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Dia: 17 de setembro de 2024

Pastorais no Regional Norte1: Sinais de sinodalidade e ministerialidade

As pastorais, que assumem o trabalho evangelizador nas igrejas locais do Regional Norte1, são um elemento decisivo na caminhada. Na Assembleia Regional, que acontece de 16 a 19 de setembro na Maromba de Manaus, foi apresentado os passos dados pelas pastorais presentes no Regional. Diversas pastorais mostraram o percurso percorrido no último ano: Pastoral da AIDS, Rede um Grito pela Vida, Pastoral Vocacional, Animação Bíblico Catequética, Pastoral Familiar, Pastoral do Migrante, Pastoral da Juventude, Pastoral da Pessoa Idosa, Conselho do Laicato, Pastoral do Menor, CEBs, Caritas, Conselho Indigenista Missionário, Comissão Pastoral da Terra, Comissão dos Presbíteros, Conselho Missionário Regional, Pastoral da Saúde e Pastoral Carcerária. Cada pastoral deu a conhecer, junto com os passos dados, os elementos que ajudam a identificar a ministerialidade nas pastorais, relatando os ministérios presentes e os passos que estão sendo dados para o avanço dessa ministerialidade, tendo como fundamento o Documento Final do Sínodo para a Amazônia, a Querida Amazônia e o Documento de Santarém 2022. As pastorais mostraram o papel fundamental das mulheres no trabalho evangelizador da Igreja, as mulheres são grande maioria entre os agentes das pastorais. Essas pastorais exercem diversos serviços, e, em muitos casos, exercem o ministério da escuta, do cuidado, especialmente com os vulneráveis. A ministerialidade se manifesta na participação coletiva, feminina e colegiada. Uma Igreja ministerial construída a partir das diversas vocações, que devem ser acompanhadas, que se concretiza assumindo os diversos ministérios, fomentando o protagonismo de todos e todas. Essa reflexão sobre a ministerialidade tem sido assumida por algumas pastorais, adotando ministérios que vão além do espaço eclesial. Vivenciar o Ano Jubilar, que não pode se esquecer que é uma experiência bíblica, é um dos elementos mais importantes da Igreja em 2025. Depois da abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma, no dia 24 de dezembro de 2024, as igrejas locais são convidadas a fazer essa abertura em nível local e programar seu calendário de atividades. O seguimento das atividades em Roma poderá ser realizado a través do site criado pelo Vaticano, apresentado aos participantes da Assembleia Regional Norte1. O Regional também quer programar alguma atividade, a ser realizada durante a Assembleia Regional 2025, para comemorar o Jubileu, sendo feitas algumas propostas. O Jubileu, que em 2025 tem como tema “Peregrinos da Esperança”, é uma peregrinação, que pode ser até um lugar, mas também até as pessoas, um caminhar com esperança. Para aprofundar no Jubileu, existem algumas propostas, como são as elaboradas pela arquidiocese de Manaus, apresentadas como possibilidades para outras igrejas locais: o estudo dos cadernos do Concilio Vaticano II, a leitura da bula de indicação do ano Jubilar 2025 e o texto Misericordiae Vultus, seminários sobre o Ano Jubilar, instituir os missionários da misericórdia, e especial atenção ao Sacramento da Reconciliação. Os participantes da Assembleia Regional Norte1 também conheceram o processo e conclusões da 6ª Semana Social Brasileira, que refletiu sobre Economia, Soberania e Democracia, sendo apresentados os passos dados ao longo do processo, marcado por Terra, Teto e Trabalho como grandes temas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ministerialidade no Regional Norte1: Modo de expressar a identidade como Igreja e responder aos sinais dos tempos

As assembleias, que em 2024 está sendo realizada de 16 a 19 de setembro na Maromba de Manaus, sempre são um momento marcante na caminhada da Igreja do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Em 2024, 80 representantes das nove igrejas locais e das pastorais participam da assembleia, mais uma expressão da profunda comunhão existente no Regional, que se concretiza em tantas iniciativas comuns que acontecem. Um Igreja Regional iluminada pela metáfora do corpo e seus membros, que São Paulo usa na Carta aos Coríntios, passagem lida na Eucaristia do dia, presidida pelo bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira, dom Edson Damian. Ele destacou que “a fonte de tudo está no batismo”, da diversidade que garante a unidade, lembrando que a assembleia tem como um dos seus objetivos “descobrir e reconhecer novos ministérios, tão necessários para as nossas comunidades”, insistindo em que as mulheres participem deles, que desde a primeira Igreja tem sido protagonistas na missão da Igreja, também na Igreja da Amazônia. Dom Edson Damian disse que ao longo da história a Igreja foi discernindo a criação de novos ministérios para responder às necessidades que iam surgindo. Igualmente, em vista da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, o bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira, disse que o cardeal Steiner, que irá participar como membro, “certamente levará em seu coração a caminhada da nossa Igreja, a nossa sinodalidade, e também as conclusões dessa nossa assembleia”. Além disso, os estigmas da Amazônia e dos povos que a habitam. Igualmente, dom Edson Damian, comentando o Evangelho do dia, destacou três palavras do Papa Francisco que definem o jeito de agir de Deus: proximidade, misericórdia e ternura. Para isso o bispo pediu “que o Espírito Santo nos ensine, nos ajude, a ser semelhantes ao nosso amado irmão Jesus, agindo sempre com proximidade, misericórdia e ternura”. A caminhada do Regional se concretiza de diversos modos ao longo do ano, algo que foi recolhido no Relatório da Presidência, apresentado pelo bispo de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte1, dom Adolfo Zon, e a secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo. São os passos dados em nível universal, continental, nacional e regional, que mostram a vida que palpita nas pastorais e nas igrejas locais. Refletindo sobre a temática da assembleia, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner aprofundou a questão da “Igreja sinodal na Esperança, discípula missionária”. Ele partiu do conceito de evangelização, enfatizando que “o que nós anunciamos é o Reino de Deus”, afirmando que Jesus não pregou a Igreja, pregou o modo de ser, que é o Reino de Deus. O presidente do Regional disse que “nossas igrejas têm razão de ser porque existem comunidades que visibilizam o Reino de Deus e sua justiça”. Falando sobre missionariedade, o cardeal refletiu sobre a importância de ser enviado, de entender que a missão é recebida. Em uma Igreja discípula, com comunidades discípulas, pois, recordando as palavras do Papa Bento XVI: “discipulado e missão os dois lados de uma mesma moeda”. Se faz necessário ardor missionário para ser instrumento do Espírito na Igreja, “os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança de lado e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais”, segundo afirma Papa Francisco na Evangelii Gaudium. Falando sobre o atual processo sinodal, em que o cardeal Steiner é membro da assembleia sinodal, ele destacou que “a sinodalidade está presente na Amazônia há décadas”, vendo no Encontro de Santarém 1972 um momento decisivo nesse caminhar juntos, enfatizando que “quanto mais a Igreja é sinodal mais a autoridade cresce”. Uma Igreja Povo de Deus, que “visibiliza o todos a caminho: todos a serviço, todos a celebrar, todos a buscar, todos a anunciar, todos na fé”. Não podemos esquecer que “sinodalidade tem a ver com Povo de Deus, constituído por todos os batizados”, disse o cardeal. Ele citou Lumen Gentium, que chama a “serem casa espiritual, sacerdócio santo”, afirmando que a Sinodalidade não é uma questão restrita a organização ou funcionamento eclesial, mas pertence à própria natureza da Igreja. Uma Igreja sinodal tem que ser “lugar aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar”, uma Igreja da proximidade, que leva em consideração os ministérios, carismas, serviços e dons do Povo de Deus. Uma Igreja que tem que levar em consideração as comunidades, “é lá que acontece a vida da Igreja”, sublinhou o cardeal Steiner. Comunidades chamadas a ser “um lugar aberto, onde todos se sintam em casa e possam participar”, tendo como fundamento a encarnação e libertação, os povos originários, a casa comum, os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia, as palavras do Papa Paulo Vi, Cristo aponta para a Amazônia, ressaltando de novo a importância das comunidades e de fortalecer nelas a ministerialidade, elemento que será refletido ao longo da assembleia na busca da encarnação e libertação. A ministerialidade é o tema a ser discutido durante a assembleia, com a assessoria da Ir. Sônia Matos, e os padres Elcivan Alencar e Raimundo Gordiano, que iniciaram sua fala mostrando como essa dinâmica foi marcando a vida das igrejas do Regional e sua vocação. O número 94 da Querida Amazônia afirma que “uma Igreja de rostos amazónicos requer a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados de autoridade, que conheçam as línguas, as culturas, a experiência espiritual e o modo de viver em comunidade de cada lugar, ao mesmo tempo que deixem espaço à multiplicidade dos dons que o Espírito Santo semeia em todos”, palavras que fundamentam a ministerialidade, advogando por uma Igreja marcadamente laical. Mesmo diante dos fundamentos teóricos, existem dificuldades para concretizar a ministerialidade, mas a Igreja do Regional continua caminhando, centrada naquilo que é essencial, que façam remar juntos, segundo os ventos do Espírito, para aportar no Reino, sendo a ministerialidade o modo para em sinodalidade caminharmos segundo o Espírito, é o Espírito que vai guiando as velas. Uma Igreja sustentada no batismo, que se entende como Povo de Deus, sendo os ministérios…
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Dom Zenildo Lima, dom Hudson e dom Vanthuy participam em Roma do Encontro de novos bispos

158 bispos chegados de todo o mundo participam em Roma, de 15 a 21 de setembro de 2024, do encontro dos novos bispos: “Pastores enraizados em Cristo a serviço de uma Igreja chamada a habitar o presente e guardar o futuro”. Do curso participam os bispos auxiliares de Manaus, dom Zenildo Lima e dom Hudson Ribeiro, e o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto. Também participa o bispo de São Félix do Araguaia (MT), dom Lúcio Nicoletto, que até ser nomeado bispo era missionário na diocese de Roraima. Cada dia é marcado por uma temática: o serviço do bispo para a custódia e transmissão da fé; a Igreja no mundo em diálogo; o serviço do bispo para o desenvolvimento humano integral; reunião com Pedro; Igreja Identidade e missão. Um curso para refletir sobre a visão teológica geral do Papa Francisco sobre a transmissão da fé, a colegialidade e a sinodalidade; encontros com membros de diversos dicastérios; conhecer o relacionamento entre a Santa Sé e os diversos países; o diálogo inter-religioso e intercultural; o Sínodo dos Bispos e o Jubileu; a gestão pastoral das divisões e dos conflitos devidos a étnicos e/ou políticos, propondo itinerários de reconciliação e paz; o apostolado dos leigos; evangelização e missão; a unidade do ministério episcopal; os abusos na Igreja; o fenómeno da migração; Igreja e cultura digital; Igreja e Inteligência Artificial, dentre outros temas. Segundo dom Zenildo Lima, “para nós que já participamos de um encontro formativo oferecido pela CNBB temos agora a expectativa de considerar a tarefa evangelizadora numa perspectiva mais ampla, considerando a universalidade da Igreja e da tarefa missionária”. O bispo auxiliar de Manaus destaca “a possibilidade de compartilhar com irmãos de outras realidades bem diversas como se tem vivido o início do ministério episcopal”.  Durante o encontro, os bispos terão a possibilidade de se encontrar com o Papa Francisco na manhã da quinta-feira, que “para nós é sempre um reencontro com os caminhos traçados para a evangelização na Amazônia”, lembrando o Sínodo para a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco, em vista de novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral, que em sua assembleia sinodal, realizada em outubro de 2019, contou com a participação como auditores de dom Zenildo e dom Vanthuy. Lembrando da Assembleia do Regional Norte1, que está sendo realizada em Manaus de 16 a 19 de setembro, o bispo auxiliar de Manaus, disse que “nos sentimos em comunhão com nosso regional que apenas iniciou também sua Assembleia Regional, na busca de caminhos para uma ministerialidade que corresponda ao caminho sinodal de nossa Igreja da região”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Assembleia Regional Norte1: “Uma Igreja onde cada comunidade busca viver o Evangelho”

Leigos e leigas representando as diversas pastorais, a Vida Religiosa, presbíteros, diáconos e também os bispos estão reunidos na Maromba de Manaus para a Assembleia do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que reúne 80 participantes de 16 a 19 de setembro. Um encontro que acontece sinodalmente, segundo sublinhou o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Steiner, na Eucaristia de abertura. Ele quis trazer presente “os nossos bispos que estão em Roma, dom Zenildo, dom Hudson, dom Vanthuy, participando do encontro dos bispos novos, eles que tantas vezes nos ajudaram nas iluminações, nas discussões, nos ajudaram também na parte de síntese, nos ajudaram a encaminhar a nossa vida eclesial”. Ele pediu “que a nossa Igreja sinodal possa estar sempre a caminho na esperança”, enfatizando que “a busca de Jesus se dá na esperança de sermos salvos”. Na homilia, o cardeal destacou que na primeira leitura do dia aparece como erão as comunidades cristãs no começo. Segundo o presidente do Regional, “ali onde existe a finitude humana, existe também a fraqueza humana”, ressaltando que o texto ajuda a descobrir “aquilo que é fundamental, alimentar-se de Jesus”, pois “a comunidade celebra porque busca viver de Jesus, da sua Palavra”. O cardeal disse que “nós sabemos das fraquezas do nosso Regional, nós sabemos onde estamos, onde nos encontramos, mas sabemos mais, nós sabemos que desejamos ser uma Igreja sinodal que vive da Palavra e do Pão. Nós sabemos como Igreja que não nos reunimos em torno de nós mesmos, mas nos reunimos em torno de Jesus, que nos alimentamos de sua Palavra e dele que é pão”. É por isso, que ele pediu “que essa nossa assembleia possa expressar essa alegria de estarmos juntos porque vivemos de Jesus e de sua Palavra, e nos alimentamos da Palavra e do Pão”. No texto do Evangelho, ele destacou que “é cheio de esperança”, mostrando “um pagão que busca em Jesus a salvação de quem está a servir”. Lembrando o tema da assembleia: “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”, o arcebispo de Manaus afirmou que “caminha na esperança porque caminha no seguimento de Jesus, caminha na esperança porque procura fazer do caminho de Jesus a razão da sua vida, a razão da vida das nossas comunidades. Não é uma Igreja aérea, é uma Igreja de comunidades, é uma Igreja onde cada comunidade busca viver a sua fé, busca viver o Evangelho. A maioria das nossas comunidades vivendo da Palavra de Deus”. Uma presença-palavra que cura, que transforma, que se ouve dizer, “mas se torna presença, uma presença transformativa, cheia de esperança para as nossas comunidades”, enfatizou o cardeal, se perguntando: “Se não tivéssemos a Palavra de Deus, o que seria das nossas comunidades?”. No fato de que “na assembleia nos reunirmos em torno de Jesus e sermos uma Igreja sinodal”, está “a diversidade das vocações e dos ministérios que aqui se encontram, porque queremos ser cada vez mais uma Igreja missionária, sermos cada vez mais uma Igreja discípula, uma Igreja que vai aprendendo”. Desde 1972, lembrando o Encontro de Santarém, “uma Igreja que busca o caminho do discipulado e o caminho da missionariedade”, destacou o cardeal. Segundo o presidente do Regional, “sabemos que estamos no bom caminho e que não erramos no caminho permanecendo fiéis ao discipulado e à missionariedade”. É por isso que o cardeal pediu que “permaneçamos fiéis nessa busca”. Falando sobre a temática da assembleia, ele sublinhou que “nós durante nossa assembleia, nós desejamos aprofundar na ministerialidade das nossas igrejas”, pedindo “que esta ministerialidade seja realmente refletida, aprofundada, para que as nossas comunidades, cada vez mais, em torno de Jesus, sejam sinais de esperança”. O cardeal Steiner, lembrou sua viagem como presidente do Conselho Indigenista Missionário, na semana passada, ao Mato Grosso do Sul, onde os indígenas estão retomando as suas terras e o conflito é enorme, as mortes são muitas. Segundo o presidente do Regional, “eles desejam voltar à terra dos antepassados, porque é a terra da promessa, mas o agronegócio os recebe a bala”, ressaltando que “eles não perderam a esperança”. Finalmente, o cardeal insistiu em que “nós como Igreja sejamos sinais de esperança neste mundo em que vivemos da nossa Amazônia, com tantos conflitos, com tantas queimadas, com tanta fumaça, nós não queremos perder a esperança. Que Deus nos dê essa graça, e possamos anunciar sempre o Reino novo que é o Reino da esperança”, concluiu. Os trabalhos da assembleia iniciaram com a apresentação dos participantes, que representam as nove igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1, e também dos representantes das pastorais. Posteriormente, a secretária executiva do Regional, Ir. Rose Bertoldo apresentou a programação da assembleia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1