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Dia: 16 de outubro de 2025

Dom Adolfo Zon: “Com a Coleta Missionária, estamos dizendo ‘sim’ ao Evangelho que transforma vidas”

No próximo domingo 19 de outubro acontece o Dia Mundial das Missões, que em 2025 tem como tema “Missionários da Esperança entre os povos”, e como lema “A esperança que não decepciona” (Rm 5, 5). Para motivar a Coleta Missionária, que a Igreja do Brasil pede ser realizada nos dias 18 e 19 de outubro, o bispo da diocese de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), dom Adolfo Zon, divulgou uma mensagem nesta quinta-feira, 16 de outubro. Missionários da esperança O texto lembra que “a Igreja no Brasil se une mais uma vez em oração, solidariedade e generosidade com a Coleta Missionária do Dia Mundial das Missões.” Junto com isso, dom Adolfo Zon afirma que “neste ano, o Papa nos convida a sermos missionários da esperança, uma esperança firme, enraizada na fé, que não decepciona porque está voltada para Deus e sustentada pelo amor”. O bispo, que é Missionário Xaveriano, disse que “em um mundo marcado por guerras, desigualdades, desespero e isolamento, os missionários e missionárias da Igreja anunciam que a vida tem sentido, que o amor de Cristo alcança todos os povos, que a esperança cristã permanece mesmo em meio à dor”. Somar-se ao esforço missionário da Igreja É por isso que, “ao contribuirmos com a Coleta Missionária, estamos dizendo ‘sim’ ao envio da Igreja, ‘sim’ à partilha com quem mais precisa, ‘sim’ ao Evangelho que transforma vidas e realidades”, enfatizou o vice-presidente do Regional Norte 1. Segundo ele, “nosso gesto se soma ao esforço missionário da Igreja no mundo inteiro, apoiando dioceses pobres, projetos de evangelização, formação de seminaristas, catequistas e obras de caridade”. Finalmente, dom Adolfo Zon faz um chamado para que “neste mês missionário, sejamos também nós missionários da esperança!” Para isso, ele pede que, “com alegria, fé e generosidade, façamos a nossa oferta nos dias 18 e 19 de outubro. Que a nossa contribuição seja sinal de que a esperança não decepciona (Rm 5,5), porque é sustentada pelo amor de Deus”, e junto com isso que “Sejamos generosos!”

Leão XIV e Lula: os pobres no centro

Segunda-feira, 13 de outubro de 2025, o Papa Leão XIV recebeu em audiência privada Lula, o presidente do Brasil. Podemos dizer que tanto o pontífice como o presidente brasileiro colocam os pobres no centro. Robert Prevost, o agostiniano nascido nos Estados Unidos, escolheu viver como religioso no Peru, no meio dos pobres, e Luiz Inácio Lula da Silva, que experimentou a pobreza em sua infância, assumiu desde seu primeiro mandato a defesa e promoção dos pobres. O amor aos pobres Leão XIV publicou na semana passada sua primeira exortação apostólica, “Dilexi te” (Eu te amei), que pode ser vista como um chamado a viver o Evangelho a partir dos pobres e nos faz a proposta de refletir sobre o amor aos pobres. Na mesma linha, Lula disse depois do encontro com o Santo Padre que “não podemos separar a fé do amor aos pobres”. Durante o encontro o presidente brasileiro manifestou ao Papa a necessidade de “criar um amplo movimento de indignação contra a desigualdade”, fazendo um chamado a ler o documento pontifício e colocá-lo em prática por parte de todos. Nesse sentido, as políticas promovidas pelo governo Lula têm feito com que o Brasil saísse do Mapa da Fome, um grande desafio em um país onde a desigualdade social tem acompanhado a história do país, atingindo especialmente as mulheres, os afrodescendentes, os povos indígenas, os moradores das favelas e do Nordeste e o Norte do país. Transformar estruturas Diante da pobreza somos chamados a superar os preconceitos e a ideia de meritocracia, segundo nos mostra o texto pontifício. Um texto que nos faz entender que somos desafiados como humanidade e como cristãos a transformar as estruturas que geram pobreza, que excluem uma boa parte da humanidade, que é descartada por grupos de poder político e económico. A pobreza é bem mais do que uma ideia, ela tem rosto e nos mostra que o mundo tem perdido a alma na medida em que deixou tomar conta da vida da humanidade a uma economia que mata. Combater a pobreza não é uma ideologia, é uma questão de justiça, é uma atitude necessária naqueles que dizemos ter fé, naqueles que temos o Evangelho como norma de vida. Os cristãos acreditamos em um Deus que não é alheio ao que acontece no mundo, ao sofrimento dos descartados. Os pobres, lugar privilegiado de encontro com Cristo O cristão é obrigado a entender que os pobres são “o lugar privilegiado no encontro com Cristo”. Isso faz com que não possamos ficar indiferentes diante das vítimas da pobreza, mas também é um chamado a assumir a simplicidade evangélica como modo de vida. Uma atitude que nos identifica com Jesus, aquele que quebrou o esquema social estabelecido, que mostrou a compaixão como atitude básica na vida de todos aqueles que acreditam em Deus. Independentemente das motivações que cada um de nós tem o grande desafio é enxergar a presença de Cristo nos pobres e viver o Evangelho não só com palavras, mas também com obras, com atitudes. Isso porque a fé cristã não pode ser separada do amor concreto, da justiça social e da transformação das estruturas que geram miséria e exclusão. Editorial Rádio Rio Mar