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Dia: 19 de junho de 2025

Dom Altevir no Corpus Christi: “Na Mesa da Vida, a Fé de um Povo que Resiste e Celebra”

O bispo da prelazia de Tefé, dom José Altevir da Silva, presidiu a Solenidade de Corpus Christi na Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Carauari, onde se encontra realizando a visita pastoral Ele iniciou sua homilia recordando que essa festa foi instituída oficialmente em 1264 pelo Papa Urbano IV, e “nasceu do desejo de exaltar publicamente o mistério da Eucaristia — presença real de Cristo entre nós. Um milagre ocorrido em Bolsena, na Itália, onde uma hóstia sangrou nas mãos de um sacerdote que duvidava, confirmou ao mundo que Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia.” Segundo o bispo, “é essa presença que hoje percorre as ruas de Carauari, abençoando este povo de fé, esperança e amor. A Eucaristia é o coração pulsante da nossa Igreja. É o alimento que nos sustenta, a força que nos une, o sinal de que Deus caminha conosco.” Ele pediu que sua presença nessa paróquia “se converta em sinal de comunhão, de cuidado pastoral, de proximidade.” Segundo ele, não foi “apenas visitar, mas caminhar convosco, ouvir o povo, partilhar da realidade deste município, onde a Igreja católica se faz presente. Isso é sinodalidade: uma Igreja que caminha junto, que escuta, que se faz presente na vida do povo.” Ele destacou “como é viva esta Igreja de Carauari! Os jovens, com sua energia e entusiasmo, são uma força transformadora. Os adultos, firmes na fé, sustentam com coragem as pastorais. As mães, com suas orações silenciosas, são colunas espirituais que sustentam suas famílias. As crianças da Infância Missionária, os coroinhas, os acólitos — todos são sinais de uma comunidade que vive a fé com alegria e compromisso.” Igualmente, o bispo disse que “a visita pastoral do bispo também ecoa além dos muros da Igreja. A acolhida na Câmara Legislativa, o espaço concedido na Secretaria de Educação, a visita à escola municipal, o carinho dos religiosos da Sagrada Família — tudo isso mostra que a Igreja está presente na sociedade, dialogando com os órgãos públicos, promovendo o bem comum. Isso é testemunho de uma Igreja que não se isola, mas que ilumina o mundo com a luz do Evangelho.” Dom Altevir recordou que “a festa de hoje nos convida a renovar nossa confiança na presença real de Cristo na Eucaristia. O povo amazonense, com sua fé simples e profunda, nos ensina que Cristo está no meio de nós, nas águas dos rios, nas trilhas da floresta, nas casas humildes e nos corações que creem. A Eucaristia é o pão da esperança, o sinal de que não estamos sozinhos.” O bispo pediu que “esta procissão, que estes tapetes coloridos, que esta celebração solene sejam expressão da nossa fé viva. Que ao recebermos o Corpo e Sangue de Cristo, sejamos também nós corpo vivo de Cristo no mundo, levando consolo, justiça, paz e amor.” Dom Altevir também enviou uma mensagem à prelazia de Tefé com motivo da Solenidade de Corpus Christi, dia em que “somos convidados a renovar nossa fé e nossa esperança. O Corpo e o Sangue de Cristo, entregues por amor, são luz que ilumina os caminhos escuros e esperança que sustenta os corações aflitos.” Analisando a realidade atual, o bispo destacou que “vivemos tempos desafiadores. Nossa Amazônia, casa comum de tantos povos e culturas, está ameaçada por projetos que ferem a vida e o equilíbrio da criação: o avanço do Bloco 59 na foz do Amazonas, a exploração de petróleo, os inúmeros Projetos de Lei (PLs) no Congresso, que ameaçam nossa Amazônia, projeto de exploração de gás na região de Coari, as secas severas que nos últimos dois anos vem atingindo Tefé e o Médio Solimões, afetando comunidades tradicionais, ribeirinhos, pescadores, quilombolas e cidades inteiras. Diante disso, muitos se perguntam: onde está Deus? Diante dessas realidades, “a resposta está na Eucaristia. Cristo não nos abandona. Ele se faz pão para caminhar conosco. Ele se entrega para que tenhamos força. Ele se faz presença viva no meio do seu povo. O Corpo e o Sangue de Cristo são sinal de que Deus está conosco, mesmo nas dores, mesmo nas lutas”, disse o bispo. Ele insistiu em que “neste Ano do Jubileu da Esperança, somos chamados a olhar para a frente com coragem. A Eucaristia nos ensina que a esperança não é ilusão, mas certeza de que o amor vence. Que cada celebração, cada procissão, cada gesto de partilha seja um grito de fé: a Amazônia tem futuro, porque Deus caminha com seu povo: ‘Cristo aponta para Amazônia’”. Na mensagem, o bispo da prelazia de Tefé agradeceu a cada agente de pastoral, a cada jovem, a cada mãe que reza, a cada missionário e missionária que, mesmo em meio às dificuldades, mantém viva a chama da fé. Vocês são sinais de que a Igreja está viva, presente, comprometida com a vida e com a justiça.” Ele pediu “que esta festa nos fortaleça na fé e no compromisso com o Reino. Que o Corpo de Cristo nos una em comunhão fraterna. Como Igreja sinodal, sigamos juntos, com esperança, defendendo a vida, a dignidade e a beleza da nossa Amazônia. Que a Prelazia de Tefé assuma cada vez mais a defesa da Amazônia como um compromisso de fé, de vida e de luta — sinal claro de fidelidade ao Evangelho encarnado na história do nosso povo.”

Corpus Christi em Borba: renovar a Aliança

Neste 19 de junho de 2025 a Igreja celebrou a Solenidade de Corpus Christi. O bispodiocesano de Borba, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, em sua homilia nos exortou para que adiocese seja celeiro vocacional, como foi dito na primeira leitura “o sacerdoteMelquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho” (Gênesis 14, 18) E sendo este o pão quenutre o homem e assim fortalece a vida vocacional. Celebrar a Eucaristia é renovar a aliança selada no sangue do Cordeiro, que se entregoupelos seus, fonte de vida que nos impulsiona a servir, fazendo acontecer a verdadeiracomunhão na doação ao próximo, nesta comunhão fraterna as paróquias, comunidades eáreas missionárias, em unidade saíram às ruas para exaltar o Cristo vivo que se fezalimento para a alma. As quatro Foranias da diocese de Borba seguiram a tradição católica com pinturas sacrasnas rua e a confecção manual de tapetes coloridos, conhecidos como tapetes de CorpusChristi. Essa é uma manifestação religiosa que reúne os comunitários com o intuito deenfocar os símbolos do calendário litúrgico nas ruas em que a procissão irá passar. EmBorba, o trajeto iniciou na basílica Santo Antônio, após a celebração da Santa Missa,seguindo para o bairro do Recreio, para a Comunidade de Nossa Senhora das Dores. Segundo a Sagrada Escritura, em uma noite de quinta-feira em Jerusalém, há dois mil anos,Jesus de Nazaré realizou um gesto que mudaria a história, “Jesus tomando o pão e o cálicede vinho, orou e declarou: “Isto é o meu corpo”. (Lc. 22, 19). Instituindo assim a SantaEucaristia. “Na festa de Corpus Christi o próprio Deus caminha conosco”, assim afirmou Dom ZenildoLuiz. Ele também apontou a necessidade de termos uma Igreja seguidora de Cristo eproclamadora da paz. “Este mesmo Cristo que hoje nos alimenta, também nos aponta ocaminho para a vida em plenitude, sem ódio, sem guerras e sem falsas doutrinas, uma vezque a guerra é a falta da presença de Deus”. Assim, “viver verdadeiramente o Evangelho eser luz em tempos de escuridão é a missão de cada cristão batizado”, refletiu Dom ZenildoLuiz. Nesta quinta-feira, na qual Jesus Eucarístico sai peregrinando com o povo, somosconvidados a responder ao chamado vocacional, em especial, ao ministérioordenado. Dom Zenildo pontuou que “não é fácil ser padre, mas é bacana serconsagrado e ser padre feliz, assim o povo de Deus é muito mais feliz”. Que se cumpra apromessa do Senhor Deus na vida dos nossos sacerdotes – “Tu és sacerdote eternamente,segundo a ordem do rei Melquisedec!” Assim, nossas preces ecoam em unidade para que as famílias possam se preencher doCristo, Pão vivo, maná descido do céu, e sejam fontes de vocações leigas e religiosas queproclamarão a Divindade de Jesus e seu santo Evangelho que salva e santifica. Francelina Souza – Pastoral da Comunicação da diocese de Borba

Corpus Christi em Manaus: “Não termos medo de repartir, mesmo se tivermos pouco”

Eucaristia: Pão da Esperança, foi o tema da Solenidade de Corpus Christi em Manaus, que neste ano teve uma conotação especial, dado que completa 50 anos do IX Congresso Eucarístico Nacional, realizado em 1975 em Manaus com o tema “Repartir o Pão”. Um Jubileu que se fez presente na celebração desta quinta-feira, realizada na Praça do Congresso Eucarístico, seguida de uma procissão até o Santuário Arquidiocesano de Fátima, onde se conserva a cruz do Congresso Eucarístico, que inspirou a cruz do Jubileu da Esperança na arquidiocese de Manaus. V Oração Eucarística Na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo os ministros da Eucaristia, da Palavra e das Exéquias realizaram seu jubileu e participaram em grande número da celebração eucarística e da procissão. Na Eucaristia foi rezada a V Oração Eucarística da Edição brasileira do Missal Romano, que foi criada para o Congresso Eucarístico de 1975, e que a partir deste 19 de junho de 2025, por decreto do arcebispo, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, incluirá a invocação de São José nas missas celebradas na arquidiocese de Manaus. Igualmente foi usado na celebração um dos altares do IX Congresso Eucarístico. Na homilia, o arcebispo iniciou recordando o fato de que, segundo o texto do Evangelho lido, para uma grande multidão só tinha cinco pães e dois peixes. Diante disso, “os apóstolos, os discípulos disseram a Jesus: olha despede, você está falando do reino de Deus, mas ele tem fome. Você está falando da grandeza da vida com Deus, da partilha, da comunhão. de um novo reino, de uma vida nova mas eles precisam ter o que comer.” Dá-lhes vós mesmos de comer O cardeal Steiner destacou a resposta de Jesus: “Dá-lhes vós mesmos de comer”. Mesmo com cinco pães e dois peixes, que é o que eles tinham, “foi o suficiente, porque Jesus tomando nas mãos os pães e os peixes, rezou, abençoou e distribuiu”, disse o presidente da celebração. Segundo ele, “o pouco pode ser uma bênção. O quase nada pode ser uma bênção. Quando se reparte, quando se doa.” Uma atitude presente em Manaus no tempo da pandemia, ressaltou o arcebispo, dado que “nós soubemos repartir tão pouco que tínhamos em casa e deu para todos, ninguém precisou passar fome. E fomos todos uma bênção para aqueles que tinham necessidade. E poderíamos até dizer, fomos um louvor de bênção, uma bênção de esperança. O pouco que se tem pode se transformar em muito.” Um viver a partilha que o cardeal Steiner disse ter aprendido com sua mãe. “Na nossa casa vinham aqueles que pediam, e nós éramos muitos em casa. Mas a nossa mãe nunca deixou ninguém vir bater na porta e sair sem nada. É verdade que tínhamos um pouco menos na mesa, mas ninguém saía sem receber. É que o pouco pode se tornar uma bênção quando nós sabemos repartir o pouco. Pode ser uma bênção para os irmãos e irmãs que recebem, mas especialmente uma bênção para nós, que fomos tocados pela mensagem do reino de Deus, a mensagem de Jesus, e fomos tocados pelo dom de um amor que se reparte, que se dá e que se doa”, testemunhou o arcebispo de Manaus. Sobra quando existe amor Falando sobre o “ainda sobrou”, o cardeal disse que “é claro que sobra quando existe amor, quando existe partilha, sempre sobra. Ninguém passa fome.” Um texto que na festa de Jesus Sacramentado nos convida a “não termos medo de repartir, mesmo se tivermos pouco”, nos incentivando a partilhar, a dividir, a codividir. Analisando o texto de Paulo, lido na celebração, o arcebispo ressaltou a figura de Jesus, “se dando, se doando para a salvação e permanecendo no meio de nós.” Nesse sentido, ele vê na Eucaristia “essa comunhão profunda com Jesus que se deixa no meio de nós e deseja que nós o recebamos, Não tenhamos medo de recebê-lo, irmos ao encontro, para também ele ser uma bênção para nós, mas nós podemos ser uma bênção para os outros. E assim como os outros recebem do pouco que temos, nós recebemos do muito que Deus tem para conosco.” Perceber aqueles que têm necessidade Refletindo sobre o dízimo, que aparece na primeira leitura da celebração de Corpus Christi, ele disse que “dízimo é aquela contribuição pequena que nós damos e assim nós ajudamos a tantas pessoas.” O cardeal pediu que “ao levarmos hoje a Jesus sacramentado pelas ruas da nossa cidade, que Ele nos abençoe e nos ajude a perceber os irmãos e irmãs que têm necessidade. Que ele nos ajude a abrir os olhos e o coração para podermos sempre de novo dar nos cinco pães e dois peixes o pouco que temos. Mas darmos o muito que Deus nos deu, o nosso amor, darmos o muito que Deus nos deu, o dom de podermos amar. Não apenas de dividir as coisas, o pão, mas podemos codividir a nossa vida, o dom da nossa fé. Então sim, levaremos o Pão da Esperança. Então sim, seremos sinais de esperança. Então sim, levaremos sempre a todos um sinal, um dom, o dom da esperança.” O cardeal agradeceu os ministros e ministras extraordinários da comunhão, da Palavra de Deus e das exéquias, que celebraram seu Jubileu na arquidiocese de Manaus, “por levarem Jesus, o Pão da Esperança, aos irmãos doentes, aos irmãos e irmãs idosos, por sempre estarem a serviço da comunidade e das comunidades, por levar um pedacinho de pão.” É Jesus sacramentado, que “alimenta, fortifica, consola, fortalece, dá o dom da fé, alimenta a esperança.” Ele convidou aqueles que assumem esses ministérios a que “peçam a Deus o dom de sempre de novo levarem a Jesus, sempre de novo levarem a todos o Pão da Esperança.” Forte devoção a São José Recordando os 50 anos do Congresso Eucarístico Nacional celebrado em Manaus, o cardeal justificou a inclusão da invocação de São José na Oração Eucarística V, dado que em Manaus, “nós temos uma devoção tão grande a São José, o primeiro padroeiro que chegou a nossa região com o…
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Na Festa da Eucaristia, buscar respostas para as comunidades que não podem celebrá-la

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade de Corpus Christi, a festa da Eucaristia, que na arquidiocese de Manaus tem como tema “Eucaristia: Pão da Esperança”, somos chamados a refletir sobre a impossibilidade que muitas comunidades da Amazônia, do Brasil e do mundo têm para celebrar a Eucaristia cada domingo. O primeiro mandamento da Igreja diz: “Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho”. Diante disso surge uma pergunta: Aqueles que não participam da missa aos domingos estão pecando? O que acontece com os católicos que moram em comunidades onde a celebração da Eucaristia acontece uma vez por mês ou uma vez por ano? Como possibilitar que cada comunidade católica possa celebrar a Eucaristia, que segundo o Concílio Vaticano II é fonte e cume da vida cristã? No dia 15 de outubro de 2024, na Sala de Imprensa do Vaticano, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, durante a Segunda Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, disse que lhe preocupa o atendimento às comunidades na arquidiocese de Manaus, uma arquidiocese com mais de mil comunidades e pouco mais de 170 presbíteros, “pois não se consegue acompanhar a vida sacramental das comunidades”. Diante dessa realidade, ele afirmou que “para determinadas realidades não seria uma dificuldade admitir homens casados à ordenação”, reconhecendo que “para outras realidades na Igreja, é uma grande dificuldade”. Junto com isso, o cardeal, seguindo as reflexões de Papa Francisco, pedia continuar dialogando, olhando a comunidade, que é o motivo da existência da Igreja. A escuta e o diálogo, pilares de uma Igreja sinodal, um caminho assumido pelo Papa Leão XIV, deve ser uma atitude cada vez mais presente na vida da Igreja católica. Não adianta impor modos de viver a fé, nem mudanças que não são fruto do discernimento comum. Mas diante da realidade de muitas comunidades, onde a Eucaristia é um sacramento raramente celebrado, se faz necessário encontrar novos caminhos, de acordo com a Doutrina e a Tradição, mas sem esquecer que a realidade atual demanda respostas concretas. Um caminho que não pode estar fechado às mulheres, que durante muitos anos “levaram adiante as comunidades e hoje estão levando a frente as nossas comunidades”, segundo disse o arcebispo de Manaus nesse 15 de outubro de 2024. O cardeal Steiner ainda ia além, sublinhado que “várias das nossas mulheres são verdadeiras diaconisas, sem terem recebido a imposição das mãos”. Segundo o arcebispo, “é admirável, admirável, o quanto as mulheres são responsáveis pela nossa Igreja, é admirável”, até o ponto de dizer que “a nossa Igreja, não seria a Igreja que é sem a presença das mulheres”. Mais uma vez, a festa da Eucaristia é uma oportunidade para refletir sobre a vida da Igreja, sem medo de dialogar abertamente, sem medo de pensar na vida de fé de tantas pessoas que hoje não tem a possibilidade de celebrar assiduamente a Eucaristia, que não podemos esquecer que é fonte e cume da vida cristã. Editorial Rádio Rio Mar