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Dia: 16 de fevereiro de 2025

Cardeal Steiner: “A bem-aventurança como caminho, como um caminhar juntos!”

No 6º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia dizendo que “Jesus desce da montanha e se encontra com a multidão na planície! Monte, subida, encontro; montanha lugar da fonte, pois lugar do encontro. Encontro com o Pai. Jesus após ter desfrutado do convívio com o Pai, no alto da montanha, sente-se impelido diante da multidão que o procura a anunciar a bem-aventurança. A bem-aventurança como caminho, como um caminhar juntos! Ele veio ao mundo para transmitir a todos que todos são bem-amados, todos são o bem querer do Pai e, por isso, bem-aventurados.” “O Evangelho a nos propor quatro bem-aventuranças e quatro ‘ais’. Bem-aventurados os pobres, bem-aventurados os que tem fome, bem-aventurados os que choram, bem-aventurados quando odiados e perseguidos. Ai de vós ricos, ai de vós os fartos, ai de vós sorridentes, ai de vós elogiados”, lembrou o arcebispo, que questionou: “o que Jesus está a nos ensinar com os ‘ais’ e com as bem-aventuranças?” O cardeal Steiner recordou que “bem-aventurados é a tradução da palavra hebraica ashrei, mas que poderia ser traduzido por a caminho, permanecer a caminho, perseverar no caminhar. No caminhar, no perseverar ser transformados, fazer a aventura da pobreza, da fome, do sofrer-chorar, do ódio da perseguição; ser bem-aventurados. É um movimento da existência humana, o caminhar na fé. Em caminhar, o estar a caminho, seria um horizonte, pois estamos caminhando, atravessando o vale da existência. Jamais parar, retroceder. A caminho os humilhados, a caminho os famintos, a caminho quando odiados, exilados, difamados. Na pobreza, na humilhação, na fome, na dor, no lamento, no choro, no desprezo, diante do sofrimento, caminhar; no quase parar, dar mais um passo. Em todos os momentos guiados, iluminados pela esperança que o ensinamento de Jesus concede. Sim, pois a esperança não decepciona.” Segundo o arcebispo de Manaus, “quando tivermos percorrido todos os caminhos, quando tivermos perseverado em todas as labutas, quando tivermos ultrapassado os desânimos, somos bem-aventurados. Ser bem-aventurado, não está no começo do caminho, mas nos tornamos bem-aventurados, nos per-fizemos bem-aventurados, ao permanecermos com Jesus. Como se tivéssemos percorrido as Veredas do Grande Sertão da vida. Veredas existem porque percorridas, trilhadas, mesmo que seja o Liso Sussarão. Percorrido, temperado, provado, purificado e até vingado, é o trilhador per-feito, per-fazido. Talvez, o dizer de Jesus no evangelho proclamado, o percorrer a planície com suas intemperanças, desilusões, mas permanecendo fiel no caminhar de Jesus. somos, então transformados, como que purificados, somos todos bem-aventurados, pois permanecemos a caminho, caminhando, de cabeça voltada para o horizonte atraente da vida com Jesus. Não nos deixamos tomar pelo desânimo, pela desagregação; não sabemos o fim, não entendemos o sofrer, não vislumbramos o fim, mas caminhamos.” Então, disse o cardeal, “Bem-aventurado poderia significar aquele que, além de entrar bem numa aventura, vai dando tudo de si, a fim de percorrer de modo correto, do começo ao fim. Só então se tornará bem-aventurado, realizado, satisfeito, não tanto por ter alcançado seu objetivo, mas por ter tido a graça de perseverar, de viver com ela, até o fim. Como no caminhar e marchar foi sendo transformado enquanto a caminho que a graça possibilitou.” Inspirado em Fernandes e Frassini, comentou: “em marcha os pobres, os humilhados! Os pobres de espírito são os humilhados do sopro. Humilhados, aqueles que na consciência pacificada de sua miséria e de seu nada herdam a mais eminente das graças divinas, o sopro sagrado, o Espírito Santo, o sopro de Deus. Os pobres no espírito, os pobres no sopro, ‘os humilhados do sopro’. Os pobres são os ‘humilhados’, mais precisamente, os ‘humildes’: aqueles cuja humildade haure o seu vigor do Sopro Sagrado, do hálito ou alento do Senhor. Entendamos os ‘humilhados’ a partir de ‘humildes’ e ‘humildes’ a partir do ‘Sopro’ do Senhor.” “Estes humildes e estes humilhados são as vítimas dos impérios do mal. Eles são vocacionados para herdar o sopro sagrado, o que faz deles membros da comunhão escatológica anunciadora e obreira, do mundo vindouro. Esta comunidade avança pela estrada da felicidade ou da infidelidade, a ideia essencial é de uma marcha avante e não de uma felicidade adquirida antecipadamente”, ressaltou. “Jesus não teria a crueldade de declarar felizes a multidão de deserdados, de opositores condenados pelas legiões romanas, por qualquer coisa que dissessem, ao suplício da cruz ou, na melhor das hipóteses, à escravidão nas galés ou nos bordéis do império. Não chamaria de felizes os homens enviados às torturas, aos massacres, genocídios, à marginalidade da sociedade. Jesus, a exemplo do salmista, convida aos homens e as mulheres da planície, daqueles que caminham em meio às tribulações e dores a se colocarem a caminho, a caminhar, a dar passos na direção do Reino de Deus, a esperança e abre a porta, introduzindo na exigência e na dinâmica da salvação, da transfiguração. Sim, porque falar de bem-aventuranças ou de felicidade na hora da partida equivale a se condenar à inação, a nunca se pôr a caminho do objetivo desejado, o Reino de Deus”, disse o cardeal inspirado em André Chouraqui. Segundo ele, “é como se Lucas estivesse a nos dizer, em marcha, a caminho, e experimentareis o quanto sois amados e desejados por Deus. Não foi na cruz que o Pai mostrou a Jesus quanto o amava. Mais; foi no alto da cruz que Jesus confessou o quanto amava o Pai.” “Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Na verdade, em marcha, os famintos de agora! Sim, sereis saciados! A confiscação constante dos romanos havia criado um estado de miséria em fome na grande maioria do povo. A situação era de quase fome absoluta. E Jesus a dizer em marcha, os famintos de agora! Sim, sereis saciados! Como andar, caminhar, esperançar na fome? E entrevemos no ensinar de Jesus a suscitar aquela força de fome de libertação e de justiça que eram generalizadas entre os pobres. Uma fome de liberdade que era maior que o do pão”, afirmou, de novo inspirado em André Chouraqui, onde ele vê “Jesus a indicar esperança,…
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Com assessoria de Dom Giuliano Frigeni, clero da Diocese de Borba realiza retiro anual

O Bispo Emérito de Parintins, Dom Giuliano Frigeni (PIME) fez a assessoria do Retiro dos Presbíteros da Diocese de Borba. O tema desenvolvido fez apontamentos a partir da “solidão” e perspectivas da necessidade que o ser humano tem de sentir-se pleno e realizado. Na temática explicativa, ficou notório que isto só é possível, se o ser humano em plenitude, viver verdadeiramente a sua humanidade que tem a sua origem e finalidade em Deus. O Retiro iniciou no dia 10 de fevereiro do corrente ano, finalizando no dia 13 com a Santa Missa. O tema abordado na sequência, foi a “Samaritana” junto ao poço, que em seu encontro com Cristo se revela a verdadeira natureza do homem; a verdadeira natureza do ‘eu’. Na continuidade do evento, a reflexão fez alusão a São Paulo, que recomenda a Timóteo que não se pode postergar o fogo que vem de Deus, deve-se reavivar o dom do Espírito, reatiçar o carisma; (2Tm 1, 6). No decorrer da partilha reflexiva os testemunhos de fé que se concretizaram em Cristo, destaque para a compreensão de que “os conceitos criam ídolos, mas os que se maravilham com Deus conhecem!“ Assim, o clero diocesano também refletiu sobre a unidade, tomando como ponto de partida a Oração Sacerdotal de Cristo (Jo 17). “Que todos sejamos um” e veremos que a solidão não existirá mais, pois permaneceremos juntos a exemplo da união entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Neste apontamento missionário, o Bispo diocesano, Dom Zenildo Luiz e os demais presbíteros desta diocese de Borba finalizaram o encontro de partilha e aprendizagem oracional. Que Maria Mãe de Deus, padroeira desta diocese, interceda junto ao Senhor por este o clero diocesano. Pastoral da Comunicação Diocesana de Borba (PASCOM)