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Dia: 24 de maio de 2025

Seminário das Pastorais Sociais Regional Norte 1: Formação para o cuidado da Casa Comum

As Pastorais Sociais do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) realiza seu seminário de 23 a 25 de maio de 2025 na Maromba de Manaus. O tema é “No chão da Amazônia: caminhos no cuidado da Casa Comum”, tendo como lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn. 1,31). Objetivos Um seminário que procura “contribuir na formação de lideranças para atuar no cuidado da Casa Comum, à luz dos documentos Laudato Sí, Laudate Deum, Querida Amazônia, Doc. De Santarém, Texto base da CF 2025 e dos ensinamentos propostos no Jubileu da Esperança 2025”. Junto com isso, o seminário quer fortalecer as ações de cuidado com a ecologia integral, na defesa e promoção da Vida; promover o diálogo acerca da Ecologia Integral entre as pastorais sociais; socializar aprendizados adquiridos no processo de formação e das experiências compartilhadas favorecendo maior integração entre as pastorais sociais do Regional Norte 1; e propor caminhos para o fortalecimento das ações que contribuem para a ecologia integral na Amazônia que se entrelacem à vivência do Jubileu ordinário da Esperança. Como é costume nos últimos anos no Regional Norte 1 da CNBB, o Seminário das Pastorais Sociais é um momento de reflexão ligada à temática da Campanha da Fraternidade. Com a assessoria do padre Dário Bossi, assessor da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora, o Seminário conta com 120 participantes, coordenadores/as das Pastorais e Organismos, representantes das dioceses e prelazias e lideranças, sendo o número maior os participantes da arquidiocese de Manaus. O assessor apresentou a trajetória histórica da temática do cuidado da casa comum nos documentos da Igreja, especialmente no Sínodo para a Amazônia. Oficinas e Feira da Solidariedade No Seminário acontecem seis oficinas que tem a ver com a temática da casa comum, desde diversas perspectivas e possibilidades de cuidado, como a espiritualidade ecológica, a raiz humana da crise ecológica, com foco na fraternidade e na missão. Se busca que todas as Pastorais Sociais reflitam, verifiquem o que podem fazer nas igrejas locais. Durante o Seminário acontece a Feira da Solidariedade, aberto ao público, sendo expostos trabalhos que são realizados de forma artesanal, reaproveitando resíduos, pelos grupos nas comunidades, sendo expressão de cuidado pela Casa Comum. Se busca com isso despertar para essas atitudes e ter uma consciência maior. No Seminário serão partilhadas algumas ressonâncias sobre a Pre-COP,  e serão aprofundadas algumas questões sobre a COP 30, mostrando o que é esse evento, o objetivo e papel de cada pessoa diante da COP. A fé é cuidado com tudo O Seminário é uma oportunidade para “trazer essa temática do zelo pela casa comum nas Pastorais Sociais, trabalhando, discutindo, refletindo o papel de cada um”, segundo Marcela Amazonas, pesquisadora do INPA e missionária na Comissão de Ecologia Integral da Arquidiocese de Manaus. Ela destaca que “nossa fé vivida não só na ação missionária de evangelização, mas também a partir desse cuidado com tudo que está na nossa Amazônia, porque tudo está interligado”. Um Seminário que é muito importante para “nós mulheres, porque ele renova a nossa espiritualidade, fortalece o crescimento da mulher dentro da sociedade, em casa, no trabalho”, afirma Maria do Socorro da Silva, do Rio Arari, Paróquia Cristo Rei, na Prelazia de Itacoatiara. Um momento para fortalecer a caminhada na Igreja através de conhecimento e da espiritualidade da Palavra de Deus.

Aos pés do Cristo Redentor, a RUC clama pelo “exercício da justiça ecológica, social e ambiental”

Aos pés do Cristo Redentor, cartão-postal do Rio de Janeiro, onde se reuniram de 20 a 24 de maio de 2025, na Pontifícia Universidade Católica, integrantes da Rede de Universidades para o Cuidado da Casa Comum (RUC) lançaram um chamado global por justiça climática. Foi uma oportunidade para “impactar e exigir com firmeza o cuidado da nossa casa comum, que inclui todos os seres humanos, incluindo os descartados e os desempregados”, nas palavras da secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Emilce Cuda. Uma voz coletiva diante da urgência global As 230 universidades públicas, privadas, seculares e religiosas das Américas e da Europa, a caminho da COP30 em Belém, levantaram “uma voz coletiva em resposta à urgência global”. Eles o fazem 10 anos depois da Laudato si’, momento em que se comprometem a fortalecer o caminho iniciado em 2023 com o Papa Francisco, que “os chamou a organizar a esperança” Os membros da RUC insistem que “a crise climática não é uma ameaça futura: é uma realidade presente que tem maior impacto sobre os povos e territórios mais vulneráveis“. Uma realidade que obriga as universidades a agir, dada sua “responsabilidade ética, científica, pedagógica e institucional de agir”. Dívida pública e dívida ecológica O texto faz “um apelo urgente ao exercício efetivo da justiça ecológica, social e ambiental que atenda aos clamores da Terra e dos povos mais desfavorecidos“. Ao mesmo tempo, propõem “que os Estados, as organizações multilaterais e os atores financeiros globais promovam, no âmbito do Acordo de Paris, o equilíbrio entre a dívida pública dos países menos industrializados e a dívida ecológica dos países mais desenvolvidos”. A RUC convida todos os setores da sociedade a construir diversas pontes de integração, “por meio da escuta atenta e do diálogo sincero, para concordar com estratégias globais de cuidado compartilhado”. A partir daí, eles se comprometem a “fortalecer uma educação transformadora que integre as dimensões ecológica, social, econômica, cultural e espiritual do desenvolvimento sustentável, abraçando a complexidade do presente e educando novas gerações capazes de habitar o mundo com responsabilidade, criatividade e justiça”. Tudo isso porque “não há justiça social sem justiça ecológica. Não há futuro sem comprometimento”. A voz do CELAM Esses compromissos também são assumidos pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM), como afirmou seu secretário-geral, Dom Lizardo Estrada, que disse que “não podemos mais ignorar que vivemos uma única crise, tanto climática quanto social“, que ele vê como “uma questão de justiça, de vida e de fé”. Diante da grave realidade que enfrentamos, que considera “um sintoma visível de uma profunda desordem antropológica e social”, o CELAM enfatiza que “não podemos permanecer em silêncio quando nossos povos sofrem deslocamentos, doenças e a perda de suas raízes e cultura como consequência direta da degradação ambiental. A destruição de ecossistemas é, em sua essência, mais uma forma de violência contra a dignidade humana“. Cuidando da vida Portanto, “cuidar do meio ambiente é cuidar da própria vida, porque não há saúde nem futuro sem uma Terra habitável”. Nessa perspectiva, Dom Lizardo Estrada enfatizou que “o chamado a uma ecologia integral implica uma conversão pessoal e estrutural”, convocando as universidades, “coração pensante de nossas sociedades, semeadoras de esperança e transformadoras do presente”, a irem além dos gestos simbólicos e assumirem “com coragem a missão de proteger a criação como expressão concreta do respeito à vida e da defesa da dignidade de cada pessoa”. “É hora de agir, de dar o exemplo, de viver com sobriedade e de exigir com justiça um novo modelo de desenvolvimento centrado no bem comum”, enfatizou. Tudo isso sem perder a esperança, que “não é ingenuidade nem resignação, mas uma força ativa que nos impulsiona a construir algo novo”. Para isso, ele pediu a Deus “força, sabedoria e compaixão para responder com coragem profética ao desafio ecológico do nosso tempo”.