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Dia: 2 de outubro de 2024

Cardeal Fernández incentiva o aprofundamento do “perfil das mulheres com autoridade e poder real na Igreja” para o avanço no diaconato feminino

A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade começou cheia de intervenções, o que pressagia um trabalho árduo para os 350 membros do Sínodo, além daqueles que fazem parte das várias equipes de trabalho. Junto com a intervenção do presidente delegado do primeiro dia, Cardeal Carlos Aguiar, do Papa Francisco e do secretário do Sínodo dos Bispos, Cardeal Mario Grech, houve uma longa intervenção do relator geral, Cardeal Jean-Claude Hollerich, que conduziu os trabalhos durante boa parte da tarde, introduzindo as intervenções dos relatores dos dez grupos de trabalho criados para tratar de várias questões sobre a vida e a missão da Igreja. Discernindo juntos onde concentrar nosso olhar Hollerich partiu da premissa de que “a Segunda Sessão não é uma repetição ou mesmo uma mera continuação da Primeira Sessão, em relação à qual somos chamados a dar um passo adiante”. O cardeal luxemburguês recordou que o objetivo da Primeira Sessão era olhar nos olhos do outro, enquanto esta Segunda Sessão nos chama “a focalizar nosso olhar, ou melhor, a discernir juntos para onde direcioná-lo, indicando possíveis caminhos de crescimento pelos quais convidar as Igrejas a caminhar”. Nessa perspectiva, ele destacou que o Instrumentum laboris para a Segunda Sessão “é diferente porque nossa tarefa é diferente”. No Instrumentum Laboris para a Primeira Sessão, as perguntas eram abundantes, enquanto agora há um chamado “para dar e um convite claro para concentrar toda a nossa atenção em uma direção”. O Relator Geral enfatizou que “este não é um rascunho do Documento Final”, pois “cabe a esta Assembleia indicar onde a ênfase deve ser colocada ou sublinhada”, mas também “discutir o que precisa ser aprofundado e reformulado”. Diferenças entre o Instrumentum laboris que têm a ver com os diferentes métodos de trabalho em cada sessão, insistindo em “dar mais destaque às nossas trocas”. Um trabalho dividido em quatro módulos, lembrando também os dez Grupos de Estudo estabelecidos por decisão do Santo Padre em fevereiro, pedindo-lhes que trabalhem “de acordo com um método autenticamente sinodal”, e que ele definiu como companheiros de caminho, interlocutores e como “o primeiro fruto concreto de nosso trabalho”. O lugar das mulheres nos órgãos de tomada de decisão Hollerich explicou brevemente as várias partes do Instrumentum Laboris e suas conexões com os dez Grupos de Estudo, que têm apresentado à assembleia o trabalho realizado nos últimos meses. Entre eles, a apresentação do chamado Grupo número 5, que tratou de “Algumas questões teológicas e canônicas sobre formas ministeriais específicas”, foi particularmente notável. Em sua intervenção, o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández, apresentou o trabalho do grupo, no qual se examinou em profundidade “a questão do lugar da mulher na Igreja e sua participação nos processos de tomada de decisão na orientação da comunidade”, um tema considerado muito urgente, abordando a questão do acesso das mulheres ao diaconato. Embora demonstrando que ainda não existe “uma decisão positiva do Magistério sobre o acesso das mulheres ao diaconato como grau do Sacramento da Ordem”, também não se nega a oportunidade de continuar o trabalho de aprofundamento. Nesse sentido, analisaram em profundidade “o perfil de algumas mulheres que, na história antiga e recente da Igreja, exerceram verdadeira autoridade e poder em favor da missão da Igreja”, ressaltando que “foi um ‘exercício’ de poder e autoridade de grande valor e fecundidade para a vitalidade do povo de Deus”. Redimensionando o diaconato feminino A partir daí, Tucho Fernández enfatizou que “trata-se, então, de completar uma reflexão sobre a extensão da dimensão ministerial da Igreja, à luz de sua dimensão carismática, capaz de sugerir o reconhecimento de carismas ou a instituição de serviços eclesiais, não imediatamente ligados ao poder sacramental, mas que encontram suas raízes nos sacramentos do batismo e da confirmação”, citando uma série de mulheres de vários momentos históricos, “que contribuíram de maneira significativa para a vida do Povo de Deus”, e ao mesmo tempo “ouvindo aquelas mulheres que hoje ocupam posições de liderança dentro do Povo de Deus, bem como nas Igrejas às quais pertencem”. “À luz desses belos testemunhos, a questão do acesso das mulheres ao diaconato é redimensionada, enquanto do estudo aprofundado de seu multiforme testemunho cristão pode vir aquela ajuda necessária hoje para imaginar novas formas de ministério, a fim de ‘ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja‘”, disse o cardeal argentino, lembrando a Evangelii Gaudium. Pensar na identidade sacerdotal à luz da sinodalidad Outro elemento importante é “a revisão da Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis em uma perspectiva sinodal missionária”, abordada pelo chamado grupo número 4, que foi apresentado pelo arcebispo de Madri, cardeal José Cobo, e que é, sem dúvida, uma pedra de toque para uma Igreja sinodal, dada a dificuldade que alguns clérigos têm de viver a sinodalidade. Sobre o trabalho do grupo, ele destacou “a oportunidade de refletirmos juntos, em nossa diversidade, sobre a identidade sacerdotal, e de aprendermos a pensar sobre ela e contemplá-la à luz da sinodalidade”. Com vários elementos, eles têm trabalhado em um pequeno mosaico, afirmou Cobo, emergindo “algumas considerações gerais e algumas propostas criativas, que esperamos que possam preparar o caminho para o diálogo na assembleia”. A primeira avaliação é que “a Ratio Fundamentalis está em processo de recepção, precisa de diretrizes claras e concretas para acelerar seu desenvolvimento”, propondo como metodologia “elaborar um preâmbulo que contenha as orientações desta Assembleia Sinodal sobre o ministério ordenado em uma Igreja sinodal e missionária, e diretrizes que ajudem a implementação da Ratio e seu acompanhamento em cada lugar”. O objetivo é “continuar a aprofundar a identidade do ministério ordenado em uma perspectiva sinodal missionária”, afirmando que em cada proposta ouvimos “caminhos comuns que soam ao fundo quando se fala de formação nos seminários”. Entre eles, “o fundamento do discipulado missionário como eixo da formação, a necessidade de propor e acompanhar na identidade da missão e na fidelidade a ela, a relação como forma de definir os diversos ministérios na Igreja e no próprio ministério ordenado, e a chave da comunidade…
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Sônia Gomes de Oliveira: “É tempo de uma Igreja sinodal, uma Igreja que aproxima”

No início da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, às portas da Aula Paulo VI, onde de 2 a 27 de outubro acontece o Sínodo, a presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Sônia Gomes de Oliveira, disse que “o Sínodo não é um evento, o Sínodo é um modo de ser Igreja, e esse modo de ser Igreja nos convoca, não para esperar o final do Sínodo”. Uma Igreja que ama Sônia Gomes de Oliveira fez um chamado para que “nós leigos, leigas, desde já tenhamos esse compromisso de sair desta noite escura e gritar por todos os lugares aonde formos: Jesus ressuscitou, e se ele ressuscitou, como Madalena fez, nós podemos dizer, é tempo novo na Igreja, é tempo de uma Igreja sinodal, uma Igreja que aproxima, uma Igreja que ama, uma Igreja que chega junto daqueles e daquelas, uma Igreja com estruturas que favoreçam o encontro, o diálogo e a escuta, e nós leigos, leigas, somos responsáveis por essa Igreja”. A presidenta do laicato do Brasil afirmou que o tema central da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade é “como ser uma Igreja missionária em saída”. Tendo esse tema como ponto de partida, Sônia Gomes de Oliveira lembrou das eleições municipais que acontecem no domingo 6 de outubro no Brasil, sublinhando que “nós, leigos, leigas, somos chamados e desafiados a fazer uma mudança nesse último momento, nessa reta final”. Assumir o compromisso na sociedade Uma atitude que a presidenta do Conselho Nacional do Laicato definiu como missão, como “assumir o compromisso na sociedade”. Ela convocou os leigos e leigos do Brasil, “você, que está aí na sua casa, que está fazendo campanha nas redes sociais, saia para as ruas, favoreçam aqueles e aquelas que são cristãos leigos e leigas, que estão indecisos, ajude a definir as eleições municipais, votando em pessoas que tem compromisso com a vida, que tem compromisso com a casa comum, que tenha compromisso, principalmente com aqueles e aquelas que são os mais pobres e vulneráveis, votemos em pessoas que acreditam na defesa da vida”. Nas palavras da membro da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, uma das 10 representadas escolhidas pela região Latinoamérica e Caribe, podemos perceber a necessidade de que a Igreja sinodal, que busca crescer em missionariedade, se faça presente na vida concreta das pessoas e as ajude a concretizar um mundo melhor para todos e todas, também no exercício da boa política. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Papa Francisco: “A presença na Assembleia de membros não bispos não diminui a dimensão ‘episcopal’ da Assembleia”

Após a Missa de abertura e a explicação da metodologia a ser seguida, podemos dizer que a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade começou, na tarde desta quarta-feira, 2 de outubro, com a presença de 350 membros na Aula Paulo VI. Moldar uma Igreja: uma Igreja verdadeiramente sinodal em missão Depois de invocar o Espírito e ouvir as palavras do delegado presidente deste primeiro dia, o cardeal Carlos Aguiar, o Papa Francisco disse que a Assembleia sinodal “deve oferecer sua contribuição para que se forme uma Igreja verdadeiramente sinodal em missão, que saiba sair de si mesma e habitar as periferias geográficas e existenciais, cuidando para que se estabeleçam vínculos com todos em Cristo nosso irmão e Senhor”. Uma forte demanda, na qual Francisco expressou mais uma vez alguns dos princípios que marcam seu pontificado. Aquele que sustenta o seu magistério numa Igreja Povo de Deus, não poderia não recordar a necessidade de deixar “o Espírito Santo agir a partir do Batismo, que nos gera a todos em igual dignidade”, insistindo que “o Espírito Santo nos acompanha sempre”, como “consolação na tristeza e nas lágrimas, sobretudo  quando – precisamente pelo amor que nutrimos pela humanidade – diante do que não vai bem, diante das injustiças que prevalecem, na obstinação com que nos opomos a responder com o bem diante do mal, na dificuldade de perdoar, diante da falta de coragem para buscar a paz, caímos no desânimo,  parece-nos que não há nada a fazer e nos entregamos ao desespero.” Não condene, imite a Deus que perdoa Isso sem esquecer que “o Espírito Santo enxuga as lágrimas e consola porque comunica a esperança de Deus. Deus não se cansa, porque o seu amor não se cansa.” Francisco chamou não a condenar, mas a imitar a Deus, que “acolhe a todos, sempre, e oferece a todos novas possibilidades de vida, até o último momento”. É por isso que “devemos perdoar sempre a todos, conscientes de que a disponibilidade para perdoar nasce da experiência de ter sido perdoado”. Uma experiência de perdão vivida na Vigília Penitencial no final do retiro anterior à assembleia, diante da qual ele perguntou: “Isso nos ajudou a ser mais humildes?” A razão para isso é que “a humildade nos permite olhar para o mundo reconhecendo que não somos melhores do que os outros”. Uma humildade que é “solidária e compassiva, daqueles que se sentem irmãos e irmãs de todos, sofrendo a mesma dor, e reconhecendo nas chagas e chagas de cada um, as chagas e chagas do Senhor”. O caminho é percorrido juntos Francisco sublinhou que, desde o Pentecostes, “estamos a caminho, como ‘misericordiados’, rumo ao cumprimento pleno e definitivo do plano de amor do Pai”, sublinhando que o caminho é percorrido juntos, convencidos da essência relacional da Igreja, da gratuidade da misericórdia de Deus e, por isso, confiáveis e corresponsáveis. Francisco vê o Sínodo dos Bispos como “um sujeito plural e sinfônico capaz de sustentar o caminho e a missão da Igreja Católica, ajudando efetivamente o Bispo de Roma em seu serviço à comunhão de todas as Igrejas e de toda a Igreja”. Por sua vez, “o processo sinodal é também um processo de aprendizagem, durante o qual a Igreja aprende a conhecer-se melhor e a identificar as formas de ação pastoral mais adequadas à missão que o Senhor lhe confia”. O Bispo deve estar próximo do Povo de Deus A razão de ter convocado um número significativo de leigos e consagrados (homens e mulheres), diáconos e presbíteros, é que “o bispo, princípio e fundamento visível da unidade da Igreja particular, só pode viver o seu serviço no Povo de Deus, com o Povo de Deus, precedendo, estando no meio e seguindo a porção do Povo de Deus que lhe foi confiada”. Uma compreensão inclusiva do ministério episcopal exige que se evite o perigo da abstração e de romper a comunhão, opondo a hierarquia aos fiéis leigos. Insistindo em não buscar o “agora é a nossa vez”, ele pediu “exercitar juntos em uma arte sinfônica, em uma composição que nos una a todos a serviço da misericórdia de Deus, de acordo com os diferentes ministérios e carismas que o bispo tem a tarefa de reconhecer e promover”. Por isso, caminhar juntos, todos, insistindo muito no todos, “é um processo no qual a Igreja, dócil à ação do Espírito Santo, sensível ao acolhimento dos sinais dos tempos (GS 4), se renova continuamente e aperfeiçoa sua sacramentalidade, para ser testemunha credível da missão para a qual foi chamada”. Autoridade relacional e sinodal do bispo O bispo não pode ser “sem o outro”, porque “como ninguém se salva sozinho, o anúncio da salvação precisa de todos e de todas para ser ouvido”. Por isso, sublinhou que “a presença na Assembleia do Sínodo dos Bispos de membros que não são bispos não diminui a dimensão ‘episcopal’ da Assembleia. Muito menos estabelece qualquer limite ou derroga a autoridade própria de cada bispo e do Colégio dos Bispos”. Isso ocorre porque a autoridade episcopal deve ser exercida de maneira “relacional e, portanto, sinodal”. Por isso, disse o Papa, “o fato de estarmos aqui reunidos – o Bispo de Roma, os bispos representantes do episcopado mundial, leigos e leigas, consagrados e consagradas, diáconos e sacerdotes testemunhas do caminho sinodal, juntamente com delegados fraternos – é um sinal da disposição da Igreja em ouvir a voz do Espírito Santo”. A partir daí, ele pediu a todos que dessem uma resposta à pergunta “como ser uma Igreja sinodal missionária”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

O Sínodo é reaberto para procurar “qual a estrada a seguir para chegar aonde Ele nos quer levar”

A Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade foi reaberta. Depois de dois dias de retiro, a Praça de São Pedro acolheu a missa de abertura da Segunda Sessão, com a presença daqueles que até dia 27 irão discernir o que o Espírito está indicando para ser uma Igreja mais sinodal e missionária, uma Igreja Povo de Deus. Escutar a voz do anjo Na homilia, o Papa Francisco iniciou sua reflexão partindo de três imagens: a voz, o refúgio e a criança. Deus convida seu povo a escutar a “voz do anjo” que Ele enviou, destacou o Papa na passagem do Livro do Êxodo na primeira leitura, afirmando que “é uma imagem que nos toca de perto, porque o Sínodo é também um caminho, durante o qual o Senhor coloca nas nossas mãos a história, os sonhos e as esperanças de um grande Povo: de irmãs e irmãos nossos espalhados pelo mundo, animados pela mesma fé, movidos pelo mesmo desejo de santidade, no sentido de procurarmos compreender, com eles e para eles, qual a estrada a seguir para chegar onde Ele nos quer levar”, perguntando, “como podemos nós escutar a ‘voz do anjo’?” Francisco propôs “nos aproximarmos com respeito e atenção, na oração e à luz da Palavra de Deus, a todos os contributos recolhidos ao longo destes três anos de intenso trabalho, partilha, confronto de ideias e paciente esforço de purificação da mente e do coração”. Segundo o Papa, “trata-se, com a ajuda do Espírito Santo, de escutar e compreender as vozes, ou seja, as ideias, as expectativas, as propostas, para discernir juntos a voz de Deus que fala à Igreja”. Ele insistiu mais uma vez em que “esta não é uma assembleia parlamentar, mas um lugar de escuta em comunhão”, citando São Gregório Magno: “aquilo que alguém tem em si parcialmente, possui-o completamente um outro, e embora alguns tenham dons particulares, tudo pertence aos irmãos na caridade do Espírito”. Harmonia na diversidade O Papa vê uma condição para que isso aconteça: “libertarmo-nos de tudo o que, em nós e entre nós, pode impedir à ‘caridade do Espírito’ criar harmonia na diversidade”, afirmando que “todo aquele que, com arrogância, presume e pretende a exclusividade na escuta da voz do Senhor, não consegue ouvi-la. Pelo contrário, cada palavra deve ser acolhida com gratidão e simplicidade, para se tornar eco do que Deus deu em benefício dos irmãos”. Para isso, ele pediu “o cuidado de não transformar os nossos contributos em teimosias a defender ou agendas a impor, mas ofereçamo-los como dons a partilhar, dispostos também a sacrificar o que é particular, se isso servir para juntos fazermos nascer algo novo, segundo o projeto de Deus. Caso contrário, acabaremos por nos fechar num diálogo de surdos, onde cada um tenta ‘puxar água ao seu moinho’ sem ouvir os outros e, sobretudo, sem ouvir a voz do Senhor”. “A solução para os problemas a enfrentar não a temos nós, mas Ele”, ressaltou Francisco, que chamou a recordar que “no deserto não se brinca: se alguém, presumindo-se autossuficiente, não presta atenção ao guia, pode morrer de fome e de sede, arrastando também consigo os outros. Portanto, escutemos a voz de Deus e do seu anjo, se realmente quisermos prosseguir em segurança o nosso caminho para além dos limites e das dificuldades”. Acolher os necessitados de calor e proteção Falando sobre o refúgio, que aparece no Salmo do dia, definiu as asas como “instrumentos poderosos, com os seus movimentos vigorosos podem levantar um corpo do chão. Mas, mesmo sendo tão fortes, podem também abaixar-se e recolher-se, tornando-se um escudo e um ninho acolhedor para os filhos pequenos, necessitados de calor e proteção”, que simboliza o agir de Deus por nós e chama a imitá-lo, especialmente neste tempo de assembleia. Reconhecendo a riqueza das pessoas bem preparadas, “uma riqueza, que nos estimula, impulsiona e por vezes obriga a pensar mais abertamente e a avançar com decisão, mas também nos ajuda a permanecer firmes na fé mesmo perante desafios e dificuldades”, o Papa insistiu em que “trata-se de um dom que deve ser unido, em tempo oportuno, com a capacidade de descontrair os músculos e de inclinar-se, de modo a que cada um se possa oferecer aos outros como um abraço acolhedor e um lugar de abrigo”. Segundo o Papa a liberdade para falar espontânea e abertamente, vem da presença de amigos que amam, respeitam, apreciam e desejam ouvir o que cada um tem para dizer. Algo que vai além de uma técnica para facilitar o diálogo, pois sabendo que “abraçar, proteger e cuidar faz parte da própria natureza da Igreja, que é, por vocação, um lugar hospitaleiro de encontro”, se faz necessário na Igreja “lugares de paz e abertura”. Se tornar pequenos como uma criança Analisando a imagem da criança, que “Jesus a ‘coloca no meio’, que a mostra aos discípulos, convidando-os a converter-se e a tornar-se pequenos como ela”, ele a vê como resposta diante da pergunta sobre quem era o maior no reino dos céus, “encorajando-os a tornarem-se pequenos como uma criança”, e acolhê-las para acolher a Ele mesmo. Algo que considera fundamental, dado que “o Sínodo, dada a sua importância, de certo modo pede-nos para sermos ‘grandes’ – na mente, no coração, nas visões –, porque os temas a tratar são ‘grandes’ e delicados, e os cenários em que se inserem são amplos, universais”. Diante disso, “não podemos deixar de olhar para a criança, que Jesus continua a colocar no centro dos nossos encontros e das nossas mesas de trabalho, para nos recordar que a única maneira de estar ‘à altura’ da tarefa que nos está confiada é fazermo-nos pequenos e acolhermo-nos uns aos outros como tal, com humildade”. Isso, porque “é precisamente fazendo-se pequeno que Deus “demonstra o que é a verdadeira grandeza, aliás, o que quer dizer ser Deus”, disse o Papa, citando Bento XVI. Francisco definiu as crianças como “um ‘telescópio’ do amor do Pai”. Finalmente, ele invitou a pedir “que vivamos os próximos dias sob o sinal da…
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