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Dia: 29 de abril de 2025

O túmulo de Franciscus: Uma Luz e uma Cruz para continuar acompanhando todos, todos, todos

Desde sua eleição em 13 de março de 2013, Francisco sempre foi um Papa surpreendente. Uma atitude que o acompanhou até o túmulo. A simples lápide embutida no muro de uma das quatro basílicas papais de Roma, a de Santa Maria Maior, é uma prova clara disso. As pessoas têm passado continuamente por ela desde que foi aberta à visitação, olhando para a lápide onde se lê “Franciscus”. A única companhia é a reprodução de sua cruz peitoral e uma rosa branca que parece ter ficado intacta. Uma luz na qual não são poucos os que veem a Luz do Ressuscitado, que sempre acompanhou a vida da Igreja, ilumina a atmosfera. Um túmulo escondido e pronto há dois anos Nada é improvisado. O túmulo de Francisco estava pronto há dois anos, ele mesmo havia dado sua aprovação e fornecido o dinheiro para a construção. Nada diferente do que sempre fez o Papa Bergoglio, que nunca aceitou não ser cobrado por suas contas. Era motivo de discórdia quando alguém não queria lhe cobrar. Um túmulo que pouquíssimas pessoas sabiam de sua existência. Passar em frente a ele é algo que toca o coração de todos nós que nos identificamos com o papado de Francisco. É uma mistura de tristeza e esperança. A fé nos diz que o último pontífice já está na casa do Pai. Nosso sentimento humano nos leva a sentir a falta de alguém que estava continuamente presente em nossos pensamentos, alguém em quem encontrávamos orientação. Olhando para o longo prazo Ninguém sabe o que Francisco levou com ele para o túmulo, mas também não sabemos o que ele deixou para continuar ajudando a Igreja. O Papa Bergoglio sempre teve uma visão de longo prazo, embora nunca tenha se esquecido do dia a dia, das curtas distâncias. Essa mistura de perspectivas, de pontos de vista, de sonhos, mas, ao mesmo tempo, nunca se esquivando dos problemas concretos, foi o que fez dele um Papa admirado por muitos. Ele sempre teve consciência de que não seria capaz de cumprir a tarefa que lhe foi solicitada pelos participantes do Conclave em que foi eleito. Mas ele sempre viu sua vida e os serviços que lhe foram confiados pela Igreja como parte de um processo. Um processo no qual ele se sentia como um elo em uma corrente que atravessa a história da humanidade e de uma Igreja de quase dois mil anos. Vaticano II seu roteiro Longe de qualquer protagonismo, o desafio que a Igreja enfrenta neste momento em que os cardeais precisam encontrar um sucessor é descobrir quem pode dar continuidade ao seu legado. Francisco tinha seu roteiro no Concílio Vaticano II, mas estava ciente de que ainda há um longo caminho a percorrer até que esse modo de caminhar seja compreendido e aceito por todos, todos, todos. Vivemos em um momento histórico em que a tentação de se deslumbrar com múltiplos elementos está presente em muitas pessoas. Diante disso, a meia-luz que envolve as laterais do túmulo de Franciscus nos ajuda a focar na cruz no centro. É a cruz peitoral que sempre o acompanhou em seu episcopado, primeiro em Buenos Aires e depois em Roma. É uma cruz onde a imagem do Bom Pastor se destaca, mostrando-nos a determinação que Jorge Mario Bergoglio sempre teve em carregar os mais vulneráveis, os descartados. Estender sua misericórdia Foram eles que mais se identificaram com ele, e são eles, os deserdados da terra, que estão aguardando impacientemente a chegada de alguém que não os ignorará. Alguém que tenha a misericórdia que lhe permita olhar para baixo e descobrir que há alguém jogado à beira da estrada. Alguém que não se apresse para o Templo, que não se apresse para cumprir com ritualismos dos quais os últimos poucas vezes conseguem participar. Franciscus continua a cuidar, daquele lugar escondido na parede, que aos olhos de muitos pode passar despercebido. É para lá que sempre irá aquele que se deixa iluminar pela luz que coloca no centro o sinal daquele que deu a vida por todos, todos, todos. Francisco, sabemos que seu corpo está escondido naquele lugar, mas seu espírito continua a inspirar muitas pessoas.

Sala Stampa divulga detalhes do pre-conclave que prepara eleição do sucessor de Francisco

As congregações gerais, onde os cardeais preparam o Conclave que será iniciado na tarde da quarta-feira, 7 de maio, continuaram com seus trabalhos nesta terça-feira. Estavam presentes 183 cardeais, de quais mais de 120 eleitores. Um dos participantes, que também irá entrar na Capela Sistina como eleitor, é o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner. 133 cardeais eleitores na Capela Sistina Segundo informou o diretor da Sala Stampa da Santa Sé, Mateo Bruni, dois cardeais eleitores, dos quais não foram revelados os nomes, não participarão do Conclave por motivos de saúde. Isso reduz o número de cardeais que irão entrar na Capela Sistina a 133, ficando sem contato com o mundo até a famosa fumata branca. Na congregação geral desta terça-feira teve cerca de 20 intervenções, que foram precedidas pela reflexão espiritual de dom Donato Ogliari, abade da Basílica de São Paulo Fora dos Muros. As intervenções foram principalmente sobre a Igreja e sobre os desafios a serem enfrentados pelo sucessor de Papa Francisco. Foram intervenções de cardeais de diversas procedências geográficas, ressaltando a reflexão em torno que à resposta que a Igreja pode dar. Agradecimento do Colégio Cardinalício O Colégio Cardinalício decidiu enviar um comunicado ao mundo, às autoridades e ao povo de Deus, para agradecer pela participação e pela proximidade no momento da morte de Papa Francisco. Na mensagem aparece a “gratidão pela solidariedade demonstrada no momento de dor”, afirmando que a presença dos representantes do poder político mundial “foi particularmente apreciada como uma participação na dor da Igreja e da Santa Sé pela morte do Papa e como um tributo ao seu compromisso incessante em favor da fé, da paz e da fraternidade entre todos os povos da terra”. Também agradecem a todos aqueles que trabalharam, afirmando “que contribuíram, com grande empenho e generosidade, para a preparação de tudo o que era necessário para as várias celebrações, reconhecendo que, graças ao seu trabalho, tudo ocorreu em ordem e tranquilidade”. Igualmente mostram “gratidão aos milhares de adolescentes e jovens que participaram do Jubileu no domingo, 27 de abril, demonstrando o rosto de uma Igreja viva com a vida de seu Senhor Ressuscitado, e a todo o povo de Deus que caminha com esperança rumo ao futuro”.  Foram revelados detalhes do próximo Conclave, como o juramento do pessoal que irá ajudar: os enfermeiros, pessoal litúrgico, e outras pessoas, que será no 5 de maio. Igualmente foi anunciado que a Missa pro elegendo Pontífice será no dia 7 de maio às 10 da manhã, no horário de Roma, 4 da manhã em Manaus. No mesmo dia, às 16:30 será realizada a oração previa à entrada dos cardeais eleitores na Capela Sistina.

Cardeal Steiner pede a inspiração do Espírito Santo para dar à Igreja um Papa da paz, da esperança e da misericórdia

Um homem da paz, um homem da esperança, um homem da misericórdia. Esse é o Papa que o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner gostaria fosse eleito no Conclave que inicia na quarta-feira 7 de maio. Uma eleição que está sendo preparada nas congregações gerais que acontecem até dia 6 de maio e onde participam os membros do Colégio Cardinalício. Um Papa para este tempo São 134 eleitores, depois da renúncia a participar do cardeal Antônio Cañizares, arcebispo emérito de Valência (Espanha), por motivos de saúde, e da renúncia definitiva do cardeal Ângelo Becciu, segundo foi confirmado por fonte vaticanas. Para eles, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) pede a inspiração do Espírito Santo, para que “possamos dar à Igreja um Papa nesse tempo em que nós vivemos”. O cardeal Steiner disse que “as reuniões que antecedem ao Conclave estão caminhando muito bem”. Aos poucos os cardeais, tanto os eleitores, como os cardeais que já completaram 80 anos, que participam das congregações gerais, mas não entrarão na Capela Sistina na tarde de 7 de maio, vão partilhando suas reflexões em torno à situação atual da Igreja e à figura do futuro Papa. Amor de Papa Francisco pela Amazônia O arcebispo de Manaus participou das exéquias de Papa Francisco, realizadas na manhã do sábado 26 de abril, com a participação de 250 mil pessoas, além das mais de 150 mil que acompanharam o cortejo fúnebre no caminho da Praça de São Pedro até a Basílica de Santa Maria Maior, onde foi sepultado. Sobre a figura do último pontífice, o cardeal Steiner enfatizou mais uma vez, como ele vem fazendo desde o falecimento do Santo Padre que “Papa Francisco demostrou sempre um amor tão grande pela nossa querida Amazônia”. Igualmente, o cardeal brasileiro, um dos sete eleitores brasileiros do próximo Papa, disse que “no momento da celebração lembrei de todos e todos os queridos irmãos no episcopado, de todas nossas comunidades, que tanto receberam do Papa Francisco”. Finalmente, o arcebispo de Manaus pediu “que ele do céu nos acompanhe e que Deus abençoe a todos nós”.