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Brasil: um país onde ser diferente coloca a vida em risco

Brasil: um país onde ser diferente coloca a vida em risco

17 anos. Essa era a idade de Fernando Vilaça da Silva, que faleceu nesta segunda-feira, 7 de julho, depois de ser espancado no bairro Gilberto Mestrinho, em Manaus, na madrugada do sábado dia 5. Ele sofreu traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral após ser espancado ao reagir a ofensas homofóbicas proferidas por um grupo de pessoas durante uma confraternização na rua.

Crimes que ficam impunes

Mais um episódio que mostra que no Brasil ser diferente é perigoso, muito perigoso, colocando em risco a vida das pessoas. O problema é que a sociedade assiste impassível a esses episódios, que muitas vezes ficam impunes. Inclusive as pessoas que dizem, dizemos ter consciência da gravidade dessas situações, fazemos pouco ou nada para mudar essa realidade.

Não é a primeira vez que esses episódios se repetem, inclusive muitas vezes não são nem revelados. São situações que aumentam o clima de violência presente na sociedade brasileira, onde a intolerância para com aqueles que são ou pensam diferente se tornou motivo para acabar com eles. A convivência entre diferentes é sinal de que a sociedade é sadia, e essa convivência está se tornando cada vez mais difícil.

A orientação sexual, as opções políticas ou religiosas, e tantas outras situações que fazem parte da vida das pessoas têm se tornado motivos de enfrentamento que gera violência, que provoca a morte das pessoas. O acontecido com o adolescente Fernando é um exemplo disso, mas provavelmente não será o último episódio semelhante.

Gerar atitudes de respeito

Se faz necessário parar e refletir, procurar espaços que gerem atitudes de respeito para com os outros, especialmente para com aqueles que não são iguais à gente. A família, a escola, as igrejas, e tantas outras instituições presentes na sociedade, devem ser espaços que gerem nas pessoas atitudes que favoreçam a convivência com todos, superando preconceitos que destroem o convívio social e acabam com a vida de pessoas inocentes.

Junto com isso, se faz necessário a aplicação das leis que regulam a vida do país. A impunidade faz com que situações similares possam se repetir. Todos aqueles que desrespeitam a lei devem ser julgados, como único caminho para superar a violência cada vez mais institucionalizada.

Uma tarefa de todos

Superar essa realidade é uma tarefa comum, que deve implicar o conjunto da sociedade, que tem que ser assumida por cada um, cada uma de nós. Devemos superar as palavras, as atitudes que geram violência, que provocam o enfrentamento com o diferente, que não permitem descobrir a riqueza da diversidade. Somos nós, eu e você, que vamos fazer com que a realidade possa mudar.

Aqueles que morrem são bem mais do que nomes, são pessoas concretas, muitas vezes com toda a vida por diante, como foi o caso de Fernando. Qual o sentimento que sua morte provoca em cada um, cada uma de nós? O que estamos dispostos fazer, o que vamos fazer para que essas situações não se repitam? É hora de refletir, mas também de nos envolvermos para que ninguém morra por ser diferente.

Editorial Rádio Rio Mar

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