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Dom Roque Paloschi: 50 anos do CIMI, “resistência desde uma ação não violenta, mas firme e permanente”

O Conselho Indigenista Missionário está comemorando 50 anos de caminhada em defesa dos povos originários. Com motivo da comemoração, acontece de 8 a 10 de novembro em Brasília um congresso onde participam mais de 300 pessoas, dentre eles vários representantes do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “O congresso, ele está alicerçado em quatro colunas: a memória dos 50 anos, a mística, a resistência e a esperança”, segundo Dom Roque Paloschi. O Presidente do Conselho Indigenista Missionário afirma que “ao longo do congresso nós vamos resgatar uma memória tão importante para os caminhos do CIMI”, insistindo em “não olhar para trás com saudosismo, mas também perceber o profetismo, a determinação, a ousadia daqueles que lançaram a semente da criação do CIMI”. O Arcebispo de Porto Velho – RO, diz que ao longo dos três dias do congresso, “vamos ver essa mística que vai dando sustentação diante da perseguição, das violências, das horas marcadas pela tristeza e o sofrimento, diante da ação do Estado, mas também diante da omissão desse Estado”. Dom Roque vê este momento como oportunidade para “olhar com ternura a resistência dos povos indígenas, porque aí está o segredo todo do caminho, nessa resistência que os povos indígenas foram buscando para alavancar bem o seu caminho”. Dom Roque Paloschi chama a olhar essa história de 50 anos do CIMI “como um caminho onde fomos aprendendo com as comunidades indígenas, com os povos indígenas, nessa resistência desde uma ação não violenta, mas firme e permanente”. Uma oportunidade para “diante dessa realidade que estamos destroçados, e sobretudo nesses últimos quatro anos em relação às comunidades, toda negação, todo desmonte, todas as atrocidades, acalentar sinais de esperança, pois nós não podemos ignorar esses cenários que nós estamos tendo pela frente”. Diante da atual conjuntura, Dom Roque faz um chamado a manter viva a aliança com os povos indígenas, que foi fortemente impulsionada no Sínodo para a Amazônia, “onde eles são os protagonistas diretos”, lembrando a expressão do Papa onde diz que “por mais que a gente faça, ainda é pouco”. O Presidente do CIMI coloca “o desafio de sermos também ousados e acreditar também nessa perspectiva de que toda ajuda ao povo indígena precisa ser com os sonhos da gratidão a Deus, porque a Covid demostrou a articulação, sobretudo dos jovens indígenas das aldeias, conseguiram marcar presença, divulgar os grandes gritos, não somente seus, mas de toda a população”. “Olhar essa realidade da juventude indígena como um caminho de muita esperança”, é um dos pedidos de Dom Roque Paloschi. Segundo ele, “por outro lado é aquela luta quase sem glória diante da necessidade de lutar pelas políticas públicas, que foram negadas, desde essa questão da saúde, a negação das coisas elementares, sem falar da questão das demarcações”, ressaltando como grande grito a questão da luta contra o Marco Temporal. O presidente eleito colocou dentro das propostas de seu governo a criação do Ministério dos Povos Originários, algo que “o CIMI olha com uma certa distância, porque sabemos que às vezes esse processo pode ser denso, mas pode trazer também situações de sofrimento”, segundo seu Presidente. O Arcebispo de Porto Velho, afirma que “é um anseio, é um direito das populações, por outro lado é preciso ter uma grande articulação. Para o CIMI significa também um empenho especial no acompanhamento dessa questão se efetivamente vai ser criado o Ministério dos Povos Originários”. Dom Roque insiste em que “não somos contra, mas vai exigir de nós também uma capacidade de refletir bem para que isso não se torne de repente um caminho que não traga aquela contribuição tão esperada”. Nesse sentido, ele repete que “nós não estamos tutelando aos povos indígenas, eles são livres e decidem aquilo que julgarem melhor. Mas o CIMI não tem uma posição e não pretende se manifestar sobre a criação ou não de um Ministério Especial para os Povos Originários”. O Presidente do CIMI insiste no “desafio que nós temos como Igreja de sermos capazes de nos recriarmos, de nos refazer diante de todo esse caminho tão difícil que foi a Covid, e sobretudo a capacidade de saber trabalhar com essa realidade tão plural do país, onde temos esse grande número de povos de cosmovisões totalmente diferentes, e que nós precisamos ter essa sensibilidade de ser presença que coopera, que colabora, que ajuda, e não de grupos que de repente não sermos capazes de ajudar à caminhada dos povos indígenas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Caritas Coari realiza Assembleia diocesana: formação, orientação, fortalecimento dos trabalhos

A Caritas da Diocese de Coari realizou nos dias 4 e 5 de novembro sua assembleia na Paróquia Nossa Senhora das Graças, onde foram acolhidos pelo Padre Filipe, administrador paroquial. Segundo Márcia Maria Miranda, “a Assembleia foi um momento de formação, momento de orientação e também na busca do fortalecimento dos trabalhos que já existem da Caritas”. A Articuladora Regional da Caritas Norte1 destaca que “vale lembrar que a Diocese de Coari tem hoje 7 Caritas paroquiais, todas atuando em favor daqueles mais necessitados”. A Assembleia diocesana da Caritas da Diocese de Coari foi momento para a escolha da nova diretoria. O Presidente da Caritas diocesana de Coari é Dom Marcos Piatek, bispo diocesano, sendo sua Secretária Executiva a Ir. Elza Spoleto. Junto com isso, os representantes das diversas paróquias da Diocese de Coari presentes na Assembleia, “eles também renovaram o seu compromisso para estar ao serviço da Caritas testemunhando Jesus Cristo a través das ações sociais que são exercidas por cada um e cada uma nas bases”, segundo Márcia Maria Miranda. Uma Assembleia que foi “momento para avaliar e momento de orientação para o planejamento para o ano de 2023”, segundo Marcia Maria. Ela destaca que como Caritas diocesana da Diocese de Coari, “eles têm o objetivo de que em 2023, eles possam renovar várias atividades, fortalecer as que já existem e ter novas estratégias de atuação com as famílias vulneráveis”. A Articuladora Regional destacou que “ainda tem um desafio muito grande, que é a presença de agentes”, insistindo na necessidade de “pessoas que tenham coragem de assumir esse desafio de ajudar nas ações da Caritas”. Mesmo assim, ela ressaltou que “aqueles corajosos e teimosos que estão, eles fazem a diferença no seu serviço nas paróquias e nas comunidades, atuando e acreditando nesse serviço”. É importante destacar que a Assembleia diocesana da Caritas da Diocese de Coari foi um momento que os representantes da Caritas vivenciaram junto com a paróquia que está celebrando sua festa de 152 anos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro da REPAM em Manaus busca respostas como Igreja diante do processo de empobrecimento dos povos

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) está se reunindo em Manaus, onde está atualmente sediada, durante toda esta semana. O Núcleo de Direitos Humanos e o Comitê ampliado se reunirão de forma híbrida, com um grupo presencial e outros participantes virtualmente, de 8 a 11 de novembro. No caso do Núcleo de Direitos Humanos, o encontro pretende responder a dois desafios, de acordo com o Padre Peter Hughes. Como membro da coordenação, ele considera que desde o início, a REPAM compreendeu a necessidade de “estabelecer um caminho para poder acompanhar os líderes e grupos indígenas da Amazônia, a fim de alcançar mudanças efetivas“. Neste sentido, o missionário columbano, que mora no Peru, enfatiza que “o trabalho com direitos humanos é básico, porque os direitos são a base para produzir mudanças”. Padre Hughes enfatiza que “nos últimos dois ou três anos, a REPAM deu um enorme passo em frente, com o reconhecimento cada vez mais importante por organismos internacionais, como as Nações Unidas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e, mais recentemente, a Organização dos Estados Americanos”. Isto é visto como algo que “a REPAM, com base em sua experiência, tem significado apoio a estes organismos internacionais”. Com relação à própria REPAM, o membro da Coordenação do Núcleo de Direitos Humanos pede que isso seja “internalizado pela própria REPAM”. Isto porque “os direitos humanos são a espinha dorsal da REPAM“, insistindo em “trabalhar cada vez mais sobre o significado dos direitos humanos na própria evangelização, no coração do trabalho pastoral e da mensagem cristã”, superando a ideia de que os direitos humanos não fazem parte do nervo central da mensagem cristã. O religioso fez um chamado a não esquecer que “biblicamente, os direitos dos pobres são os direitos de Deus“, o que nos leva a entender que “uma leitura da Carta Fundamental dos Direitos Humanos de 1948 também deve se basear na revelação das histórias bíblicas”, algo muito importante para avançar com base no que o Sínodo para a Amazônia declarou, que vê que os direitos humanos “não é apenas uma coisa política importante ou um dever social, mas é uma exigência de fé”. Ele também destaca “a percepção de que a ecologia integral, que é responder ao grito da Terra e ao grito dos pobres, está integrada”, descobrindo que “este não é apenas mais um caminho, mas o único grito que existe para a Igreja”. O Núcleo de Direitos Humanos da REPAM assume o desafio de “acompanhar o território a partir de suas necessidades e realidades“, e junto com isso “articular todos os esforços de todas as igrejas, instituições que estão neste caminho de defesa das comunidades indígenas, trabalhando em equipe, em rede, todas com a mesma visão”, afirma Lily Calderón. Em nível pessoal, a membro da Coordenação do Núcleo de Direitos Humanos da REPAM considera que é “uma perspectiva diferente e um profundo compromisso com uma opção preferencial para as comunidades, o que não é fácil nesta globalização”. Os povos amazônicos são os principais atores dos direitos humanos no território amazônico, “por eles, para eles e com eles”, insiste Lily Calderón. Neste sentido, ela enfatiza que a defesa da dignidade da pessoa humana é algo presente nas Constituições dos países que fazem parte do território amazônico, lembrando que “em Querida Amazônia esta ideia também se repete e deve ser a base central, o eixo principal de todas as atividades a partir de uma perspectiva de direitos humanos na Amazônia”. A partir daí, entende-se que “nosso objetivo, nosso caminho, todos os nossos esforços visam assegurar que estas comunidades tenham sua identidade reconhecida, que seus direitos e dignidade sejam defendidos, mas eles são os principais atores. Nós vamos atrás deles, promovendo-os, acompanhando-os, mas são eles que finalmente decidem seu desenvolvimento a partir de suas realidades, de sua cultura. E todas as propostas de desenvolvimento têm que ser implementadas e desenvolvidas a partir deles”. A Caritas Espanhola faz parte deste núcleo, “um compromisso que a Caritas Espanhola tem tido desde sua fundação, sua presença na América Latina”, diz Sonia Olea, que vê isto como algo histórico. Neste sentido, “quando começamos a sonhar com a Rede Eclesial Pan-Amazônica e a forma como trabalhamos, foi também um compromisso de mudança interna para nós”, e Olea destaca que “fazer parte da Rede Eclesial Pan-Amazônica mudou nossa forma interna de trabalhar“. Uma presença que é consequência do fato de que “historicamente a Cáritas quis estar onde os direitos são violados na América Latina, mas também porque viu o momento histórico de outra Igreja, e foi um privilégio poder estar lá naquele momento”. Nas palavras de Sonia Olea, “esta é a razão pela qual eles continuam a se envolver com o pessoal liberado para estar neste espaço”. Um comité executivo da REPAM que acontece de modo presencial depois de um longo período de pandemia que fez com que tudo fosse em modo virtual. Nesse sentido, o Irmão João Gutemberg Sampaio destaca que “o encontro é sempre algo maravilhoso e depois de tanto tempo de jejum de encontros, nos traz uma motivação muito grande querermos encontrarmos”, mesmo sendo um grupo reduzido, dado o alto custo que representa o deslocamento, algo que se acentua neste momento de crise que vive a humanidade. Segundo o Secretário Executivo da Rede Eclesial Panamazônica, o encontro é motivo de alegria e oportunidade de “poder continuar essa caminhada sinodal de discernimento, que vem a partir dos diálogos, do encontro, do reencontro, de celebrar juntos”. Um encontro que tem como desafios o fato de “vivermos um grande processo de empobrecimento dos povos e de evasão das culturas, de sofrimento, e a Igreja é a grande defensora da vida”. Nesse sentido, o Irmão Marista insiste em que “nosso compromisso é com a vida, é estar muito mais conectado com as propostas de vida”, algo que vê como custoso, desafiador, “porque nem sempre vai com o pensamento social dominante, que muitas vezes é de exploração, sobretudo na Amazônia, onde é muito forte o tema do extrativismo a todo custo para o esgotamento dos recursos naturais, que nós…
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Encontro dos Secretários Regionais na sede da CNBB: momento de formação e partilha

Acontece de 7 a 9 de novembro de 2022 na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, o Encontro dos Secretários e Secretárias Regionais. Ao longo dos três dias de encontro, os participantes terão momentos de formação, contando com a assessoria de Dom Joel Portela Amado, Secretário Geral da CNBB, mas também de partilha das realidades regionais, sendo colocados em comum os desafios e possibilidades. Durante o encontro serão abordados temas relacionados à gestão e ao departamento de pessoal. No programa aparecem momentos para encontro com os diversos setores que fazem parte da estrutura da Conferência Nacional dos Bispos de Brasil, buscando ser uma oportunidade para visita e conversa com os responsáveis por cada um desses departamentos. Igualmente, as Secretárias e Secretários dos 19 Regionais em que está dividida a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil poderão departir com os Assessores da CNBB Nacional em relação com o Estatuto da CNBB, o regimento, a música litúrgica e o simpósio ecumênico. Em representação do Regional Norte1 participa a Ir. Rose Bertoldo. Segundo a Secretária Executiva do Regional, “o encontro dos secretários e secretárias é sempre um momento forte de partilha, de troca de experiências”. A religiosa destaca que “este encontro tem uma característica especifica, é mais técnico, nos possibilita conhecer melhor os espaços da CNBB, especialmente os setores, com os quais temos uma relação direta no dia a dia no que se refere à gestão institucional”. Em relação com a análise da realidade social, política, eclesial pós-eleições, o encontro está sendo uma oportunidade para estabelecer uma troca de saberes. Nesse sentido, a Ir. Rose destaca a pergunta colocada por Dom Joel Portela: “O que este momento pede de nós?”. Um questionamento que tem ajudado os secretários e secretárias a aprofundar na atual conjuntura que o Brasil vive em todos os níveis. Na conversa foi colocado em destaque a importância do papel dos secretários e secretarias nos Regionais, “no grande desafio da construção de pontes, frente a um país polarizado, onde o ódio, as violências foram institucionalizados”, afirmou a Secretária Executiva do Regional Norte1. Segundo a Ir. Rose, “Dom Joel insiste em trabalharmos pela democracia, uma democracia que implica a justiça social”, e junto com isso na necessidade de “pensar nossa presença eclesial que seja a base para a amor, a fraternidade e a justiça”. Finalmente, a religiosa destaca que “para mim esse encontro contribui para me apropriar mais de toda dinâmica da CNBB que perpassa as diversas dimensões, eclesial, de gestão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

COMIRE Norte1 realiza Despertar Missionário em São Paulo de Olivença

A missão é elemento constitutivo na vida da Igreja. É na missão que vamos testemunhando como discípulos missionários a Boa Notícia do Evangelho e ajudando às pessoas a conhecer Jesus. Na Igreja do Brasil a missão se organiza em torno aos conselhos missionários, articulados em diferentes níveis: Conselho Missionário Paroquial (COMIPA), Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), Conselho Missionário Nacional (COMINA), existindo conselhos missionários específicos, como é o Conselho Missionário dos Seminaristas (COMISE). Querendo impulsar esse trabalho missionário nas dioceses que fazem parte do Regional Norte1 da CNBB, o Conselho Missionário Regional Norte1 realizou nos dias 4, 5 e 6 de novembro de 2022, na Paróquia de São Paulo Apóstolo do Município de São Paulo de Olivença (AM), o Despertar Missionário 2022. A assessoria foi realizada pelo vice coordenador do COMIRE José Kennedy. Segundo ele o Despertar Religioso abordou todas as dimensões da missão e contou com a participação de 53 agentes missionários, representantes da Vida religiosa e do Laicato. Durante o encontro foi estudado o tema e o lema do Ano Missionário 2022, que é um Ano Jubilar Missionário.  “A Igreja em estado permanente de missão”, é o tema e o lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). O vice coordenador do COMIRE Norte1 agradeceu ao coordenador do Setor, Padre Carlos, e ao Pároco da Paróquia São Paulo Apostolo, Padre Marcelo, pela acolhida durante o encontro. José Kennedy pede que Deus abençoe aos participantes do encontro pelas partilhas, disponibilidade e entusiasmo na missão. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Pedro Luiz Stringhini: “Salvar a Amazônia é salvar a vida da humanidade”

Dom Pedro Luiz Stringhini é Bispo da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), e Presidente do Regional Sul1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem uma presença missionária no Regional Norte1, um intercambio missionário que segundo o bispo, “é sempre um enriquecimento para a Igreja, não é para aquela que recebe, isso temos muita consciência, mas é para aquela que envia também”. Dom Stringhini afirma que “aquela que envia não é que tem tudo, precisaria receber também, e por tanto, receber ajuda humana, pastoral, ministerial”. Ele insiste em que “esse intercambio intereclesial enriquece toda a Igreja”. O Presidente do Regional Sul1 da CNBB visitou a Prelazia de Itacoatiara, com a qual tem relação pela sua experiência missionária na paróquia de Urucará nos anos 1975 e 1976, onde morou antes de fazer a Teologia participando durante dois anos do Projeto Igrejas Irmãs São Paulo-Itacoatiara, um projeto firmado entre Dom Paulo Evaristo Arns e Dom João de Sousa Lima, Arcebispo de Manaus, porque não tinha bispo em Itacoatiara naquele momento. Dom Pedro Luiz Stringhini lembra que naquele tempo vieram padres, religiosas e alguns leigos de São Paulo. Nesse tempo chegou em Itacoatiara o Padre Jorge Marskell, de Scarboro, canadense, que depois se tornou Dom Jorge Marskell, “um bispo queridíssimo”, a quem sucedeu o também falecido Dom Carillo, lembra o bispo, os dois sepultados na Catedral de Itacoatiara. Lá, ele celebrou no dia 1ª de novembro a Festa de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira da Prelazia, junto com o bispo atual Dom José Ionilton. O Projeto Missionário do Regional Sul1 já está no Amazonas há 27 anos, na diocese de São Gabriel da Cachoeira e na Prelazia de Tefé. Seu presidente lembra da presença missionária do Regional há 8 anos na Diocese de Pemba, em Moçambique, afirmando que “é assim que vamos tentando exercitar este espírito missionário”. Ele insiste em que “poderia ser ainda melhor se mais sacerdotes se oferecessem, estamos sempre motivando, porque no Estado de São Paulo há dioceses carentes de padres, mas há dioceses com um bom número de padres”, dentre elas a Diocese de Mogi das Cruzes, onde ele é bispo, que tem padres missionários na África, na França, na Bahia. “É este esforço de um intercambio missionário que dá vitalidade à Igreja e dá alegria para todos nós”, segundo o bispo. O Bispo de Mogi das Cruzes afirma que “uma experiência missionária para um leigo, como foi o meu caso, para uma religiosa, um religioso, um padre, um diácono, um seminarista, marca a vida de todos nós, uma experiência missionária faz alargar o nosso olhar. Por isso que as dioceses hoje, a minha também, procuram que os seminaristas, seja no tempo de férias, seja depois que terminam o estudo, que façam também alguma experiência nesse sentido. Isso tem ajudado”. Dom Stringhini destaca a importância do COMISE, o Conselho Missionário dos Seminaristas, “porque aquele que faz missão, seja seminarista, padre, leigo, leiga, tem mais facilidade de olhar a realidade dos que sofrem”. “Um que vai em missão, depois quando está na própria diocese também tem mais sensibilidade para olhar para o povo da rua, para olhar para os presos, para olhar para as periferias”, reflete o bispo. Ele lembra que o Papa Francisco, “ele trouxe essa expressão muito cara a todos nós, termos esta sensibilidade para com as periferias geográficas e existenciais”. Em relação com a Amazônia e a Igreja da região, o Presidente do Regional Sul1 afirma que para o povo de São Paulo, do Sudeste, do Sul, em geral, “a Amazônia é uma realidade diferente e distante, e por isso, o Papa Francisco, com esse olhar preferencial para a Amazônia, ajudou também e ajuda a toda a Igreja”. Segundo o bispo, “ele falando, o Sínodo chamou a atenção, aí nós bispos falamos mais, os padres também e o povo vai entrando”. Ele destaca que “o mundo olha para a Amazônia no sentido da preservação da casa comum, da preservação ambiental. Com muita preocupação nesse governo que está se encerrando, que não só não olhou, como de propósito ajudou destruir mais”. “O mundo olha, a sociedade mundial olha para a Amazônia, e temos que fazer com que a sociedade brasileira também tenha esta sensibilidade, esta preocupação”, ressalta o bispo. Ele diz que “no fundo é uma preocupação com a defesa da vida, salvar a Amazônia é salvar a vida da humanidade, o ar, a água, as chuvas, a biodiversidade. Não é todo lugar que tem uma preciosidade, uma beleza, além claro da contemplação da beleza de Deus”. Por isso não duvida em afirmar que “Papa Francisco tem nos ajudado neste e em tantos outros aspectos”, citando como exemplo a Laudato Si´ e o Documento de Aparecida, que também se deve muito a ele quando não era nem Papa, como cardeal Bergoglio. Segundo o bispo, “nós temos tantos meios para não sermos uma Igreja acomodada, e aqui na Amazônia, o que a gente sabe, eu pessoalmente até vi no meu tempo que estava aqui, vi também nestes dias, e é muito positivo, tanta participação dos leigos e das leigas, que não são só espectadores da vida da Igreja, mas que são participantes, que são agentes de pastoral lá na comunidade onde estão, seja na comunidade da cidade, no mundo urbano, que é um desafio, mas também nas comunidades ribeirinhas”. São elementos que o levam a dizer que “a nossa Igreja graças a Deus é viva, é dinâmica, cheia de desafios, mas cheia de esperança”. Diante das ameaças que a Amazônia e os povos que a habitam estão sofrendo, Dom Stringhini vê preciso “uma postura eclesial sensível, mas é preciso também uma postura política, que muitas vezes falta no nosso povo, até o povo católico”. O Bispo de Mogi das Cruzes insiste em que “quando o povo católico não percebe isso, pessoas da nossa Igreja, porque se a sociedade ficou bastante dividida politicamente, dentro da Igreja também”. Isso o leva a dizer que “é um grande desafio, a gente olha com preocupação, eu pessoalmente vejo com…
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Lançado no Brasil A Carta: “Convite para juntos trabalharmos incansavelmente para a construção de um mundo diferente”

No dia 4 de outubro, na festa de São Francisco de Assis, foi lançado no Vaticano o filme “A Carta”, que já teve mais de 8 milhões de visualizações no YouTube. Quando é falado em preservação do Planeta, logo vem na mente das pessoas a Amazônia, uma preocupação para a Igreja católica no Brasil, que nas igrejas particulares da região amazônica e na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a través da Comissão Episcopal para a Amazônia e a Rede Eclesial Pan- Amazônica, tem se empenhado nesse objetivo. Daí a importância do lançamento em português desse filme no dia 3 de novembro na sede da CNBB. Um filme que “faz parte de um grande desafio”, segundo Dom Joel Portela. O Secretário Geral da CNBB insistiu em que “não é apenas um filme ecológico, não é apenas um filme social”, e sim “um convite para juntos trabalharmos incansavelmente para a construção de um mundo diferente desse que aí está diante de nós, que algumas vezes nos entristece e outras vezes também nos envergonha”. Ele fez ver a necessidade de um mundo diferente, de um mundo que não esteja marcado pela “globalização da indiferença”, denunciando “as muitas dores que marcam o mundo dos nossos dias”. Por isso, insistiu em que “diante dessas dores, nós não podemos permanecer indiferentes, na ilusão de que se não nos atingiram, não temos porque nos preocupar”, algo que “anestesia a nossa consciência e os nossos corações” Dom Joel Portela Amado refletiu à luz da Bíblia sobre o sofrimento, que quando atinge o outro, faz parte da vida de todos, algo que nasce da condição de irmãos e irmãs. Por isso, o bispo fez ver que “a construção de um mundo diferente, o mundo novo, o primeiro passo consiste na união de todos nós, de todas as dores, de todos os sonhos, de todas as causas”. Isso em um mundo interligado, uma reflexão fundamental diante do risco cada vez maior de “olha apenas para aquelas situações que mais diretamente nos afligem, esquecendo-nos de que tudo está interligado”, lembrando que esse foi o ensinamento que o Papa Francisco nos deixou na Laudato Si´. O Secretario Geral da CNBB destacou tendo como base a Laudato Si, a importância da ecologia integral e sua relação com a fraternidade universal. Dom Joel mostrou gratidão para quem pensou e participou do filme, mas também para quem participou do lançamento e apresentação, um filme que ele espera “nos ajude a despertar para o desafio que a história de hoje nos apresenta”. Um filme que ajuda a trazer de volta a Encíclica Laudato Si´, “uma Carta que é muito importante, porque traz de volta o cuidado com a casa comum”, segundo a Ir. Maria Irene Lopes dos Santos, que leu trechos da encíclica. Apresentado por Igor Bastos, o Coordenador para Iberoamérica do Movimento Laudato Si´ ressaltou que A Carta “é um fruto da Laudato Si´”, que traz histórias de protagonistas: indígenas, refugiados, ativistas, cientistas. Protagonistas que o Papa Francisco chama no filme de “poetas sociais”, insistindo Igor Bastos em que “são esses poetas que constroem a diferença, que fazem parte de essa diferença, e estão construindo uma sociedade, um Planeta mais justo e fraterno”. Um filme que quer “ser uma ferramenta para chegar com essa mensagem da Laudato Si´ em espaços que ela ainda não chegou, mas também para reanimar os espaços que tem trabalhado cada dia para viver essa mensagem que o Papa Francisco nos passa”. Um instrumento que deveria ser trabalhado nas comunidades eclesiais, nas escolas, nos diferentes espaços de atuação, para trazer “essa mensagem de urgência em um tempo tão difícil que a gente vive”. Um dos protagonistas do filme é Dadá Borari, do Povo indígena Maró, do Estado do Pará, presente no lançamento. Alguém que disse que seu trabalho como ativista iniciou na Igreja católica, insistindo em que “o nosso pensamento para a preservação da Amazônia, ele é um pensamento coletivo, ele não é um pensamento individual”. Segundo o cacique, “a responsabilidade da floresta não é só de quem vive nela, mas de todos, que precisam da floresta”. Ele lembrou que para os povos indígenas a floresta é sua casa e a Terra é a sua mãe, afirmando que tem pessoas que pensam o contrário, mesmo sabendo que tudo o que eles estão fazendo é irregular. Pessoas que seguindo o líder indígenas pensam no lucro, enquanto os povos originários não pensam no hoje e sim no futuro. Ele insistiu que o filme é “uma disciplina educacional para a gente trabalhar” em todos os âmbitos, algo que ele faz a cada dia de maneira voluntária com ações de prevenção, monitoramento e educação, denunciando as instituições do governo brasileiro que não estão assumindo sua responsabilidade na defesa da floresta. Dadá Borari com sua participação no filme e nas diferentes apresentações mundo afora, quis “levar nossa voz que não é ouvida aqui para a sociedade internacional”, insistindo em que a preocupação dos povos indígenas é daqui a anos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

O Brasil é uma democracia

A Constituição brasileira de 1988, que ninguém pode esquecer ainda está vigente no país, define a nação brasileira como uma democracia. Nesse sistema político, os representantes públicos são eleitos nas urnas, sendo escolhidos para o poder executivo os mais votados. Um país que não respeita a vontade da maioria expressada nas urnas se torna uma ditadura, um regime que o Brasil padeceu durante 20 anos, mas que alguns pretendem instaurar de novo, ao menos nas ruas, onde atitudes ditatoriais, que querem impor a vontade de uma minoria, estão se fazendo de novo presentes nos últimos dias, inclusive com o apoio ou tolerância daqueles que hoje assumem o poder executivo. Um país cresce quando caminha unido, quando procura construir pontes, quando o diálogo se torna atitude presente na vida do povo e das instituições. A sociedade, que deve ter como base a política melhor, um desafio que o Papa Francisco coloca em sua última encíclica, a Fratelli tutti, é desafiada a procurar um caminho comum. O Santo Padre faz um chamado a “caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum”. Uma realidade que no Brasil só vai se tornar algo presente na medida em que todos os cidadãos assumam a reconciliação, que segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é “essencial ao novo ciclo que se abre”. Nossos bispos afirmam que “agora, todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas”. A fiscalização dos trabalhos do poder executivo e legislativo deveria ser uma preocupação presente na vida de todo cidadão. O problema é que a ideologia sempre fala mais alto do que a cidadania. O verdadeiro cidadão não se interessa pela política só em tempo de eleição, pois fazer realidade um mundo melhor para todos tem que ser algo cotidiano, constante, que tem que involucrar a todos, também quando o poder executivo e legislativo é assumido por aqueles em quem a gente votou. É tempo de olhar para frente, de assumir a democracia como expressão da política melhor, de respeitar a vontade da maioria, de não querer impor pela força nosso modo de entender a sociedade. É tempo de construir um Brasil sustentado na cultura da paz e do respeito. É tempo de continuar construindo um Brasil onde todo mundo seja visto e tratado como gente, onde o cuidado pelo público, do que é comum a todos, se torne prioridade. Para isso é preciso que todos assumam essa necessidade. Só assim o Brasil vai voltar a ser um país de irmãos e um orgulho para quem dele faz parte. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Mesmo que a família, o país se esqueça, a Igreja não se esquece de rezar pelos vivos e pelos mortos”

No dia em que a Igreja católica comemora o Dia dos Fiéis Defuntos, Dom Leonardo Steiner presidiu a celebração eucarística nas proximidades do Cemitério São Batista de Manaus. Um momento que ele definiu como “a celebração da esperança”, e que foi concelebrada por Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara, e um pequeno grupo de padres. Segundo o Arcebispo de Manaus, foi um momento para “celebrar o dom da fé na Ressurreição de Jesus e na nossa ressurreição”. Também para “louvar e bendizer a Deus pela vida de nossos irmãos e irmãs de quem nós nos despedimos, mas também daqueles que não conseguimos nos despedir no momento da pandemia”. O cardeal Steiner insistiu em que “as feridas da pandemia ainda estão abertas em muitas famílias. Nós desejamos rezar também por estas famílias, para que a dor se acalme, para que a dor se transforme em esperança”. Ninguém pode esquecer que Manaus foi uma das cidades com maior número de mortos por milhão de habitantes durante a pandemia, uma cidade onde foram vividas cenas dantescas pela falta de oxigênio e os sepultamentos em covas coletivas diante do número de mortos, que durante vários dias superou a centena de falecimentos na capital do Estado do Amazonas. Uma Eucaristia segundo o cardeal “por todos os nossos irmãos e irmãs falecidos, mas estamos também a celebrar por aqueles irmãos e irmãs que morreram sozinhos, abandonados, sem ninguém, estamos a rezar por aqueles, aquelas, que ninguém se lembra de rezar. A Igreja, como Igreja, sempre se recorda e reza por todos, não se esquece de ninguém, mesmo que a família se esqueça, mesmo que o país se esqueça, a Igreja não se esquece de rezar pelos vivos e pelos mortos”. Citando o texto do Evangelho lido na celebração, o Cardeal Steiner destacou o chamado de Jesus a estar preparados, acordados. O Arcebispo de Manaus se perguntou: “Não é assim que fomos todos convidados e convidadas para o banquete da vida? Não somos nós participantes da graça das bodas, isto é, do amor de Deus?”. Um Deus que nos serve, insistindo que a razão de crermos está “na graça de termos recebido o dom da fé, porque participamos da graça de um amor debotado, generoso, magnânimo, bondoso, gratuito, jovial. Um amor que nos acolhe a todos, mesmo quando nós fraquejamos, mesmo quando caímos, mesmo quando pecamos. E Deus sempre disposto a nos servir. Mas um dia seremos todos servidos no banquete da eternidade”. “Aqui estamos a rezar pelos nossos irmãos e irmãs no desejo de que eles já estejam na plenitude da vida. Eles estejam participando desse banquete sagrado, deste banquete de amor onde Deus mesmo está a servir todos”, afirmou Dom Leonardo. Segundo ele, “todos os nossos irmãos e irmãs que vieram a óbito, eles venceram o poder da morte em Cristo Jesus”. O Arcebispo destacou a importância de podermos participar do dom da fé da esperança, de “olharmos para o futuro, não termos medo do futuro, mesmo no meio das dificuldades, no meio das desesperanças, no meio dos desconfortos, no meio das agressões, no meio da violência, nós podemos viver da esperança porque temos certeza da participação do banquete do amor de Deus”. Citando o Livro de Jô, Dom Leonardo disse que “veremos Deus, contemplaremos Deus, todos juntos, com aqueles todos de quem sentimos saudades estaremos todos juntos”, insistindo em que “essa é a Luz a iluminar os nossos dias, os nossos passos”. O Arcebispo de Manaus fez um chamado a “jamais temer diante de toda violência que existe hoje, diante de toda agressão que existe hoje, a incapacidade de tolerar, a incapacidade de amar, a incapacidade de reconciliar”. Finalmente o cardeal chamou a fazer um grande propósito, “jamais deixar de rezar pelos nossos irmãos falecidos, rezar sempre por eles”, a recordá-los todos os dias na oração, na família, a rezar por todos, movidos pela comunhão, por uma ligação profunda que nasce de Cristo Jesus.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

REPAM-Brasil mostra esperança pelo “firme posicionamento do presidente eleito em defesa da Amazônia e seus povos”

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) publicou no dia 1º de novembro uma nota pública (baixar aqui em PDF) sobre o resultado do processo eleitoral onde “parabeniza o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva, e expressa sua esperança na efetivação das propostas anunciadas em campanha, relativas à Amazônia seus povos e comunidades tradicionais”. A nota, assinada pela presidência da REPAM- Brasil, Dom Evaisto Spengler, Bispo da Prelazia do Marajó – PA (presidente), Dom Pedro Brito Guimarães – TO, Arcebispo de Palmas (vice-presidente), e Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, Bispo da Prelazia de Itacoatiara – AM (secretário), destaca sua esperança pelo “firme posicionamento do presidente eleito em defesa da Amazônia e seus povos, já em seu primeiro discurso após a confirmação da sua vitória”, quando ele garantiu que “temos compromisso com os povos indígenas, com os demais povos da floresta e com a biodiversidade”. Um compromisso urgente, segundo a nota, “porque a Amazônia arde em chamas e seus povos padecem todo tipo de violência e violação dos direitos humanos”. Diante dessa realidade, a REPAM-Brasil afirma a urgência de “reposicionar a Amazônia e reconhecer sua importância central no ciclo das águas e na produção e distribuição das chuvas, bem como a sua função na regulação do clima em todo o planeta”. O texto denuncia que “os últimos governos, desde 2016, representaram uma tragédia para a Amazônia e uma ofensa aos Direitos da Natureza”. Diante disso destaca que “os povos dessa região estratégica se mantiveram firmes na defesa da vida e votaram conscientes em um novo projeto orientado pela ‘Ecologia Integral’, tema central do Sínodo Especial da Igreja para a Amazônia”. A REPAM-Brasil define o momento atual como “tempo de esperançar! De devolver aos povos da Amazônia seus rios livres de mercúrio e agrotóxico, repovoados de peixes de todas as espécies, alimento sagrado no chão da Amazônia. É tempo de parar de violentar a terra com garimpos criminosos e mineradoras irresponsáveis. É tempo de devolver aos povos indígenas a sua dignidade com seus territórios legitimamente demarcados e protegidos de todo tipo de invasão e destruição. É tempo de sonhar um tempo novo para a Amazônia e seus povos”. Finalmente, o organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “ressalta a confiança em todas as instituições representativas dos processos democráticos do país e no processo eleitoral, conduzido de forma competente pelo Tribunal Superior Eleitoral, auxiliado pelos partidos políticos e organizações da sociedade civil”. Também pede a intercessão pelo povo brasileiro de Nossa Senhora de Nazaré, Rainhada Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1