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Dia: 8 de maio de 2025

Papa Prevost, a escolha de Francisco para continuar o processo

A Igreja Católica tem um novo Papa. Depois de cuatro votações, o sucessor de Pedro foi anunciado, mas poderíamos dizer que, nesse caso, o sucessor de Francisco foi anunciado. O primeiro Papa latino-americano tem continuidade em alguém que cresceu em sua vocação e experiência eclesial na América Latina, especificamente no Peru. Missionário e bispo no Peru Nascido em Chicago (Estados Unidos), como jovem agostiniano escolheu o Peru para ser missionário em uma terra onde se tornou bispo da diocese de Chiclayo. Anteriormente, durante 12 anos, havia sido Superior Geral da Ordem de Santo Agostinho, período em que morou bem próximo à Praça de São Pedro, de onde uma rua separa a sede da Casa Geral dos Agostinianos. O novo papa pode ser considerado um construtor de pontes entre o Norte e o Sul, dado seu local de nascimento e missão. Mas ele também é alguém que realizou essa tarefa em nível global, já que os agostinianos realizam sua missão em todo o mundo. Essa é a função do bispo de Roma, ser um pontífice, um construtor de pontes. A secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, a teóloga argentina Emilce Cuda, que trabalhou com o cardeal Prevost desde que ele foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos mais importantes da Cúria do Vaticano, tem se dedicado a construir pontes entre o Norte e o Sul desde que chegou ao Vaticano. A escolha de Francisco Cuda não hesita em afirmar que o novo Papa “foi o escolhido de Francisco”, com quem se encontrava todos os sábados em Santa Marta. A teóloga enfatiza que “Francisco deu muitos sinais de que depositava sua confiança nele”, uma afirmação que deriva de sua proximidade com o último pontífice, com quem trabalhou diretamente. De fato, diz ela, Francisco “o colocou em um dos lugares-chave da Cúria Romana, que é o dicastério dos bispos”. Além disso, ele foi nomeado cardeal bispo, o que o fez crescer exponencialmente no Colégio de Cardeais. A secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina insiste na sensatez da escolha, pois considera o novo Papa, seu superior direto até a morte de Francisco, “uma pessoa de grande capacidade de decisão, o que não é fácil de encontrar”. Cuda o define como alguém “de poucas palavras e talvez também não muito expressivo, como todos os norte-americanos. Mas há uma distinção entre latino-americanos e norte-americanos, os primeiros falam e outros agem. Acho que o Cardeal Prevost tem a virtude de ser capaz de apoiar com ambos”, enfatiza. Carisma é a capacidade de mobilizar Sobre esse ponto, ela afirma que “embora alguns digam que ele não tem carisma, o carisma não é apenas a capacidade de fazer um show. Carisma é a capacidade de mobilizar as pessoas em uma direção e em uma ação, sem pressão, mas sim para conseguir essa conversão, para ir junto”. Para a teóloga, ter essas características “é o que nos dá a certeza de que ele pode ir adiante com o processo que Francisco iniciou”. Isso porque “o Papa disse que tínhamos que falar sobre processos, tínhamos que iniciar processos”. A teóloga argentina recorda os quatro princípios bergoglianos. “Quando Francisco disse que o tempo é superior ao espaço, esse tempo é um processo. Não se trata de ganhar esse espaço, mas de levar adiante um processo, que não termina em uma geração. É por isso que ele fala de um povo, porque é um povo que leva esse processo adiante. Acho que o Cardeal Prevost tem a capacidade de levar esse processo adiante. Não apenas por causa do desejo de continuar, mas também porque é preciso ter a mesma virtude de ser capaz de tomar a decisão certa no momento certo, como fez Francisco”. Uma pessoa corajosa Entre as capacidades do novo Papa, Cuda destaca que “ele é uma pessoa corajosa”, algo que ele diz ter visto em várias ocasiões, “onde ele não tinha medo de tomar essas decisões e assumir a responsabilidade pelas consequências que poderiam surgir”. Além disso, ela o define como “uma pessoa sensível, mas, ao mesmo tempo, carinhosa, risonha e, quando você diz a ele algo irônico, ele logo começa a rir. Quando o conheci, não achei que ele pudesse ser o Papa, mas fiquei impressionada com o frescor com que ele ri espontaneamente da ironia, das piadas. E isso fala de uma pessoa espontânea, uma pessoa natural. Ele sempre tem um sorriso no rosto”. Cuda diz que não é possível, nem se pretende, “fazer um culto à figura de Francisco, como foi feito com outros pontífices, é seguir o processo, o que também implica uma mudança. Há continuidade no processo, mas a situação histórica muda e esse processo deve ser flexível o suficiente para se adaptar a essa mudança histórica”. Por essa razão, ele não hesita em dizer que “o Cardeal Prevost não é um daqueles que vai fazer um culto a Francisco, mas vai seguir o processo, tendo a capacidade de tomar decisões para fazer as mudanças ou modificações necessárias exigidas pelo conflito histórico em um determinado momento”. Um americano para uma nova lógica global Analisando alguns dos papados recentes, a Secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina considera que “Paulo VI foi a pessoa certa em um momento em que o socialismo passou pelo voto e a Igreja tinha alguém com capacidade de dialogar com aquele momento político histórico. João Paulo II vem da Polônia, um país comunista, e travou a batalha naquele momento histórico. O Papa Francisco vem da América Latina, o berço do populismo, e teve a capacidade de lidar com essas categorias e dialogar com o populismo”. Seguindo essa lógica de análise, ela afirma que “hoje o mundo está claramente distribuído de uma forma geopolítica diferente, e acredito que quem tem a capacidade de dialogar com os Estados Unidos, com sua nova fase – alguns podem chamá-la de imperial, eu a chamo de neofeudalismo – será um norte-americano que possa falar e entender essa lógica”. É por isso que Cuda conclui que “ele é…
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Leão XIV: O papado continua na América

“Habemus Papam”, a frase mais esperada nos últimos dias, foi pronunciada pelo protodiácono, Cardeal Dominique Mamberti. Depois de cinco votações, o Cardeal Robert Prevost, que de agora em diante será conhecido como Leão XIVpareceu na Loggia Central da Basílica de São Pedro. Um norte-americano peruano Com sua eleição, podemos dizer que o papado continua na América, em toda a América, pois o agostiniano nascido em Chicago (EUA) cresceu como religioso no Peru, país onde se tornou bispo da diocese de Chiclayo entre 2015 e 2023. Uma diocese aparentemente de pouca importância, mas que agora entrará para a história como a única em que o novo Papa foi bispo. Foi lá que Francisco o procurou para assumir o Dicastério dos Bispos, um dos mais importantes da Cúria Vaticana. Antes de retornar ao Peru como bispo, onde viveu por 12 anos, em 1985 e 1986 e de 1988 a 1998, o novo Papa foi geral da Ordem de Santo Agostinho de 2001 a 2013, período em que viveu bem próximo à Praça de São Pedro, de onde uma rua separa a sede da Casa Geral dos Agostinianos. Esse aspecto destaca sua capacidade de governar por um longo período uma das maiores ordens religiosas. Um cardeal próximo a Francisco Estamos diante de um pontífice, um autêntico construtor de pontes, a quem o Colégio de Cardeais, sob a inspiração do Espírito Santo, confia para ser o sucessor de Pedro e de Francisco, com quem, nos últimos anos, ele se reuniu todos os sábados durante duas horas em Santa Marta. Encontros nos quais Francisco e o Prefeito do Dicastério dos Bispos procuraram concretizar, neste momento da história, como tornar realidade um processo que agora continua de maneira diferente, mas com o mesmo objetivo: avançar na Igreja proposta pelo Concílio Vaticano II, uma Igreja povo de Deus, uma Igreja de todos, todos, todos.

Na quarta votação apareceu a esperada fumaça branca: Habemus Papam!

A esperada fumaça branca apareceu na chaminé da Capela Sistina. Depois de quatro votações, pouco depois das 18 horas de Roma, o sinal esperado nos últimos dias surgiu, provocando o alvoroço daqueles que se encontravam em volta da Praça de São Pedro, mas também daqueles que no mundo afora olhavam nas telas das TVs, computadores e celulares. Esperando o Habemus Papam! O nome e o rosto do novo Papa serão conhecidos em pouco tempo. Se espera que em menos de uma hora, o proto diácono, o cardeal francês Dominique Mamberti, apareça na Loggia Central da Basílica de São Pedro para anunciar ao mundo quem será o novo bispo de Roma, o sucessor de Pedro, o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. Nos próximos minutos, as especulações sobre aquele que vai aparecer e tomar o foco das câmaras do mundo devem tomar conta de milhares de sites e de bilhões de celulares. Mas não adianta especular com a escolha dos 133 cardeais que entraram na Capela Sistina na tarde da quarta-feira, 7 de maio de 2025. Inicia um novo período da história da Igreja, o Papa número 267. Logo, logo iremos conhecer seu nome e nos familiarizar com aquele que até agora tinha um nome e já tem escolhido outro nome, aquele que vai lhe fazer passar à história. O que é certo é que Habemus Papam!

Depois da terceira votação a fumaça continua saindo preta

O Conclave continua, segundo constatou a fumaça preta que apareceu na chaminé da Capela Sistina cinco minutos antes do meio-dia de Roma, depois da terceira votação. Longe das duas horas de espera com relação ao horário previsto na noite da quarta-feira, a fumaça se antecipou cinco minutos ao horário previsto. 89 votos para ser eleito Nenhum dos candidatos alcançou 89 votos entre os 133 cardeais que receberam a encomenda de escolher o sucessor de Pedro, mas também o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. Nos dois últimos conclaves, o Papa Francisco foi eleito na quinta votação e no Conclave de 2005 o Papa Bento XVI foi eleito no quarto escrutínio. A fumaça foi contemplada, sob um céu romano ensolarado, por milhares de pessoas, a grande maioria turistas, sem chegar aos 45 mil que se calcula esperaram até as 21 horas no primeiro dia do Conclave. Pessoas movidas por um sentimento religioso, que reza e pede pelo novo Papa, mas também aqueles que esperam captar nos celulares um momento histórico. No meio do povo, milhares de jornalistas informam ao mundo do que está acontecendo, sem saber de fato o que está acontecendo dentro da Capela Sistina. As especulações são muitas, mas o resultado do Conclave só será conhecido quando o próximo Papa aparecer na Loggia Central da Basílica de São Pedro.

Comunicadores do Regional Norte 1 unidos para fortalecer participação no 14º Muticom e organizar a comunicação regional

Representantes da comunicação das igrejas que integram o Regional Norte 1 (Amazonas e Roraima) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniram-se online no dia 7 de maio para definir estratégias de mobilização e incentivar a participação de comunicadores no 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), agendado para Manaus (AM) de 25 a 27 de setembro de 2025. O encontro também proporcionou um diálogo sobre a articulação da comunicação no âmbito regional. Nove igrejas locais O Regional Norte 1 é organizado pela Arquidiocese de Manaus (AM) e pelas Dioceses do Alto Solimões, Coari, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Borba e Roraima. A circunscrição eclesiástica também abrange as Prelazias de Itacoatiara e Tefé, totalizando nove igrejas locais distribuídas nos estados do Amazonas e Roraima. Durante a reunião, os comunicadores dialogaram formas de divulgar o 14º Muticom e motivar a participação de agentes de pastoral, radialistas, jornalistas, influenciadores digitais, estudantes e pesquisadores da área de comunicação e todos aqueles que atuam na comunicação a serviço da evangelização. Qualificação e troca de conhecimentos A importância da qualificação e da troca de conhecimentos para articular a comunicação nas igrejas locais na Amazônia e em Roraima também foi um ponto de diálogo. O 14º Muticom, com sua temática “Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa”, ressoa profundamente com a realidade do Regional Norte 1, marcado por sua riqueza ímpar, desafios socioambientais e a cultura potente. Organização da comunicação no Regional Segundo o bispo auxiliar de Manaus e referente da comunicação no Regional Norte 1, dom Zenildo Lima, destacou a necessidade de transformar as iniciativas comunicativas nas igrejas locais “numa ferramenta mais sistematizada, quer dizer, esse levantamento do que existe de articulação da comunicação em nossas igrejas locais, poderíamos documentá-lo”. Para isso, ele sugeriu a possibilidade de um pequeno texto que recolha o que cada igreja local tem com relação à comunicação: PASCOM, Rádio, Assessoria de comunicação ou simplesmente um compartilhamento de informações. Junto com isso, destacou a possibilidade de “progressivamente ir nos apropriando do que nós temos como referencial teórico. A dinâmica de comunicação, que recolhe o Diretório de Comunicação da Igreja do Brasil, ele parece bastante conceitual, mas ele nos ajuda muito a filtrar, a ter elementos que nos fazem organizar melhor essa dinâmica de comunicação”. O bispo auxiliar de Manaus também falou da questão da articulação, buscando “como é que a partir de nós podemos ir articulando melhor a comunicação nas igrejas locais. E depois qual a possibilidade de uma articulação entre nós como grupo de responsáveis pela comunicação a partir das igrejas locais”. Finalmente, dom Zenildo Lima falou sobre a necessidade de estabelecer linhas de comunicação para a igreja do Regional Norte 1. Passos que paulatinamente devem ir avançando. Osnilda Lima / Luis Miguel Modino