Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Autor: cnbbnorte1blog@gmail.com

3º Ano Vocacional: “Falar desses carismas que Deus dá a cada um”

A Igreja do Brasil inicia neste domingo 20 de novembro, seu 3º Ano Vocacional, que tem como tema “Vocação, graça e missão”, e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Um ano que em nível nacional iniciou-se com a celebração da Eucaristia no Santuário Nacional de Aparecida, precedido por uma coletiva de imprensa que contou com a presença de Dom João Salm, Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Ir. Maristela Ganassini, Assessora do Setor Juventudes e Vocações da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), e a Presidenta do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira. Um Ano Vocacional 2023 surgiu do IV Congresso Vocacional do Brasil, posteriormente aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Com o tema e o lema se procurou “refletir aquilo que a Igreja neste momento precisa, aquilo que pudesse ser de fato resposta e inspiração para essa experiência tão especial, todo um ano dedicado à questão das vocações”, segundo Dom João Salm. O Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada destacou que nos elementos recolhidos apareceu “uma Igreja de comunhão, uma Igreja de sinodalidade, que fosse uma Igreja do Vaticano II, que houvesse o espírito de uma Igreja missionária, uma Igreja em saída, uma Igreja aberta aos pobres, uma Igreja que se colocasse ao serviço de Jesus Cristo na vida D´ele doada à humanidade hoje, de acordo com as necessidades do nosso tempo”. O Bispo de Novo Hamburgo destacou a importância de trabalhar a vocação como “uma experiência, uma realidade que diz respeito a toda vida humana”, insistindo em que todo batizado, “cada um, cada uma, vive uma vocação específica”. Lembrando a exortação do Sínodo da Juventude, o Bispo definiu a vocação como “um entrelaçamento entre Deus que toma a iniciativa e a pessoa humana na sua resposta livre”, ressaltando a dimensão de liberdade presente em toda vocação. Daí surge a visão da vocação como graça, como dom, como algo que tem uma dimensão de Mistério, presente no tema, e o encontro com Jesus, que faz arder o coração e nos põe a caminho, elemento presente no lema, insistiu Dom Salm. Os outros dois anos vocacionais, realizados há 40 e 20 anos, “traziam a perspectiva do caminho para a cultura vocacional, algo que tem como objetivo este terceiro ano, buscando “oportunizar às nossas juventudes o despertar vocacional”, segundo a Ir. Maristela Ganasini. A religiosa destacou que a primeira vocação é à vida, o que depois leva a fazer uma escolha a uma vocação específica. A religiosa das Filhas do Sagrado Coração de Jesus destacou a importância de esta ser “uma temática transversal, que vai perpassando nas nossas comunidades, nas nossas famílias”. Junto com isso, “nos tornarmos sensíveis, olhar para todas as vocações”, sem ficar só no ser padre ou irmã.   Também destacou a importância da Teologia da graça, de ser missionários, igreja em saída, do acompanhamento personalizado das juventudes e fazer o convite direto às vocações específicas. Isso com o exercício diário da oração, em espírito de comunhão que nos conecta com Deus e com os irmãos. Um outro elemento que deve, segundo a religiosa, são as equipes vocacionais, buscando incentivar uma dinâmica que perpasse todas as pastorais e movimentos. A vocação laical nos remete ao “verdadeiro sujeito eclesial, maduro na fé, testemunha do amor à Igreja, a serviço dos irmãos, permanece à escuta da Palavra de Deus, obediente à inspiração do Espírito, que tenha coragem para dar testemunho na defesa dos irmãos”, segundo Sônia Gomes de Oliveira, lembrando as palavras do Documento 105 da CNBB. A partir daí, a presidenta do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro refletiu sobre o que é um sujeito maduro na fé, afirmando que “a partir do Batismo, nós fomos chamados a ser corresponsáveis na evangelização”. O olhar da vocação laical, segundo a Presidenta do Laicato, “tem que ser para o interno da Igreja, olhando o ministério, mas a missão específica nossa é na sociedade”. Ela insistiu no testemunho do amor à Igreja, “que vem a partir daquilo que nós recebemos a partir do nosso chão, a partir da catequese, da vida na comunidade, a partir da vida nos espaços onde nós estamos”. Junto com isso destacou o serviço aos irmãos, nas periferias, onde a vida está ameaçada, sendo bálsamo e alento. Para isso se faz necessário escutar a Palavra para entender que estamos ao serviço de Jesus Cristo e evitar que cada um se anuncie a se mesmo. Aí dar testemunho, em espaços que precisam da presença do cristão leigo, suscitando vocacionados para cada espaço, partindo do fato de assumir o Batismo, de ser Igreja. No trabalho vocacional, a Ir. Maristela fez um chamado a aprender com as juventudes, a estar com eles, a sentir, viver o que eles vivem. Junto com isso, o desafio de estar no mundo virtual, nas redes sociais, de evoluir na linguagem, de ressignificar as relações internas dentro da Vida Religiosa, a espiritualidade. Ela chamou a não se preocupar com quantidade e sim com que os vocacionados tenham o ardor missionário. Sempre em um trabalho organizado e contando com os materiais que ajudam a vivenciar o Ano Vocacional. Falar de vocação é segundo Dom Salm, “falar desses carismas que Deus dá a cada um”. Em um tempo de transformação, em que o mundo vive uma grande crise, em uma mudança de época, o Bispo de Novo Hamburgo fez um chamado a “descobrir a pessoa de Jesus, nos encontrarmos com Ele, e a partir d´Ele começar a fazer um outro trabalho de renovação das nossas vidas”. Isso em um mundo que não é mais de Cristandade e que desafia a fazer cristãos, recordando as palavras de Tertuliano, a partir do testemunho de vida, destacando a importância de saber apresentar o modo de viver de Jesus, levando o jovem a uma experiência, onde a gente reflete, encontra respostas e faz seguir um caminho novo. Diante da crise,…
Leia mais

Verônica Rubi: “Não é só falar do Amor de Deus, é viver Nele muitas vezes sem dizer uma palavra”

No domingo de Jesus Cristo, Rei do Universo, em que a Igreja do Brasil comemora o Dia dos cristãos leigos e leigas, e que inicia o Terceiro Ano Vocacional no Brasil, com o tema: “Vocação: Graça e Missão”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, as palavras de Jesus na passagem do Evangelho de Lucas: “ainda hoje estarás comigo no Paraiso”, é uma “preciosa afirmação que nos enche de esperança e nos permite celebrar esta Festa de Cristo Rei do Universo”, segundo Verônica Rubi. A missionária leiga na Diocese de Alto Solimões destaca que “com olhos humanos, o momento da cruz, não passa de uma condena, do fim de uma etapa”. Ela insiste em que “os olhos humanos e o coração de pedra podem fazer acreditar que a morte é solução para acabar com alguém que incomoda”. Uma realidade ainda presente, pois “o ódio provoca essa intolerância visceral, que não é só do tempo de Jesus, lamentavelmente no Brasil deste tempo também o percebemos”. Daí Verónica pergunta: “Quantas situações hoje em dia são provocadas pelo ódio? Quantas mortes são efetuadas para desaparecer, silenciar, eliminar alguém?”. Ela responde que “igual que aconteceu com Jesus… Cuidado com o ódio que se instala em nossas vidas! Ele nos cega e nos faz justificar qualquer opressão”. A missionária relata que “em Jesus o ódio não tem lugar, ele que desde um olhar humano tinha motivos para o ressentimento, por tudo o sofrimento experimentado, só teve mansidão e palavras de misericórdia ‘ainda hoje estarás comigo no paraíso’”. Frente a isso destaca que “o Amor vence o ódio, sabemos que o ódio é forte mais o Amor sempre é maior. O Amor venceu a morte, ela já não tem a última palavra, Jesus com sua morte e ressurreição nos deu a Vida Eterna, este é o grande presente, esta é a Boa Nova… Jesus Ressuscitou!”. Algo que leva a proclamar: “Jesus Cristo Rei do Universo, Senhor de tudo o criado, Cabeça do corpo que é a Igreja, Messias anunciado, Filho amado de Deus. Ele é o nosso Mestre e Senhor, Nele estamos chamadas e chamados a pôr toda nossa atenção para aprender a viver em Seu Amor”. Isso porque “o Reino de Deus não fracassou com a morte em cruz, pelo contrário, com a força do Espírito Santo continua a espalhar-se até os confins da terra”, segundo a missionária. Ela faz ver que “esta é a missão de todos os batizados, especialmente dos cristãos leigos e leigas, levar o Amor de Deus a nossos lugares de trabalho, ao convívio de nossas famílias, as situações da rua, do trânsito, do mercado, das redes sociais. Não é só falar do Amor de Deus, é viver Nele muitas vezes sem dizer uma palavra”. Finalmente, Verônica pede “que nesta Festa de Jesus Cristo Rei do Universo reconheçamos a força do Amor de Deus em nossas vidas e tenhamos a coragem de viver nele com todos e todas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo agradece pela nova Diocese de Borba chamada a “agir em uma corresponsabilidade que gera comunhão sinodal”

O Bollettino da Sala Stampa da Santa Sé anunciou nesta sexta-feira 18 de novembro de 2022 a elevação da Prelazia Apostólica de Borba a Diocese. Junto com isso foi anunciado que Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, até o momento Bispo prelado, será o primeiro Bispo diocesano da Diocese de Borba. Erigida em 13 de julho de 1963 pelo Papa São Paulo VI por meio da bula Ad Christi, depois do tempo em que foi administrada por Dom João de Souza Lima, Arcebispo de Manaus, foi nomeado seu primeiro bispo prelado, frei Adriano Jaime Miriam Veigle, que tomou posse em 8 de setembro de 1964. Em 6 de julho de 1988 foi nomeado Dom José Afonso Ribeiro, franciscano da Terceira Ordem Regular, como segundo bispo da Prelazia Apostólica de Borba, que permaneceu no cargo até 14 de julho de 2006, em que foi nomeado Dom Elói Roggia. Seu sucessor foi Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, nomeado bispo coadjutor em abril de 2016 e que assumiu o governo da Prelazia em 23 de setembro de 2017. Com a criação da nova Diocese de Borba, Dom Zenildo foi nomeado pelo Papa Francisco primeiro Bispo diocesano. Natural de Linhares (ES), Dom Zenildo nasceu em 6 de junho de 1968. Ele é Redentorista e foi ordenado presbítero em 11 de agosto de 2001. Na congregação, Dom Zenildo foi formador, pároco e vice provincial, antes de ser nomeado Bispo coadjutor da Prelazia de Borba, escolhendo como lema episcopal “Apascenta minhas ovelhas”. Atualmente, o novo Bispo diocesano de Borba é Secretário do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Presidência da CNBB enviou uma mensagem onde diz que “a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu com alegria a decisão do Papa Francisco em elevar a então Prelazia territorial de Borba a Diocese, nomeando Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva como o primeiro bispo diocesano”. Em nome do episcopado brasileiro, eles enviam “a nossa saudação e votos de que a missão evangelizadora da Igreja seja cada vez mais frutuosa nesta região, encarnando os sonhos apresentados pelo Papa Francisco para a Querida Amazônia”. Dom Zenildo diz ter recebido com alegria a elevação da Prelazia Apostólica de Borba a Diocese. Segundo o novo Bispo diocesano, “o Papa Francisco instituiu nossa diocese dentro de um processo de evangelização, cuja missão passou pela organização de uma região de missão, para uma porção do Povo de Deus”, um termo usado no Concílio Vaticano II para definir uma diocese. Por isso, o bispo faz um chamado ao povo dizendo que “na Diocese de Borba devemos cultivar todas as qualidades e virtudes que devem caracterizar a Igreja católica: a unidade, a santidade, catolicidade, Apostolicidade, sinodalidade e proximidade”. Segundo o bispo, “a elevação da Diocese de Borba faz parte de uma experiência de carinho e de amor que o Papa Francisco tem pela Amazônia”. Dom Zenildo destaca que o Papa percebeu que houve sintonia com o processo do Sínodo para a Amazônia, colocando como exemplo disso o protagonismo dos leigos, a ministerialidade, a defesa da vida, a luta por passar de uma Igreja de visita para uma Igreja de presença. Agradecendo o trabalho realizado no processo de evangelização e daqueles que fazem parte da missão na atualidade, Dom Zenildo destaca que “organização, comunhão e participação são notas fortes desta caçula diocese. Pois, dentro de uma dinâmica de proximidade, a recém-criada diocese alcançou o que chamamos de maturidade”. Mas também faz um chamado para que a nova diocese avance em algumas dimensões, fazendo ver a necessidade de priorizar a dimensão ecológica, organizar melhor a dimensão social e insistir na evangelização. O Povo de Deus da nova Diocese de Borba, reunido na Assembleia anual para avaliar e planejar a caminhada da igreja como missão, tem acolhido com muita alegria a decisão do Papa Francisco, que acontece dentro da comemoração pelos 60 anos da criação da Prelazia de Borba. Uma Igreja que segundo seu Bispo quer trabalhar e viver como igreja ministerial, o que representa “agir em uma corresponsabilidade que gera comunhão sinodal”. Uma Igreja que seguindo o pedido do Papa Francisco quer ser uma igreja em saída, uma igreja pé no chão, uma igreja pautada no amor de Deus, uma igreja samaritana com os pobres e para os pobres, que é presença e testemunha o amor de Deus na vida do outro. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 Com informações e fotos da CNBB e da Diocese de Borba

Dom José Albuquerque: “Vocação pessoal e igreja entendida como comunidade de vocacionados e vocacionadas são inseperáveis”

O 3º Ano Vocacional do Brasil deseja promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus. A iniciativa convida a todos a refletir e aprofundar o tema “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Às vésperas de sua abertura nacional, prevista para ocorrer no próximo sábado, 19 de novembro, a partir de 16h30, com uma coletiva de imprensa e missa solene no Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP), o bispo auxiliar de Manaus e referencial do Serviço de Animação Vocacional/ Pastoral Vocacional, dom José Albuquerque, concedeu entrevista e falou sobre o planejamento e organização do Ano Vocacional.  Confira a entrevista: A abertura do Ano Vocacional 2023, em nível nacional, se dará no próximo 19 de novembro.  Qual é a importância desse dia? O 3ª Ano Vocacional do Brasil será inaugurado no dia 20 de novembro. Nessa ocasião celebraremos a Solenidade Cristo Rei do Universo. E no Brasil já em vários anos nós celebramos a vocação e a missão dos cristãos leigos e leigas. Essa data foi marcada para dar início ao Ano Vocacional. No domingo, dia 20, a abertura se dará à nível de comunidade, paróquia, diocese, regional, mas à nível nacional nós estamos nos programando para celebrar no Santuário de Aparecida no dia 19, sábado, com uma missa que será transmitida pelas emissoras católicas – TV Aparecida e TV Pai Eterno – e redes sociais, às 18h.  O que comemora o terceiro ano vocacional e em que foi inspirado? O 3º Ano Vocacional do Brasil irá celebrar os 40 anos do primeiro Ano Vocacional que aconteceu em 1983 cujo lema foi “Vem e segue-me”; o segundo Ano aconteceu em 2003 cujo tema foi “Batismo, fonte de todas as vocações” e o lema “Avançem para águas mais profundas”. Nesse ano de 2023, o Ano Vocacional traz como tema “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”, inspirado no encontro de Lucas com os discípulos de Emaús, então essa data é muito significativa para nós porque vamos dar continuidade a toda uma caminhada bonita que estamos fazendo no Brasil para a promoção vocacional, para promover todas as vocações e ministérios que estão à serviço do Evangelho e do povo de Deus.  Em que se fundamenta o tema “Vocação: Graça e Missão”? O tema e o lema do Ano Vocacional foram definidos a partir de indicações provenientes dos vários organismos e comissões da CNBB envolvendo o povo de Deus. Foram considerados alguns critérios como a caminhada vocacional no país e seus eventos nacionais desde o primeiro ano vocacional realizado em 1983 e o contexto atual da Igreja neste caminho sinodal que estamos trilhando. Também foram levados em conta alguns aspectos da vida da sociedade marcada fortemente pela pandemida da Covid-19.  No processo de escolha do tema surgiram várias sugestões: manifestaram um anseio muito forte por uma igreja mais unida, mais sinodal, mais diaconal e próxima das pessoas. Desejava-se que este ano vocacional trate da vocação no seu sentido mais profundo e mais amplo no âmbito pessoal e comunitário.  Nas reflexões ficou evidente que a ocasião deveria promover com muita clareza a identidade das mais diversas vocações específicas da igreja, compreendida como um povo de vocacionados e vocacionadas, tendo o cuidado de superar tanto uma visão reducionista de vocação que seja excludente, uma visão clericalista, mas também evitar uma generalização que não impacta a pessoa, a quem na verdade Deus chama pelo nome. Vocação pessoal e igreja entendida como comunidade de vocacionados e vocacionadas são inseperáveis. Vocação pessoal e também a dimensão missionária do chamado. Como é organizado o texto-base do 3º Ano Vocacional ? O texto-base é fruto de um trabalho muito empenhativo e dedicado de várias pessoas que representam as Comissões da CNBB. Ele é dividido em três partes. Logo após a introdução nós temos a primeira parte que reflete sobre a vocação, todo o seu aspecto teológico, uma compreensão de que a vocação é ser chamado a ser povo de Deus, onde somos convidados a sermos discípulos missionários de Jesus, então trazemos referências do Concílio Vaticano II, da Conferência de Aparecida, textos inspirados no magistério do Papa Francisco. A segunda parte é onde é refletida a dimensão bíblica, onde temos referências de vários textos do Evangelho para compreendermos que a vocação é dom, é graça. E na terceira parte iremos refletir sobre a dimensão missionária, onde o chamado de Deus nos coloca na perspectiva de caminharmos juntos, de estarmos unidos para fortalecer a esperança e, é claro, que o texto nos aponta desafios para promovermos a animação vocacional em nossas comunidades, dioceses ao longo desse ano.  Na prática, qual a proposta do Ano Vocacional 2023? Nós encontramos no texto-base do 3º Ano Vocacional como objetivo geral o desejo de promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias, na sociedade para que sejam ambientes favoráveis no despertar de todas as vocações, como graça e missão à serviço do Reino de Deus. Temos como tarefa buscar o cultivo da sensibilidade vocacional que favoreça a compreensão de que toda pastoral é vocacional; toda formação é vocacional; toda espiriualidade é vocacional. São palavras que o Papa Francisco nos escreveu na Exortação Apostólica Christus Vivit, no número 254. Esse é o objetivo do Ano Vocacional: fazer com que todos nós possamos ser conscientes de que o chamado é para todos e todas. As atividades pastorais que realizamos, toda formação, toda espiritualidade é profundamente vocacional, porque ser cristão significa ser vocacionado, ser chamado a amar a Deus, a seguir Jesus Cristo e a servir o povo de Deus. Quais as atividades previstas para o Ano? As atividades que estão sendo programadas certamente vão acontecer à nível local. Temos à nível nacional a abertura do Ano Vocacional marcada para o próximo final de semana, mas as atividades vão acontecer à nível de comunidade, paróquia, diocese, regional. É importante termos essa consciência de que tudo aquilo que formos vivenciar…
Leia mais

Encontro Diocesano de Pastoral de Alto Solimões: “Igreja encarnada e libertadora neste chão”

A Diocese de Alto Solimões realiza de 14 a 17 de novembro de 2022 seu Encontro Diocesano de Pastoral, que neste ano tem como tema: “Igreja encarnada e libertadora neste chão” e como lema: “O Verbo se faz carne e planta sua tenda entre nós” (Jo 1, 14). Um encontro onde estão participando umas 100 pessoas representando as paróquias, pastorais e movimentos presentes na diocese. O Encontro teve como ponto de partida a análise de conjuntura na região do Alto Solimões, destacando a importância da construção de políticas pública paras as diferentes problemáticas da região. Para isso se faz necessário um mapeamento para compreender a realidade. Um dos grandes desafios na região é manter a floresta em pé com a ajuda dos povos indígenas, dado que a floresta mantém o solo nutritivo, possibilitando os produtos locais. Nesse sentido, foi feito um chamado a valorizar os produtos da região, como o cacau Tikuna em benefício dessas comunidades. Dentre as realidades presentes na região foi colocado a existência de facões criminais envolvidas com o narcotráfico que têm o controle da Tríplice Fronteira. Também foi relatado a falta de emprego, muito alcoolismo, drogas, violência, a crise econômica, a falta de oportunidades de formação e o desmatamento, extração ilegal de madeira e tráfico ilegal de animais. Em relação à realidade eclesial, se faz necessário fortalecer e animar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), dar resposta desde a Palavra de Deus e viver a dimensão comunitária da fé, procurar que as comunidades analisem desde a Doutrina Social da Igreja as problemáticas e pecados estruturais em prol de uma sociedade organizada. Para isso, como cidadãos e cristãos se faz um chamado a participar nas decisões da região. Foi questionado em relação à Juventude qual é o objetivo da Diocese em relação ao acompanhamento da juventude e quais são as realidades juvenis presentes. Daí foi sugerido a possibilidade de aplicar a metodologia sinodal para se aproximar da realidade juvenil. A Diocese de Alto Solimões sente a urgência de conhecer a vida cotidiana, as dificuldades, as esperanças-sonhos, as realidades particulares da juventude. Para isso se faz a proposta de escutar os jovens nas escolas, universidades, grupos juvenis e outros lugares. Para isso será criado uma guia para escutar a juventude. No trabalho com a juventude foi colocado o Projeto Juvenil dos Capuchinhos em Benjamín Constant “A Juventude Quer Viver”. As Comunidades Eclesiais de Base foram confirmadas na Amazônia no Encontro de Santarém de 1972, buscando estar junto aos movimentos populares, fomentar o ecumenismo, as políticas públicas e a juventude, além dos trabalhos no campo da saúde, educação, paz, política, ecologia, segurança, alimentação. Nesse sentido, foi refletido sobre o fato de que a Igreja deve promover a dignidade, a justiça e a liberdade, ser uma Igreja profética e defensora da vida, uma Igreja cuidadora da criação, uma Igreja martirial, missionária, em saída. Nas Comunidades Eclesiais de Base, a leitura bíblica é um elemento importante, buscando ler a realidade por meio de círculos bíblicos, fomentando assim a união de fé e vida, a formação das lideranças e ministros. Comunidades que visitam, que fazem missão em outras comunidades, que fomentam a pastoral vocacional, que vivem a comunhão. Comunidades que ajudam a fazer realidade os sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia. São comunidades que nascem do chão, do povo, da ação de Deus e de seu Espírito, sabendo que são fortalecidas nos sacramentos, na oração (Lectio Divina), e que cada uma tem suas próprias particularidades e necessidades. Em relação com as comunidades indígenas e ribeirinhas foi colocado que precisam de estudos bíblicos, de mais encontros vocacionais e mais presença dos missionários nas comunidades, que os missionários aprendam as línguas indígenas, que sejam escutadas para depois evangelizar, fortalecer o caminho sinodal e a formação em diálogo com políticas públicas. Também foi colocado que cada paróquia crie uma equipe para atender essas comunidades na formação, catequese, liturgia. As comunidades urbanas são chamadas a fomentar a acolhida, o diálogo, a formação; buscar uma metodologia para trabalho com os jovens; construir políticas públicas em benefício das comunidades; melhorar a comunicação; buscar um maior conhecimento entre os membros das comunidades e uma maior participação; utilizar os médios de comunicação para evangelizar. Em relação com o Documento de Santarém e sua atualização, realizada no encontro que aconteceu em Santarém no mês de junho, foi colocado a necessidade de ter pastorais de acordo à realidade; buscar a encarnação do próprio Jesus Cristo; ajudar o povo a se libertar de tantas escravidões; ser mais humanos; assumir o Sínodo para a Amazônia como algo que é para toda a Igreja. Como retos aparecem a interculturalidade e o diálogo interreligioso com os povos indígenas e a necessidade de reconhecer o serviço das mulheres nas comunidades. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Um Rei que serve e não domina

A Igreja católica encerra o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei, um dia em que a Igreja comemora o Dia dos Cristãos Leigos. Um Rei que não domina e sim que serve, que se doa, que se coloca o último e caminha com os últimos, que pensa em como fazer realidade uma sociedade onde os últimos tenham voz e vez. Depois de encerrar o 18º Congresso Eucarístico Nacional, realizado na Arquidiocese de Olinda-Recife de 11 a 15 de novembro, que no momento final teve como grata surpresa o anúncio de que Dom Hélder Câmara está mais perto de ser declarado venerável, a gente pode ver que tudo está interligado, que nada é por acaso. O “Pão em todas as mesas” presente no tema do Congresso foi um dos grandes pedidos daquele que foi Arcebispo da Arquidiocese sede do grande evento eucarístico nacional. É famosa a frase de Dom Hélder, onde ele diz: “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres chamam-me de comunista”. Parece que durante o Congresso alguns católicos se incomodaram quando alguém questionava as causas da atual pobreza no Brasil, que faz com que mais de 30 milhões de brasileiros não tenham pão em sua mesa. São expressões desse catolicismo que alguns tentam impor no Brasil, se afastando cada vez mais de Jesus Cristo, a quem identificam com um Rei dominador e não servidor. Fazer presente esse Rei servidor na vida do povo é missão de todos os batizados, daí a importância do laicato na vida da Igreja, ainda mais dessa Igreja sinodal que quer impulsar, com muitas resistências, o Papa Francisco. Uma Igreja que caminha junto, onde as pessoas se escutam e procuram encontrar o caminho a seguir desde a comunhão. Não podemos esquecer que juntos somos mais e que o envolvimento de todos na caminhada da Igreja faz com que a presença de Deus e dos valores do Evangelho se tornem mais evidentes na vida das pessoas e da sociedade. Esse sempre é um desafio para a Igreja e daí a importância dos cristãos leigos, que ninguém pode esquecer são a grande maioria da Igreja, na caminhada eclesial. Celebrar o Dia do Laicato é reconhecer sua importância decisiva nos processos de evangelização e na transformação da sociedade para fazer que um mundo melhor para todos e todas se torne uma realidade cada vez mais evidente. No final das contas a Igreja é chamada a ser presença na vida das pessoas e ninguém melhor do que os leigos e leigas para fazer realidade essa missão de transformar a realidade em que vivemos e faze-la mas parecida com a proposta de Deus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Escola e Ano Vocacional: “Fortalecer o caminho sinodal que nós estamos fazendo”

A Igreja do Brasil inicia no próximo domingo 20 de novembro de 2022 o Terceiro Ano Vocacional, que vai até 26 de novembro de 2023. Uma oportunidade para “preparar as lideranças e fazer com que se perceba que falar em animação vocacional não é só falar da vida sacerdotal, da Vida Religiosa, e sim falar do cristão leigo, da vocação à vida, dar essa ênfase a todas as vocações”, segundo a Ir. Maristela Ganassini. A religiosa das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, que foi uma das assessoras da Terceira Etapa da Escola Vocacional, realizada em Manaus de 11 a 15 de novembro de 2022, insiste em que “por muito tempo se pensava a animação vocacional para que nós tenhamos sacerdotes, nós tenhamos religiosas”. Frente a isso faz um chamado a “trabalhar nessa perspectiva da cultura vocacional que é para todos, que o trabalho é com todos”. A Assessora do Setor Juventudes e Vocações da Conferência dos Religiosos do Brasil, reflete sobre como atingir as juventudes nesse trabalho, “auxiliando-os nas suas escolhas, no projeto de vida, no processo de discernimento, realizando assim um processo de discernimento vocacional”. Para isso propões o acompanhamento personalizado, que também é um dos desafios que aparece entre os objetivos do nosso Terceiro Ano Vocacional do Brasil, que foi pensado “para que chegue lá nas comunidades”, onde serão realizadas a maioria das atividades. Se busca atingir os católicos e ajudar especialmente as juventudes, segundo a religiosa, que faz um chamado a viver “a questão da cultura vocacional, oportunizar as pessoas a tomarem conhecimento e assim estabelecer-se essa cultura vocacional”, uma temática presente desde o Primeiro Ano Vocacional em 1983. A religiosa o vê como um tema transversal, dizendo acreditar que “a animação vocacional precisa perpassar por todas as pastorais, ela precisa perpassar pelos movimentos, precisa permear e interagir dentro de todos os movimentos, de toda nossa Igreja”. Em relação com a Escola Vocacional, ela tem essa preocupação dos diferentes eixos: sociológico, psicológico, antropológico, segundo a Ir. Maristela, “justamente para fortalecer e auxiliar os animadores vocacionais nessa perspectiva formativa, para que não sejam pessoas que não tenham um envasamento, seja ele teórico como prático”. Uma escola que busca “oferecer conteúdos, teorias, mas também ações práticas, oficinas, onde eles possam levar subsídios bem concretos para suas realidades, para seu trabalho bem efetivo”. A Escola Vocacional “abre esse processo de crescimento pessoal, espiritual e também missionário” nos participantes, insiste a religiosa. “Há décadas na Igreja do Brasil se faz Pastoral de Conjunto, pastoral orgânica, e nestes últimos anos estamos refletindo muito sobre a sinodalidade”, afirma Dom José Albuquerque de Araújo. O Bispo auxiliar de Manaus considera que “o caminho sinodal de fato é necessário, urgente, porque é o caminho que nos ajuda a dar um testemunho de comunhão, de unidade, não só no meio eclesial, mas para o mundo inteiro. Nós temos um sonho que o Terceiro Ano Vocacional nos ajude como é bom caminhar juntos, planejar nossas atividades pastorais juntos, como é bom envolver as lideranças das nossas comunidades”. Dom José, que é membro da Comissão Episcopal para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, insiste em este Ano Vocacional não é um evento da Comissão nem da Pastoral Vocacional, é da Igreja. Sabendo que vai acontecer nas bases, ele deseja que seja um ano muito fecundo, vendo o tema e o lema “Vocação, Graça e Missão”, e “Pés a caminho e corações ardentes”, como inspirador para perceber que “todos nós somos vocacionados, todos nós seguimos a Cristo”, insistindo em que “o Ano Vocacional vai fortalecer o caminho sinodal que nós estamos fazendo”. Na Amazônia os desafios são inúmeros, segundo o bispo, “somos poucos, estamos muito distantes uns dos outros, os recursos financeiros são escassos, mesmo assim o Espírito Santo vem ajudado a Igreja que está aqui a ser criativa, ousada, profética, e na Amazônia temos essa esperança, que o Ano Vocacional nos ajude a celebrar o chamado que a gente recebeu e que essa dimensão missionária sempre vai fazer parte da nossa Igreja”. Como bispo nascida na Amazônia, ele lembra que “nós somos uma Igreja que nasceu da ação missionária e o Ano Vocacional vai nos ajudar também a sermos missionários, a partilharmos da nossa pobreza com outras regiões mais carentes no Brasil e no mundo”. “Aqui na Amazônia a dimensão missionária sempre vai ser fonte inspiradora para poder a gente encarar os desafios de viver a fé e de podermos valorizar todas as vocações, ministérios e serviços que aqui estão, de modo especial o ministério dos cristãos leigos e leigas, que são a grande força da Igreja da Amazônia”, destaca Dom José Albuquerque de Araújo, que faz um chamado a “suscitar a vocação missionária nos nossos jovens”. Na Escola Vocacional participou Maria Élida Vital Aragua, indígena do Povo Baniwa, da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Como leiga afirma que “vocação é esclarecer para o nosso povo indígena o que é servir a Deus no momento de ser chamado”. Ela considera muito significativa sua participação, “porque vou levar muito conhecimento e esclarecimento para o meu povo”. Nesse caminho vocacional, a leiga indígena afirma que o mundo indígena está no caminho do trabalho das vocações, como pessoas que conhecem a Palavra de Deus e sentem o chamado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Regional Norte1 da CNBB mostra solidariedade a Dom Vicente Ferreira, vítima de ameaças de morte

O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil enviou uma carta de solidariedade a Dom Vicente de Paula Ferreira, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, onde vem expressar sua solidariedade diante das ameaças de morte contra sua pessoa. A carta, assinada pela Presidência do Regional, Dom Edson Tasquetto Damian (Presidente), Dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos (Vice-Presidente) e Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva (Secretário), diz lamentar “mais um episódio da famosa cultura do ódio que se instalou em nosso país, e que está atingindo diferentes membros da Igreja católica no Brasil afora”. Segundo os bispos do Regional Norte1 da CNBB “são atitudes lamentáveis que tem que levar às autoridades a tomar providências e à sociedade a refletir sobre o rumo que está tomando”. É por isso, que a carta destaca que “como Igreja da Amazônia mostramos nosso apoio para com alguém que assumiu o cuidado da casa comum e a defesa dos mais pobres como atitude que marca seu ministério episcopal”, lembrando que “a encíclica Laudato Si e o Sínodo para a Amazônia têm nos ajudado a ser uma Igreja que faz opção por esse cuidado da Criação e pelas vítimas dos abusos cometidos pelos poderosos, uma conta que é paga sobretudo pelos mais pobres. Esta é uma realidade muito presente na nossa querida Amazônia”. Os bispos afirmam que “cientes de que somos chamados a defender a democracia em nosso Brasil, um país onde cada dia somos desafiados a viver e conviver com as diferenças, defendemos a maturidade e uma atitude de diálogo como caminho de solução para os diversos problemas e urgências de nossa sociedade, e assim buscar a construção da justiça e da paz, da sociedade do Bem Viver”. Finalmente, a Presidência do Regional Norte1 da CNBB diz que “lembrando o convite de Aparecida, que nos chama a sermos todos discípulos missionários, a assumirmos nosso grande compromisso com a Evangelização que humaniza nossa gente e com a defesa daqueles que são vítimas da falta de cuidado, lhe enviamos nosso abraço solidário, nossa comunhão e prece diretamente do coração da Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

I Encontro de Interculturalidades e memórias dos povos indígenas: “mostrar o Brasil que queremos”

No último dia 12, jovens indígenas de diversos povos promoveram junto à Pastoral Indigenista o “I Encontro de Interculturalidades e memórias dos povos indígenas”. A atividade desenvolvida é fruto do permanente diálogo entre a juventude indígena e a pastoral, anteriores à Assembleia Sinodal da Arquidiocese de Manaus, ocorrida no final do mês de outubro, e que vêm estreitando os laços e construindo ideias que visam o bem viver dos povos indígenas que estão em Manaus e entorno. A ideia de se construir uma proposta intercultural diz respeito aos complexos e diversos povos étnicos que ocupam o território do Amazonas, e embora sejam povos tão distintos entre si, pretende-se com esta atividade articular relações e fortalecer os vínculos, onde jovens das diversas calhas dos rios do Amazonas se enxerguem como filhos e herdeiros de uma ancestralidade que lhes entrelaça a um passado e presente de atuação e de mobilização. Nesse contexto, os jovens trouxeram consigo suas experiências tanto de comunidade quanto de contexto urbano para dialogar, aprender e contribuir para uma perspectiva de mundo mais indígena, independente do povo. Nesta primeira oportunidade, com o objetivo de articular um encontro dos povos e promover o diálogo acerca da importância do conhecimento tradicional, os jovens estiveram ouvindo as lideranças políticas e religiosas, Emilson Munduruku, Estevão Tukano e Daniel Piratapuya, numa intenção de fortalecer a relação cosmológica, linguística e cultural dos povos indígenas em Manaus, e elevar a importância do protagonismo da juventude para a defesa dos direitos fundamentais dos povos indígenas na atualidade. E com esse princípio, almejamos construir juntos, um projeto plural, com encontros que abordem temáticas que leve em consideração as reais necessidades da juventude; como a luta pela educação e pelas garantias de acesso e permanência nas universidades, pela saúde, pelos direitos das mulheres, das crianças e pela diversidade sexual e de gênero. E por meio disto a juventude que é diversa, mas almeja se unir em um só povo para lutar pelos seus e mostrar o Brasil que queremos. Não o Brasil “oficial”, construído pelas mãos de quem quer nos ver em baixo, excluídos, mas o Brasil real, diverso, pluriétnico, plurilinguístico; tal qual são os povos do Amazonas. Visualizando as lutas dos nossos ancestrais, aprendemos que diante das diversas tentativas de violências e de conflitos que sempre rondou nossos povos, a melhor forma de permanecermos vivos era se defendendo juntos, uns aos outros. Os tempos são outros, mas as lutas foram incorporadas, tomaram novas formas, novos espaços e nomes. Hoje temos novos recursos, novos métodos, novos aliados. A juventude indígena que aqui está agradece a pastoral indigenista do Amazonas e a Arquidiocese de Manaus pelo trabalho desenvolvido coletivamente, pela parceria e pela luta travada que busca da visibilidade e criar meios para que a voz dos jovens indígenas que já ecoam, possam ser escutadas e tomar o protagonismo que lhes diz respeito. Texto: Coletivo Juventude Indígena Fotos: Ariene Susui

Dom Ionilton: “O Congresso tem me ajudado a ver Jesus naqueles que estão à margem da sociedade”

A Arquidiocese de Olinda-Recife acolhe de 11 a 15 de novembro de 2022 o 18º Congresso Eucarístico Nacional. Um encontro postergado pela pandemia que tem como tema “Pão em todas as mesas”. Um Congresso para o que o Papa Francisco pede que reforce nos fiéis o desejo de prosseguir no caminho de diálogo fraterno com todos”. No encontro participam três bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, o Bispo auxiliar emérito Dom Mário Pasqualotto, e Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara. No 18º Congresso Eucarístico Nacional também está presente o Reitor do Seminário São José de Manaus, Padre Zenildo Lima, além outros padres, representantes da Vida Religiosa e do laicato do Regional. Dom Ionilton está vivendo o Congresso como “uma oportunidade de reafirmar a nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia”. O Bispo da Prelazia de Itacoatiara diz que “esse é o objetivo maior num Congresso Eucarístico, mas também a partir do tema do Congresso, ‘Pão em todas as mesas’, e do lema “Não havia necessitados entre eles”, a gente reafirmar que esse Cristo presente na Eucaristia, no pão e no vinho consagrados, é o mesmo Cristo que está presente em toda pessoa humana e de modo especial nos mais pobres, com quem Ele se identifica, como Ele mesmo diz no Evangelho de Mateus 25, 31-46, ‘o que fizerem a um dos mais necessitados é a mim que faz’”. Segundo o bispo, “o Congresso com esse lema tem me ajudado a reafirmar esse caminho de ver Jesus na pessoa dos humildes, do marginalizado, do empobrecido, daqueles que estão à margem da sociedade e que precisam do nosso apoio, do nosso serviço pastoral, do nosso cuidado”. Do vivenciado, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira destaca que “estes dias aqui têm servido para que a gente observar que estamos nesse caminho com a Igreja na América Latina, com a Igreja no Brasil através da CNBB, no nosso Regional”. O Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), destaca que “isso serve para reafirmar Jesus realmente presente no pão consagrado, no vinho consagrado, na Eucaristia que a gente comunga para ser força para nosso caminho na vivência da fé e da vocação. Mas também é esse Jesus que nos aponta para o mais pobre, que nos aponta realmente para aquele que está neste momento sem pão e que precisa da nossa caridade, da nossa solidariedade”. Dom Ionilton lembra que vai ser realizada a Casa do Pão, “como expressão maior dessa presença de Jesus no pobre. E essa Casa do Pão vai servir de modo especial para as pessoas em situação de rua”. Ele o vê como “um gesto concreto do Congresso da Arquidiocese de Olinda-Recife, mas que estimula a todos nós de todo o Brasil para também a fazer esses gestos concretos a partir do nosso amor a Jesus na Eucaristia”. O Bispo da Prelazia de Itacoatiara também diz que “como expressão dessa sintonia, de ouvir o grito de Jesus na boca do faminto, e acolher o mandato de Jesus ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’, o Congresso convidou também às Pastorais Sociais para no espaço do Centro de Convenções, onde se realiza a maior parte das atividades, ali pudessem estar as Pastorais Sociais e os organismos, Caritas, Rede um Grito pela Vida”. Uma oportunidade que o Presidente da CPT vê como possibilidade de “mostrar o trabalho que fazem”. Segundo Dom Ionilton, “isso tem sido muito bom porque são muitas pessoas que circulam nesses espaços e que muitas vezes não conhecem o trabalho que as Pastorais Sociais e esses organismos da nossa Igreja fazem em favor dos pobres, como expressão dessa solidariedade que a Igreja sempre deve ter com quem mais precisa do nosso amor, do nosso cuidado”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1