Continuamos caminhando… Encontro da Nação Magüta
O leito do rio jogou a nosso favor, novos rostos de grande admiração e aqueles que já são uma canção, que soa e pulsa ao ritmo do tutu e do badalar do sino. Assim, nos dias 22, 23 e 24 de maio de 2025, teve início o encontro da Igreja com Rosto de Magüta “Encontro Cultural Internacional”. Irmãos da Nação Magüta, localizada na Tríplice Fronteira amazônica entre Peru, Colômbia e Brasil, participaram do evento. Com a participação ativa e animada de 40 pessoas, entre participantes e equipe de animação do evento. Tenho um compromisso na reserva indígena Umariazu, Brasil. Este encontro indígena da Nação Magüta nasceu como um espaço vital para fortalecer nossos conhecimentos tradicionais, arte, língua e práticas ancestrais, pilares fundamentais de nossa organização política, social, espiritual, territorial e cultural. Nesse ambiente de diálogo e encontro, abrimos caminhos para palavras e pensamentos, criando um espaço para o diálogo intergeracional e intercultural, onde anciãos, acadêmicos, jovens, crianças e aliados compartilham experiências e perspectivas sobre o processo organizacional da nossa nação. Um dos temas centrais deste encontro foi fortalecer o uso e o ensino da língua magüta, não apenas como forma de comunicação, mas também como ferramenta viva de transmissão de conhecimentos ancestrais que nos unem ao nosso território e aos nossos mais velhos. Da mesma forma, buscamos resgatar e valorizar nossas tradições orais, danças, músicas e artesanatos, expressões que dão vida à nossa identidade e enriquecem o tecido cultural da Amazônia. A participação ativa de toda a Nação Magüta, desde suas comunidades até suas organizações, para que este encontro reflita o compromisso coletivo de defender nossa memória, afirmar nossos direitos e dar continuidade ao nosso legado como povo indígena da Tríplice Fronteira amazônica. Os ecos dos participantes que podemos ler abaixo: – O mais importante é conhecer a nossa cultura, os nossos territórios centrais, os nossos filhos e avós. Sabendo que temos tradições como um grupo étnico como La Pelazón. Isso não pode nos faltar e temos que cuidar disso. Devemos também cuidar do nosso território, como a Selva; dela podemos nos alimentar e obter nossos remédios. Não se esqueça de que as crianças vêm depois de nós, e temos que orientá-las para que saibam de onde viemos. Outra coisa muito importante é saber tudo o que os avós podem nos dizer e dizer com suas palavras, a palavra que eles ensinam. Não podemos esquecer os clãs que são o nosso sangue. Obrigado, Moenchi. Pedro Nel Community Progress Colômbia. – Boa noite, primeiramente gostaria de agradecer a Deus. Meu nome é Gelcilene e estou participando desta reunião. É muito bom para mim; Sou estudante e isso me ajuda a continuar avançando e aprender mais sobre nossa cultura como povo, e saber mais é importante para conhecer nossas origens. Comunidade Gelcilene Umariazu Brasil. – As reuniões são muito importantes; elas nos ajudam a aprender e compartilhar cada um dos nossos costumes e tudo o que fazemos em cada país. O mais importante é que essas reuniões nos ajudem a avançar para nos tornarmos uma nação Maguta, onde somos todos irmãos e irmãs. Comunidade Roberto Yahuma Peru – Esses dias tive meu primeiro encontro com Magüta. Foi um encontro cultural onde fui recebido de braços abertos desde o primeiro momento. A distância criada pela falta de compreensão do idioma é encurtada pela experiência vivencial por meio da qual eles compartilham seu conhecimento, sua sabedoria e seu entendimento. Foi importante para mim não só porque aprendi mais sobre a cultura deles, mas porque ampliou minha compreensão do transcendente, do sagrado. Grato pela oportunidade de compartilhar. María Victoria Cisneros, Missionária Lassalista da Argentina. Este encontro não foi apenas uma reunião, mas um profundo ato de afirmação cultural e fortalecimento espiritual (conhecimento) da Nação Magüta. Ao compartilhar palavras, canções, danças, línguas e arte, reafirmamos que nosso conhecimento ancestral permanece vivo e continua a guiar nosso caminho como povos indígenas. O diálogo intergeracional permitiu construir pontes entre as memórias dos mais velhos e a energia das gerações mais novas, garantindo a continuidade da identidade coletiva. Fortalecer o uso da língua magüta, conscientizar sobre as expressões culturais e renovar nosso compromisso com nossa própria organização política e territorial nos permite projetar-nos poderosamente no futuro sem perder as raízes que nos sustentam a todos como irmãos e irmãs da mesma nação magüta. Assim, este encontro se torna uma semente e um canto: semeamos memória para que o futuro do nosso povo floresça, com dignidade, unidade e sabedoria. Equipe Facilitadora 2025