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Dia: 27 de fevereiro de 2025

Lançamento da Campanha da Fraternidade em Manaus: “A ecologia integral é uma questão de fé”

O cuidado da Casa Comum, a promoção da ecologia integral, é uma preocupação no Magistério do Papa Francisco, um caminho assumido pela Igreja da Amazônia, pela arquidiocese de Manaus. A Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, uma temática abordada pela nona vez na Igreja do Brasil durante o tempo da Quaresma, é mais uma oportunidade para refletir sobre essa temática e sentir a necessidade de avançar no caminho da conversão ecológica. A arquidiocese de Manaus lançou nesta quinta-feira a Campanha da Fraternidade, que lembra os 10 anos da Laudato Si´, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, que sublinhou a necessidade da conversão ecológica, dado que o tempo da Quaresma nos faz um chamado à conversão, como a Igreja tem feito ao longo da história, conversão pessoal, conversão social, segundo pediu o Papa João Paulo II, e conversão ecológica, a pedido do Papa Francisco. Afirmando que “não estamos desligados, como nós sabemos pela Laudato Si, de toda a realidade em que nós vivemos”, o arcebispo de Manaus disse que “necessitamos de converter as nossas ações, as nossas relações, para criarmos um pouco mais de harmonia.” Isso porque “se continuarmos no modo como estamos de dominação e de destruição do meio ambiente, nós como Terra e como humanidade não teremos futuro.” Diante disso, ele fez um chamado à esperança, seguindo a temática do Ano Jubilar, ressaltando que “a Campanha da Fraternidade nos aponta a esperança, através da conversão ecológica.” A Campanha da Fraternidade ajuda a refletir diante das catástrofes ecológicas que aconteceram, a grande seca, as enchentes, buscando “sobre quanto seja importante cuidar da nossa Casa Comum”, disse a coordenadora de Pastoral da arquidiocese de Manaus, Ir. Rosana Marchetti. A religiosa lembrou o objetivo da campanha, que nos chama a “um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.” Um chamado “para que nós possamos deixar descansar a terra”, seguindo o espírito do ano jubilar na Bíblia. Nessa perspectiva, ela disse que “escutar o grito da terra, escutar os gritos dos pobres, é algo que interpela a nossa fé.” “Os santos padres diziam que a glória de Deus é a vida do homem e da mulher. A gente pode parafrasear dizendo que a glória de Deus é a vida de tudo aquilo que existe”, disse o bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima. Ele insistiu em que “a questão socioambiental, a questão da ecologia integral, para nós é, sim, também um problema religioso, uma questão de fé. O que está em ameaça é a glória de Deus na medida em que a vida do que existe é ameaçada.” O bispo auxiliar insistiu em que “há muito a igreja que está na Amazônia se reconhece como uma Igreja irmã da Criação”, afirmando que “toda a Igreja que está desenvolvendo sua ação evangelizadora na Amazônia entende como horizonte de realização do Reino de Deus toda a realidade criada.” Nesse sentido, dom Zemildo Lima lembrou que essa temática se fez pressente na décima Assembleia Pastoral Arquidiocesana, onde “nós reconhecemos que este horizonte da casa comum, que enfim é o horizonte do Reino de Deus, é uma condição indispensável, podíamos dizer uma condição sine qua non, para o nosso exercício de evangelização.” Uma reflexão que levou à arquidiocese de  Manaus a assumir que “é muito importante que em todos os nossos processos, processos missionários, processos formativos, processos de solidificação das nossas comunidades, processos da celebração da fé, passem por esta perspectiva ecológica, por esta perspectiva socioambiental”, levando a ecologia integral a permear toda a ação evangelizadora e a partir daí́ articular processos pastorais organizados, com ministérios do cuidado da Casa Comum, dado que “guardar a Casa Comum é também um ministério eclesial”, sublinhou o bispo auxiliar. Assim surgiu na arquidiocese de Manaus a Comissão de Ecologia Integral, que tem articulado as numerosas iniciativas presentes nas comunidades, fazendo o trabalho mais eficaz. Na frente dessa comissão está Frei Paulo Xavier Ribeiro, que a definiu como “uma tentativa de potenciar esse processo de a partir da ação evangelizadora da Igreja de Manaus, essa dimensão da ecologia integral”, um caminho que tem levado a descobrir inúmeras atividades, com adultos, jovens e crianças, citando alguns exemplos que ajudam na incidência política e no compromisso com a vida das famílias, a vida da sociedade. O frei Capuchinho destacou “o encaminhamento disso com responsabilidade, com honestidade, um critério que pode vigilumbrar ações que nos ajudam a consolidar um mundo diferente.” Na arquidiocese de Manaus, segundo relatou o coordenador de Pastoral, padre Geraldo Bendaham, estão sendo realizadas diversas atividades em volta da Campanha da Fraternidade, como está sendo a formação comunidades, áreas missionárias, paróquias, setores, regiões episcopais. Junto com isso, ele destacou a importância das novenas nas famílias, que ajudarão na conscientização, na oração, para restabelecer novamente o amor à natureza. Mais um ano, na Quarta-feira de Cinzas será realizada a abertura da campanha, que em 2025 se concretizará numa caminhada ecológica da Catedral até o Parque Rio Negro, tendo como elemento de reflexão o cuidado da água. O cardeal Steiner insistiu em que “como discípulos missionários, como discípulas missionárias, nós queremos que a ecologia faça parte da caminhada da nossa fé, para podermos assim cuidar melhor da obra que Deus entregou nas nossas mãos.” Ele falou sobre a reflexão de Papa Francisco, que faz um chamado para passar do desejo de dominar ao desejo de cultivar e cuidar. Segundo o arcebispo, “temos que ter uma relação de maior respeito, de maior cuidado, não de domínio, de destruição”, lembrando o modo de São Francisco de Assis se relacionar com as criaturas, “se relacionava como irmão e irmã”, o que deve nos levar a “retomar esse modo de uma relação fraterna com todas as criaturas.” O cardeal Steiner denunciou que “o que comanda hoje é o mercado, é a economia, é poder tirar da Natureza o mais que nós podemos, mas não em vista dos pobres, em vista de quem já tem.” Isso diante de uma realidade que nos mostra…
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A enfermidade do Papa Francisco, mais uma prova de um mundo e uma Igreja doente

  A enfermidade do Papa Francisco, uma pneumonia bilateral, que provocou seu internamento no Hospital Gemelli de Roma, tem sido uma das notícias mais impactantes nas últimas duas semanas. As reações em torno a esse fato têm que nos levar a refletir como sociedade e como Igreja e assumir as doenças que nos atingem. No final de muitas de suas mensagens e discursos, Francisco acostuma dizer “rezem por mim”, mas também é conhecido que, em diversos momentos, ele tem pedido, meio brincando, mas também fazendo um chamado a refletir, que essa oração seja a favor e não contra. Infelizmente, nos deparamos com pessoas, muitas delas que se dizem católicas, que pedem a morte do Papa e dizem rezar para que assim seja. No último domingo, o Evangelho nos levava a entender a necessidade de sermos misericordiosos, de amar sempre e a todos, inclusive aos inimigos. A gente fica pensando diante daqueles que desejam a morte do Papa, certamente com um sentimento que nunca pode vir de Deus e sim de uma ideologia que tem levado à polarização na sociedade e na Igreja. Católicos, inclusive bispos, que promovem sentimentos de ódio contra os outros, inclusive contra o Papa. Pessoas que sempre escolhem o caminho contrário àquele que nos indica o Sumo Pontífice como atitude vital. Um caminho que também é o contraponto daquilo que Deus nos diz em sua Palavra, principalmente na mensagem do Evangelho, que está claramente enfrentada com qualquer tentativa de polarização, uma atitude cada vez mais presente na sociedade e na Igreja católica e em outras Igrejas. Devemos dizer abertamente que aqueles que promovem a polarização se afastam de Deus, aqueles que fomentam sentimentos de ódio estão longe de Deus. Tudo o que nos leva a gerar esses sentimentos tem que nos fazer refletir, ainda mais pelo fato de sermos cristãos. O discipulado tem que nos levar a um compromisso com a vida, a gerar sentimentos de comunhão, a saber caminhar juntos na diversidade de pensamentos. Também tem que nos levar a refletir o excesso de vontade de mostrar que se reza pelo Papa, especialmente da parte daqueles, inclusive cardeais, que em muitos momentos tem se posicionado abertamente contra ele e desprezado suas palavras e ensinamentos. Quando alguém reza, e essa é uma necessidade na vida de todo cristão, não precisa publicá-lo constantemente. Tem pessoas que se aproveitam do mal alheio para ser mostrar, para tirar proveito. Que ele tenha recuperado sua agenda de trabalho, que continue trabalhando do quarto do hospital onde ele está internado, é um claro sinal de que sua saúde melhora e que não vai demorar para ele voltar para o Vaticano. A prudência é necessária, mas sem cair no pessimismo. Uma pessoa de 88 anos, com uma grande carga de trabalho, com doenças crónicas que arrasta por muitos anos, é normal que sofra achaques de saúde, mas isso não pode ser oportunidade para confabular e gerar notícias falsas ou interessadas. É claro que o mundo precisa de Francisco, daquele que é luz para tanta gente, daquele que é voz de tantas pessoas que nunca são escutadas e sempre são colocadas do lado de fora da história. Pensar o contrário, ainda mais rezar contra, é sinónimo de mentes doentes, que perderam sua humanidade e estão longe do Deus de Jesus Cristo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Prelazia de Itacoatiara realiza formação para a Campanha da Fraternidade 2025

A Prelazia de Itacoatiara promoveu a formação da Campanha da Fraternidade 2025, que traz como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema inspirado no livro do Gênesis: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). O encontro foi conduzido pela Irmã Rosiene Gomes de Freitas, referência das pastorais sociais do Regional Norte 1, e aconteceu no auditório do Centro Pastoral São Paulo VI. Durante a formação, os participantes foram convidados a refletir sobre a responsabilidade cristã no cuidado com a criação, promovendo a sustentabilidade e a justiça socioambiental à luz do Evangelho. O momento foi marcado por partilhas, estudo do texto-base e aprofundamento das das tematicas que nortearão as ações da Prelazia ao longo da campanha, fortalecendo o compromisso comunitário com a Casa Comum e com a dignidade de todas as formas de vida. Prelazia de Itacoatiara

Juventude Missionária realiza Ação Sem Fronteiras na Diocese de Borba (AM)

  Nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, aconteceu na Diocese de Borba a I Ação Sem Fronteiras Diocesana da Juventude Missionária, realizada na cidade de Novo Aripuanã, Amazonas. Foram dias muito significativos para os jovens e para toda a Diocese de Borba, especialmente para a Forania São Lucas, que compreende a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e a Área Missionária Santo Antônio Maria Claret. O local do encontro foi na quadra esportiva da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. A coordenação diocesana da JM foi a protagonista, conduzindo a programação da Ação Sem Fronteiras, com a assessora diocesana somando esforços nesta ação. Com alegria, participaram 35 jovens inscritos de várias paróquias, representantes da JM, da PJ e do grupo de Jovens Orionitas. Eles chegaram de barco, canoa ou carro, trazendo nas bagagens muitas expectativas, curiosidades e corações abertos. Participaram também duas assessoras da JM dos grupos de base. Além dos inscritos, tivemos a participação das lideranças e jovens locais, que acompanharam esse momento, totalizando cerca de 60 pessoas. No primeiro dia, pela manhã, ocorreu o credenciamento e as dinâmicas de integração. A abertura da Ação Sem Fronteiras aconteceu com a Santa Missa na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, seguida pela programação. Contamos com a presença do jovem Caio Eduardo Oliveira Barbosa, que assessorou o tema do encontro: “Jovens missionários, da esperança entre os povos”, com o lema: “A esperança não decepciona.” À noite, concluímos com as oficinas, realizadas por lideranças locais. Em seguida, Ir. Silvana e o jovem Antônio Ítalo deram explicações sobre o livro de orientações e o guia das visitas às famílias. Foram organizadas sete equipes para visitar as famílias das comunidades, sendo uma delas uma comunidade ribeirinha que possui a JM. Finalizamos esse momento com oração e descanso. No dia 22 de fevereiro, logo cedo, as equipes se organizaram para o momento de oração e, em seguida, partiram para a missão, realizando visitas nas casas. Durante as visitas, tiveram encontros com as lideranças das comunidades para troca de experiências. À tarde, retornamos ao local do encontro para o momento de Espiritualidade e Adoração ao Santíssimo. Concluímos a noite com a Noite Cultural, cheia de diversão, alegria e leveza, com bingo, brincadeiras e apresentações de danças regionais, entre outras atividades. No dia 23 de fevereiro, domingo pela manhã, realizamos a partilha das experiências significativas de cada equipe, um momento ímpar e profundo, de emoção, cuidado com a vida, partilha da fé e da experiência de Deus vivenciadas nas visitas às famílias, e dos desafios enfrentados na missão, especialmente para quem foi à comunidade ribeirinha. Em seguida, realizamos a avaliação, destacando muitos pontos positivos que impulsionam a caminhada, com a expectativa de continuar realizando a segunda Ação Sem Fronteiras. Após um momento de lazer, com passeio, jogo de futebol e roda de conversa, à tarde concluímos com a Celebração Eucarística na Área Missionária. Foram dias de partilha, de conhecimento, aprofundamento, espiritualidade, troca de experiências, convivência, criação de novas amizades, anúncio da Palavra de Deus, missão, falar de Jesus e sentir seu amor. Por fim, caminhamos em comunhão, numa Igreja sinodal e missionária, nesta “terra Sagrada” de Novo Aripuanã. A ação Sem Fronteiras diocesana teve o apoio do Bispo Diocesano, Dom Zenildo Pereira da Silva, da coordenação diocesana e estadual, Ítalo Goes e Caio Eduardo e a assessoria Diocesana da JM de Borba. Por Ir. Silvana Pauletti, Assessora Diocesana da JM