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Os Bispos do Regional Norte1 da CNBB mostram indignação e profunda solidariedade ao Povo Yanomami

Os Bispos do Regional Norte1 da CNBB mostram indignação e profunda solidariedade ao Povo Yanomami

Os Bispos do
Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lançaram neste 21
de janeiro uma nota de indignação e solidariedade diante da situação que vive o
Povo Yanomami. Os Bispos se mostram “estarrecidos e profundamente indignados,
estamos vendo as imagens dos corpos esqueléticos de crianças e adultos do Povo
Yanomami no Estado de Roraima, resultado das ações genocidas e ecocidas do
Governo Federal anterior, que liberou as terras indígenas já homologadas para o
garimpo ilegal e a extração de madeira, que destroem a floresta, contaminam as
águas e os rios, geram doenças, fome e morte. Mais de 570 crianças já perderam
a vida”.

A Terra Indígena
Yanomami (TIY) é a mais extensa terra indígena no Brasil com cerca de 9 milhões
de hectares, sendo habitada por cerca de 28.000 indígenas Yanomami, falantes de
6 línguas distintas e divididos em mais de 300 comunidades
além de grupos
indígenas em isolamento.

O garimpo ilegal,
com uma presença estimada de cerca de 20.000 garimpeiros, associados a organizações criminosas que
configuram o chamado “narco-garimpo”, envolvidos em tráfico de drogas, de armas
e lavagem de dinheiro, que contam com a cumplicidade
de funcionários públicos e o apoio de uma parcela das elites locais,
empresários
e políticos, mantêm uma relação com a floresta marcada pelo extrativismo
predatório.

Trata-se de uma
atividade que afeta a 273 aldeias yanomami, uma situação ainda mais agravada
pelo desmonte das ações de saúde
junto às comunidades Yanomami. As consequências do garimpo ilegal na Terra
Indígena Yanomami é a devastação ambiental, a destruição das comunidades
indígenas, o desequilíbrio da economia indígena que permite sua sobrevivência,
o agravamento da situação sanitária
, até o ponto de que comunidades que vivem
no meio da floresta amazônica, estão sem atendimento de saúde, são milhares de indígenas
abandonados sem qualquer assistência num momento de explosão exponencial de
doenças provocadas também pela presença dos garimpos, uma situação que atinge
sobretudo às crianças e às pessoas idosas, que sucumbem por doenças que tem
tratamento.

Diante de uma
situação de colapso sanitário, o atual governo brasileiro declarou no dia 20 de
janeiro de 2023 a emergência em saúde
pública
no território Yanomami. O Governo Federal montou uma força-tarefa para
avaliar a tragédia na Terra Indígena Yanomami, visitando as regiões mais
afetadas para montar um plano de ação e tentar evitar mais mortes.

Os Bispos do
Regional Norte1 tem manifestado sua “profunda solidariedade ao Povo Yanomami,
às famílias que perderam seus filhos e adultos, aos tuxauas e lideranças
”. Junto
com isso, eles dizem se colocar “ao lado dos missionários e missionárias da
Igreja de Roraima e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que há tempo
vem denunciando a invasão do território yanomami e suas trágicas consequências”.

O Regional
Norte1 da CNBB apoia “as decisões corajosas do Presidente da República e vários
ministros, ministras e assessores que visitaram a região, tomando as medidas
necessárias e urgentes para expulsar os invasores e salvar muitas vidas de
pessoas à beira da morte
”, segundo a nota.

Citando as
palavras da Querida Amazônia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazônia,
onde eles participaram como padres sinodais, a nota diz que “estamos diante de
mais uma situação em que se repete o que foi denunciado pelo Papa Francisco na
Querida Amazônia
: ‘os povos nativos viram muitas vezes, impotentes, a destruição
do ambiente natural que lhes permitia alimentar-se, curar-se, sobreviver e
conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava identidade e sentido’
(QA 13)”.

Movidos
pela esperança, os Bispos suplicam “a Deus Pai, Defensor dos pobres e
oprimidos, que proteja o Povo Yanomami a todas as pessoas que lutam para
defender seus direitos
”. Igualmente, eles pedem a intercessão pelos Yanomami de
“Maria, Mãe da Amazônia e Mãe dos Povos Indígenas”.

 

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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