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Dia: 4 de julho de 2024

Roteiro orante para refletir sobre o Tráfico de Pessoas em vista do 30 de Julho, Dia Mundial de Prevenção

O mês de julho é marcado para o Mês de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em todo o mundo, segundo nos lembra o bispo de Tubarão (SC) e presidente da Comissão Episcopal Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Adilson Pedro Bussin. O presidente da comissão faz um chamado a comunicar e participar “na sua comunidade, pessoalmente”, algo que também pode ser feito “também os meios de comunicação social que estão aí perto, as mídias”. O objetivo, segundo dom Adilson Busin é “que tudo aquilo que se refere ao enfrentamento ao tráfico de pessoas, possa ser levado ao conhecimento nas escolas, nas comunidades onde nós celebramos, nos locais também públicos”. Daí a importância de que “sejamos nós também agentes e comunicadores, assumindo esta missão de enfrentamento ao tráfico de pessoas de onde nós estamos para o mundo também ser um mundo melhor, sem esta chaga que nos diz o Papa Francisco”. O Núcleo de Belo Horizonte (MG) da Rede um Grito pela Vida elaborou um roteiro orante, que tem como título “Cuidado com a vida, prevenção ao tráfico de pessoas” (Baixar aqui), para que ao longo do mês de julho em que se realiza a Campanha do Coração Azul, possa ser refletido, rezado, e assumido um compromisso maior, em vista do Dia Mundial de Prevenção ao Tráfico de Pessoas, e a defesa e o cuidado da Dignidade e da Integridade de todas as pessoas. Não podemos esquecer que “homens, mulheres e crianças são comprados e vendidos como escravos pelos novos mercadores de seres humanos”, o que tem que nos levar “a nos colocar diante do Senhor na confiança de que Deus vai no ajudando a acender as luzes necessárias pelo caminho”. Para isso, foi elabora o roteiro orante, com uma oração inicial, uma apresentação da realidade, que iluminada pela Palavra de Deus leva à reflexão, partilha e propostas de ação entre os participantes. Não esqueçamos as palavras do Papa Francisco: “Sabemos que é possível combater o tráfico, mas precisamos chegar à raiz do fenômeno, erradicando as suas causas (…) É um apelo para não ficarmos parados, mobilizarmos todos os nossos recursos na luta contra o tráfico e restituirmos plena dignidade a quantos são vítimas do mesmo. Se fecharmos olhos e ouvidos, se ficarmos inertes, seremos cúmplices”. Tomemos consciência disso, o tráfico de pessoas pode ser combatido, só temos que abrir os olhos e os ouvidos, deixar de sermos cúmplices. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1     

A primeira missão é cuidar de quem ninguém cuida

Cuidar da vida deve ser uma atitude presente em todos nós. Na segunda-feira, 1º de julho, foi anunciado a data de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos Missionários e das Missionárias da Consolata. Para alguém ser canonizado precisa de um milagre, que no caso de José Allamano, foi a cura de um Indígena Yanomami. Atacado por uma onça, que feriu gravemente a sua cabeça, abrindo-lhe a caixa craniana, Sorino Yanomami foi socorrido pelas Missionárias da Consolata que trabalhavam na Missão Catrimani e transportado para o Hospital de Boa Vista. A Missão Catrimani foi fundada em 1965, buscando a defesa da vida, da cultura, do território e da floresta, da Casa Comum. O princípio fundamental deste modelo de missão é anunciar a alegria do Evangelho no silêncio e no diálogo gerando laços de amizade na ótica do bem viver. Durante quase 60 anos de missão, os Missionários e Missionárias da Consolata fazem missão cuidando da vida de um povo que no momento da sua chegada estava condenado a desaparecer. O acontecido com Sorino Yanomami é mais um exemplo desse cuidado. Nenhum Yanomami foi batizado ao longo dos anos de missão, mas ninguém duvida que esse povo reconheça nos missionários e missionárias que lá estão a presença de Deus, de homens e mulheres de Deus. Que o milagre que vai fazer com que o fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata seja canonizado tenha acontecido com um indígena da Missão Catrimani é mais um sinal de Deus, que se empenha constantemente no cuidado da vida. Um Deus que se faz presente na vida do povo através desse cuidado, especialmente para com os mais fracos, para com os pequenos, para com aqueles que a sociedade coloca na beira do caminho. “Pregue o Evangelho, se necessário, use palavras”, disse Francisco de Assis, nos mostrando que o maior testemunho cristão é cuidar da vida daqueles que ninguém cuida. O descaso com os povos indígenas no Brasil é uma atitude que marca a história do país, daí a necessidade e a importância da Igreja católica se comprometer no cuidado daqueles que secularmente têm sido desprezados pela sociedade dominante no país. Junto com isso é interessante que a oração das Missionárias da Consolata naquele 7 de fevereiro de 1996, o primeiro dia da novena ao Bem-Aventurado Allamano, fosse em favor do outro. Não era uma oração pedindo por elas, nem pela Congregação, era uma oração pedindo a intercessão em favor de alguém que para muitos não contava, que quase todos davam por morto. O fato de Sorino Yanomami ter recuperado milagrosamente a saúde em poucos dias e até hoje ela viva em sua comunidade indígena, nos mostra a importância de colocar nossos pedidos em favor dos outros, inclusive em favor daqueles que pelo fato de não ser batizados, algumas pessoas ousam dizer que eles não são filhos de Deus. Não queiramos fazer Deus pequeno, Ele é grande e demostra sua grandeza no cuidado de todos, também daqueles que a gente pensa que Deus nunca iria cuidar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1