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Dia: 21 de agosto de 2025

Inter Norte da Cáritas em Manaus busca o Jeito de Ser Cáritas na Amazônia

O Centro de Treinamento Maromba da arquidiocese de Manaus acolhe de 19 a 24 de agosto o Inter Norte da Cáritas Brasileira, com mais de 60 representantes dos regionais Norte 1, Norte 2, Norte 3 e Noroeste. Um encontro dividido em três momentos para abordar o monitoramento nos regionais e no Inter Norte e a formação de incidência, que tem como tema “Jeito de Ser Cáritas na Amazônia: Cuidar, Conviver, Defender, Respeitar e Celebrar”. Avaliar, planejar e refletir Os participantes iniciaram o encontro, que “busca avaliar a caminhada das entidades-membro, planejar ações conjuntas para o próximo período e refletir sobre os principais desafios enfrentados nos territórios da região amazônica”, segundo os organizadores, com um momento de mística, que deu passo aos trabalhos de monitoramento nos regionais, abordando a importância de se fazer PMAS, refletindo sobre os espaços de gestão, a importância de participar, o que priorizar e descobrir as condições de funcionamento enquanto Inter Norte. O encontro, um espaço de convivência, celebração e esperança, está sendo oportunidade para fazer uma articulação e diagnóstico a partir das áreas de atuação da Cáritas, monitorando as ações, permitindo que cada articulação e regional compartilhe conquistas, dificuldades e prioridades. O objetivo é descobrir os âmbitos, tipos e caminhos a serem seguidos, com exemplos concretos. Para isso, será elaborado o piloto do Plano de Incidência em cada Regional. Segundo a articuladora da Cáritas Regional Norte 1, Márcia Maria Miranda, “este é um momento de reafirmar nosso compromisso de ser presença solidária na Amazônia, cuidando da Casa Comum, defendendo os direitos dos povos e fortalecendo nossa missão como rede Cáritas”. Conhecimento da realidade local Os participantes do encontro visitarão realidades e projetos locais acompanhados pela Cáritas: comunidades indígenas, Cáritas paroquial e Centro de Acolhida para a população em situação de rua, abordando igualmente o cenário atual brasileiro e amazônico diante do contexto conjuntural. Um momento para refletir sobre os espaços de gestão, sobre as ações da Cáritas e os resultados, desafios, aprendizados e aquilo que ainda deve ser feito. Na pauta do Inter Norte aparece a reflexão sobre as mudanças climáticas e a COP 30, mostrando a visão da Igreja acerca das Mudanças Climáticas. Para isso, será apresentado o resultado da Pesquisa do Projeto Clima e Pobreza. Igualmente, com relação à COP 30 e a Cúpula dos Povos, será apresentado as propostas da Cáritas. Os participantes irão retomar a reflexão sobre o Sínodo para a Amazônia e o Sínodo sobre a Sinodalidade e abordarão a importância da comunicação na incidência. Fotos: Arthur Amorim

Frente à tentação da individualidade, assumamos que juntos somos mais

Escutar é um dos grandes desafios para poder caminhar juntos. Essa escuta ajuda a avançar no diálogo e descobrir aqueles elementos que nos unem. Na Igreja católica, esse caminhar junto recebe o nome de sinodalidade, uma dinâmica impulsionada decisivamente pelo Papa Francisco, que teve na Igreja da Amazônia seu banco de provas. Uma novidade na história da Igreja Em 2019 foi realizado o Sínodo para a Amazônia, que muitos consideram um passo prévio para o Sínodo sobre a Sinodalidade. Um dos frutos do Sínodo para a Amazônia foi a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), uma novidade na história da Igreja, que já foi vista como exemplo de sinodalidade. Nos últimos dias, de 17 a 20 de agosto, a CEAMA convocou os bispos da Pan-Amazônia para um encontro em Bogotá (Colômbia). Foi o primeiro encontro dos bispos da região depois do Sínodo para a Amazônia e da criação da Conferência Eclesial da Amazônia. Uma reunião que monstra a disposição a continuar o Sínodo para a Amazônia, e sobretudo ser uma Igreja sinodal, que caminha junto, uma Igreja encarnada e inculturada, onde existe preocupação para se ajudar. O encontro enriquece A tentação da individualidade, de decidir em pequenos grupos, sem escutar as diversas vozes, também está presente na vida da Igreja católica, inclusive na região amazônica. Ninguém pode esquecer que o encontro enriquece, dado que nele se faz presente a diversidade de uma região onde a interconexão entre povos e culturas sempre foi presente, também na vida da Igreja. Mesmo enfrentando alguma dificuldade, a sinodalidade é uma realidade viva na Igreja da Amazônia. Isso é algo que devemos aproveitar no dia a dia das comunidades, dado que a prática da sinodalidade, do caminhar junto é algo que nos aproxima do Evangelho e nos ajuda a assumir dinâmicas comunitárias, tão presentes na vida e nas culturas dos povos da Amazônia. Um caminhar junto que é um testemunho para uma humanidade cada vez mais enfrentada e dividida. Dispostos a caminhar junto Cada um, cada uma de nós tem que se questionar: estou disposto a caminhar junto? Sinto a necessidade de escutar, de dialogar, de buscar junto o caminho a seguir? Me abro à novidade que está presente na vida daqueles com quem me relaciono? Olho para o outro como alguém que me enriquece, que me ajuda a descobrir novos caminhos, que me enriquece? Diante de realidades comuns somos desafiados a enfrentar juntos as problemáticas presentes em nosso meio. Juntos somos mais e na companhia dos outros temos a possibilidade de chegar mais longe. Não tenhamos medo dos outros, não vivamos instalados na desconfiança. Pratiquemos a fraternidade que nos faz melhores e nos ajuda a experimentar a presença do Deus comunhão que está no meio de nós. Editorial Rádio Rio Mar