realidade e a formação de lideranças, destacou o presidente da CEA, falando sobre a vivência do sacramento do batismo através do exercício desses ministérios. Segundo o arcebispo de São Luís, “o papel do leigo na Amazônia é fundamental, porque são eles que animam a comunidade”, dada a pouca presença dos ministros ordenados. São os catequistas, homens e mulheres que “fazem acontecer a vida eclesial nesses lugares”. Ele encara a presidência da CEA como uma missão numa Comissão que pretende resgatar todas as decisões que foram assumidas nos encontros dos bispos da região amazônica, visitando os regionais para fazer uma síntese dos regionais, onde estão presentes realidades diversificadas. Um caminho que pretende avançar no V Encontro da Igreja Católica na Amazônia programado de 19 a 22 de agosto de 2024 em Manaus, e escutar os maiores gritos e demandas que exigem respostas dos bispos. Em preparação à COP 30, existem várias iniciativas em vista da conscientização do povo com relação à ecologia integral, segundo dom Paulo Andreolli, querendo envolver a juventude, a Igreja do território, o Círio de Nazaré, querendo organizar uma Vigília ecumênica. Tudo isso em vista da conversão ecológica, uma realidade presente na Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema a ecologia integral. O futuro da Igreja será sinodal A CEA fez um caminho depois de Santarém 72, que foi dar no Sínodo para a Amazônia, que o cardeal Steiner definiu como “um laboratório de participação extraordinária de todos os segmentos da Igreja”. Segundo o arcebispo de Manaus, “o futuro da Igreja será sinodal, no sentido de cada vez mais nós como Igreja, todos os…
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Reunião dos Bispos da Amazônia: Avançar na aplicação do Sínodo para a Amazônia nas Igrejas locais

Os bispos da Amazônia que participam da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que se realiza de 10 a 19 de abril de 2024, se reuniram no dia 15 de abril. Entre os pontos abordados esteve o V Encontro da Igreja Católica na Amazônia, que será realizado em Manaus de 19 a 22 de agosto de 2024. O propósito é retomar a caminhada do Sínodo, tendo como base o Documento de Santarém de 2022, um documento comemorativo e propositivo, segundo o bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima, tentando ver como as decisões se concretizaram nas Igrejas locais. O tema do encontro será “A Igreja que se fez carne, alarga sua tenda na Amazônia: memória e esperança”. Um encontro que pretende debruçar sobre a aplicação do Sínodo para a Amazônia nas Igrejas locais, verificar os avanços, perceber situações emergentes no âmbito social e eclesial e consolidar algumas iniciativas que podem ser assumidas enquanto Igrejas locais. Para o encontro se pretende fazer um levantamento junto às Igrejas locais, não muito complexo, tendo como pano de fundo a sinodalidade na Igreja, sendo colocadas algumas questões a ser refletidas naquilo que faz referência às comunidades eclesiais, a formação dos discípulos missionários, defesa dos povos da Amazônia e cuidado da casa comum e a evangelização das juventudes. Se busca descobrir o que o Espírito tem a dizer à Igreja da Amazônia hoje, através de um levantamento feito nas Igrejas locais. O encontro quer partir da realidade das Igrejas locais e da conjuntura na Amazônia, querendo se apropriar de iniciativas eclesiais já em curso: Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), Programa Universitário Amazônico (PUAM), Rito amazônico. A partir daí buscar indicações de operacionalização e acompanhamento, e junto com isso a presença na COP 30 em Belém e o Jubileu da Esperança 2025. Diante do pedido de atualização da coletânea dos Documentos da Igreja da Amazônia, a secretária da Comissão para a Amazônia, Ir. Irene Lopes, apresentou essa possibilidade, assim como a publicação das intervenções dos participantes brasileiros na Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia. O assessor jurídico e de incidência política da REPAM-Brasil, Dr. Mellillo Dinis, apresentou os resultados da visita a diferentes ministérios com a presidência da REPAM-Brasil e de outros bispos da Amazônia. 18 reuniões com o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República, organizações da sociedade civil e diversos ministérios, fruto das vozes dos povos da Amazônia. O governo propôs um caderno de respostas que está sendo elaborado e já tem dado alguns frutos. Estão sendo realizadas reuniões em diversos níveis para abordar questões relacionadas com os grandes projetos. Uma experiência de incidência no Governo Federal que quer ter continuidade. Com relação à COP 30 está sendo um caminho prévio e está sendo pensado a participação da Igreja católica durante a COP 30, tentando construir um campo de atuação possível e viável. A COP 30 tem possibilidades e responsabilidades e existe um campo de atuação da Igreja brasileira, que quer articular as diversas iniciativas de Igreja, com seis diretrizes comuns e uma agenda de atividades até a celebração da COP. Os encontros preparatórios acontecerão por regiões, serão elaborados materiais de reflexão e celebrativos para poder chegar nas bases, buscando aumentar a incidência da Igreja na questão socioambiental. Nesse sentido está sendo pensado um evento simultâneo e muitas outras iniciativas durante a COP 30 em Belém. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1