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Dia: 17 de agosto de 2025

CEAMA convoca os bispos da Pan-Amazônia para discernir como prosseguir o caminho sinodal

Os bispos da Pan-Amazônia, convocados pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), se encontram de 17 a 20 de agosto de 2025 na sede do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), em Bogotá. Momentos de celebração, espiritualidade, trabalho em grupos, conversação no Espírito, fazem parte do programa nos próximos dias. O método seguido no encontro, que contará com uma declaração final, será ver, escutar, discernir, agir. Uma proposta do Sínodo para a Amazônia A CEAMA foi uma das propostas do Sínodo para a Amazônia, que no número 115 do Documento Final faz a proposta de “criar um organismo episcopal que promova a sinodalidade entre as igrejas da região, que ajude a delinear o rosto amazônico desta Igreja e que continue a tarefa de encontrar novos caminhos para a missão evangelizadora, incorporando especialmente a proposta de ecologia integral, fortalecendo assim a fisionomia da Igreja amazônica”. Posteriormente, Papa Francisco pediu que esse organismo episcopal se concretizasse numa conferência eclesial. O Relatório de Síntese da Primeira Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, no primeiro ponto, que aborda a questão da “Sinodalidade: experiência e compreensão”, coloca a CEAMA como exemplo, e mostra que a Conferência Eclesial da Amazônia “é fruto do processo sinodal missionário daquela região”. Um momento de escuta Desde sua fundação, a CEAMA vem dando passos em vista da aplicação dos resultados do Sínodo para a Amazônia. Para isso, foi instituindo caminhos de atuação a partir de algumas linhas conforme o Documento Final do Sínodo para a Amazônia e os Sonhos da Querida Amazônia. O desafio tem sido a aproximação das igrejas locais nos processos desenvolvidos pela CEAMA. Daí a importância do encontro, um momento de escuta, onde os bispos poderão partilhar a realidade das igrejas locais e como a CEAMA pode ajudar nos processos de construção de um Plano Sinodal para a Igreja da Pan-Amazônia. Os processos sinodais iniciados no Sínodo para a Amazônia, tem sido aprofundado com o Sínodo sobre a Sinodalidade, que fez um convite a seguir dando passos na eclesiologia de comunhão, nos níveis pessoais, comunitários e na sociedade. Nessa perspectiva, sem buscar discutir as grandes questões pastorais da Amazônia, um propósito que deve estar presente na Assembleia Geral da CEAMA que será realizada de 18 a 21 de março de 2026. Solidificar a sinodalidade O encontro dos próximos dias será oportunidade de “discernimento comum para prosseguirmos nosso caminho sinodal, e sua viabilidade por meio de uma conferência eclesial”, segundo a CEAMA. “Um encontro de escuta em vista da continuidade da solidificação da sinodalidade nas Igrejas da Amazônia que oferecera elementos para uma atuação da CEAMA mais próximas das igrejas locais”, ressalta a Conferência Eclesial da Amazônia. Entre as perspectivas cabe destacar a retomada do papel dos bispos enquanto pastores das igrejas locais como os primeiros responsáveis pela sinodalidade. Junto com isso, identificar os avanços no caminho sinodal desde o Sínodo da Amazônia e da criação da CEAMA. Nesse caminho se faz necessário refletir sobre os impulsos e as resistências identificadas, buscando compartilhar experiências que ajudem a valorizar caminhos de sinodalidade. Algo que deve se concretizar em propostas concretas para ser melhor articuladas pela CEAMA.

Cardeal Steiner: “Na casa vemos a caridade de Maria”

No dia em que a Igreja celebra “uma das festividades mais importantes dedicadas à bem-aventurada Virgem Maria: a solenidade da sua Assunção”, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia dizendo que “a Mãe de Jesus é elevada ao Céu, à glória da vida eterna, está na plena comunhão com Deus”. Libertação definitiva do mistério da morte Segundo o arcebispo, “a vida de Maria, toda a sua existência, foi uma expressão da grandeza do amor da Trindade, por isso, a sua vida e sua morte celebram o mistério amoroso do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E porque toda manifestação amorosa da Trindade veio manifestada na mulher Maria ao dar à luz a Jesus, celebramos nesta liturgia a sua libertação definitiva do mistério da morte”. O cardeal Steiner recordou que “São Lucas nos fez ver e proclamar a presteza com que Maria deixa a própria casa e subindo as montanhas entra na casa de Isabel. Na casa vemos a caridade de Maria, a agitação de João no ventre materno; vemos e ouvimos o grito de alegria de Isabel, venerando a presença do Filho de Deus no ventre materno; ouvimos a exultação e louvação da Mãe de Deus pelo reconhecimento da presença do Filho Unigênito de Deus como fruto de seu ventre. E ‘Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa’. Na Ladainha a invocamos como Casa de Ouro!” “A casa!”, exclamou o presidente do Regional Norte 1 da CNBB, sublinhando que “gostamos de estar em casa, de voltar para casa. Saímos, viajamos, mas nos sentimos em casa, na nossa casa. Gostaríamos de sentir-nos sempre em casa como na nossa casa. Tentamos viver o Evangelho, como se estivéssemos por tudo em casa. Não suportamos viver sem uma referência, sem um porto, sem lugar. Nosso coração deseja estar em casa em algum lugar. Não suportaríamos viver sem sonhos, sem um lugar onde repousar e retomar as buscas”. Sempre em casa Nessa perspectiva, ele disse que “Maria sai da sua casa, entra na casa de sua prima Isabel e do mudo Zacarias, permaneceu na casa por três meses e volta para casa. Maria que sai da casa, entra na casa, permanece na casa e volta para casa. Muitas vezes deixará a casa! Já deixara a casa paterna para entrar na casa de José. Deixando a casa de Nazaré entra na casa-estábulo em Belém; de Belém entra na casa estrangeira no Egito; da casa do Egito entra na casa de Nazaré; de Nazaré entra na casa de João o discípulo amado; e da casa de João em quantas casas não terá entrado essa mulher e mãe no peregrinar com João? Parece sempre estar saindo de casa, entrando em casa e permanecendo na casa por três meses, três dias, três anos… Mas sempre em casa!” “E de casa em casa, saindo de casa, entrando na casa, permanecendo em casa, voltando para casa, ela sempre parece estar em casa. Ela fará de estábulo a sua casa. Nessa casa-estábulo dá à luz ao seu Filho único. No acolhimento da situação, da geração, ali agora, é a casa e ela está ali toda inteira de corpo e alma. Está em casa e recebe os pastores e os anjos. A casa-estábulo onde os pastores e os anjos se sentem em casa. Eles da casa-estábulo voltam para os céus e para os campos; uns cantando e outros cheios de alegria louvando a Deus. O recém-nascido a faz estar em casa”, afirmou o cardeal Steiner. “E quando tiver que abandonar a casa de Nazaré para acompanhar o Filho no caminho da Cruz e da morte habitará a casa da dor e da solidão. A casa da dor no caminho do calvário e aos pés da cruz. Nada mais existe somente a dor, a perda, o sofrer. A dor é sua casa e ela a habita e nela está de corpo e alma. A casa da solidão ao tomar em seus braços o seu filho único descido da cruz, despido, silenciado, sem respiro, sem vida. A vida de sua vida, a vida que lhe dera a vida e era a razão de sua vida, agora sem vida nos seus braços. Ela habita a casa da solidão e nela está de corpo e alma. Por que dizemos que habita a casa da dor e da solidão de corpo e alma? Nenhum desespero, nenhum fim, nenhum sem sentido, mas repetição silenciosa”, refletiu o arcebispo de Manaus, que citou o texto bíblico: “faça-se em mim segundo a tua palavra”. Maria sempre em casa Isso porque “Maria sempre está em casa em toda à parte. Cada parte é a sua casa; cada lugar é sua casa; em cada situação ela está em casa. Por tudo está em casa e habita sempre a mesma casa em todas as casas. Também na dor, na solidão; sem casa está ela sem casa. Ela está em casa de corpo e alma”, afirmou o cardeal. O arcebispo definiu Maria como “Mãe-mulher habitação de Deus, morada de Deus, a casa de Deus, na concepção; ela, mãe feita habitação de Deus ao dar à luz torna o mundo dos homens a habitação e a casa de Deus. Ela sabia que em tudo, por tudo, sempre, em todas as situações e lugares habitava sempre a mesma casa: Deus, o amor da Trindade. Como Deus desejoso de habitar e estar por tudo na casa dos homens, era ela desejo de deixar-se habitar, toda inteira pelo amor da Trindade. Hoje celebramos o habitar de Maria na Casa da Trindade Santa: Assunta aos Céu!” Ser uma Igreja que serve Diante disso, ele mostrou que “somos convidados, convidadas a estar a caminho com Maria e ser a habitação, a morada, na soltura, na liberdade e na receptividade transformante. Ser casa do aconchego, do cuidado, da misericórdia, morada, casa de Deus. “A nossa revolução passa pela ternura, dizia papa Francisco, pela alegria que sempre se faz…
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