Mulheres que nas Pastorais Sociais cuidam da vida

As Pastorais Sociais representam a concretude da caridade, a caricia de Deus que se faz presente através da Igreja. Nessas pastorais, a participação das mulheres se torna decisiva. Como sucede na Igreja como um todo, também nas Pastorais Sociais predomina o rosto feminino. Exemplos disso nós encontramos em muitas comunidades, áreas missionárias, paróquias, prelazias, dioceses… Diocese de Roraima Na diocese de Roraima, Maria Helena, indígena do povo Wapichana, faz da prática da medicina tradicional um modo de concretar o cuidado de Deus para com as pessoas. Junto com outras mulheres da comunidade indígena Truaru da Cabeceira produzem xarope, pomada, tintura, garrafadas, “tudo com as plantas que temos na nossa própria comunidade. E quando nós não temos, a gente vai buscar”, disse a indígena do povo wapichana. São plantas que cultivam na horta medicinal, que conta com o apoio muito grande da diocese de Roraima e também do DISEI (Distrito Sanitário Especial Indígena). Uma parceria, que segundo ela, serve “para a gente estar buscando a melhoria para a saúde dos nossos povos indígenas, também preservando o meio ambiente”. Prelazia de Tefé Na área missionária São Francisco (Tamaniquá), na prelazia de Tefé, formada por 23 comunidades, mora Ramilda. Ela desenvolve um trabalho nas comunidades ribeirinhas, acompanhando as pastorais sociais, mas também as outras pastorais, como Catequese, Juventude. Em cada comunidade, as lideranças desenvolvem um trabalho, que é coordenado por Ramilda. Ela é ministra do Batismo, e quando demora o padre, ela é chamada também a fazer batizado nas comunidades. Ela destaca a importância do trabalho que é realizado na missão nas comunidades, “indo ao encontro das famílias nas comunidades e reivindicando o direito que as comunidades precisam”. Em uma prelazia muito extensa, o laicato, sobretudo as mulheres, fazem “esses trabalhos pastorais de encontro. de formação, de visita às comunidades”, enfatiza a missionária. Diocese de São Gabriel da Cachoeira Patrícia Lizardo Santos é indígena do Povo Baré, da diocese de São Gabriel da Cachoeira, onde vivem 23 povos indígenas. Na diocese, “nós mulheres indígenas, trabalhamos em favor da vida”, afirma. No Centro Mamãe Margarida, ela acompanha a luta das crianças, das pessoas portadoras de necessidades especiais, trabalhando com as mães, para que as crianças possam ter todas as suas habilidades. No dia a dia, passam um tempo no centro, que funciona de segunda a sexta-feira, para ajudar às mães indígenas. Ela lembra que o projeto foi implantado por dom José Song, e “hoje continua fazendo esse trabalho no nosso município”. Ela disse que as mulheres da diocese de São Gabriel da Cachoeira, “lutamos em favor da vida dos povos indígenas. Esse cuidado com a natureza, cuidado com as florestas. Nós defendemos a vida das famílias indígenas e hoje a diocese vem buscando esse meio de preservar a nossa cultura indígena dentro das nossas aldeias, dentro da cidade, para preservar o valor da vida dos povos indígenas na nossa diocese de São Gabriel da Cachoeira”.