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Dia: 30 de outubro de 2025

Prelazia de Tefé agradece os 19 anos de missão de Padre Valdemar dos Reis

Após 19 anos de missão na Prelazia de Tefé, o padre Valdemar Aparecido dos Reis retorna para a diocese de Assis (SP), por motivos de saúde, onde a partir de 1º de janeiro de 2026, será pároco na paróquia São João Batista, na cidade de Iepê. Segundo o bispo de Tefé, dom José Altevir da Silva, “sua trajetória é marcada por serviço incansável, presença fraterna e profundo compromisso com o Evangelho”, que e nome da Igreja local agradece profundamente por sua entrega e testemunho, desejando que Deus continue sendo sua força e paz. Diversos serviços na prelazia O missionário, enviado pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, chegou na prelazia em 06 de março de 2006. Ao longo dos anos desempenhou diversas funções: foi pároco, vigário, auxiliar da Catedral Santa Teresa D´Avila, ajudou nas apresentações da Rádio Rural de Tefé, atuou na Coordenação de Pastoral, realizou visitas ao Hospital Regional, foi Vigário Geral, por duas etapas, trabalhou no Propedêutico, formação inicial dos seminaristas, e foi colaborador próximo dos bispos, residindo por vários anos na casa episcopal. Sua atuação também se estendeu à Capelania Militar, onde ofereceu assistência espiritual aos militares com zelo e dedicação. Dom Altevir, em mensagem ao missionário, disse: “tua presença entre nós foi sinal de esperança, dedicação e amor ao Evangelho, vivido com simplicidade e coragem nas terras amazônicas”. Em sua missão, o bispo destacou “o testemunho silencioso, firme e constante”. Uma volta a sua diocese de origem que, segundo o bispo, “carrega o carinho e admiração de todo o povo desta prelazia”. Agradecimento ao bispo de Assis Em carta ao bispo da diocese de Assis, dom Argimiro Azevedo, o bispo de Tefé manifesta seu “profundo reconhecimento à Diocese de Assis, na pessoa de Vossa Excelência, pela generosa colaboração missionária prestada à nossa Prelazia de Tefé ao longo dos últimos 19 anos”. No texto, dom Altevir define os 19 anos de missão de padre Valdemar como “sinal concreto da fraternidade eclesial e do compromisso com a missão evangelizadora nesta Igreja Local, marcada pela simplicidade e pelo serviço aos pobres na vasta região amazônica. Sua dedicação pastoral, marcada por zelo, humildade e amor ao povo, deixou frutos que permanecerão vivos na memória e na caminhada de nossas comunidades”. Ao mesmo tempo, a carta manifesta “nosso firme compromisso com a missão e com a comunhão entre nossas Igrejas Particulares, fortalecendo os laços entre os Regionais Norte 1 e Sul 1 da CNBB”, afirmou dom Altevir. Ele mostrou o desejo de “continuar a caminhar juntos, partilhando dons, experiências e testemunhos, na construção de uma Igreja sinodal, missionária e servidora”. Diante do pedido de um novo missionário, o bispo da diocese de Assis manifestou que diante da atual realidade pastoral e do número de sacerdotes disponíveis, não pode atender o pedido no momento, abrindo a possibilidade de fazê-lo no futuro. Carta ao presidente do Regional Sul 1 Dom José Altevir da Silva mostrou sua gratidão ao bispo da diocese de São Carlos e presidente do Regional Sul 1, dom Luiz Carlos Dias. Em abril de 1994 nasceu o Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1, voltado ao atendimento das necessidades da Igreja na Amazônia. Uma colaboração que acontece na prelazia de Tefé desde 1997, “padres, leigos e leigas que, com dedicação e espírito evangélico, têm se empenhado na missão de anunciar o Reino de Deus, assumindo conosco as Prioridades Pastorais da Prelazia, definidas em assembleia. Com esforço humano admirável, esses missionários buscam uma profunda encarnação e enculturação na realidade amazônica, marcada por sua diversidade e riqueza cultural”, disse o bispo. 19 missionários oriundos do Regional Sul 1 que tem contribuído “significativamente para a evangelização e o fortalecimento das comunidades”, que atualmente continua com as leigas missionárias Aparecida Severo, da Diocese de Santo André, e Helena Pereira, da Diocese de Guarulhos. Algo que é motivo de sincero agradecimento, pelo apoio contínuo e pela generosidade com que têm atendido às necessidades missionárias da Prelazia de Tefé. Diante da realidade da prelazia e o pouco número de presbíteros, dom Altevir fez um apelo fraterno ao Regional Sul 1, pedindo “o envio de mais dois padres e dois leigos(as) missionários(as), para que possamos continuar atendendo com dignidade e presença evangelizadora às nossas comunidades ribeirinhas e urbanas, que somam mais de quinhentas comunidades”.

Leão XIV chama a CEAMA a não ter pressa e buscar caminhos mais sólidos, bem definidos

Na tarde desta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, Papa Leão XIV recebeu em audiência a Presidência da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). O encontro com o Santo Padre aconteceu no final da visita institucional realizada de 23 a 29 de outubro, tempo em que participaram do Jubileu das equipes e organismos sinodais. Conversa acolhedora e fraterna Um encontro sereno, segundo o bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da CEAMA, dom Zenildo Lima. Durante quase uma hora, “o Papa se colocou à disposição em uma conversa bastante acolhedora, fraterna, de interesse pela Conferência Eclesial da Amazônia, os passos vividos até aqui e as perspectivas e caminhos”. Depois de ser apresentados ao Papa os participantes do encontro, o presidente da CEAMA, cardeal Pedro Barreto fez um resumo da visita aos dicastérios da Santa Sé. Leão XIV conheceu o acontecido no encontro dos bispos realizado em Bogotá no último mês de agosto, o alcance deste encontro e a disponibilidade das igrejas da Amazônia para um caminho sinodal. Igualmente, foi compartilhado a construção coletiva que se vem fazendo num processo de escuta em vista da definição de linhas, de horizontes sinodais. a serem definidos na próxima Assembleia de março de 2026. Assembleia que também terá o caráter eletivo quando será escolhida a nova presidência da Conferência Eclesial da Amazônia. Cuidado com a vida e com os povos Papa Leão XIV, a partir de sua experiência missionária, é alguém que conhece a Amazônia, tendo consciência dos desafios ali enfrentados pela população e pela ecologia integral. Segundo dom Zenildo Lima, o Santo Padre “manifestou todo o seu apoio para as iniciativas que são de cuidado com a vida, de cuidado com os povos e com o anúncio do Evangelho”. A Presidência da CEAMA apresentou ao Papa a perspectiva da construção de um fundo patrimonial da Conferência Eclesial da Amazônia, para a qual o Santo Padre se revelou aberto e disponível a apoio dentro das condições que lhe são oportunas. O bispo auxiliar de Manaus destaca como muito interessante “a abertura do Papa ao comentar sobre as necessidades, os passos ministeriais para a Igreja que está na Amazônia. Segundo o bispo, “com muita serenidade, o Papa afirmou que não tem pressa com os processos, mas que prefere caminhos mais sólidos, bem definidos”, exortando à Presidência da CEAMA “a não termos a pressa de tentar estruturar”, dado que “determinadas situações se manifestam bem mais como carismas do Espírito Santo”. As mulheres um dom do Espírito Nessa perspectiva, Leão XIV vê a participação das mulheres como um dom do Espírito, uma realidade profundamente marcada pelo carisma. Ele fez um chamado para que a igreja que está na Amazônia acolhesse esses carismas, mas tivesse o devido cuidado de evitar estruturá-los demasiadamente, evitando se tornar engessados, segundo relatou dom Zenildo Lima. Ele destacou a escuta atenta do Papa às mulheres que faziam parte desta comitiva, duas vice-presidentes, Patrícia Gualinga e Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, e uma agente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cecília Barja. Entre os presentes entregues ao Papa Leão XIV estava uma rede de tucum, tecida pelos indígenas warao, originários do Delta do Orinoco, na Venezuela, que atualmente são migrantes em Roraima. Junto com a rede, eles enviaram diversas cartas em que relatam suas vivências e demandas. Por sua vez, o Santo Padre concluiu o encontro abençoando objetos e lembranças religiosas, estendendo a sua bênção às igrejas que estão na Amazônia.

Mais de 120 mortos no Rio de Janeiro: outro episódio da violência incontrolada

A operação policial, o massacre, a chacina no Rio de Janeiro, como está sendo definido o acontecido na terça-feira 28 de outubro de 2025, tem que nos levar a refletir. Um número de mortos indeterminado, mas que já superou as 120 vítimas, mesmo que o governador do Rio de Janeiro só considere como tais os quatro policiais falecidos. Enfrentar as causas da violência Um sucesso que tem virado manchete na imprensa internacional e que muitos organismos tanto brasileiros como transnacionais pedem sejam apuradas as circunstâncias. Mais um episódio da violência que tem se instalado nas periferias de muitas cidades brasileiras. O grande problema é que não querem se enfrentar as causas dessa realidade. O povo das periferias sente o abandono do poder público, que aos poucos entregou o controle social ao crime organizado. Um poder alternativo que controla e determina a vida do povo e atrai de diversos modos a parte da população, sobretudo jovens e adolescentes. Soldados do tráfico que muitas vezes, como aconteceu na última terça-feira, são os primeiros a morrer. Um povo que apenas sobrevive As imagens que aparecem na mídia são estarrecedoras. A fila de corpos na rua e as sacolas pretas jogadas no chão às portas do Instituto Médico Legal da capital fluminense é uma situação que deve provocar uma reflexão. Mais do que um sucesso, o acontecido no Rio deveria ser visto como um chamado a enfrentar a violência de modo diferente. Encarar as causas dessa violência deveria ser a grande preocupação do poder público. Mas para isso se faz necessário acompanhar a vida do povo da periferia, um povo que apenas sobrevive, mas que não tem vida em plenitude. Viver sob a ameaça constante da morte já foi assumido por muitos moradores da periferia como uma possibilidade real em suas vidas. Pessoas constantemente ameaçadas, vítimas dos diversos tipos de violência instalados nesses locais. Uma realidade que determina o dia a dia da população e condiciona gravemente a convivência. Cuidar da vida Diante do acontecido as reações são diversas. Nos deparamos, especialmente nas redes sociais, com pessoas que mostram sua alegria diante da morte dessas pessoas. Diante dessa atitude somos chamados a refletir com as palavras de Papa Francisco: “Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”. A primeira obrigação de todos, especialmente do poder público, é cuidar da vida, e isso está acima de qualquer política de segurança. A dor e o sofrimento é um sentimento comum. Daí a necessidade de nos colocarmos ao lado daqueles que choram diante da morte de seus entes queridos. Sejamos construtores de paz, superemos os sentimentos de ódio, de vingança, de indiferença, que destroem o tecido social. É tempo de parar e pensar, de encontrar caminhos que ajudem a superar a violência e gerar uma sociedade onde os direitos humanos sejam respeitados por todos e para todos. Editorial Rádio Rio Mar