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Dia: 22 de julho de 2024

Inicia Curso de Realidade Amazônica em Manaus, “para começar o processo de integração nesta terra”

A Faculdade Católica do Amazonas, em parceria com o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), a Comissão Episcopal da Amazônia (CEA) e em comunhão com a Rede Eclesial Panamazônica (REPAM), realiza no Centro de Formação de Lideranças da Arquidiocese de Manaus, Maromba, de 21 de julho a 04 de agosto, o Curso de Realidade Amazônica. São 23 participantes, procedentes de diversas regiões do Brasil e de diferentes países da África, da Ásia, da América Latina e da Europa, que irão trabalhar na arquidiocese de Manaus, nas dioceses de Alto Solimões, Parintins e Roraima, e na prelazia de Tefé: 12 religiosas, uma leiga, dois leigos e sete padres. “Ao mesmo que é uma tradição antiga, já é uma história longa, ele foi iniciado em 10991, mas cada ano tem sido uma renovação. Pelo grupo que chega, que vem sempre de lugares diferentes, de lugares mais distantes”, segundo a professora da Faculdade Católica do Amazonas, Elisângela Maciel, coordenadora do curso. A experiência dos anos passados ajuda a trocar conteúdos, ampliar e intercalar questões. No grupo deste ano, o grupo maior, de diferentes congregações, irá trabalhar em diversas localidades da prelazia de Tefé. Alguns deles já tem alguns meses na Amazônia, “mas com esse anseio de fazer a missão, de abraçar a região”, salienta a professora. Diante disso, ela afirma que “a proposta do curso é aprofundar isso que eles já trazem, esse chamado que eles já trazem, e dar esse subsídio, dar essas ferramentas necessárias para que eles possam atuar da melhor maneira, com esse conteúdo, mas também com algumas práticas que a gente vai trocando ao longo do curso com atividade pastoral”, na área ribeirinha e na periferia de Manaus. Se trata de dar “experiências diferentes, ao mesmo tempo que dar um conteúdo cada vez mais aprofundado para que eles possam depois utilizar nas diversas realidades que eles vão enfrentar”, afirma Elisângela Maciel. Um dos participantes do curso é o voluntário leigo Marista, Pedro Figueiredo, chegado de Porto Alegre (RS), que mostra sua importância para “conhecer a Amazônia, um pouco da Amazônia, um pouco dos elementos da cultura da Amazônia, para começar o processo de integração nesta terra”. O curso busca formar agentes de evangelização a serviço da vida na Amazônia, desde a encarnação na realidade. Um espaço formativo de acolhida, reflexão e aprendizados para o serviço missionário na região amazônica. Se oferece “um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja”. A partir de uma metodologia sinodal, decolonial e intercultural, se estuda a realidade socioambiental, político-econômica, cultural e eclesial da Amazônia, buscando elaborar com os agentes um instrumental teórico-metodológico, necessário para o conhecimento e inserção na realidade. À luz da fé, o curso quer descobrir propostas concretas de ação libertadora e encarnação na realidade, e junto com isso estreitar a comunhão com as Igrejas, povos e culturas da Pan-amazônia, numa visão mais ampla desta vasta região. Igualmente, o curso quer abrir-se ao grande patrimônio espiritual dos povos da Amazônia e sua pluralidade. O curso será realizado numa metodologia participativa, e está destinado a agentes de pastoral inseridos nas comunidades eclesiais e serviços pastorais na região amazônica; a leigos e leigas, religiosas e religiosos, presbíteros, diáconos vindos de outras regiões para servir na Amazônia, atores sociais envolvidos com as questões amazônicas. Ao longo do curso será feito uma análise de conjuntura abordando diversas realidades; uma abordagem da antropologia e geografia amazônica; a história, cultura e sociedade da Amazônia; a espiritualidade e vozes da Amazônia. Junto com a parte teórica, os participantes do curso realizarão uma experiência pastoral nas comunidades. Na missa de abertura, o padre Cândido Cocavelli, diretor administrativo da Faculdade Católica do Amazonas, fez um chamado a ser atraídos por Jesus, por sua palavra, por seu ensinamento, que tocam, transformam vidas e atraem, a exemplo de Maria Madalena, no dia em que a Igreja celebra sua festa. Seguindo as palavras de dom Hélder Câmara, definiu os missionários e missionárias como homens e mulheres de fronteira, chamados a lançar seu olhar na realidade do mundo para enxergar no rosto do povo o rosto do Crucificado, numa Amazônia onde há muitos crucificados, que precisam ser descidos da Cruz. Ele disse aos participantes do Curso de Realidade amazônica que não podemos nos tornar insensíveis diante da vida que é espoliada, que é tirada, numa Amazônia onde está sendo desfigurada a obra do Criador, por aqueles que exploram, que devastam, que ceifam vidas, poluindo os rios, destruindo a natureza e a vida das pessoas. Junto com Madalena, fez um convite a ser anunciadores da Ressurreição, se tornar novas criaturas. Igualmente falou sobre a necessidade de reconhecer a presença feminina na Igreja, a relevância do trabalho das mulheres, mas sobretudo a maternidade, enxergar no rosto das mulheres uma Igreja que não mede esforços para servir: catequistas, ministras, que sustentam a vida de fé de tantas comunidades no interior e nas periferias das cidades da Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Procurar… Veja também Cimi lança o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil: “Assumirmos a causa indígena como a causa da Igreja” Procurar… Veja também Cimi lança o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil: “Assumirmos a causa indígena como a causa da Igreja” Dom Ionilton.   Dom Ionilton a caminho de sua nova missão como bispo da Prelazia do Marajó Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, depois de ter se despedido de Itacoatiara na tarde desta terça-feira, está a caminho de sua nova missão na.   Inicia Curso de Realidade Amazônica em Manaus, “para começar o processo de integração nesta terra” A Faculdade Católica do Amazonas, em parceria com o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), a Comissão Episcopal da.  

Cimi lança o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil: “Assumirmos a causa indígena como a causa da Igreja”

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou nesta segunda-feira, 22 de julho, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2023. São 305 povos indígenas no Brasil, com 116 registros de povos em isolamento voluntário, cada vez mais vulneráveis, diante da lógica que coloca o lucro acima da vida. Falta de direitos e de demarcação O lançamento, que foi iniciado com um ritual indígena e denúncias da falta de direitos e da toma de providências das autoridades no Mato Grosso do Sul, algo que se agrava diante da falta de demarcação das terras,  contou com a presença do arcebispo de Manaus e presidente do Cimi, cardeal Leonardo Steiner; do secretário executivo, Luis Ventura; dos organizadores do relatório, Lucia Helena Rangel e Roberto Antônio Liebgott; da cineasta e antropóloga, Ana Carolina Mira Porto; e dois representantes dos povos indígenas: o cacique na Terra Indígena (TI) Caramuru – Catarina Paraguassu, no sudoeste da Bahia, Nailton Muniz, Pataxó Hã-Hã-Hãe, e a liderança Avá-Guarani do tekoha Y’Hovy, na TI Tekoha Guasu Guavirá, no oeste do Paraná, Vilma Vera. O Relatório, organizado em três capítulos e 19 categorias de análise, apresenta um retrato das diversas violências e violações praticadas contra os povos indígenas em todo o país, acontecidas em 2023, o primeiro ano do terceiro mandato do Governo Lula, que ofereceu poucos avanços na questão indígena. De fato, a violência contra os povos indígenas no Brasil continua, segundo recolhe o Relatório. Grito de denúncia para visibilizar a realidade Daí a importância deste “grito de denúncia, que pretende dar visibilidade à situação e à realidade nos territórios indígenas, e é um grito de denúncia e é um anúncio também da resistência dos povos indígenas”, segundo Luis Ventura. “Um documento que pretende instigar e exigir àqueles que tem responsabilidades para que tomem as medidas de forma urgente para enfrentar essa violência permanente e estrutural contra os povos indígenas”, salientou o secretário executivo do Cimi. “Os povos indígenas são testemunha viva da ousadia, da perseverança da luta”, disse o cardeal Steiner. Ele denunciou como ao longo da história do Brasil “os povos indígenas foram caçados, em seguida escravizados, em seguida defendidos pelos padres jesuítas”, relatando exemplos disso, “e através da história toda do Brasil, sempre os povos indígenas foram sendo massacrados”, enfatizou o presidente do Cimi, que denunciou a morte, destruição de culturas, o desaparecimento de línguas. Ele insistiu em “levar adiante essa verdadeira missão que nós recebemos de assumirmos a causa indígena como a causa da Igreja”. Dom Leonardo Steiner disse que vivemos “um momento extremamente difícil, porque o Congresso Nacional perdeu o horizonte da ética, mas perdeu pior, perdeu a moral, porque se acha que se pode impor aos povos indígenas determinadas leis, esquecendo de que há justiça que possibilita a lei. É o direito, é a justiça, e a justiça não condiz com as leis que estão sendo gestadas e todas as tentativas que têm acontecido no Congresso Nacional”, enfatizando que a Igreja católica está junto dos povos indígenas. Um relatório que se comprometeu a entregar às autoridades brasileiras ao Papa Francisco, “como testemunho de um serviço que a Igreja presta no Brasil”. Negação e violação dos povos indígenas As lideranças indígenas presentes denunciaram a negação e violação dos povos indígenas no Brasil, “que com muitas dificuldades e com muita luta o nosso povo conquistou dentro da Constituição”, disse Vilma Vera. Situações de ódio e preconceito, que levaram a liderança indígena a perguntar “até quando o Brasil vai assistir esse massacre? Até quando a justiça brasileira vai oprimir a população indígena, criando e aprovando leis totalmente contrárias à legislação? Até quando vamos ter que perder nossos parentes?”, pedindo que a justiça cumpra com seu papel, e que a sociedade brasileira lhes ajude, que o Brasil pare de lhes matar, que evite a morte dos indígenas, inclusive crianças, que eles têm seu direito ao território e como seres humanos. Nailton Muniz, que entrou na liderança indígena em 1975 relatou a violência sofrida por ele e seu povo nesse tempo, vivendo a pior situação em janeiro de 2024. Uma situação que foi relatada pela liderança indígena, que mais uma vez denunciou que “é triste viver num país que não respeita a nossa Constituição”, e os direitos que ela garante para os povos indígenas. Isso provoca preocupação nas lideranças indígenas, que demandam organização, também espiritual, para conseguir a demarcação das terras indígenas. Isso diante da morte contínua de indígenas e a falta de providências das autoridades, chegando a dizer que “o mundo da justiça está contra nós”. Violência contra os apoiadores Ódio e violência que também atinge os apoiadores e simpatizantes dos povos indígenas, segundo relatou Ana Carolina Mira Porto. Ela denunciou a invisibilidade da questão indígena na imprensa e a impunidade diante dos ataques que sofrem os povos indígenas e seus apoiadores. Ela falou abertamente de um genocídio em curso, que provoca mortos, feridos, muita gente traumatizada. Por isso pediu autodemarcação, justiça e disso não ao Marco Temporal que vulnerabiliza ainda mais esses povos. No Brasil, o Congresso Nacional, deputados e senadores pretendem legislar para acabar com os direitos indígenas e incitando violência, segundo Lucia Helena Rangel. Ela mostrou que o relatório recolhe 150 casos de conflitos por direitos territoriais, 276 casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio, e 850 casos de omissão e morosidade na regularização das terras, 411 casos de violência, dentre eles 208 assassinatos, e junto com isso 1040 crianças até 4 anos mortas por omissão do Poder Público e 180 suicídios. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1