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Trabalho escravo no Brasil, uma realidade muito presente, mesmo que seja ignorada

Trabalho escravo no Brasil, uma realidade muito presente, mesmo que seja ignorada

Tem muita gente
que fica surpresa quando escuta que no Brasil existe trabalho escravo, mas
infelizmente essa é uma realidade presente em um país onde os direitos humanos
ainda não são para todos
, e existem pessoas que se aproveitam da
vulnerabilidade alheia para explorar essas pessoas e se enriquecer a costa do
trabalho dos outros.

No próximo domingo
28 de janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no
Brasil. A data faz memória do assinato de três auditores-fiscais do Ministério
Público do Trabalho e Emprego (MTE) e seu motorista, mortos em 2004 a mando de
empresários enquanto investigavam denúncias de trabalho escravo na cidade de
Unaí, em Minas Gerais. Uma data de grande importância e que nos leva a lutar
pela manutenção do combate às condições degradantes de trabalho durante todo o
ano.

Desde 2003, ano em
que começou a contagem dos casos, segundo dados do Ministério do Trabalho e
Emprego, são mais de 40 mil pessoas resgatadas em situação de trabalho escravo.
A grande maioria, 94 por cento, são homens, sendo raça e cor fatores de
exclusão, de desigualdade.

2023, a falta dos
números definitivos, tem sido o ano com maior número de pessoas resgatadas em
um país onde se estima que um milhão de pessoas trabalham em condições análogas
à escravidão. São números que devem levar a sociedade brasileira a um maior
empenho em acabar com uma situação que agride gravemente a condição humana dos
trabalhadores e trabalhadoras.


Bem sabemos que
nem sempre é fácil enxergar essas situações e que as ameaças de todo tipo que
sofrem os trabalhadores fazem com que eles tenham pouca condição de realizar as
denúncias
. Muitas vezes são pessoas em alto grado de vulnerabilidade, o que
dificulta ainda mais esse tipo de denúncias. Como sociedade devemos ter a
consciência de que está em nossa mão ajudar essas pessoas para que possam viver
e trabalhar com dignidade.

O trabalho dos
auditores do Ministério Público do Trabalho e Emprego é fundamental e tem que
ser garantidos os recursos e condições para que eles possam fazer seu trabalho
com plenas garantias de êxito. Também o trabalho da Comissão Episcopal Pastoral
Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de tantas
instituições da Igreja católica e da sociedade civil que lutam por condições
mais humanas no mundo do trabalho.

É tempo de parar e
pensar, de refletir, de continuar lutando, de defender aqueles e aquelas que
tem seus direitos mutilados, ignorados, massacrados. Nosso silêncio e falta de
compromisso na luta tem que nos levar a entender que devemos desterrar essas
atitudes de nossa vida
, pois isso nos desumaniza, na medida em que não cuidado
dos direitos humanos de todos e todas.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – editorial Rádio Rio Mar

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