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Cardeal Steiner: “Servindo se chega a Belém!”

Cardeal Steiner: “Servindo se chega a Belém!”

O arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia
do quarto domingo do Advento dizendo que “estamos a caminho de Belém”, vendo a liturgia
do dia “a nos indicar o caminho do serviço como caminho de Belém”, enfatizando
que “servindo se chega a Belém!

“Maria,
sai de casa, sobe as montanhas apressadamente, isto é,
zelosa, diligente, comprometida,
cuidadosa, materna, serva.
Põe-se a caminho movida pelo
fruto do ventre, que a faz caridade, serviço, alegria, disponibilidade;
realmente ‘serva do Senhor’. A serva do Senhor que se faz criada, cuidadora de
Isabel sua prima
. Saiu e chegou para servir”, refletiu o presidente do Regional
Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Segundo
ele, “o evangelista a acentuar a prontidão de Maria em atender a Palavra do
anjo que na gravidez de Isabel de idade avançada, pronuncia o seu sim. Parte
para assuntar o anúncio angélico, e chega à casa de Isabel, a antes estéril na
velhice, para estar no cuidado da grávida do Preparador dos caminhos.”

Relatando
o agir de Maria, ele disse que “chegou à casa de Isabel que concebera e admira
as maravilhas que Deus operara na prima idosa e na sua própria gravidez.” Um
relato onde aparecem “duas mulheres grávidas; duas mulheres uma idosa e outra
jovem. Isabel como a representar a espera de Israel, o Antigo Testamento que chega
à plenitude. Maria, o a realização dos tempos, das rogações das implorações da
predileção de Deus pela humanidade
.”


“Isabel
que acolhe a Boa Notícia com gratidão e confiança e alegra: Como
posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?’, palavras do Espírito que a inspira e faz proclamar,
admirar
. Pois, ‘logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos o menino
exaltou de alegria no meu ventre!’ O mexer-se do menino no ventre era exultação de alegria!”, disse o arcebispo.

Segundo
o cardeal Steiner, “o precursor a saltar de alegria no ventre materno pela
promessa que está a se cumprir. Isabel reconhece na saudação de Maria o dom
gratuito de Deus que vem realizar e completar as promessas, as expectativas do
povo de Israel
. No encontro entre as duas mulheres manifesta-se o dom do
Espírito que faz a criança estremecer de alegria no seio de Isabel. A Boa Nova
de Deus revela a sua presença numa das coisas mais comuns da vida humana: duas
donas de casa em visitação e cuidado.”


A graça do Espírito
Santo não admite demora
”, disse o arcebispo, lembrando a pregação de Santo
Ambrósio, “ao comentar o evangelho de hoje ao narrar que Maria apressadamente
sobre as montanhas da Judéia”. Ele enfatizou: “Sim, o amor não admite demora.” Nessa
perspectiva, o cardeal acrescentou: “Tomado pela graça do Espírito, concebendo
o Filho de Deus, Maria parte e chega à casa de Isabel. O Espírito impulsiona a
sair, chegar para servir, O Espírito que tudo vivifica desperta para o
essencial: o amor. O espírito concede vida, supera a morte, transforma a morte
em vida. Não admite demora. Ele apressa, impulsiona os passos, conduz para tudo
o que é vida, fonte, nascente: Amor. Ele leva salvação. Nesse sentido Maria é
uma visita salvífica, benfazeja. Como podem ser as nossas visitas aos doentes,
aos desemparados, aos famintos. É uma saudação de vida, de esperança, de amor!
O Espírito que fecunda, gera vida, não admite demora.”

O
arcebispo de Manaus sublinhou que “Santo Ambrósio, nos desperta para a
admirável presença de Deus no ventre de Maria
: ‘Isabel foi a primeira a
ouvir a voz, mas João foi o primeiro a pressentir a graça; aquela que ouviu
segundo a ordem da natureza, este exultou em virtude do mistério. Ela
percebeu a chegada de Maria, ele, a do Senhor; a mulher ouviu a voz da mulher, o
menino sentiu a presença do Filho; elas proclamam a graça de Deus, eles
realizam-na interiormente, iniciando no seio das duas mães o mistério da
misericórdia; e, por um duplo milagre, as mães profetizam sob a inspiração de
seus filhos.
A criança exultou,
a mãe ficou cheia do Espírito. A mãe não se antecipou ao filho; mas
estando o filho cheio do Espírito Santo, comunicou-o a sua mãe. João exultou; o
Espírito de Nossa senhora também exultou. A alegria de João se comunica a
Isabel; quanto a Maria, porém não nos é dito recebesse o Espírito Santo, mas
que seu espírito exultou. Aquele que é incompreensível agia em sua mãe de modo
incompreensível – Isabel recebe o Espírito santo depois de conceber; Maria
recebeu antes. Por isso Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste (Lc
1,45)”, citando o texto
“Da Exposição
sobre o Evangelho de São Lucas”.

“No relato de Lucas
demo-nos conta do cumprimento das promessas. Promessas que foram esperadas,
suplicadas para que se cumprissem. Era a esperança a guiar os passos”, disse o
cardeal Steiner. Ele lembrou Papa Francisco ao falar da esperança a nos dizer:
“Por isso, a esperança é uma virtude que não se vê: trabalha por debaixo; nos
faz olhar por debaixo. Não é fácil viver na esperança, mas eu diria que deveria
ser o ar que um cristão respira, ar de esperança; do contrário, não poderá
caminhar, não poderá ir avante porque não saberá aonde ir. A esperança – isto
sim é certo – nos dá uma segurança: a esperança não desilude. Jamais. Se você
espera, não será desiludido. É preciso abrir-se a esta promessa do Senhor,
voltados para aquela promessa, mas sabendo que existe o Espírito que trabalha
em nós. Que o Senhor nos dê, a todos nós, esta graça de viver em tensão, em
tensão, mas não para os nervos, os problemas, não: em tensão pelo Espírito
Santo que nos lança para a outra margem e nos mantêm na esperança.”

Para o arcebispo, “agora
já não mais espera e esperança, agora a presença da esperança a alimentar um povo.”
Neste quarto domingo do Advento, ele destacou
que
caminhamos com Maria grávida de
Deus pelos caminhos do serviço, do cuidado
. Já sentimos a sua proximidade, a
sua presença e nos apercebemos todos amados e acolhidos, alegres por estarmos
às portas de Belém. Abramos o nosso coração para acolhermos
menino envolto em panos e a ser colocado numa manjedoura’”.


Ele fez um pedido: “Como Maria coloquemo-nos a caminho do amor
para servir
. Ninguém seja esquecido, desservido, ninguém seja deixado para
trás, abandonado. Como Maria façamos a visitação, subamos as colinas da dor, do
sofrimento e do abandono humano. Servir a quem está necessitado. Neste quarto
domingo caminhemos com Maria, subamos a montanha, percorramos o caminho entre o
nosso lugar e o lugar do nascer de Deus. Percorramos a distância entre nosso
modo de vida e a vida de quem leva Jesus, gesta Jesus, no servir.


De
novo citou Papa Francisco: “O Evangelho da visita de Maria a Isabel, prepara-nos
para viver bem o Natal, comunicando-nos o dinamismo da fé e da caridade. Este
dinamismo é obra do Espírito Santo: o Espírito de Amor que fecundou o seio
virginal de Maria e que a levou a apressar-se ao serviço da prima idosa. Um
dinamismo cheio de júbilo, como se vê no encontro entre as duas mães, que é um
hino de alegre exultação no Senhor, o qual realiza grandes coisas com os
pequeninos que confiam n’Ele”, lembrando suas palavras no Angelus do mesmo
domingo em 2018.


O arcebispo de Manaus pediu:
Façamos em nossas casas um
presépio, simples, pequeno, singelo
, como expressão da nossa fé no nascer de
Deus em Belém e como sinal do nosso amor que deseja recebê-lo para mostrá-lo a
todos que não o conhecem.
 


Ele convidou a suplicar mais uma vez com o salmista: “Pastor de
Israel, prestai ouvidos,
Vós que sobre
os querubins vos assentais, aparecei de glória esplendor. Despertai vosso
poder, ó nosso Deus e vinde logo nos trazer a salvação.  Pousai a mão por sobre o vosso protegido, o
filho do homem que escolhestes para vós! E nunca mais vos deixaremos, Senhor
Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!


Finalmente, ele disse que “Nossa Senhora nos obtenha a graça de
viver o nascimento do menino Deus de modo extrovertido, contagiante, mas
não dispersivo
. Extrovertido: que no centro não esteja o consumo, mas Jesus e
os irmãos, sobretudo daqueles que têm necessidade de ajuda, consolo, compaixão.
Então danos deixaremos envolver pelo Amor que deseja fazer-se carne e vir
habitar entre nós. Amém!”
 

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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