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Dia: 6 de novembro de 2025

IV Assembleia Diocesana em Alto Solimões: Fortalecer a missão enraizada na realidade amazônica

A diocese de Alto Solimões realiza de 5 a 9 de novembro de 2025, no Centro de Formação Diocesano Frei Ciro, de Tabatinga, a IV Assembleia Diocesana do Povo de Deus. Com a participação de delegados das paróquias, comunidades e pastorais de toda a diocese, a assembleia marca um momento importante de escuta, avaliação e planejamento pastoral. O tema é “115 Anos peregrinando na fé, esperança e caridade neste chão”, tendo como lema “A esperança não decepciona” Rom 5,5, seguindo a linha do Ano Jubilar. Objetivo da assembleia Um encontro que quer “reafirmar e fortalecer a missão da Igreja no Alto Solimões como comunidade de discípulos missionários, enraizada na realidade amazônica, comprometida com a evangelização integral e sinodal, a partir da fé, da esperança e da caridade, à serviço da vida e da dignidade dos povos, da Casa Comum e da construção do Reino de Deus neste chão”, de acordo com o objetivo geral. Para ser concretizado, a IV Assembleia Diocesana do Povo de Deus da diocese de Alto Solimões irá refletir e discernir os caminhos da evangelização à luz da Palavra de Deus, das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2023-2027), das prioridades do V Encontro da Igreja Católica da Amazonia Legal (agosto 2024) e do processo sinodal, considerando os desafios e as potencialidades da realidade sociocultural, eclesial e ecológica da região do Alto Solimões. Formação dos agentes Junto com isso, fortalecer uma Igreja sinodal, em saída e profética, que caminha junto com os povos da Amazônia, especialmente com os povos originários, ribeirinhos e migrantes, valorizando seus saberes, culturas e espiritualidades, em sintonia com os apelos da Exortação Apostólica Querida Amazônia. Um encontro que ajude a reforçar a formação integral dos agentes de pastoral, promovendo lideranças comprometidas com a missão, com a justiça socioambiental e com o cuidado da Casa Comum, conforme o apelo da ecologia integral. A assembleia pretende fomentar redes de comunhão, participação e corresponsabilidade pastoral, através da escuta mútua, da articulação entre paróquias, áreas missionárias, pastorais e serviços eclesiais, à luz da sinodalidade. Do mesmo modo, inspirar novas práticas pastorais enraizadas na realidade local, alimentadas pela espiritualidade da fé, da esperança e da caridade, que promovam a dignidade humana, a justiça e a fraternidade, como expressão viva de uma Igreja samaritana e encarnada. Um tempo de graça e discernimento No início da assembleia, os participantes foram acolhidos pelo bispo diocesano, dom Adolfo Zon Pereira, que expressou sua gratidão pela presença e pelo testemunho dos representantes das diversas paróquias e áreas missionárias. Em suas palavras, dom Adolfo destacou que a assembleia é um tempo de graça e discernimento, no qual todo o Povo de Deus é chamado a refletir sobre os caminhos da Igreja no Alto Solimões. “Estamos aqui para escutar o que o Espírito Santo quer nos dizer como Igreja missionária e sinodal, comprometida com a vida, com os povos e com a Amazônia”, afirmou o bispo, motivando os delegados a viverem esses dias com abertura, diálogo e oração. Uma acolhida que foi precedida pela celebração de abertura, onde foi recordado com emoção os 115 anos de evangelização no território diocesano. Durante a celebração, foram relembrados os principais marcos pastorais dessa caminhada, desde a chegada dos primeiros missionários até a consolidação das paróquias e comunidades que hoje formam a diocese, que tem como identidade ser “Casa de Comunhão e Missão”. Traçar novas diretrizes para a ação evangelizadora A IV Assembleia segue nos próximos dias com momentos de oração, escuta comunitária, partilhas pastorais e trabalhos em grupo, assessorados pelo bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima, buscando traçar novas diretrizes para a ação evangelizadora nos próximos quatro anos. Segundo o bispo diocesano, “mais do que um evento administrativo, a assembleia se revela como uma verdadeira experiência de sinodalidade, onde cada voz é valorizada e cada comunidade tem seu espaço para contribuir na construção do futuro da diocese”. Tendo como ponto de partida a escuta da realidade diocesana e paroquial, assim como a realidade social, será realizada uma iluminação que ajude no discernimento dos caminhos de evangelização a partir das diretrizes do Regional Norte 1, da Igreja da Amazônia e do Brasil, em vista da elaboração das propostas pastoreis para o quadriênio (2026-2029). Um processo que será encerrado com a celebração final no dia 9 de novembro, momento em que será realizado o Jubileu diocesano pelos 115 anos de Igreja Local.

COP 30: tomar medidas para mitigar as consequências das mudanças climáticas

A Amazônia, uma região fundamental na preservação do Planeta, se torna nos próximos dias o foco da mídia mundial. A COP 30, que será realizada em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro, deveria representar um avanço na toma de consciência sobre a necessidade de adotar medidas que ajudem a mitigar as consequências das mudanças climáticas. Uma urgência diante da atual realidade planetária, que provoca graves catástrofes ambientais, que aumentam cada dia. Fenómenos desconhecidos em muitas regiões do Planeta se tornaram cotidianos, ocasionando situações que geram sofrimento na população, especialmente nos mais pobres. Não podemos esquecer que o grito da Terra e o grito dos pobres é o mesmo. O negacionismo climático é uma atitude presente em algumas pessoas. Essa atitude resulta mais preocupante quando essas pessoas têm poder político, poder de decidir o futuro da humanidade. Nesse sentido, a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resulta inquietante. Na última Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada na sede dessa organização em setembro de 2025, ele definiu as mudanças climáticas como a maior farsa. No mundo científico se tornou doutrina comum que as mudanças climáticas são reais e que elas são causadas pelos humanos, se agravando a cada ano. Diante disso, todos nós, mas também cada pessoa, você, eu, somos chamados a refletir e nos questionar sobre as atitudes que podemos adotar. Junto com isso, como sociedade, somos desafiados a lutar para que sejam adotadas políticas públicas que exijam a todos os países o cuidado da Casa Comum. A grande questão é se a humanidade está disposta a assumir mudanças estruturais em vista da preservação do Planeta. Em palavras de Papa Francisco em Laudato si´, se faz necessário entrar no caminho da conversão ecológica como único caminho para superar a atual crise, que provoca milhões de mortes mundo afora em consequência da degradação planetária. Que a COP seja realizada na Amazônia tem uma importância decisiva. A preservação das florestas tropicais, que tem na região amazônica seu maior expoente, é um caminho que deve ser assumido por todos os países do mundo. Se faz necessário o incremento de investimentos que ajudem na preservação, mas também é urgente a defesa dos povos originários e das populações tradicionais, verdadeiro exemplo de convivência harmoniosa com o bioma amazônico. O perigo é deixar passar mais uma oportunidade para enfrentar essa problemática. Sabemos que das decisões tomadas, mas sobretudo de sua implementação, depende o futuro do Planeta e da humanidade. Ficar olhando para o outro lado, não se comprometer com a ecologia integral, pode nos levar a um caminho sem retorno, o caminho do sofrimento e da destruição. Editorial Rádio Rio Mar