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Cidadão em um Estado onde nem todos têm cidadania

Cidadão em um Estado onde nem todos têm cidadania

Receber o título
de cidadão é uma honraria que muitas pessoas têm recebido ao longo da história,
no Estado do Amazonas, e em tantos outros espaços. Na terça-feira 28 de
novembro, o cardeal Leonardo Steiner recebia o título de cidadão amazonense,
algo que é motivo de alegria para muitos, pois representa um reconhecimento a
alguém que encarnou a Amazônia e seus povos como uma causa.

Essa alegria tem
que nos levar a um compromisso em prol da cidadania de todos aqueles que hoje
vivem em um Estado onde os direitos fundamentais não são garantidos
com
políticas públicas que promovam a vida para todos, onde ninguém fique nas
margens do caminho, do lado de fora da sociedade.

Um compromisso que
tem assumido o cardeal Steiner desde que em 2020 chegou no Amazonas para
assumir a missão de ser arcebispo de Manaus. Um compromisso que foi a mais um
ano atrás com sua nomeação cardinalícia, que ele vive não como uma honra
pessoal e sim como voz em defesa dos povos da Amazônia, em prol de direitos que
a lei diz ser para todos, mas que a prática nos mostra que muitos são
excluídos
.

Os espaços que
ocupamos, ainda mais quando tem a ver com a Igreja católica, sempre tem que ser
para estar ao serviço dos outros, especialmente para ser voz daqueles que nunca
foram escutados, inclusive daqueles a quem sempre tamparam sua boca, pretendendo
que não sejam escutados seus clamores, seus gritos seculares de dor e
sofrimento.

Ser cidadão tem
que nos levar a olhar para a comunidade, para a totalidade da sociedade, a
cuidar um dos outros
, especialmente a cuidar daqueles que ninguém cuida, também
não o poder público, mesmo sabendo que sua missão fundamental é o cuidado
daquilo que é de todos, que realmente é esse poder público quem tem a obrigação
de cuidar dos mais vulneráveis.

Uma religião é
crível quando olha para aqueles que são descartados com um sentimento de
cuidado
, quando se posiciona em favor da cidadania daqueles que nunca foram
vistos como cidadãos, porque nunca tiveram os direitos que tem que ter aqueles
que são cidadãos. E não podemos esquecer que todas e todos tem que ter uma
cidadania de pleno direito.

Lutemos por
cidadania, por direitos, por vida plena, concretizemos uma sociedade mais
humana, um Brasil com os mesmos direitos para todos e todas na prática, onde
ser indígena, ribeirinho, mulher, negro, morador da periferia, não seja motivo
para restar direitos, para recortar cidadania
.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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