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Vida religiosa: presença eclesial nas periferias da Amazônia

Vida religiosa: presença eclesial nas periferias da Amazônia

O Mês Vocacional nos leva a refletir sobre as
diferentes vocações e o que elas representam na vida do cristão, na vida da
Igreja e também na vida da sociedade. Neste domingo, 15 de agosto, a Igreja do
Brasil celebra o dia da Vida Religiosa, e isso tem que nos levar a refletir
sobre esse modo de ser discípulos e discípulas no seguimento de Jesus.

Na Amazônia, a presença da vida religiosa sempre teve
um papel decisivo. Durante séculos, os religiosos e religiosas representaram
uma presença destacada, quase única, na evangelização de uma região onde as
grandes distâncias e a diversidade de povos, culturas e realidades sempre foi
um desafio a mais.

O padre Cláudio Perani falava de estar onde, com e como ninguém quer estar”, um modo de vida
assumido por muitos religiosos e religiosas na Amazônia. O jesuíta nascido na
Itália, que nesta semana completou 13 anos do seu falecimento, considerado como
um dos grandes profetas da Amazônia, promotor de iniciativas que levaram a vida
religiosa a ser presença eclesial nas periferias geográficas e existências da
Amazônia, ajudou a entender melhor o papel da vida religiosa no meio aos povos
da região.

São
muitas as histórias que contam os exemplos de vida entregada dos religiosos e
religiosas na Amazônia. Recentemente, visitando o cemitério dos espiritanos em
Tefé
, vi como muitos missionários, a grande maioria chegados de longe, doaram
sua vida. É admirável ver como muitos deles morreram ainda jovens, após pouco
tempo na missão, inclusive dando sua vida, literalmente, para salvar a vida de
outras pessoas
. Esse é só um exemplo de tantos missionários e missionárias que
definharam sua vida nos rios e florestas amazônicas.



Mas
a vida entregada dos religiosos e religiosas na Amazônia não é só coisa do
passado. Sua presença continua semeando vida em muitos cantos da região
amazônica
, no meio aos mais vulneráveis, acompanhando as vítimas de uma
economia que mata, de projetos que só buscam favorecer os interesses de grupos
de poder político e econômico.

Acompanhar
a vida das comunidades indígenas e ribeirinhas, do povo da periferia, dos
moradores de rua, das vítimas do tráfico de pessoas, das juventudes, e de
tantas outras realidades e pessoas que lutam pela vida em plenitude, é um dos
elementos presentes na Vida Religiosa que peregrina na Amazônia, especialmente
na vida religiosa feminina, testemunha de compromisso encarnado no meio do povo
e de doação para que todos tenham vida e vida em abundância.

Estamos
diante de testemunhos de vida entregada até o fim, de gente que nunca mediu
esforços, que colocou os outros na frente. Quando a gente se depara com
missionários e missionárias que depois de 30, 40, 50 ou ainda mais anos de
missão na Amazônia, continuam sendo semente de alegria na vida do povo, a gente
entende que é Deus que chama e que a gente só responde à vocação recebida.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar


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