Dom Leonardo: “Unidos a Cristo, nos tornamos uvas saborosas e vinho generoso”
Lembrando que “a liturgia pascal continua a nos oferecer o júbilo do Ressuscitado e a frutificação de nossa vida nele”, iniciou o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner a homilia do quinto Domingo da Páscoa, em que “celebramos a alegre e frutuosa união e comunhão com Jesus Cristo. Uma união tão estreita, íntima e profunda como a que existe, entre a videira e seus ramos”. Dom Leonardo mostrou que “Jesus se apresenta como a videira, o pé de uva, que assegura vida aos ramos, para que eles possam produzir frutos, frutos abundantes e saborosos. Ele a videira à qual estamos ligados, nele nascemos como seus ramos. Seus ramos somos, pois intimamente pertencentes a Ele, caminho verdade e vida. Ele Vida da nossa vida. Sem Ele, nós não vivemos, morremos. Ao permanecer nele recebemos o necessário para permanecer a caminho e, ao mesmo tempo, darmos fruto. Eu sou a videira, diz Jesus. Vivermos da videira e para a videira (Jo 15,1-8)”. Segundo o arcebispo, “a parábola da videira, é símbolo de força vital, é a imagem, símbolo da beleza e do dinamismo da comunhão de Jesus com os seus discípulos e com cada um de nós”. Ele recordou que “Jesus diz: ‘Eu sou a videira, vós os ramos (Jo 15,5)’, e não ‘Vós sois a videira’. Talvez, Jesus esteja a nos ensinar: assim como os ramos estão ligados à videira, assim também vós estais ligados a mim!” Isso porque “pertencer a Jesus, estar ligado a Jesus, é estarmos ligados uns aos outros. Assim como Cristo nos alimenta com sua vida, somos convidados a alimentar a vida dos irmãos e irmãs. Na imagem da videira nós pertencemos a Jesus e pertencemos uns aos outros. Pertencimento de vida, de vitalidade, de grandeza transformativa”. Inspirado em Santo Agostinho, o cardeal Steiner lembrou que o santo de Hipona “nos ensina que os ramos estão na videira de tal sorte que em nada a ajudam para comunicar-lhes a vida, mas dela recebem a vida para permanecerem verdejantes e poderem frutificar. A videira está nos ramos para comunicar-lhes a vida, não para receber a vida dos ramos. Assim, tendo a Cristo em si e permanecemos em Cristo. Por isto Cristo acrescenta: “Assim com ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim”. Grande prova em favor da graça! Alenta aos corações humildes e abate os soberbos. Porventura não resistem à verdade aqueles que julgam desnecessária a ajuda divina para praticar as boas obras e, antes de ilustrar sua vontade, precipitam-na? Porque aquele que considera que pode dar fruto por si mesmo certamente não está na videira; e o que não está na videira não está em Cristo; e o que não está em Cristo não é cristão”. Citando o texto do Evangelho: “Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós”, dom Leonardo disse que “o desejo de Jesus de permaneçamos nele é tão forte e insistente que Ele, nessa pequena parábola, usa por onze vezes o verbo permanecer. Sabendo das nossas dificuldades e das nossas infidelidades Jesus insiste: ‘permanecei em mim’. Permanecei em mim na alegria, na realização, na fidelidade, nos sonhos realizados e por realizar; permanecei em mim na tristeza, na frustração, na infidelidade; permanecei em mim na dúvida, na dor, na morte! Permanecei sempre em mim para que eu possa dar-vos a vida; uma vida em plenitude!”. Isso porque “do mesmo modo que o ramo não pode produzir fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim”, citando o texto do Evangelho. Seguindo as palavras de Papa Francisco, o cardeal disse que “Permanecer na videira, permanecer em Jesus, não é algo passivo. Permanecer é ativo, uma ação de Jesus em nós, e o nosso movimento de permanecermos nele. Ele permanece em nós, jamais se distancia, sempre nos oferecendo a seiva da vida. Trata-se de um permanecer recíproco, como ele nos ensina: ‘Eu e o Pai viremos a ele e nele faremos morada’ (Jo 14,23). Sem a videira os ramos nada podem fazer, pois não recebem a seiva, necessitam da seiva para crescer e dar fruto. Mas também a árvore, a videira, precisa dos ramos, porque os frutos não estão ligados à árvore, à videira, mas aos ramos. É uma necessidade recíproca, é um permanecer mútuo para dar fruto”. “O desejo de Jesus de que permaneçamos nele vem da verdade de que os ramos estão ligados à planta e dela recebem a vida. Os ramos dependem da videira. Uma dependência benfazeja, gratuita: estamos em Jesus e Ele em nós. Nós, como recebedores, Ele como doador da vida, do amor. Ele, o amor, a agir em nós, a Vida da vida a nos alimentar. Jesus a nos vivificar, transfigurar”, disse o arcebispo. Segundo ele, “É a sua presença em nós: ‘Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto’. Mas também nos darmos conta de que: ‘nada podeis fazer sem Mim’. Ao nos separarmos dele secamos, perdemos o horizonte, o sentido de viver. Vivemos de qualquer forma, nos tornamos ramos secos. Permanecendo em Jesus a nossa vida tem sabor de eternidade”. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “o permanecer em Jesus é a possibilidade de Deus nos cultivar, cuidar: ‘Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo o ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais furto ainda’”. Ele lembrou o que nos diz Santo Agostinho: “cultivamos (cultuamos) a Deus e Deus nos cultiva. Mas cultivamos (cultuamos) o Senhor não para torná-lo melhor; cultivamo-lo adorando e não arando. Mas quando ele nos cultiva nos faz melhores, pois sua cultura consiste em não cessar de extirpar com sua palavra todas as más sementes que se arraigam em nossos corações, de abri-lo com o arado da pregação, de nele plantar as sementes de seus mandamentos e de esperar os frutos da piedade”. O cardeal afirmou que “Unidos a Cristo, nos tornamos uvas saborosas e vinho generoso. Deus sabe…
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