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13 de março de 2025: 12 anos de um Papa que ainda está aqui

13 de março de 2025: 12 anos de um Papa que ainda está aqui

Doente, idoso, constantemente agredido e
perseguido, mas o Papa Francisco, depois de 12 anos de caminho, ainda está
aqui
. O filme “Ainda estou aqui”, que recentemente ganhou vários prémios
internacionais, destacando o Oscar a melhor filme internacional, me inspira no
dia em que se completa mais um aniversário da eleição do atual pontífice, e
assim refletir sobre os passos dados pelo primeiro Papa latino-americano.

Poderíamos equiparar a luta de Eunice Paiva,
símbolo do enfrentamento à Ditadura Militar no Brasil, com os passos dados pelo
atual pontífice. Tanto a advogada quanto o atual pontífice enfrentaram o
sistema dominante para fazer realidade um Brasil e uma Igreja de todos, todos,
todos
. Isso frente àqueles que sempre se empenharam em defender um país e uma
Igreja de elites, perseguindo até a morte todos os que enfrentavam o sistema,
dado que existem muitas formas de matar.

Sua atitude tem que nos levar a refletir sobre
a necessária toma de postura diante de situações que perpetuam uma sociedade e
uma Igreja elitizada, colocando do lado de fora uma grande maioria. Francisco
se posicionou desde o início de seu pontificado em favor de uma Igreja pobre e
para os pobres, uma Igreja sinodal, uma Igreja cuidadora, samaritana, presente
nas periferias geográficas e existências
, no meio daqueles que mais sofrem, se
colocando contra a auto referencialidade, o clericalismo e os abusos de todo
tipo.

Francisco é alguém que questiona fortemente com
seu testemunho de vida
, marcado pela grande capacidade de escuta, por sua
abertura e atenção à realidade concreta do povo, com palavras que chegam ao
coração. A missão assumida pelo Papa 12 anos atrás é um serviço em favor do
Reino de Deus, de um mundo melhor para todos e todas, uma dinâmica também presente
na vida de Eunice Paiva, que nunca abriu mão de seu empenho em favor dos
direitos humanos.

O compromisso das mulheres e homens que
enfrentaram a ditadura militar no Brasil fez com que hoje a democracia
determine a convivência no país,
mesmo com fortes tentativas de restaurar
aquele regime. Se buscava uma sociedade onde ninguém fosse perseguido por seu
modo de pensar, de viver, de entender a vida. Sabemos que ainda falta um longo
caminho a percorrer, mas não podemos deixar de reconhecer os avanços
alcançados.

Na Igreja, esse modo de sociedade poderia ser
identificado com a sinodalidade, que busca na escuta de todos e todas e no
discernimento comunitário, com a participação dos diversos carismas e
ministérios, concretizar o caminhar de uma Igreja que responda aos sinais dos
tempos,
entendendo que a diversidade nos enriquece e que abrir-se aos outros é
condição necessária para viver o discipulado missionário hoje.

Enfrentar a ordem estabelecida, sobretudo
quando ela é consequência de atitudes históricas que geram divisão, fugindo da
comunhão e de uma convivência sadia, é algo que provoca perseguição da parte
daqueles que se acham detentores do poder. A autoridade não nasce de atitudes
autoritárias, ela é fruto do testemunho e do compromisso de vida
, uma postura
assumida por Francisco, que provoca admiração em muitas pessoas, inclusive
naquelas que não fazem parte da Igreja católica. Ele ainda está aqui, nos
mostrando que sua luta, seu compromisso, é com a vida para todos, todos, todos.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

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