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Dia: 25 de outubro de 2025

Willian Aragão novo presbítero da diocese de Coari: “não um mérito individual, mas um dom que vem de Deus”

A cidade de Codajás, na diocese de Coari, acolheu na noite de 25 de outubro de 2025 a ordenação presbiteral de Willian da Silva Aragão. Uma celebração presidida pelo bispo diocesano, dom Marcos Piatek, que contou com a presença do clero da diocese e de outras igrejas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), colegas do Seminário São José de Manaus, onde se formou o novo presbítero, Vida Religiosa, familiares e amigos. Uma experiência humana e outra transcendente Na homilia, o bispo diocesano, depois de saudar os presentes na ordenação, iniciou sua homilia afirmando que “nesta celebração de hoje, se juntam duas experiências, uma experiência humana, palpável, visível, e outra experiência, a experiência transcendente”, que segundo dom Marcos “ela tem o seu fundamento na fé, no amor a Deus.” Tudo isso porque “sem a fé, sem o amor a Deus, sem o amor a Jesus, sem o amor a Igreja, tudo aquilo que nós vemos é apenas algo palpável e visível”, disse o bispo, que fez um chamado a “ver esta celebração com os olhos da fé”. Na primeira leitura, onde aparecia o relato do chamado do profeta Jeremias, dom Marcos enfatizou que “a vocação dele é desde o ventre materno, não é algo humano, é um dom gratuito de Deus.” Segundo ele, “a vocação presbiteral, ela é movida, alimentada, fortalecida, renovada, santificada pelo amor”, uma dimensão que aparece no Evangelho lido, onde Pedro é questionado por Jesus sobre se ele lhe ama. O bispo de Coari sublinhou que “a fonte da vida presbiteral deve estar no amor a Jesus, no amor a Deus. Se faltar isso, ela não vai durar, não vai florescer.” Junto com isso, dom Marcos disse que “quando a gente celebra a ordenação presbiteral, nós temos que olhar para Jesus, o Sumo e Eterno Sacerdote.” Para aquele que ia ser ordenado, o bispo desejou “que ele seja ancorado, baseado no amor a Jesus. E assim você vai ser, ao exemplo de Jesus, um bom pastor”. Munus profético, do serviço e de santificar Dom Marcos Piatek destacou três tarefas na vida do presbítero: o munus profético, “padre é aquele que se torna profeta, anunciador da boa nova de Jesus, missionário, evangelizador”; o múnus do serviço, “o presbítero é aquele que serve, lava os pés dos irmãos, estende a mão aos pequenos, fracos, abandonados, esquecidos, viúvas, órfãos, migrantes, importância do monos, serve isso”; o múnus de santificar, celebrar, rezar, louvar a Deus, “o sacerdote é aquele que santifica a si mesmo e santifica o povo. Reza por si mesmo, pelos seus pecados e reza pelo povo a ele confiado. Por isso na nossa vida não pode faltar contemplação, reza, meditação, celebração, sacramentos, devoções, meditações”. O presidente da celebração recordou que Papa Leão XIV tem falado recentemente que “o sacerdote encontra sempre a Deus em Jesus como bom pastor.” Nessa perspectiva, “não lhe basta um coração humano e sábio, mas sente a necessidade de um coração como o de Jesus, sempre unido ao Pai, apaixonado pela Igreja”, enfatizou, e pediu que “nos esforcemos todos por ser sacerdotes exemplares”, enfatizando que “só unidos a Deus e entre nós, padres, podemos dar fruto e testemunho ao mundo de hoje”. Ele recordou as palavras de Santo Agostinho, que disse: “ai de mim, se sou pastor de nome e mercenário de vida”. Caminho de santidade O bispo, seguindo as palavras de Papa Leão XIV, afirmou que “os padres têm que zelar pela sua vida interior, pela formação, pela saúde emocional, pela sua integridade.” Ele recordou o chamado do pontífice a viver a fraternidade sacerdotal. Junto com isso, dom Marcos advertiu sobre a necessidade de sacerdotes santos, não de gerentes, vendo a formação como caminho que tem por objetivo a santidade e não apenas a competência. Ele mostrou sua gratidão a todos aqueles que colaboraram na formação do novo presbítero, a família, os formadores, os professores, a paróquia. Dom Marcos Piatek destacou a importâncias dos presbíteros na vida da Igreja e refletiu sobre a escassez de vocações, diante de outras possibilidades que a sociedade considera mais atraentes. A vocação é vista pelo bispo como aquilo que ajuda a ganhar a vida plena, e para isso enfatizou a importância do cuidado das famílias e de criar nelas um clima vocacional. Junto com isso a importância da oração, pedindo rezar pelos padres e para que o padre Willian seja “um servidor de Deus e do povo, para que ele seja homem de contemplação de santidade”. Gratidão do novo presbítero No final da celebração, o novo presbítero realizou seus agradecimentos ao bispo, aos padres, religiosos e religiosas, professores e todos os presentes. O padre disse que “o sacerdócio não é um mérito individual, é um dom que vem de Deus”, algo que ele disse ver em sua pessoa, percebendo a escolha de Deus, que lhe chamou e deseja lhe santificar, moldando de acordo a seus propósitos. Ele enfatizou que “a vida presbiteral é um chamado radical, não se trata só de um projeto pessoal, mas de uma entrega total a Deus”, antes de receber diversas homenagens por parte dos presentes na ordenação.  

Dom José Albuquerque no Curso Latino-americano para Formadores de Seminários Propedéuticos: “um sonho antigo”

Belo Horizonte acolheu de 20 a 24 de outubro um encontro latino-americano de formadores da etapa propedêutica. Promovido pela Organização dos Seminários Latino-Americanos (Oslam), em colaboração com o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mais de 70 participantes, chegados de 11 países da América Latina e do Caribe aprofundaram sobre a primeira fase da formação presbiteral, com especial atenção às dimensões pastoral, espiritual, humana e pedagógica, em sintonia com a nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis. Um sonho antigo Um dos participantes foi o bispo da diocese de Parintins e referencial da Comissão para o Ministério da Vida Consagrada (CMOVIC) da CNBB, dom José Albuquerque de Araújo. Segundo o bispo, a etapa propedêutica constitui um verdadeiro alicerce da formação sacerdotal. Dom José enfatizou que “este era um sonho antigo: reunir formadores de toda a América Latina. A etapa propedêutica é o ponto de partida, onde se constrói a base humana, intelectual e espiritual do seminarista, para que ele possa avançar com solidez e consciência nas etapas seguintes”. Segundo o bispo de Parintins, “muitos jovens vêm de realidades familiares e sociais complexas, com diferentes níveis educacionais e pouca experiência pastoral. É necessário acompanhá-los não só no aspecto intelectual, mas também na disciplina, na organização do tempo, na espiritualidade e na vida comunitária”. Fortalecer a articulação internacional Dom José Albuquerque sublinhou que a presença de representantes de diferentes países permite conhecer realidades diversas e compartilhar boas práticas. Segundo o bispo, o encontro também foi uma oportunidade para fortalecer a articulação internacional entre seminários, e “nos dá base para continuar com novos cursos, materiais e espaços de intercâmbio entre os seminários do continente”. Em palavras do bispo da diocese de Parintins, “não podemos olhar apenas para a experiência brasileira. É fundamental ir além, aprender com os desafios e acertos de outros contextos, inclusive do Caribe. Esse intercâmbio de experiências fortalece a formação e contribui para construir uma rede latino-americana de formadores”. Tempo de graça, de encontro, de partilha O encontro dá continuidade ao realizado em Bogotá com os formadores dos seminários e mais um realizado virtualmente com os diretores espirituais. O bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Júlio César Gomes Moreira, assessor do encontro disse ter sido “um tempo de graça, de encontro, de partilha, de formação e de oração”. Segundo ele, “criamos um verdadeiro intercâmbio de experiências e uma consciência de corresponsabilidade no cuidado desta missão tão importante: o acolhimento dos vocacionados que iniciam seu caminho formativo”. Um encontro que ajuda a “criar um espaço de fraternidade onde os participantes possam compartilhar experiências, refletir sobre metodologias pedagógicas e práticas de acompanhamento espiritual, sem perder a perspectiva de um projeto continental”, segundo o secretário da OSLAM, padre Vagner Moraes. Tudo isso em vista de um projeto latino-americano de formação inicial, adaptável a cada país, que fortaleça o trabalho dos formadores e prepare melhor os seminaristas para o ministério.

Seminaristas vivenciam 12º Experiência Missionária na Prelazia de Itacoatiara

Os seminaristas do Regional Norte 1 estão reunidos na Prelazia de Itacoatiara para a 12° Experiência Missionária, organizada pelo Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE Labontè). A experiência integra o processo formativo dos futuros presbíteros do regional, oportunizando a vivência com as realidades pastorais das igrejas locais. A programação iniciou no sábado (18) e se estende até o próximo domingo (26). A Missa de envio, na Catedral da Prelazia, marcou o início das atividades e contou com presença de agentes de pastoral e fiéis. Depois, os seminaristas seguiram para comunidades ribeirinhas e urbanas, onde fizeram visitas, celebrações, momentos de oração, encontros e rodas de conversa para fortalecer a “comunhão e a corresponsabilidade missionária”, segundo Lucas Santos, seminarista da Diocese de Roraima. Para ele, a experiência missionária é “um momento formativo para os futuros presbíteros, que vivenciam a realidade amazônica e são convidados a cultivar um olhar sempre mais próximo, fraterno e comprometido com a vida do povo”, explicou. O caminho comunitário As atividades da experiência missionário estão alinhadas ao Jubileu da Esperança, com o tema “Missionários da esperança entre os povos”, escolhido pelo Papa Francisco, e o lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). E buscam responder, como sinal de Esperança, ao grito urgente das pessoas que ecoa de diversas partes do mundo. O encontro com as realidades da igreja na Amazônia é fundamental para que os jovens seminaristas aprimorem seu modo de atuação. Na Exortação Apostólica Querida Amazônia, Papa Francisco recorda, ao citar o Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, que a “vida é um caminho comunitário onde as tarefas e as responsabilidades se dividem e compartilham em função do bem comum. Não há espaço para a ideia de indivíduo separado da comunidade ou de seu território”. Essa dinâmica corresponde às aspirações evangélicas de caridade, e é um “estímulo à cultura do encontro”, onde as relações são novamente restabelecidas. É uma possibilidade para que os seminaristas recordem a vocação evangelizadora presente em cada cristão e cristã batizado. Ou seja, para que desde agora sejam capazes de reconhecer as necessidades dos povos amazônicos, exercendo seus trabalhos com a força profética do Evangelho encarnado na realidade. Aprofundar a fé Dessa forma, a experiência missionária é o espaço para que os jovens missionários aprofundem sua fé. O encontro com os povos permite que haja um reconhecimento mútuo como anunciadores do Evangelho. E o vínculo, nascido nos caminhos, nos diálogos e nos encontros, é a manifestação da Esperança oferecida por Jesus, convida à uma abertura de coração para tocar, compreender e transformar o modo de ver o mundo. Nesse aspecto, o seminarista Jainer Reina, da Diocese do Alto Solimões, comentou que a experiência na Paróquia de Nazaré, em Itapiranga, “está sendo maravilhoso, visitando as famílias, os idosos, os necessitados”. Ele enfatiza que esses momentos motivam “a nossa fé, a minha vocação para ser um sacerdote”. E espera que os frutos dessa missão “possa amadurecer mais e mais na minha vocação”, terminou. Fotos: Lucas Santos.