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Dia: 24 de julho de 2025

Regional Norte 1 no 5º Congresso Nacional da CPT

A Comissão Pastoral da Terra Regional Amazônia se faz presente no 5º Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, que está sendo realizado em São Luís do Maranhão de 21 a 25 de julho de 2025. Uma oportunidade para celebrar o Ano Jubilar e ser presença, resistência e profecia junto aos povos da terra, das águas e da floresta. CPT 50 anos O tema que conduz o congresso é “CPT 50 anos – Presença, Resistência e Profecia” e o lema “Romper Cercas e Tecer Teias: A Terra a Deus Pertence! (cf. Lv 25)”. Numa grande tenda são realizadas as plenárias, as discussões e as celebrações. E em sete tendas, com nomes inspirados em danças culturais e ancestrais dos povos negros e indígenas, são partilhadas as experiências, com momentos de reflexão sobre as diversas lutas camponesas e a contribuição da CPT como presença solidária junto aos povos para o enfrentamento do latifúndio, da exploração e da expropriação pelo grande capital, que historicamente o Brasil tem uma dívida social. Um momento destacado tem sido a Caminhada dos Mártires, com uma celebração e a caminhada no Centro Histórico de São Luís. “Uma caminhada muito marcante, muito forte, para fazer memória a todos os povos que foram tombados pela violência desse grande capital, com os povos que defendem a vida, e defendem a terra, e defendem o bem viver”, segundo os participantes. Nossa voz jamais vai se calar Um momento de aprendizado, segundo Francisco Batista Arcanjo, do município de Tonantins, na diocese de Alto Solimões. Ele insiste na necessidade de mais agentes para realizar o trabalho da CPT na região, “junto do povo ribeirinho, aquele povo que sofre pelas ameaças do narcotráfico da região que assola os ribeirinhos.” O agente da CPT destaca o conhecimento e sabedoria que está descobrindo no congresso, a riqueza de cada cultura e a luta pelos territórios, pela água, pela floresta, pelas reservas, pela preservação dos lagos. É por isso, que ele enfatiza que “nossa voz jamais vai calar e vamos estar juntos nessa luta”. Alberto dos Santos de Oliveira mora no assentamento da Reforma Agrária PA Panelão, no município de Careiro Castanho. Ele vê como grande dificuldade os incêndios: “quando ele vem, ele vem desbastando tudo e acabando com as nossas plantações, nossas criações.” Alberto é criador de abelhas e produtor de mel, e já perdeu 10 caixas de abelha por causa do incêndio. “O incêndio acaba a floresta e acaba a florada, e a abelha não tem como se alimentar e morre”, disse o apicultor. Do congresso, ele destaca sua importância, a busca de conhecimento, as trocas de sementes crioulas. Uma riqueza para ele e para sua comunidade. Ameaças aos ribeirinhos Adilson da Costa Silva, de Parintins, trabalha com os ribeirinhos do Baixo Amazonas, na regularização fundiária e acordos de pesca. Ele disse que “a importância da participação aqui no Congresso da CPT é que nós trazemos também as nossas experiências e a esperança de que esse trabalho continue e ele possa se ampliar para as outras áreas, inclusive não só na nossa região, mas na calha do Rio Amazonas e Solimões, onde os ribeirinhos moram e estão ali entre os pecuaristas”. Segundo Adilson, “é preciso regularizar esse território para que eles tenham território reconhecido. Os ribeirinhos são povos tradicionais, mas não têm território reconhecido. E é isso que nós buscamos junto à CPT”. Da comunidade ribeirinha Centenário, no município de Itacoatiara, participa no 5º Congresso da CPT, Anilson Costa de Oliveira. Em suas lutas, ele denuncia as empresas supranacionais que querem expulsá-los de suas comunidades. Ele vê o congresso como espaço de apoio às comunidades que lutam por um pedaço de terra.

1° Nortão de Catequese: o caráter querigmático e mistagógico da Catequese como folêgo da Evagelização

De 24 a 27 de julho de 2025, em Castanhal, no Pará, acontece o 1° Nortão de Catequese, com o tema: Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: Anúncio, Mistagogia e Ecologia Integral. A reflexão busca oferecer elementos para as Igrejas Locais em seus processos catequéticos, fortalencendo a pluralidade da idetidade amazônica. Representação do Regional Norte 1 O evento contará com a presença do Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 23 catequistas, 2 irmãs Consagradas e 2 padres das dioceses de Parintins, Alto Solimões, São Gabriel da Cachoeira, Borba, Roraima, Coari, Prelazia de Tefé e Arquidiocese de Manaus. Dentro dos 5 painéis, nosso regional apresentará 3: Catequese Ribeirinha (Diocese de Parintins), Catequese Indígena (Diocese de São Gabriel da Cachoeira) e Catequese Urbana (Arquidiocese de Manaus), partilhado nossas experiências. Chegada dos participantes Padre Jânio Negreiros, do clero da Diocese de Parintins e coordenador de catequese do Regional Norte 1, expressou a expectativa dos participantes “com muita alegria que nós assim acompanhamos esse início e da chegada dos das nossas catequistas, assessores da catequese, dos nossos bispos, dos conferencistas, dos que vão conduzir as oficinas as e também os painéis”. Destacou também a Catedral de Castanhal como “lugar extraordinário de convivência”, visto que ela é “toda pensada no aspecto bíblico” e é como “um ver a bíblia desenhada, expressada nas paredes” e “toda sua estrutura pensada dessa forma” favorecendo um “ambiente acolhedor” e aumentando a “expectativa dos nossos catequistas”. Novo olhar para catequese na Amazônia O evento reunirá aproximadamente 500 catequistas, juntamente com as religiosas e religiosos, padres, diáconos e bispos que estarão juntos tratando das diversas temáticas e desenvolvendo o tema geral. O coordenador enfatizou que isto traz um “novo olhar para uma realidade em nossa Amazônia”. O padre explicou que o encontro acolhe “todos os regionais do Norte para esse momento realmente inaugural, inicial” de algo que “foi pensando pelos nossos bispos no ano passado, em agosto, e assim foi levado adiante essa preparação” e culminou “para vivenciar esse primeiro momento”. Por fim, padre Jânio manifestou que o evento “é algo de grande significado pra nossa catequese na nossa região amazônica”. E por isso “queremos que seja um encontro de partilha, de aprendizado e que possa trazer realmente um fôlego para Evangelização”. E “especialmente para o processo inicial da fé das nossas crianças, adolescentes e adultos que estão no processo de Iniciação à Vida Cristã e também o trabalho pastoral, bíblico dentro das nossas pastorais e movimentos de nossas prelazias, dioceses e arquidioceses”. As temáticas das quatro conferências serão: “A Igreja deve crescer na Amazônia (QA, 66): Querigma, um anúncio de Esperança“, (Cardeal Leonardo Steiner,OFM); “Aceitar corajosamente a novidade do Espírito (QA, 69): Fundamentos para catecumenatos amazônicos”, (Victor Paiva, OFS); “Cuidar da Amazônia (QA, 51): Catequese a serviço de uma ecologia integral” (Moema Miranda, OFS); e “A este mundo, só a poesia poderá salvar (QA, 46): A literatura na transmissão da fé”, (Dom Antônio Fontinele), respectivamente, e finalizará com a peregrinação Jubilar até a Igreja Catedral.

Destruir, uma atitude cada vez mais presente na humanidade

O empenho em destruir está cada vez mais presente e essa atitude deve nos levar a refletir como humanidade. A destruição do meio ambiente, da economia, da vida das pessoas, tem que provocar uma análise que nos leve a encontrar caminhos alternativos que favoreçam o cuidado da casa comum, modelos econômicos que favoreçam os mais pobres e uma paz duradoura que evite a morte de inocentes em tantas guerras espalhadas pelo mundo. Economia, guerra, meio ambiente A guerra económica empreendida pelo presidente estadunidense contra diversos países é algo inaceitável, dado que, além da mesquinhez que encerra, isso prejudica os mais pobres. Suas atitudes autoritárias e arbitrárias, aprovadas inclusive por aqueles que serão prejudicados pelas medidas tomadas, é um caminho que só beneficia pequenos grupos de poder, que se enriquecem ilicitamente com o sofrimento de muitos. Uma situação que também se repete nas guerras espalhadas pelo mundo, especialmente em Gaza, onde nos deparamos cada dia com cenas dantescas, que mostram a falta de humanidade daqueles que matam de fome a população, também muitas crianças, e assassinam àqueles que esperam receber pequenas migalhas que não dá nem para matar a fome. Não pode ser tolerado o bombardeio à população civil ou que alguém morra tiroteado enquanto espera na fila para receber um pouco de comida. A fome tem se tornado uma arma de guerra, que vai matando silenciosamente milhares de pessoas. Junto com isso, nos últimos dias o poder legislativo brasileiro aprovou o chamado PL da Devastação, que abre a possibilidade de destruir o meio ambiente no país de forma impune. Se garante a possibilidade de acabar com a vida em benefício de uma economia que mata e que só favorece os interesses desmedidos de pequenos grupos de poder econômico. Cuidar daquilo que é de todos São situações em que as decisões são tomadas por aqueles que lhes foi confiado o cuidado daquilo que é de todos, mas que só cuidam dos interesses de poucos. Junto com isso, nos deparamos com uma manipulação da informação, que leva a uma polarização cada vez maior, enfrentando a população, que não se une para combater aquilo que prejudica a todos ou a uma grande maioria do povo. Uma realidade que demanda posicionamento, toma de atitudes decididas, que superem a passividade que tem tomado conta da maioria das pessoas. Parece que nada nos atinge, que não nos importamos com o sofrimento. Um desinteresse que nos desumaniza, que nos isola, que nos encerra em bolhas que nos distanciam cada vez mais dos outros, mas também de nós mesmos. O bem comum vai deixando de ser uma preocupação comum, os interesses particulares colocam em risco o bem-estar de muitos. Os ditadores, aqueles que se preocupam única e exclusivamente por eles mesmos, acusam dessa atitude àqueles que pretendem garantir o bem comum e o respeito pela lei.