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Dia: 14 de julho de 2024

40 anos de episcopado de dom Luiz Soares: Um serviço ao povo de Deus

A catedral de Manaus acolheu neste domingo 14 de julho a celebração para agradecer a Deus os 40 anos de ministério episcopal de dom Luiz Soares Vieira, por mais de 21 anos arcebispo de Manaus, segundo lembrou o cardeal Leonardo Steiner. O arcebispo de Manaus agradeceu dom Luiz por ter vindo em Manaus celebrar os 40 anos de episcopado, um arcebispado que “marcou as nossas comunidades”, destacou o cardeal Steiner. O homenageado mostrou sua gratidão e disse estar muito feliz. Ele iniciou sua homilia lembrando que quando uma pessoa vai envelhecendo, ele está com 87 anos, vai virando criança. Ele contou uma história em que fez referência à encarnação do Filho de Deus, enfatizando que Jesus “foi realizando aquele projeto, anunciando o Reino de Deus, a família de Deus, aquele mundo bonito em que todos se baseassem no amor, na verdade, na justiça”. Para continuar esse projeto, se referindo à passagem da Carta aos Efésios lido na segunda leitura, “por Jesus, ele nos escolheu para nós sermos filhos, filhas de Deus, santos”. Para continuar sua missão, “Jesus escolhe 12 e vai preparando os 12 para continuar a anunciar isso que o mundo está precisando realmente”, disse dom Luiz. Ele lembrou que os discípulos saem para uma experiência missionária, afirmando que a missão mesmo foi depois que Jesus ressuscitou e mandou que todos anunciassem isso pelo mundo. Segundo o arcebispo emérito, “essa missão não é muito fácil, porque há outras propostas do mundo, que encantam e levam a nada”. Na primeira leitura, ele destacou a missão difícil do profeta Amós, um lavrador, a quem Deus envia para advertir à Corte do Rei que se continuarem assim vão terminar mal. Diante disso, o sacerdote manda embora Amós, o que levou o homenageado a lembrar da missão que cada um tem, diante das guerras, da insatisfação, do povo dividido, mostrando diante disso a importância da família de Deus, fazendo um chamado a querer a felicidade do outro. Reconhecendo a existência de muitas carências, ele disse que “a carência maior é de amor, as pessoas não se sentem amadas, e quem não é amado, não ama”, fazendo um chamado a anunciar, a levar para frente essa proposta de Deus. Dom Luiz Soares Vieira lembrou que 64 anos atrás foi ordenado padre, com 22 anos de idade, sendo chamado com 47 anos ao episcopado na diocese de Macapá, momento em que ele se perguntou o que iria fazer, respondendo que isso era um serviço ao povo de Deus, o que lhe levou a escolher como lema: “Servir e não ser servido, insistindo em não servir-se da Igreja. Ele disse ter passado 21 anos em Manaus muito bons mesmo, dizendo ter muitas saudades daquele tempo. Como emérito ele disse ter rezado muito pelo povo de Manaus, “para que vocês vivam aquele projeto de Deus”, viver a família de Deus, chamando na Amazônia a se perguntar “como vamos conservar a nossa casa que está sendo depredada”. Ele disse que sua vida mudou vindo para Macapá, enfatizando a riqueza do povo, da região, e sua chegada em Manaus numa época de grande crescimento populacional da cidade, lembrando a falta de forças da arquidiocese para acompanhar. Diante disso destacou o trabalho dos padres, religiosos, religiosas, a generosidade de algumas paróquias que fundaram áreas missionárias para levar para frente, com leigos que fundavam comunidades, com o que ele disse ter aprendido. Do aprendido em Manaus destacou que “há coisas que são muito importantes, há coisas que são menos importantes e há coisas que são essenciais”. Junto com isso, ele disse ter aprendido “a hospitalidade, como vocês sabem receber as pessoas”, algo que ele disse ter marcado sua vida. Dom Luiz Soares agradeceu os bispos, os padres, a Vida Religiosa, o laicato, pelo bem que fizeram em sua vida, pedindo que o povo “seja esse projeto de Jesus de serem todos irmãos e irmãs de Jesus, filhos do Pai Eterno, animados pelo Espírito Santo, e vivendo esse caminho de Jesus”. No final da celebração o arcebispo emérito recebeu as homenagens de representantes do laicato, da Vida Religiosa, do clero, o que foi agradecido por dom Luiz Soares Vieira, que mais uma vez mostrou sua felicidade pela comemoração dos 40 anos de ministério episcopal. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

No 8º Encontro Nacional da PASCOM Brasil é lançado o 14º Muticom em Manaus

O 8º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom Brasil), que de 12 a 14 de julho reuniu em Aparecida (SP), pasconeiros e pasconeiras de todo o país, foi encerrado neste domingo. A celebração eucarística deu início aos trabalhos do último dia, uma celebração presidida pelo bispo de Campo Limpo e presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Valdir José de Castro. No final da celebração, Marcus Tullius, coordenador da Pascom Brasil, passou seu cargo para Janaina Gonçalves, que até o momento era vice coordenadora. Os participantes refletiram sobre o tema “Artesão da comunhão: a comunicação eclesial num ambiente polarizado”, com a assessoria da Ir. Joana Puntel. Segundo a religiosa paulina, “a comunhão que partilhamos encontra as suas raízes mais profundas no amor da Trindade”. A religiosa ressaltou que “comunhão é o encontro e a interação entre as mulheres e os homens que formam o povo de Deus”, fazendo um chamado para que o agente pastoral da comunicação busque viver em comunhão. A religiosa enfatizou que a polarização religiosa coloca em jogo uma ruptura do modelo eclesiológico. Ela advertiu contra os fundamentalismos que são criados, advertindo que as Fake News estão presentes nas práticas dos influenciadores digitais católicos. Daí ela chamou a ser artesão, aquele que lida com a arte de construir comunhão, pedindo uma formação mais alargada, compromissada. Isso porque é o momento da profecia, com a que Deus deu força ao povo ao longo da história, lembrou a Ir. Joana Puntel, que desafiou a viver a profecia no mundo de hoje. Quase no final do encontro, a Arquidiocese de Manaus revelou a identidade visual do 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), sendo abertas as inscrições. O evento está marcado para 25 a 28 de setembro de 2025, em Manaus, com o tema “Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade“.  A 14ª Edição será realizada na Arquidiocese de Manaus e já conta, nessa fase inicial, com o apoio da Pascom Brasil, Signis Brasil e a Rede Amazônica de Televisão. Segundo a Comissão para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “o Muticom é um evento que reúne agentes de pastoral, profissionais, estudantes e entusiastas da comunicação de todo o Brasil. Ele é um espaço privilegiado para a troca de experiências, aprendizado e reflexão sobre os desafios e as oportunidades no campo da comunicação social”. Igualmente, lembra que “durante o mutirão, são realizados palestras, oficinas, painéis de debate e apresentações de trabalhos acadêmicos, experiências de comunicação popular, apresentações culturais e feiras e gastronomia local, cobrindo uma ampla gama de temas relevantes para o setor e expressões culturais”. “Um mutirão é uma prática comunitária, com um espírito baseado na solidariedade, cooperação e no senso de comunidade, onde todos contribuem com seu tempo, saberes e esforços em troca de aprendizados comuns. É uma forma de fortalecer os laços comunicacionais e promover a interdependência entre os participantes. Com isso, o Mutirão Brasileiro de Comunicação promove a integração entre diferentes setores da comunicação”, lembram desde a Comissão. Ana Cristhina Dias Bezerra, membro da coordenação da Pascom Arquidiocesana de Manaus, apresentou a arquidiocese como “uma Igreja com rosto missionário e vocacional, que convive em meio a uma grande metrópole cercada pela mata da nossa casa comum”. A pasconeira convidou a “fazer deste 14º Muticom uma experiência única em Manaus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “O Reino de Deus não é formado por um, mas por um povo, por uma assembleia de fiéis”

Lembrando que “Jesus chama e envia os doze. Foram chamados e enviados”, iniciou o cardeal Leonardo Steiner a homilia do 15º Domingo do Tempo Comum. Segundo ele, “na raiz de todo chamado e envio está a graça do encontro. A iniciativa não é do discípulo, mas do mestre que é Jesus. Ele busca, ele chama, ele convida, ele atrai. Para ser discípulo e ser enviado ele é atraído para participar do caminho, da vida de Jesus, do Reino. Discípulo que é discípulo sente-se encontrado por Jesus e, porque encontrado o segue”. Citando o Documento de Aparecida, ele disse que encontro é “um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”, destacando no mesmo documento que um “acontecimento fundante e encontro vivificante com Cristo, manifestado como novidade de vida e de missão de todas as dimensões da existência pessoal e social. Isto requer, a partir de nossa identidade católica, uma evangelização”. Na primeira leitura, o arcebispo de Manaus ressaltou o tocante testemunho de Amós: “Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas vaqueiro e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor tomou-me de detrás do rebanho e me disse: Vai profetizar a meu povo Israel.” Nesse texto, “Amós a nos indicar que o chamado é graça, é escolha de Deus. Não importa o valor da função, o status que está a exercer, o seu preparo. O que importa é o que o chamado faz com aquele que foi atraído, com aquele que foi chamado. Deus faz de um plantador de figos e um cuidado de gado um profeta. Não é tanto o que fazia, mas o que Deus agora pede que o faça”, disse o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Algo que segundo dom Leonardo também aconteceu com os discípulos: “Pedro, Tiago, João: eram pescadores; Mateus era cobrador de impostos. Jesus que chama e aquele que se sente chamado responde. Responde na condição em que vive. E porque aceita o chamado, pode ser enviado”. Ele disse que “no chamado existe um mistério do desígnio do agrado, do bem-querer de Deus! É benevolência de Deus, pois chamado é gratuidade. E a resposta é de gratuita, alegre, cheia de gratidão. O dar-se conta de ser visto, escolhido e amado por Deus desperta a alegria suave e benfazeja; uma resposta, uma correspondência de gratuidade. Não só o chamado é do Senhor, mas também o envio. O chamado-envio é de Jesus. Ninguém se chama e se envia a si mesmo”. “A vocação e a missão nascem com o chamado. No chamado nasce o profeta e na profecia recebe as palavras necessárias para o anúncio. No chamado nasce o discípulo, no chamado nascemos todos nós que seguimos a Jesus. No chamado há um envio, um desalojar, um sair para seguir e no seguir existe um segundo sair para testemunhar, ser presença de quem chamou”, ressaltou o cardeal Steiner. Relatando o feito pelos apóstolos, ele disse que “partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram demônios, ungiram os doentes e curaram. Partiram porque enviados, enviados porque chamados. Chamados e responderam, conviveram, escutaram e entraram nos ensinamentos. Chamados, enviados, pregadores. Pregadores, porque chamados e responderam. Mas, para a pregação não basta o chamado, a resposta e o envio. No envio existe uma riqueza que pede liberdade para o caminho, para as palavras, para as curas”. Nesse sentido, o arcebispo de Manaus afirmou que “tanto no chamado quanto no envio percebemos uma liberdade: ‘Deixa teu pai e tua mãe!’; ‘nem pão, nem alforje, nem dinheiro!’. Existe uma dinâmica de relação que desperta para um despojamento para um revestimento. Despojamento para participação no discipulado; um despojamento para o envio missionário. É a possibilidade de participação e plenificação!” O cardeal mostrou que Papa Francisco nos ensina que “o estilo do missionário, tem dois pontos essenciais: ‘a missão tem um centro; a missão tem um rosto. O discípulo missionário tem antes de mais um centro de referência, que é a pessoa de Jesus. A narração indica isto usando uma série de verbos que têm a Ele como sujeito — «chamou», «enviou-os», «dava-lhes poder», «ordenou», «dizia-lhes» (vv. 7.8.10) — de modo que o ir e o agir dos Doze aparecem como o irradiar-se de um centro, o repropor-se da presença e da obra de Jesus na sua ação missionária. Isto manifesta que os Apóstolos nada têm de seu para anunciar, nem capacidades próprias para demonstrar, mas falam e agem porque foram «enviados», enquanto mensageiros de Jesus. (…) A segunda característica do estilo do missionário é, por assim dizer, um rosto, que consiste na pobreza dos meios. O seu equipamento responde a um critério de sobriedade. Com efeito, os Doze receberam a ordem de «que nada levassem para o caminho a não ser um cajado: nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto» (v. 8). O Mestre quis que eles fossem livres e ligeiros, sem apoios nem favores, com a única certeza do amor d’Aquele que os envia, fortalecidos unicamente pela sua palavra que vão anunciar. O cajado e as sandálias são o equipamento dos peregrinos, porque eles são mensageiros do reino de Deus, não empresários onipotentes, não funcionários rigorosos nem estrelas em tournée. (…) Não eram funcionários nem empresários, mas trabalhadores humildes do Reino.’” Citando o texto evangélico: “Começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros.”, dom Leonardo destacou que “são muitos os espíritos impuros: o nosso modo de perder a interioridade, a liberdade, a misericórdia, a presença consoladora; o modo de estar nas relações de modo violento, desagregador; esse modo onde acabamos arruinando a nós mesmos, nos perdendo a nós mesmos; acharmos que temos o controle de tudo, mas na realidade perdidos até de nós mesmos, fechados num mundo envelhecido, destruído, escravizado. Esses espíritos que nos tornam ‘possessos’ na expressão de Dostoievsky. Sim, tomados pelo modo desagregador, incapazes de nos relacionarmos amorosamente, sem domínio. Os espíritos impuros que, às vezes, nos dominam, deles devemos ser libertos.” Segundo igualmente o texto do Evangelho: “Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não…
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