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Dia: 1 de setembro de 2024

Assembleia da CRB elege Ir. Gervis Monteiro coordenadora no Regional Norte1

A Vida Religiosa do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou sua assembleia eletiva na Maromba de Manaus de 30 de agosto a 1º de setembro, com mais ou menos 50 participantes. O tema da Assembleia foi “Ressignificar a Vida Religiosa Consagrada em uma Igreja Sinodal e Missionária encarnada na Amazônia”, tendo como iluminação bíblica “Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos” (Mt. 23,8). Uma Assembleia que “por se tratar de uma assembleia eletiva houve muitos momentos orantes, a convivência foi muito harmoniosa e fraterna”, segundo o bispo da diocese de Borba e referencial da Vida Religiosa no Regional Norte1, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. A temática principal foi trabalhada pela Ir. Sônia Matos com uma mística. Antes disso, a eleição deu início com a acolhida da Ir. Maria Couto e as palavras de dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Após ser aprovado o Regimento para a escolha da nova coordenação, foram se apresentando os grupos: Rede um Grito pela Vida, formadoras e formadores, Juninter, novas gerações, SAV, RACJ, leigos e leigas que participam dos carismas congregacionais; núcleos:  Manaus, Roraima, Itacoatiara, Coari, Parintins, Tefé, Borba, São Gabriel da Cachoeira e Alto Solimões; e a coordenação regional que estava encerrando seu serviço e fez um relatório das atividades realizadas. A Vida Religiosa é muito importante nas igrejas locais do Regional Norte1 da CNBB, e está presente em todas as dioceses e prelazias. O bispo referencial agradeceu o trabalho realizado pela Vida Religiosa na missão na Amazônia, parabenizando pelo trabalho que a Vida Religiosa realiza nas igrejas locais. A Assembleia foi encerrada com uma Eucaristia presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, cardeal Leonardo Steiner. A nova coordenadora da Vida Religiosa no Regional Norte1 é a Ir Gervis Monteiro, religiosa Paulina. A equipe de coordenação é formada pela Ir. Sonia Matos – ASC, o Ir. Francisco Arnold- FMS, a Ir. Elis dos Santos- SDP, a Ir. Magda Marcelino – FMA e a Ir. Terezinha Santin – MSCS. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Altevir: Mês da Bíblia, “precisa de profetas e profetizas que alimentem a esperança do pobre”

O bispo da Prelazia de Tefé, dom José Altevir da Silva, enviou uma mensagem às comunidades com motivo do Mês da Bíblia. Segundo o texto, “a vivência profunda da fé, gera verdadeira consciência da presença do Espírito Santo em nossos corações. Na força do Espírito, seremos refeitos no amor, de um jeito novo, “Eis que faço nova todas as coisas” (Ap 21,5), e seremos capazes de dar razão à nossa esperança.” O bispo insiste na necessidade de “olhar para frente, levantar a cabeça, sentir vontade de viver”, advertindo contra “uma palestra de motivação aos moldes de autoajuda, uma espécie de anestésico para a vida sofrida.” É por isso que dom Altevir sublinha que “a esperança faz da vida uma obra inacabada e uma tarefa permanente. É aquela força que nos desinstala e nos mobiliza, nos põe a caminho”. Os primeiros passos do Mês da Bíblia no Brasil se remontam a 1971, em Belo Horizonte, e desde 1976 foi assumido em âmbito nacional. Que seja realizado no mês de setembro tem a ver com São Jerônimo, tradutor da Bíblia para o latim. O bispo lembra que em 2024 será estudado o livro do Profeta Ezequiel, com o lema: “Porei em vós meu espírito e vivereis” (Ez 37,14). No livro de Ezequiel, ele destaca que “ilumina com esperança o tempo do exílio, transmite uma mensagem de esperança e de renovação”, fazendo um paralelo com a realidade do Brasil hoje, que “precisa de profetas e profetizas que alimentem a esperança do pobre. Profetas e profetizas que denunciem a agressão mortífera, que os grandes projetos, que visam o lucro pelo lucro, fazem aos territórios, aos seres humanos, ao meio ambiente, à nossa Casa Comum.” Segundo o bispo, “urgente se faz, anunciar a Palavra de Deus e a beleza de fazer ecoar no coração dos ouvintes a Palavra que renova e impulsiona à missão”, lembrando a programação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A todos, mas especialmente às lideranças, dom Altevir faz um chamado a “ir para além do contexto histórico, que possamos ser construtores desta história”, mostrando a importância de participar das formações, fazendo um convite para que na prelazia de Tefé se viva “com amor à Palavra de Deus e com esperança de renovação, a fim de que fé e vida se deem as mãos em torno da Palavra revelada.” Finalmente, o bispo de Tefé convida “a celebrar no último domingo de setembro uma Missa, destacando a importância da Bíblia nos Caminhos da Missão e no nosso fazer pastoral cotidiano”, e junto com isso, “confirmando a centralidade de Jesus Cristo, Verbo encarnado do Pai na vida de nossa Prelazia.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Em Jesus há verdade e sua sabedoria nos liberta de preconceitos, fechamentos, estreiteza”

Lembrando que “a liturgia nos devolve à meditação o Evangelho de Marcos, depois de nos ter oferecido os textos extraordinários de São João que nos conduziram a Jesus e a fazermos com Pedro a confissão: ‘A quem iremos? Só tens palavras de vida eterna’. Fomos acordados para seguirmos a Jesus, a nos alimentarmos do Pão descido do Céu”, iniciou o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, cardeal Leonardo Steiner, sua homilia do 22º Domingo do Tempo Comum. “O Evangelho que acaba de ser proclamado nos convida à escuta da palavra como quem deseja espírito e vida; nos convida a estarmos dispostos a nos deixarmos tomar pelo espírito da palavra e não impormos na palavra, normas que acabam tolhendo a liberdade e a beleza do encontro com Deus”, destacou o arcebispo. Ele lembrou que “no diálogo com alguns fariseus e escribas, Jesus confronta o legalismo que escraviza e mata, porque leva à tristeza do egoísmo individualista. Opõe e propõe a graça da Boa Nova, que orienta, protege e salva, porque leva ao encontro com o outro e com Deus”. Comentando o texto, o cardeal destacou que “as prescrições antigas compreendiam não apenas os preceitos que Deus revelara a Moisés, mas uma série de regras que desejavam indicar o significado da lei mosaica. Os fariseus e escribas aplicavam tais normas de uma forma muito escrupulosa, estreita, moralista, e as ensinavam como uma expressão de religiosidade verdadeira e autêntica. Por isso, questionam a Jesus e aos seus discípulos pela transgressão das normas, e como ouvimos, daquelas relacionadas com a purificação exterior do corpo.” “A resposta de Jesus se manifesta de modo transparente, profético, límpido”, destacou, citando o texto e lembrando as palavras de Papa Francisco: “São palavras que nos enchem de admiração: sentimos que em Jesus há verdade e que a sua sabedoria nos liberta de preconceitos, fechamentos, estreiteza e nos conduz à liberdade da fé, dos filhos e filhas de Deus”. A discussão, segundo o presidente do Regional Norte1, “se refere ao valor da ‘tradição dos antigos’ e Jesus, recordando o profeta Isaías, ensina que são ‘preceitos dos homens’, e que não deve substituir o ‘mandamento de Deus’ (v. 8). Ele a nos dizer que manter a observância exterior da lei não é suficiente para ser cristão, ser discípulo missionário, discípula missionária. Observar a ‘exterioridade’ do mandamento, corre-se o perigo de nos considerarmos melhores do que os outros pelo simples fato de observar as regras, as tradições, mesmo não amando o próximo, sendo duros de coração, autossuficientes, sem compaixão. A lei pela lei, a norma pela norma, o mandamento pelo mandamento, é estéril, pois não muda o coração na busca de justiça, da paz, na ajuda aos pobres, aos fracos, aos oprimidos. Os mandamentos indicam a direção, a orientação de uma vida digna, compassiva, santa, pois nos oferece a graça de nos abrirmos ao encontro com Deus e à Sua Palavra.” Citando o texto da primeira leitura: “Israel, ouve as leis e decretos que eu vos ensino, para que vivais e entreis na posse da terra prometida. Vós os guardareis e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência (cf. Dt 4,6-8), o cardeal disse: “sim os mandamentos de Deus, as leis de Deus, oferecem sabedoria, a graça de permanecer na terra da promessa, o Reino de Deus. Permanecer na fidelidade do caminhar de nossos pais. Em outras palavras, permanecer na sabedoria e na inteligência de viver: Espírito e vida!” “Jesus, no Evangelho nos admoesta”, afirmou, citando o texto do Evangelho: “O que torna o homem impuro não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai de seu interior” (Mc 7,15). Diante disso, ele disse que “sublinha a primazia da interioridade, ou seja, a primazia do ‘coração’. Não são coisas exteriores que nos fazem santos ou não santos, mas é o coração que expressa as nossas intenções, as nossas escolhas e o desejo de fazer tudo por amor a Deus.” Com palavras de Papa Francisco, disse: “As atitudes exteriores são a consequência do que decidimos no coração, mas não o contrário: com as atitudes exteriores, se o coração não muda, não somos verdadeiros cristãos. A fronteira entre o bem e o mal não passa fora de nós, mas sim, dentro de nós. Podemos nos perguntar: Onde está meu coração? Jesus diz: “O teu tesouro é onde está o seu coração”. Qual é o meu tesouro? É Jesus, a sua doutrina?  É o coração bom ou o tesouro é outra coisa? Portanto, é o coração que deve ser purificado e convertido. Sem um coração purificado, não se pode ter mãos verdadeiramente limpas e lábios que pronunciem palavras sinceras de amor – tudo é duplo, uma vida dupla – lábios que pronunciam palavras de misericórdia, perdão. Somente isso só pode fazer o coração sincero e purificado.” “As impurezas e todas as maldades são de nossa responsabilidade, de nosso modo de relacionar-nos com a vida, com as pessoas, com a história, com Deus. Podemos relacionar-nos de modo sadio ou perverso, fraterno ou dominador, irmanado ou destruidor. Sadio, fraterno, irmanado quando as vemos e tratamos como graça, favor, bênção, benefício, sacramentais, presença do Deus vivo e verdadeiro. Perverso, quando as tratamos como se fossem apenas coisas ou quando as tomamos fazendo-nos donos e dominadores e, pior ainda, explorando-as e destruindo-as, sem respeitar-lhes a dignidade”, sublinhou o arcebispo. Segundo ele, “a relação com as criaturas irmãs, de que fala o Evangelho, nos leva a perceber o modo como nos relacionamos, como dominadores, como destruidores, quando no coração mora o desejo do lucro, da riqueza e não da fraternidade, da irmandade. Vemos essas maldades que nascem de dentro com os garimpos, com desmatamento, o fogo criminoso, o desregramento em relação à nossa Amazônia. O desejo desenfreado em busca de riqueza e dinheiro fazem das criaturas inimigas, destruindo-as, dominando-as; destruindo a casa que é de todos. Tudo porque do coração saem maldades: cobiça, más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições, desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho,…
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