Cardeal Steiner: “Celebrar a Santíssima Trindade é uma revolução no nosso modo de viver”

Na Solenidadeda Santíssima Trindade, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia, recordando que “depois de termos liturgicamente acompanhado o nascer, o anúncio, o sofrer, a morte, a ressurreição, ascensão de Jesus, a vinda do Espírito Santo, termos recebido a núncio das realizações do Pai, celebramos o mistério revelado de um amor: Pai, Filho e Espírito Santo.” É meu O cardeal disse que “ouvimos na proclamação do Evangelho a grandeza, a essência, a intimidade, o amor, que deixa ser a Trindade Santa: ‘Quando, porém, vier o Espírito da Verdade ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu.’ Uma vivacidade de vida, de amor que une, deixa ser comunhão das três pessoas da Trindade Santa.” Segundo o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), “a ação das pessoas da Trindade está revestida do amor. O amor que flui e eflue das pessoas é o constituir-se da realidade relacional, a conduzir à plena verdade. O perceber-se tocado pela verdade de um amor que desperta a glorificação pela ação amorosa. O que um oferta é para ou outro na oferenda ao outro, cada uma das pessoas são anúncio benevolente, salvífico. Assim, tudo o que é do Filho e do Pai e tudo o que é do Pai e do Filho, e tudo o que é do Pai e do Filho são do Espírito Santo e tudo o que é do Espírito Santo é do Pai e do Filho.” Os três são um só Deus O arcebispo de Manaus citou as palavras de Santo Agostinho em A doutrina cristã, 1.5: “o encantado com o amor da Trindade”, que nos ensina que “não é fácil encontrar um nome que possa convir a tanta grandeza e servir para denominar de maneira adequada a Trindade. A não ser que se diga que é um só Deus, de quem, por quem e para quem existem todas as coisas (Rm 11,36). Assim, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são, cada um deles, Deus. E os três são um só Deus. Para si próprio, cada um deles é substância completa e, os três juntos, uma só substância. O Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo. O Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo. E o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho. O Pai é só Pai, o Filho unicamente Filho, e o Espírito Santo unicamente Espírito Santo. Os três possuem a mesma eternidade, a mesma imutabilidade, a mesma majestade, o mesmo poder. No Pai está a unidade, no Filho a igualdade e no Espírito Santo a harmonia entre a unidade e a igualdade. Esses três atributos todos são um só, por causa do Pai, todos são iguais por causa do Filho e todos são conexos por causa do Espírito Santo.” “Na ação doativa, dativa, sem limites e sem posse e poder, tudo se torna anúncio do amor verdadeiro e límpido, generoso e gratuito. Livres no amor, no amor livre vive a Trindade no cuidado para com o universo, para com cada uma das criaturas. Especialmente para com cada um dos filhos e filhas. O Filho verbo encarnado, humanado, fraqueza de nossa riqueza, todo a nossa riqueza e pertença: ‘é meu’. É meu diz Jesus, pois feito meu, conquistado por Ele, a serviço de toda a criatura, agora tudo pertence a ele, na liberdade de um amor único, da liberdade da cruz. Porque ‘é meu’ não possui, pois com nada ficou, mas tudo entregou nas mãos do Pai. E tudo, na liberdade do amor que redime, vai para Ele, como nos diz o apocalipse: todos diante do cordeiro a cantar”, refletiu o arcebispo. Ele citou Apocalipse 5,11-13: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e todas as coisas que neles há, dizendo: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” No texto ele percebe “a bela imagem do Apocalipse a nos dizer ‘é meu’, isto é, fomos conquistados, atraídos por um amor, pertencemos a esse amor redentor, esse amor encanado.” Participação na vida da Trindade Em palavras do cardeal Steiner: “na Trindade, no pertencimento à Trindade, na participação do amor da Trindade, nos tornamos anúncio e temos um pertencimento. ‘vos anunciará, é meu.’ Assim, ao traçarmos sobre nós a cruz e ao benzermos com a cruz, estamos manifestando nossa participação na vida da Trindade. Pois estamos afirmando nossa pertença ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Ao mesmo tempo estamos a anunciar a vida da Trindade na qual nos movemos e somos. Tudo na pertença e anúncio que nos foi possibilitado pelo amor do Crucificado e nos dons recebidos o Espírito Santo. Nas cruzes reafirmamos que fomos gerados pelo amor da cruz e ao visibilizarmos o símbolo da vida na morte anunciamos o mistério da salvação, isto é, a beleza de um amor inaudito.” Ele destacou que “No Ano Santo da esperança, nos apercebemos que essa pertença e esse anúncio é uma pertença de esperança, um anúncio de esperança. Na Trindade somos ungidos com o bálsamo da esperança, porque o Espírito Santo é o reconstrutor da esperança. Uma esperança que não desilude, uma esperança duradoura.” Uma afirmação que…
Leia mais