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Dia: 15 de dezembro de 2024

4 Seminaristas de Alto Solimões recebem Leitorado e admissão às Sagradas Ordens

Quatro seminaristas da diocese de Alto Solimões, Camilo Jailton Martins dos Santos, Hércules Vitorino Amaro, Adelson Quirino Dias e Alex Cacau Pedrosa, deram neste 15 de dezembro um passo a mais em seu caminho vocacional. O primeiro deles, que concluiu recentemente o segundo ano de Teologia foi instituído no Ministério do Leitorado, e os outros três, que concluíram o primeiro ano de Teologia, foram admitidos às Sagradas Ordens. Camilo, indígena do povo Kokama é da paróquia São Pedro Apostolo de São Paulo de Olivença, a mesma paróquia de Adelson, que é indígena Kambeba. Hércules é do povo tikuna e pertence à paróquia São Francisco de Assis de Belém do Solimões, e Alex e da paróquia Santo Antônio de Lisboa de Santo Antônio do Iça. A celebração, realizada na catedral dos Santos Anjos de Tabatinga, foi presidida pelo bispo diocesano, dom Adolfo Zon, que definiu a Palavra de Deus do terceiro domingo do advento como “um oásis no deserto”. Ele destacou na primeira leitura o chamado a estar alegres e o anúncio que faz o profeta Sofonias da chegada de Deus e sua presença em nossa existência. O bispo falou sobre a história da evangelização na região e dos primeiros missionários que semearam a Palavra de Deus. Ele disse que a celebração era um motivo de alegria, pois filhos da terra deram um passo a mais em seu caminho vocacional. Dom Adolfo Zon explicou o significado do rito de admissão às Sagradas Ordens, afirmando que “a Igreja, a comunidade, ela se compromete em criar as condições para que estes três irmãos nossos possam um dia aceder às Sagradas Ordens”, um compromisso da Igreja que também se dá para com quem recebe o Leitorado. São passos que são dados como fruto do discernimento, segundo dom Adolfo Zoo bispo, que falou das exigências que nascem do compromisso assumido, que tem as suas renúncias, mas tem também as suas alegrias. Ele pediu o compromisso e a oração “para que estes jovens, filhos das nossas famílias, possam perseverar até o fim e o dia de amanhã ser ordenados e estar ao serviço das nossas comunidades para elas crescer”. Igualmente se referiu ao rito do Leitorado, um Ministério que tem a ver com a Palavra de Deus, refletindo sobre a importância do Ministério da Palavra e de outros ministérios, como o Ministério do Catequista, seguindo o pedido do Papa Francisco, nas comunidades da diocese de Alto Solimões. Falando sobre a alegria, o bispo disse que ela é luz do Senhor, pois é o Senhor que suscita, é o Senhor que anima, é o Senhor que conduz para onde Ele quer. Igualmente, o bispo refletiu sobre a pergunta feita a João Batista no Evangelho do dia: “E nós que devemos fazer?” Ele colocou diversos exemplos para entender o que está nos sendo pedido hoje a partir do texto evangélico, ressaltando que “a presença de Deus em nossa vida traz consequências”, mas também chamando a refletir sobre as atitudes que devem estar presentes na vida dos batizados como fruto da escuta da Palavra e da luz de Cristo que ilumina e dá sentido à nossa vida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “O caminho de Belém a nos pedir partilha, cuidado, dignidade para podermos contemplar Deus vestido de nossa humanidade”

No domingo da alegria, domingo laetare, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia afirmando que “o caminho adventício, segundo o Evangelho que nos foi proclamado, desperta um espírito novo, o desejo de mudança. Mudança que desperta a alegria de receber um novo espírito!” Ele destacou as palavras da segunda leitura: “Irmãos, alegrai-vos sempre no Senhor;” e insistia: “eu repito, alegrai-vos.”  (H 4,4-6) e da primeira leitura: “Canta de alegria, cidade de Sião, rejubila, povo de Israel” (Sf 3,14). No Evangelho, o arcebispo disse que “são três os grupos de pessoas que fazem a mesma pergunta: o que devemos fazer?: a multidão em geral, os publicanos, isto é, os cobradores de impostos, e alguns soldados.” Segundo ele, “os que ouvem a pregação de João, deixam-se tocar pelo ensinamento e se entusiasmam pelo batismo da água, como se estivessem em preparação de um novo tempo”, sublinhado que “no Advento também nós nos perguntamos o que devemos fazer?” “À multidão que pergunta pelo caminho a ser seguido, João indica o caminho da partilha, daqueles bens necessários a todas as pessoas, do necessário para viver”, disse o cardeal Steiner, citando o texto bíblico: “Quem tiver duas túnicas, dê uma, a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo”. Por isso, “duas túnicas, para duas pessoas. Uma túnica para quem anda despido, desvestido. A graça de vestir alguém, para que permaneça alguém, filho, filha de Deus. Vestir a nudez da fragilidade com a túnica do amor que sempre são duas: uma para ti e a outra para mim”, lembrou. O arcebispo questionou: “O que de mais básico que comer? O que de mais fundamental para sentir-se pessoa do que ter o necessário para viver?”, respondendo que “não necessita rastejar em busca de alimento.” Igualmente perguntou: “O que dignifica uma pessoa é ter o necessário para caminhar, manter-se de pé, poder trabalhar, servir?”, respondendo que “Sim para a multidão, para todos, para todas as pessoas vale a graça de cuidar para que todos tenham pelo menos o que comer e não deixar de viver pela dor da fome. Aquela fome que destrói e mata o humano do humano, onde desaparecem as presenças e permanece os rostos desfeitos, pois com fome da presença de um tu.” “Para a multidão a resposta da liberdade, da liberalidade: a fraternidade, a partilha, a cordialidade. Sim, aqueles gestos mais humanos que expressam a cura e a transformação.  O caminho de Belém a nos pedir partilha, cuidado, dignidade para podermos contemplar Deus vestido de nossa humanidade e alimentado pelo leite da nossa fragilidade”, enfatizou o cardeal Steiner. Ele lembrou que “os cobradores de impostos tocados pelo anúncio de João, pedem um novo caminho.” Diante disso perguntou: “E o que diz o Batista?”, respondendo com o texto do Evangelho: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. Isso Significa: “viver da liberdade e da justiça. Nada de comissões, de vantagens, de danos, de corrupção, quando se trata do dinheiro dos pobres e do dinheiro público. Tudo o que vai para além do justo e da solidariedade é injustiça, destruição, indignidade. João a nos oferecer aquela medida que condiz, que está justa e ajustada. Nos cobradores de impostos o Evangelho, talvez, esteja a nos indicar a possibilidade da pergunta do nosso agir a partir do nosso lugar de trabalho, nosso lugar de serviço, dos cargos e encargos na sociedade, mas também na Igreja. Nem demais nem de menos, mas o justo, o ajustado, a justiça. Nada de rouba, enganação, subtração do que é comum, do que é direito da pessoa.” Segundo o cardeal, “aos soldados que perguntam o que devem fazer, João a indicar o caminho: ‘Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!’” Isso deve nos levar a “não nos valermos da força, da violência; primar pela verdade, superando acusações falsas, notícias falsas. Cuidar a dignidade das pessoas, preservar a convivialidade, rejeitar tudo o que violenta a dignidade da pessoa. Pode acontecer de falsas acusações por raça, cor, religião. O convite que recebemos é o da compaixão e da verdade, pois possibilidade da convivência digna e salutar.”  Ele lembrou as palavras de Papa Francisco, “São as três respostas às três perguntas destes grupos. Três respostas para um idêntico caminho de conversão, que se manifesta em compromissos concretos de justiça e de solidariedade. É o caminho que Jesus indica em toda a sua pregação: o caminho do amor concreto ao próximo. Destas admoestações de João Batista compreendemos quais eram as tendências gerais de quem, naquela época, detinha o poder, sob diversas formas. As coisas não mudaram muito. Contudo, nenhuma categoria de pessoas está excluída de percorrer o caminho da conversão para alcançar a salvação, nem os publicanos considerados pecadores por definição: nem sequer eles estão excluídos da salvação. Deus não priva ninguém da possibilidade de se salvar. Ele está — por assim dizer — ansioso por praticar a misericórdia, praticá-la em relação a todos, e acolher cada um no abraço terno da reconciliação e do perdão.” Para o cardeal Steiner, “a pergunta ‘o que devemos fazer?’ denota também uma alegria, um despertar, um acordar para a beleza, para a admiração de uma nova vida; expressa o desejo de um novo caminho a ser seguido. E o Batista a ensinar que é preciso empreender o caminho da justiça, da solidariedade, da sobriedade: são os valores imprescindíveis de uma existência plenamente humana e autenticamente cristã.” “Pertencemos todos um pouco a cada grupo que pergunta: o que devemos fazer?”, disse o arcebispo. Isso, “porque também nós desejos de conversão, de uma vida saudável, salvífica, libertadora. O caminho do Advento a nos despertar para a necessidade do pouco. Aprender o segredo da verdadeira alegria que não consiste em ter muitas coisas, mas em sentirmo-nos amados, amadas por Deus ter-se feito nossa humanidade e proximidade. Advento como tempo de fazer-nos dom para os outros, ser graça para os outros e nos amarmos uns aos outros.” Diante da pergunta: “o que devemos fazer para despertarmos…
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