A pandemia tem nos mostrado atitudes que durante muito
tempo ficaram disfarçadas, mas que diante da crise foram aparecendo. São
situações que tem que nos levar a refletir como sociedade, a avaliar o modelo
civilizatório que está sendo construído, onde o povo confia mais na opinião de
algumas pessoas do que no trabalho científico, avaliado por anos de estudo e
trabalho.
A ciência permitiu superar doenças que ao longo de
muitos anos mataram muitas pessoas, doenças que hoje são quase inexistentes,
pois as vacinas fizeram com que elas fossem superadas. Isso foi fruto do
esforço de cientistas, que dedicaram sua vida a possibilitar que muitas vidas
pudessem ser salvas.
A vacina contra a Covid-19, a pandemia que já matou
mais de cinco milhões quinhentas setenta e duas mil pessoas, mais de seiscentas
e vinte um mil no Brasil, tem sido motivo de polémica em muitos países, sendo o
Brasil um dos países que isso gerou mais divisão e enfrentamento, muitas vezes
por questões ideológicas e não por questões sanitárias.
O baixo número de vacinados, que muitas pessoas veem
como consequência do incentivo do poder público, numa tentativa de evitar
destinar recursos públicos àquilo que a Constituição garante, uma saúde de
qualidade para toda a população, coloca em risco a saúde de todo mundo, pois a
menos vacina, a possibilidade de contagio e a gravidade da doença aumentam.
Tentar dificultar a vacina de crianças é a nova
estratégia, uma atitude daqueles que querem tampar o sol com a peneira, quando
na verdade a vacina das crianças contra todo tipo de doenças, ainda mais no
Brasil, é algo que faz parte da sociedade brasileira há décadas, salvando a
vida de muitas crianças ao longo destes anos.
O incentivo da vacina, também das crianças, tem sido
uma cobrança e um incentivo da Igreja católica desde o início da pandemia. O
Papa Francisco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande parte da
Igreja católica tem apostado na defesa da vida, insistindo em superar
ideologias que geram morte, dor e sofrimento em muita gente, ideologias que
infelizmente são apoiadas por pequenos grupos de católicos, ou que se dizem
tais, indo contra aquilo que o Papa e os bispos do Brasil defendem.
Nossa sociedade deve refletir, se questionar e fazer
escolhas claras. Não dá para ficar acima do muro, para estar com Deus e com o
diabo, para não apostar decididamente na defesa da vida. Nestes dias em que o
número de contagiados e de mortes está aumentando no Brasil e no mundo de modo
alarmante, somos chamados a nos posicionarmos claramente em favor da vida.
levar a isso, a defender a vida sempre, a lutar contra aqueles que colocam
interesses pessoais, políticos, econômicos, ou do tipo que for, acima dessa
defesa da vida. É tempo de tomar posição e dizer abertamente que a vida,
especialmente dos pequenos, está acima de tudo, também das ideologias que
matam.