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Hugo Barbosa Alves ordenado presbítero para a Igreja de Manaus: “Um presbítero para os outros, para a comunidade”

A Igreja de Manaus se alegrou na manhã do sábado 14 de dezembro com a ordenação presbiteral de Hugo Barbosa Alves. Uma ordenação que pede e exige “chamado, resposta, caminho percorrido, aceitação da Igreja”, segundo lembrou o arcebispo local, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Nas leituras proclamadas, ele destacou que estão “a nos iluminar para sermos participantes da invocação do Espírito Santo”, ressaltando o “admirável o cuidado de Deus para com cada um de nós.” Segundo o arcebispo, “Ele nos conhece, isto é, nos ama, antes de vir à luz, no ventre de nossa mãe. Antes de sairmos do ventre fomos consagrados para ser profeta entre as nações. Profetas e profetisas da benevolente presença de Deus entre e no meio da humanidade, no universo. As vocações, os ministérios que recebemos na Igreja são um chamado, uma escolha. Não nos pertence, se recebe como um toque sagrado que percute toda a vida. Faz vibrar e tonifica uma vida inteira.” “Um chamado pessoal, um tu a tu”, disse o cardeal, lembrando o texto bíblico: “eu te consagrei e te fiz profeta”. Ele lembrou que “formamos um povo de profetas e profetisas, mas cada um recebeu o chamado, a palavra, a escolha a predileção de um relacionamento único e próprio; cada um recebeu a brasa do amor-Palavra e a Palavra para ser anunciada como vida plena.” O arcebispo de Manaus sublinhou que “os ministérios que recebemos são um chamado, uma vocação, por isso, o ministério ordenado é um chamado que pede uma resposta”, citando o texto bíblico: “Respondi: Ah, Senhor Deus, eu não sei falar, sou apenas um menino.” Segundo ele, “essa resposta que em muitos momentos pensamos ser incapazes, impossibilitados de plenificar. Aquela percepção de que talvez, não seja, que pode não ser, que pode ser uma miração, que não temos os dons, as virtudes necessárias”, tendo a resposta do Senhor que anima a seguir adiante. ‘É Ele que chama e envia. Chama e envia concedendo benevolamente as palavras e os gestos do dizer, do indicar os caminhos. Mas também é Ele que que insiste e diz: ‘Não tenhas medo, estou contigo’. E as palavras do anúncio e da denúncia foi Ele que colocou na boca do chamado e enviado”, disse o arcebispo. “Sim, quando a Palavra do Senhor estende a mão e toca os lábios de nossa existência, torna-se irresistível, atrativo e envio. Verdadeiramente não mais meu, tudo, todo teu! Ao receber a palavra, fazer dela o alimento, tudo se transforma, fortifica, clareia, ilumina. Ele Palavra no meu ser, o meu ser feito Palavra! Quando a Palavra se faz um e perpassa todo ser, descobre-se o tesouro. O coração fica entesourado! Um coração entesourado que não resiste e sai a anunciar, frutificar, testemunhar. Um presbítero para os outros, para a comunidade na Igreja. Tudo iluminado pelo chamado para uma participação sempre maior no magnífico e encantador mistério do Reino de Deus”, refletiu o cardeal. Ele lembrou as palavras de Paulo aos Efésios, que falam que “o chamado, o ministério para o bem de todo o corpo de Cristo, para possibilitar a todos terem a estatura e a plenitude de Jesus Cristo. Todos possam chegar à plenitude da cristidade.” É por isso que “esse chamado, esse ministério: o tesouro do coração do presbítero. Um tesouro que nem a traça, nem a ferrugem destroem, não pode ser roubado, retirado. O tesouro tão extraordinariamente atrativo que toda a existência presbiteral se deixa guiar, frutificar, transformar, transfigurar, maturar, santificar. Sim, “Onde estiver o teu coração, aí estará também o teu coração”. Um tesouro que plenifica o coração da vida, da missão e do ministério.” “A vida, a missão e o ministério iluminados, alimentados e maturados pelo tesouro. O tesouro que deixa o coração enamorado e palpitante. Ao falar para os padres num Congresso, Papa Francisco insistiu na proximidade como um verdadeiro tesouro. O coração sempre mais entesourado no movimento da proximidade”, afirmou o presidente da ordenação. Ele enfatizou que “como presbíteros não sobrevivemos sem as subidas ao monte para o encontro com o Pai, sem os encontros noturnos amorosos com a Trindade, sem sermos envolvidos pela Trindade. Não abraçaremos as nossas fragilidades, a nossa finitude, sem sermos tomado pela misericórdia e a compaixão de Deus. Não suportaremos permanecer no anúncio da Boa Nova, do Reino de Deus, sem os encontros pessoais, sem a escuta, sem os desafogos e declarações de amor para com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” O cardeal Steiner lembrou que “no dia da ordenação somos inseridos num presbitério”, recordando a oração de ordenação transmitida por Santo Hipólito de Roma: “Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, baixa o olhar sobre este teu servo e comunica-lhe o Espírito da graça e do conselho do presbiterium para que ele ajude e governe o teu povo com o coração puro, assim como baixaste o olhar sobre o povo da tua escolha e ordenaste a Moisés que escolhesse anciãos nos quais infundiste o Espírito que tinhas dado ao teu servidor” (Tradição Apostólica de Hipólito de Roma, 22). Isso por que “a imposição das mãos de todos os presbíteros presentes além da invocação do Espírito Santo é o sinal maior de uma pertença, de uma proximidade. Uma pertença a serviço da Igreja, na Igreja para a Igreja. O presbítero faz parte do presbiterium, sempre na e a serviço da comunidade. Participante de uma Igreja em saída, somos presbíteros para e na comunidade. Em comunhão entre nós presbíteros e com os bispos, somos tomados pelo movimento que nos torna missão, participação e comunhão. Nessa pertença-proximidade que podemos maturar em nossa vida, missão e ministério.” Igualmente, o arcebispo disse que “a relação íntima que existe com o Povo de Deus é uma graça derramada continuamente em nosso ser padre, ser presbítero. Para ser evangelizadores com espírito, é preciso desenvolver o prazer espiritual de estar próximo da vida das pessoas, até chegar a descobrir que isto se torna fonte duma alegria superior. A missão é uma paixão por Jesus, e simultaneamente uma paixão pelo seu povo.…
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Mons. Samuel Ferreira de Lima: “Estou indo em Manaus como irmão que quer caminhar junto, que quer aprender, estar a serviço”

No dia 25 de novembro, o Papa Francisco nomeou um novo bispo auxiliar para a arquidiocese de Manaus, frei Samuel Ferreira de Lima, que será ordenado bispo no dia 1º de fevereiro em Rodeio (SC). Ele diz estar “indo como irmão que quer caminhar junto, que quer aprender, que na experiência de vida que tenho, quero estar a serviço”, para uma missão “muito abrangente, uma nova realidade, com novas exigências, num contexto bem diferente daquele que estou vivendo”. Ele vê a Igreja de Manaus como “uma igreja muito dinâmica, muito viva, engajada no profetismo, na vivência de fé”, onde espera vivenciar a relação com a natureza, com as criaturas, com a Casa Comum, com a diversidade de culturas presente na Amazônia, uma interculturalidade que ele já experimentou em seus dez anos como missionário em Angola. Em uma Igreja marcada pela sinodalidade, o bispo eleito vê fundamental, “a gente perceber que nós somos parte de um todo e somos instrumentos, e que o Espírito de Deus sopra em todo batizado”, vendo no caminhar juntos algo que faz que sejamos “muito mais podemos ser efetivos na nossa missão”. Ele pede muitas orações para que a gente possa se abrir cada vez mais à ação do Espírito e se colocar realmente como instrumento de Deus naquilo que for necessário, naquilo que o povo espera e assim poder somar forças nessa caminhada junto ao povo de Deus nessa experiência de fé e vida”. O senhor acaba de ser nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, como está vivenciando este serviço que o Papa Francisco lhe pediu recentemente? É um processo de assimilação, pois a gente não espera na nossa vida como frade tamanha responsabilidade e missão. Então, como mestre de noviços, a gente está muito focado no trabalho formativo, na dinâmica própria de uma casa de formação. E com essa nova missão, tudo se amplia de uma forma muito abrangente, uma nova realidade, com novas exigências, num contexto bem diferente daquele que estou vivendo. Então tudo isso leva a gente a ter um turbilhão de ideias, sentimentos, e ao mesmo tempo se abandonar em Deus, porque só Ele que pode nos qualificar e dar condições de responder ao chamado que nos é feito. O senhor fala de uma nova realidade, o que espera encontrar em Manaus, o que espera encontrar na igreja da Amazônia? Pelo pouco que já vi, já li, é uma igreja muito dinâmica, muito viva, engajada no profetismo, na vivência de fé, creio que vou me enriquecer muito com essa experiência. Uma Igreja de uma caminhada longa, principalmente com os povos originários. É o Brasil raiz. O senhor é franciscano e São Francisco inspirou o Papa Francisco em sua vida e em seu Magistério, especialmente no cuidado da casa comum, como mostra a Laudato si. O que representa para um franciscano chegar na Amazônia e o que essa casa comum, ainda preservada na região de Manaus, representa em sua vida como frade e em seu futuro serviço como bispo auxiliar? Francisco sempre tem essa percepção do Cântico das Criaturas, da Casa Comum, como essa vivência e experiência do amor de Deus que tudo criou e tudo dispôs para nós. Viver agora na Amazônia vai ser encarnar concretamente essa busca de celebrar esse grande dom que é a natureza, os animais, toda a realidade que está ali presente e ao mesmo tempo tomar consciência dessa relação que não é apenas uma relação apenas antropológica, social, política, cultural, mas é uma relação de fé porque é relação com o próprio Deus. Todas as criaturas são parte de nós. Então, o cuidado com a natureza é cuidado conosco mesmo. É perceber que fazemos parte de um todo e que isso deve ser motivado não só pela preservação nossa, mas no respeito e numa reverência à dimensão da grandeza de Deus que tudo criou e tudo que fez é bom. Então nós devemos trabalhar para salvaguardar esse bom que nos é dado e que dignifica o ser humano nessa relação. O senhor iniciou sua vida presbiteral como missionário na África, em Angola. A interculturalidade é uma dimensão muito presente no magistério do Papa Francisco. Chega numa região muito marcada pela interculturalidade, onde a igreja tenta tenta levar essa diversidade cultural para sua vida pastoral, para a sua vida celebrativa. Por que é importante a convivência com culturas diferentes, e o que o senhor, ao longo do seu ministério presbiteral, foi descobrindo nessas culturas diversas? A interculturalidade é uma grande riqueza, é uma possibilidade de a gente ampliar a percepção da vida, das pessoas, das relações, dos valores, e aprender cada dia com a vivência e a partilha dos conhecimentos, das vivências de fé. É uma experiência muito rica, porque Deus está em todos os lugares, a gente não vai levar Deus, a gente vai buscar Deus aonde a gente está indo, aonde a gente está sendo enviado. Cada povo, cada cultura, por sermos seres humanos, que tem na sua raiz esse desejo da transcendência, cada povo, cada grupo humano está, de alguma forma, fazendo essa busca, confrontando e partilhando suas vivências. Em Angola, a gente vivia um tempo de guerra e foi muito importante conhecer o diálogo interreligioso, a interculturalidade, a compreensão da vida a través das várias etnias. Tudo isso vai mostrando, na diversidade a beleza e a grandeza de Deus se revelando. Muitas vezes, a gente quer reduzir muito a apenas uma cultura, uma visão religiosa e não percebe que é na diversidade que as coisas se complementam e se enriquecem e se tornam belas. Então eu vejo que vai ser uma experiência muito rica, da qual eu vou poder aprender muito e também poder partilhar um pouco que já vivi e experienciei no tempo de missão. A sinodalidade é uma dinâmica muito presente na Igreja da Amazônia, na Igreja daqui de Manaus. A Arquidiocese de Manaus realizou o Sínodo arquidiocesano, atualmente está realizando o Sínodo com a juventude e também a Igreja, especialmente através do seu arcebispo, o cardeal Leonardo Steiner,…
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Conferido o ministério de Leitor ao seminarista de Manaus Luiz Fernando Levati: “Em atenção à Tua Palavra”

Um passo a mais no processo formativo no Seminário Arquidiocesano São José de Manaus foi dado no dia 8 de dezembro de 2024 pelo seminarista Luiz Fernando Levati, que foi instituído no ministério de leitor, em celebração presidida por dom Joaquim Hudson Ribeiro, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus, na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, Área Missionária São Francisco das Chagas. “Essa data marcou não apenas um passo importante na minha caminhada vocacional, mas também reafirmou a centralidade da Palavra de Deus em minha vida”, disse o novo leitor. Durante a homilia, dom Hudson ressaltou a profundidade desse ministério, exortando a Luiz Fernando a permitir que a Palavra rumine dentro dele, para que não apenas a ouça, mas a escute com o coração. O bispo auxiliar comparou a missão de cada fiel à caixa de um violão, que ecoa as vibrações das cordas. Assim também devemos ser aqueles que fazem ressoar a Palavra de Deus de forma autêntica e vibrante, para que ao nos verem, as pessoas possam lembrar-se de um versículo bíblico e pensar na própria Palavra. Com a mesma ternura e firmeza, Dom Hudson pediu a Luiz Fernando que ele fosse grande devoto de Nossa Senhora, acolhendo a Palavra como ela acolheu o Verbo, e transmitisse essa devoção àqueles que encontrar no caminho. Durante a celebração, realizada em sua comunidade de origem, o seminarista escutou daquela que foi sua catequista de Crisma, Kathllen Prestes, que relembrou sua trajetória na comunidade, um pouco de sua história de vida na comunidade: um jovem agitado, mas igualmente prestativo e zeloso, enquanto catequizando, coroinha e catequista. As palavras da catequista “emocionaram a todos e me fizeram refletir sobre como a comunidade moldou a minha vocação”, disse Luiz Fernando. O seminarista reforçou a importância de sempre rezar pelas vocações e pediu que todos continuem confiando suas preces ao Senhor por meio da oração vocacional. Ele agradeceu especialmente a dom Hudson por ter aceitado o convite de conferir-lhe o ministério, e compartilhou com os presentes a frase de força que lhe guia no ministério que lhe foi conferido: “Em atenção à tua Palavra” (Lc. 5,5), explicando que “mesmo nos momentos mais desafiadores, quando minha vontade parece gritar mais forte, é essa Palavra que me sustenta, impulsiona e me faz lançar novamente as redes”. A celebração foi encerrada com um café partilhado, símbolo da comunhão e da alegria que vivida juntos como comunidade. Luiz Fernando agradeceu a Deus por cada pessoa que fez parte desse momento especial e pediu que continuem rezando por ele, para que seja fiel à missão de fazer ressoar a Palavra de Deus em todos os lugares onde ele estiver. Finalmente, ele pediu “que Maria, a Mãe do Verbo, interceda para que eu acolha e transmita a Palavra com o mesmo amor e zelo com que ela o fez. Amém!” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A Igreja de Manaus celebra e caminha com a Imaculada, “que cuida de nós e sempre está próxima de nós”

A religiosidade popular na Amazônia é uma clara expressão da fé do povo, que ao longo dos séculos, especialmente nas comunidades do interior, participava da Eucaristia nas festas dos padroeiros. Muitos daqueles que tiveram essas vivências hoje moram na capital do Amazonas, que neste dia 8 de dezembro celebrava sua padroeira. Milhares desses manauaras, amazonenses, acompanharam a Maria nas ruas de Manaus e depois celebraram a Eucaristia campal nas proximidades da Catedral da Imaculada Conceição, a Matriz, como é conhecida pelo povo. Maria caminhou acompanhada pelo povo de Deus para se fazer presença de Deus na vida daqueles que a seguiam ou simplesmente a viam passar. Ela que sempre se colocou ao serviço de Deus e de seu filho, quer ser exemplo para o povo, para “cada uma das nossas comunidades que servem a Jesus, que veio do seio de Maria”, segundo disse o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, em sua homilia. Em uma celebração onde o povo estava “para podermos louvar, bendizer e agradecer a Nossa Senhora, que tem acompanhado a nossa arquidiocese durante tanto tempo”, disse o arcebispo, que mostrou sua gratidão “por termos uma tão grande mãe, que cuida de nós e sempre está próxima de nós e a todos nos leva a Jesus.” Uma celebração onde estavam presentes bispos, padres, diáconos, seminaristas, vida consagrada, ministros, ministras, seja da Palavra, da Eucaristia, “todos os ministérios que nós estamos distribuindo para o bem da nossa querida Arquidiocese de Manaus, para o bem das nossas comunidades”, enfatizou o cardeal Steiner. Ele destacou a atitude de Deus que se aproxima, que está através dos tempos, a buscar, até que ele mesmo procurou a mulher, a filha da graça do Senhor. Na saudação do anjo “havia uma busca de Deus, havia uma procura de Deus, havia uma proximidade de Deus”, destacou o arcebispo. O cardeal Steiner enfatizou que “Deus nos amou tanto, Deus nos quis tanto, que escolheu Maria para se fazer presente no meio de nós. Ser um de nós, como nós, ou como dizia o grande pensador da igreja, não outro de nós, só nós, Deus nos fez”, ressaltando que “Ele nos procura, nos deseja sempre”. Ele destacou na figura de Maria o fato de ser cheia de graça, preservada do pecado, lembrando as palavras de Santo Agostinho, que fala de Maria dizendo: “Se forma em teu seio, enche o teu espírito, enche o teu ventre”. Segundo o arcebispo de Manaus, “a bem-aventurada Virgem Mãe de Deus, a qual nunca foi inimiga de Deus, nem em ato, em razão do pecado atual, nem em razão do pecado original. Deus a preservou, Deus a preparou, porque quer, quis através dela nos buscar”, o que nos leva “a louvar e bendizer aquela que foi preservada”, aquela que “nos presenteou Jesus”. O cardeal lembrou duas palavras do Papa Francisco com relação a Nossa Senhora: admiração e fidelidade. Isso porque “Nossa Senhora ficou perturbada, diz Papa Francisco, interrogava-se sobre o significado. O significado dessas palavras, ela foi surpreendida, ela ficou impressionada, perturbada, ficou espantada”. Nossa Senhora, lembrando as palavras de Papa Francisco, é cheia do amor de Deus. Nesse sentido, “é uma atitude nobre saber maravilhar-se com a presença de Deus. É uma atitude nobre perceber que Deus nos enche de graças. É uma atitude nobre, é uma admiração poder dizer, Deus está no meio de nós”. Por isso, “ao celebrarmos a Imaculada Conceição, queridos irmãos, queridas irmãs, tenhamos uma atitude na vida de admiração”, sublinhou o arcebispo. Ele fez um chamado para que “admiremos as belezas, os dons que recebemos, as graças que recebemos, mas tenhamos também admiração pela beleza da natureza”. Junto com isso ter fidelidade às coisas mais simples, lembrando que “Nossa Senhora era uma mulher de aldeia, era uma mulher extremamente simples. Era uma daquelas meninas que viviam lá longe, no interior. E ela cuidava das coisas mais simples da casa. É por isso que ela se tornou cheia de graça”, reafirmando a necessidade de que “sejamos fiéis nas coisas pequenas, nas coisas simples, lá em casa, na comunidade”, sê-lo “nas pequenas coisas da nossa vida, as coisas mais simples da nossa vida, é porque é ali que acontece a vida e a graça de Deus”. Finalmente, o cardeal Steiner pediu que nossa proximidade com Nossa Senhora, “nos leve especialmente a termos um grande amor pelos irmãos mais necessitados. Termos um grande amor a Deus para servir melhor os nossos irmãos e irmãs”, encerrando suas palavras com uma oração de São Francisco, que fala de Maria como a virgem feita Igreja. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Deus sai a procura. Ele sempre procura, principalmente quando seus filhos e filhas se afastam”

Na Solenidade da Imaculada Conceição, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia lembrando que “a Palavra de Deus a nos indicar o cuidado de Deus para conosco”. Segundo ele, “com o anúncio do anjo se cumprem as promessas antigas, as rogações das gerações são ouvidas, a esperança se acende entre a humanidade, se anuncia o nascer do Principe da Paz.” O arcebispo ressaltou que “na Solenidade da Imaculada Conceição no tempo do Advento, fazemos memória das maravilhas que Deus operou na humanidade e, por isso, em Nossa Senhora. Entre as admiráveis ações de Deus está a sua Imaculada Conceição que a Igreja ao iniciar os preparativos do Santo Natal, celebra e bendiz.” Analisando a primeira leitura, o cardeal disse que “ouvíamos e víamos como Deus sai a procura. Ele sempre procura, principalmente quando seus filhos e filhas se afastam. Logo que Adão comeu da fruta da árvore e se afastou, se escondeu, Deus o procura e chama: ‘Onde estás?’ (Gn 3,9). O distanciamento, o escondimento de Adão, é motivo da busca: Onde estás? É a busca, o apelo de um Pai, para que seu filho perdido retorne à casa paterna. Ele que o gerou, deseja que permaneça ao alcance de seu amor.” “Deus, fiel a si mesmo corre atrás daquele que Ele gerara para ser seu filho predileto. Ao homem que lhe dá as costas, Deus oferece o seu semblante, para que ele volte e permaneça face a face com Ele, para gozar da afeição de sua intimidade. A história do pecado não acaba com a relação do homem com Deus. Deus não se afasta, mas se aproxima sempre: Onde estás? Sempre que nos afastamos Ele nos busca: Onde estás?”, disse o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Segundo ele, “a procura de Deus, o desejo de permanecer junto a seus filhos e filhas, se manifesta no Evangelho com a saudação do anjo Gabriel: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’ Alegra-te, agraciada, o Senhor está contigo (Lc 1,28). Procura, Deus se faz nova presença! Uma presença na nossa humanidade e fragilidade. Se faz um de nós em Maria”. “Maria é saudada pelo Arcanjo como a ‘cheia de graça’. ‘Cheia de graça’, significa: ‘Deus é contigo!’”, disse o cardeal. Ele lembrou que “Santo Agostinho acrescenta à saudação angélica: ‘Mais que contigo, Ele está em teu coração, se forma em teu seio, enche o teu espírito, enche o teu ventre’. Mais próximo Deus não poderia ser que fazer-se presença no ventre de Maria: no coração, no ventre. Aquele que tudo criara, de tudo cuidava, tudo harmonizava, agora feito humanidade, sendo gerado no ventre da Mulher.” O cardeal enfatizou que “a Solenidade hoje celebrada está profundamente ligada a essa procura de Deus por cada um de nós. E para que pudesse permanecer na proximidade e melhor encontrar-nos, faz-se um de nós, como nós, buscando uma mulher na qual pudesse revestir-se de nossa humanidade. Uma mulher que recebesse Aquele que é sem pecado”. Citando João Duns Scotus, ele disse: “Há no céu santos que nunca foram inimigos de Deus em ato, por um pecado atual, como aconteceu com os santos inocentes; e muitos outros que, às vezes, foram inimigos de Deus, como os que pecaram mortalmente, e depois fizeram penitência. Há também ali a Bem-aventurada Virgem Mãe de Deus, a qual nunca foi inimiga de Deus, nem em ato em razão de um pecado atual, nem em razão do pecado original.” Ele enfatizou: “Sim, a Imaculada. Aquela que foi concebida sem pecado, para que pudesse conceber a Deus que resgata e liberta no seu amor.” “Se Jesus, o Filho de Deus, que se tornou Filho do Homem, o Verbo que se fez carne, foi o primeiro a ser pensado e querido por Deus em sua intenção criadora, Maria, em virtude de ou com sua união com Cristo, foi a primeira a ser pensada por Deus entre os redimidos por Cristo. Em virtude de sua destinação à maternidade divina ela foi concebida sem a mácula do pecado: daí o título ‘i-maculada concepção’. O privilégio da pureza original, é em vista de sua nobre e divina missão: ‘Eis que conceberás no ventre e darás à luz um filho…’”, disse o cardeal. Lembrando as palavras de Fernandes e Fassini, o cardeal disse que “ela já tinha concebido o Messias no seu espírito, pensamento e desejo, principalmente através da meditação das grandes promessas messiânicas. Agora, o conceberia no corpo, no seu ventre. Ela já o gerava na alma; agora o geraria no seu útero. Ela já estava disposta a dá-lo à luz, espiritualmente; agora lhe cabia a incumbência de dá-lo à luz, corporalmente. Ela, que estava sempre de prontidão na espera do Deus que vem, agora o traria em seu corpo e o mostraria ao mundo unido à carne de nossa humanidade. Nela, o Filho de Deus se faz carne, a carne de nosso ser.” Nas palavras de Paulo aos Efésios, o cardeal enxerga “a procura de Deus, o cuidado de Deus, o amor de Deus”, afirmando que “esse hino das ‘Bênçãos espirituais em Cristo’, nos recorda de que em Jesus somos filhos e filhas adotivos. É nesse hino que encontramos a mais claro e precioso sentido do que é ser Igreja, o sentido da maternidade Maria e o sentido de sermos cristãos.” Acrescentando, o cardeal Steiner destacou que “Paulo nos ensina a perceber a eleição e a consagração como fonte comum para todos os homens, toda Igreja. Nesse sentido a Igreja, as nossas comunidades, será sempre santa, imaculada, por causa de seu fundamento, Jesus, mas, pecadora por causa de nós, seus membros. Podemos e devemos dizer que a Igreja é a nova Maria da humanidade. Assim como o seio da Virgem Maria serviu para gerar o novo humano, na Pessoa do Filho de Deus, Jesus, agora, a Igreja – através dos seus fiéis – é eleita, chamada e enviada para ser o grande útero da nova humanidade; aquela que deve gerar os novos filhos de Deus…
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Inaugurado o Barco Hospital São João XXIII, que neste domingo inicia sua missão levando saúde no Amazonas

Os rios da Amazônia e as pessoas que moram nas comunidades indígenas e ribeirinhas poderão disfrutar em breve de mais um gesto de amor através do barco São João XXIII na Providência de Deus, um nome que lembra a figuro do Papa bom, o Papa do sorriso e da caridade, que agora será presente na vida do povo da região. O barco, que inicia seus trabalhos neste domingo 8 de dezembro, servirá as comunidades locais, levando saúde e caridade. Uma missa presidida pelo arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, que contou com a presença do bispo de Óbidos (PA), dom Bernardo Baumann, do bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima, e do bispo emérito de Primavera do Leste-Paranatinga, dom Derek Byrne, iniciou um ato que contou com a presença de diversas autoridades do Estado do Amazonas e de outras regiões do Brasil. O barco hospital é um sinal de saúde, segundo o cardeal Steiner, que agradeceu a Deus por “todas as mãos generosas que nos ajudaram na construção deste barco, para que ele pudesse agora servir as nossas comunidades ribeirinhas”. Igualmente agradeceu os freis Franciscanos que concretizaram a ideia. O arcebispo de Manaus destacou como Deus vai em busca de Adão e Eva, que tinham se distanciado D´Ele, “vai em busca e encontra”. Uma procura que Deus também fez com Maria, “Ele procura Maria, aquela da aldeia lá de Nazaré, aquela jovem, adolescente, Deus a procura porque quer estar junto dos seus filhos e filhas”. O cardeal lembrou que “Deus teve a delicadeza de perguntar, você aceita? E ela disse sim. Sim, porque percebe que Deus a procurou, porque a buscou, e se fez um de nós”. Uma atitude que se faz presente com o barco, “nós não esperaremos, nós buscaremos. Nós desejamos ir ao encontro e desejamos perguntar onde você está para poder cuidar da sua saúde, seja da saúde do corpo, seja da saúde do espírito”. Algo que é feito, “porque ele se fez providente no meio de nós, em Jesus. É em nome de Jesus que nós vamos fazer, em nome de Jesus que lá vamos estar, em nome de Jesus que queremos ser também evangelizadores através da caridade”, fazendo um chamado a “seguir os passos de Deus e fazer essa procura e buscar todos os irmãos e as irmãs que têm necessidade”, destacando o grande número de pessoas envolvidas no projeto que vai ajudar a ser “essa expressão de Deus”, e chegar “até os lugares onde nós achamos que não tem ninguém, mas lá tem alguém que está necessitado”. O cardeal Steiner insistiu em “agradecer a todos que ajudaram, colaboraram, para que este barco possa ser realmente um sinal da nossa fraternidade, possa ser um sinal da justiça, onde todos têm direito à saúde, possa ser sinal de paz, mas possa ser também sinal de salvação”, abençoando os presentes com uma relíquia de São João XXIII que acompanhará os atendimentos do barco. Segundo lembrou dom Bernardo Baumann, os barcos hospitais, Papa Francisco, São João Paulo II e São João XXIII, foi uma ideia que surgiu em 2013, querendo dar resposta à necessidade de muitas pessoas doentes que não conseguiam chegar nas cidades para serem atendidos, por falta de dinheiro para chegar o pelas longas filas que faziam eles ter perdido a esperança, surgindo a ideia de fazer realidade um hospital que vai até o paciente. Foi assim que foi plantada “uma semente de mostarda que de repente cresceu e se tornou uma grande árvore”. O bispo de Óbidos destacou que muitas pessoas têm ajudado nesse sonho, “porque nós compreendemos também que a caridade nunca pode parar”, afirmando que quando “a gente coloca a caridade a funcionar, vai crescendo”. Em cinco anos, o barco hospital Papa Francisco já fez 500 mil atendimentos, resgatando muitas vidas, sobretudo na pandemia, sendo instrumento para levar esperança para as pessoas e levar paz para as pessoas”. Um barco que é exemplo concreto de uma Igreja em saída, segundo frei Francisco Belotti, “não apenas uma igreja que só sai, mas uma Igreja que anuncia e que também proporciona assistência à cura das pessoas, como Jesus fazia”. Ele insistiu em que, com a ajuda das pessoas, nada é impossível, agradecendo às pessoas que ajudam para a construção e funcionamento dos barcos hospital, para que os milagres possam acontecer. O frei disse que “o estado do Amazonas hoje ganha uma pérola, uma preciosidade, uma preciosidade que é para toda a população, para que as pessoas possam encontrar saúde, e possam encontrar também o seu tratamento”. O frei lembrou as palavras de São Francisco, que diz que “devemos começar fazendo o necessário, depois o possível e depois alcançar o impossível”, de São João XXIII: “o milagre acontece quando a vontade dos homens se une à vontade de Deus”, e de Gandhi: “carrego nos ombros toda a transformação que eu quero ver nesse mundo”. Palavras que inspiram o barco hospital, “um hospital que anda”, que “navega pelos rios”, ajudando as pessoas a superar as dificuldades que existem na Amazônia para chegar nos hospitais. Um barco que “vai ao encontro das pessoas”, o que é muito importante, segundo frei Belotti, que disse que o barco “é o maior e o melhor plano de saúde que pode existir em nosso Brasil”, dado que “a gente chega, consulta, faz os exames, se necessário, interna, se necessário faz cirurgias, recebe alimentação, recebe os medicamentos e ainda com a possibilidade das ambulanchas levarem até a sua residência”. Ele agradeceu ao Ministério Público de Trabalho, ao Tribunal Regional de Trabalho, ao Governo do Estado do Amazonas, à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, à Prefeitura de Manaus, ao Sistema Único de Saúde, e outras entidades e empresas, assim como à Arquidiocese de Manaus, que desde o primeiro momento abriu seus braços, abriu o coração. Ele não esqueceu dos colaboradores, que fazem seu trabalho de forma voluntária, fazendo que os milagres aconteçam todos os dias. O Procurador Regional do Ministério Público do Trabalho do Amazonas, Dr. Jorsinei Dourado do Nascimento, destacou…
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Missa presidida pelo cardeal Steiner encerra o ano formativo 2024 no Seminário São José

O Seminário São José de Manaus encerrou nesta quinta-feira 5 de dezembro as atividades do ano 2024 com uma missa presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Em sua reflexão, ele destacou a importância de receber o Senhor que vem, sublinhando que “o Senhor que vem é quem nos faz caminhar, o Senhor que vem está vindo sempre, como diz Santo Agostinho, Ele está vindo sempre, e é por isso que nos colocamos a caminho, mas é encaminhando que nos apercebemos que Ele está, e é encaminhando antecipadamente que já vamos vendo”. Uma realidade que segundo o arcebispo se concretiza através das leituras, através das preces, através das comunidades, das celebrações, onde “vamos vendo o nascer de Deus”. No texto do Evangelho, o cardeal destacou o ouvir a Palavra, questionando “como ouvir a Palavra se não abrirmos o livro, como ouvir a Palavra se não nos é proclamada, como ouvir a Palavra se não existe uma abertura”. O presidente do Regional Norte1 sublinhou que “a Palavra de Deus não são informações, são palavras de vida”, fazendo um chamado a nos abrirmos à palavra. Ele disse que “tudo o fazemos na nossa vida é uma tentativa de ouvir”, dado que “tudo é uma escuta que fazemos”. Nesse sentido, o cardeal falou sobre os dissabores, “não compreendemos, não entendemos, mas vamos ouvindo, as alegrias, a convivência, o esporte, o lazer, o estúdio, as celebrações, tudo é um ouvir, porque tudo é um ressoar daquilo que Deus nos deu como graça”. Uma tentativa de ouvir que nos faz perceber que “em tudo vamos devagarinho crescendo, vamos maturando e vamos abrindo horizontes e vamos crescendo na compreensão, vamos maturando nas nossas relações e vamos percebendo cada vez melhor esse chamado que Deus nos faz, vamos nos fazendo”. O arcebispo de Manaus insistiu em que “tempo do seminário é um tempo muito precioso, é muito precioso porque é um tempo da escuta, um tempo da escuta onde nós devagarinho vamos percebendo que estamos construindo uma casa sobre a rocha”. Ele se referiu à primeira leitura, que falava da “cidadela que tem muro e antemuro, quer dizer, ela é sólida, ela é cuidadosa, ela é cuidada. É tão cuidada que ninguém ousará transpor. Não é a força, mas é onde está sentada a nossa vida, a nossa existência”. O cardeal disse que “Deus vai nos dando a oportunidade de ser uma cidade fortificada”, ressaltando que “não forte, mas ela é fortificada porque bem acertada, porque bem harmoniosa, porque bem compreendida, porque bem cuidada, porque bem cultivada”. De cara ao tempo em que os seminaristas ficam fora do seminário, ele fez um chamado a entender que em casa, na comunidade de cada um, é a continuidade da vida no seminário, “não é uma pausa, é para de novo irmos lá e ouvir como vive a comunidade, como é a experiência de fé, como vive minha família, como posso conviver com a minha família, como posso compreender e ali ouvindo de novo e dando continuidade ao cultivo vocacional que cada um de nós está fazendo, até o fim”. E ainda sublinhou que “não é interromper a vida do seminário”, dado que será um tempo em que nos lugares onde cada seminarista se encontrar, “também ouviremos a Palavra, ali também veremos como a Palavra de Deus age, ali também apalparemos como a Palavra de Deus é, é graciosa, é forte, é cuidadosa”. O cardeal convidou a agradecer a Deus este semestre, “o que cada um de nós pode fazer, o que cada um de nós cultivou, vamos agradecer a Deus. Especialmente vamos agradecer a Deus por termos recebido o dom da vocação. Um coração grato cuida melhor, um coração ouve melhor, um coração grato vê melhor”. Finalmente, o arcebispo de Manaus agradeceu à equipe formadora, “por se disponibilizarem a nos ajudar na arquidiocese, mas nas dioceses e prelazias”, mostrando sua gratidão pela disponibilidade, pelo tempo, pela presença dos formadores, pedindo que “esse também seja um modo de cultivar o próprio ministério, a própria vocação”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Desafios na Preparação Matrimonial foi tema da VI Assembleia da Pastoral Familiar Regional Norte1

A Pastoral Familiar do Regional Norte1 realizou de 29 de novembro a 1º de dezembro, na paróquia São Jorge de Manaus sua VI Assembleia Regional, com o tema: “Família Peregrina da Esperança“, e o lema: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1Cor. 15, 58). Depois da acolhida e a missa de abertura, o bispo da diocese de Coari e referencial da Pastoral Familiar no Regional Norte1, refletiu sobre “O Matrimonio à luz da Sagrada Escritura”. Ao longo do encontro foi partilhado um vídeo sobre a participação do Regional no XVII Congresso Nacional da Pastoral Familiar, sendo apresentado posteriormente o balanço financeiro e sustentabilidade para evangelização da Pastoral Familiar no Regional. Os participantes refletiram sobre “o Sacramento do Matrimônio e as Normativas Canônicas sobre o Processo de Nulidades”, com a assessoria de Pietro Bianco Epis, do Tribunal Eclesiástico de Manaus, tendo a oportunidade de perguntar e resolver dúvidas. Foi feita uma partilha sobre como as igrejas locais estão realizando a preparação para o Sacramento do Matrimônio, sendo abordado posteriormente o tema da “Preparação Matrimonial como Caminho de Esperança – Aplicação do Itinerário Vivencial de Acompanhamento Personalizado para o Sacramento do Matrimônio e Documento 68”, com a assessoria de Frei José Faustino, assessor da Pastoral Familiar no Regional Norte1. Posteriormente foram pensadas estratégias de como aplicar o itinerário em cada igreja local, em vista de avançar na Implantação do Itinerário Vivencial de Acompanhamento Personalizado para o Sacramento do Matrimônio nas igrejas locais e a formação de casais catequistas. Foram realizados diversos informes visando a dinamização da Pastoral Familiar e o trabalho de integração (sinodalidade). Finalmente, a secretária executiva do Regional Norte1 repassou o que foi vivenciado na 51ª Assembleia Regional CNBB Norte1, e dom Marcos Piatek apresentou o “Documento Final do Sínodo dos Bispos Sobre a Sinodalidade”. O casal coordenador da Pastoral Familiar Norte1, Antônio Ronildo Viana dos Santos e Rosenilda Azevedo Ferreira, destacaram que ao longo do encontro foi refletido a partir dos documentos da Igreja, do Papa Francisco, da CNBB, para ver como avançar nos trabalhos que estão sendo desenvolvidos na preparação matrimonial a partir do itinerário apresentado pela Pastoral Familiar Nacional. “Momentos importantes, reflexivos, participativos que nos desafiam a continuar firmes e animados na missão da Pastoral Familiar no nosso Regional Norte1”, destacou Ronildo. Ele destacou a vivencia sinodal no Regional Norte1 e o apoio que a Pastoral Familiar recebe da presidência, fazendo um chamado a voltar com alegria para as igrejas locais para continuar a missão. Rosenilda destacou os passos dados como Pastoral Familiar no Regional e nas igrejas locais, “tem chegado às famílias a mensagem da Pastoral Familiar, aquilo que a Igreja nos encaminha, aquilo que o Papa Francisco nos interpela para ir até as famílias que estão fora da Igreja, em parceria com as demais pastorais, movimentos, serviços e organismos”, sublinhou. No final da assembleia, dom Marcos Piatek destacou a importância da assembleia para a caminhada da Pastoral Familiar, assim como a temática e o material apresentado, um itinerário que está sendo implantado nas paróquias, “muito mais amplo, mais profundos e ele já começa a trazer frutos mais profundos e positivos na preparação do Matrimonio, uma decisão que deve abranger a vida toda, e que não pode se limitar a um ou outro encontro, exige mais tempo, mais seriedade, mas aprofundamento, e quem tem que ganhar é a própria família com tudo isso”. Na Carta Final, que recolhe os passos dados ao longo a assembleia, se diz que “urge o apoio ainda maior dos senhores bispos, padres, diáconos, religiosos(as) e agentes de pastoral, à missão da Pastoral Familiar, quanto a preparação matrimonial, a partir do “Itinerário Vivencial Personalizado” em sintonia com Igreja do Brasil e do Regional Norte 1, e demais atividades, em organicidade e comunhão com nossos irmãos e irmãs dos Movimentos, Organismos, Serviços e Pastorais afins, que atuam na vivência familiar”, mostrando a disponibilidade “para apoiar, acompanhar, estreitar e partilhar nossas práticas pastorais, a partir da Pastoral Familiar”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1  

Cardeal Steiner: “O Advento é tempo para verificar o nosso desejo de Deus”

“Com a celebração de hoje iniciamos um novo Ano Litúrgico. Nos colocamos a caminho de Belém, com o primeiro domingo do advento”, disse o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner no início de sua homilia. Segundo o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), “o Evangelho anuncia do tempo novo que estamos por iniciar: ‘Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.’ Ao iniciarmos o caminho até Belém somos iluminados pela palavra da libertação. A libertação se aproxima, pois está por nascer o Filho que nos será dado, o Emanuel.” O cardeal lembrou as palavras de Papa Francisco: “O Advento é o tempo que nos é concedido para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro, também para verificar o nosso desejo de Deus, para olhar em frente e nos preparar ao regresso de Cristo. Ele voltará a nós na festa do Natal, quando fizermos memória da sua vinda histórica na humildade da condição humana; mas vem dentro de nós todas as vezes que estamos dispostos a recebê-lo, e virá de novo no fim dos tempos para ‘julgar os vivos e os mortos’. Por isso, devemos estar vigilantes e esperar o Senhor com a expetativa de o encontrar.” O arcebispo de Manaus vê o Advento como: “espera, expectativa, vinda! Ele virá, está por vir! Somos convidados a nos prepararmos para a Vinda do Senhor! Com o Advento, abrimos o ano litúrgico para celebrarmos a presença do Filho de Deus entre nós! Por isso, ‘haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só de pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas.’ A Palavra de Jesus a nos despertar para o tempo novo que está por chegar!” “O Evangelho a nos indicar a vinda do Filho do Homem ‘com grande poder e glória’ (Lc 21,27) convidando-nos a retomar o ânimo e a levantar a cabeça porque ‘a libertação está próxima’ (Lc 21,28). A palavra ‘libertação’ (“apolytrôsis”) é o ‘resgate de um cativo’. O resgate, a libertação que a Criança de Belém nos aponta. A salvação-libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de Jesus, é apresentado como libertação do egoísmo, do pecado, da morte. É a libertação de tudo o que nos escraviza, domina, e nos impede de viver na dignidade de filhos e filhas de Deus”, sublinhou o cardeal Steiner. O presidente do Regional Norte1 disse que “Ele chega sem aviso, sem alarde! Sua chegada silenciosa e cândida pede acolhimento, vigilância e atenção. Assim, nos encontrará de pé, vigilantes, prontos, disponíveis para acolhê-lo! E contemplaremos o Filho de Deus reclinado na manjedoura de Belém revestido de nossa fragilidade e humanidade. Tocados pela pobreza e singeleza de Deus, nos inclinamos, como os pastores, para admirá-lo, adorá-lo e servi-lo (Lc 12,35-48). A Criança-Deus, que transforma nossa humanidade, nos envia ao encontro dos mais necessitados (Lc 14,15-24).” Citando o texto bíblico: “Levanta-vos, erguei a cabeça, vigiai e orai”, ele lembrou que “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias que os discípulos da Criança de Belém experimentam; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história”, segundo diz Gaudium et Spes. Com a mesma citação: “Levantai-vos, erguei a cabeça, vigiai e orai”, afirmou que “o Evangelho a nos acordar para uma sensibilidade própria, única, capaz de despertar para a presença de Jesus-Menino que deseja nos encontrar. Deixarmo-nos encontrar por uma sensibilidade vença a nossa insensibilidade.” Ele lembrou as palavras de Papa Francisco em Evangelii Gaudium: “A situação atual do mundo ‘gera um sentido de precariedade e insegurança, que, por sua vez, favorece formas de egoísmo coletivo’. Quando as pessoas se tornam autorreferenciais e se isolam na própria consciência, aumentam a sua voracidade: quanto mais vazio está o coração da pessoa, tanto mais necessita de objetos para comprar, possuir e consumir. Em tal contexto, parece não ser possível, para uma pessoa, aceitar que a realidade lhe assinale limites; neste horizonte, não existe sequer um verdadeiro bem comum. Se este é o tipo de sujeito que tende a predominar numa sociedade, as normas serão respeitadas apenas na medida em que não contradigam as necessidades próprias. Por isso, não pensemos só na possibilidade de terríveis fenómenos climáticos ou de grandes desastres naturais, mas também nas catástrofes resultantes de crises sociais, porque a obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo quando poucos têm possibilidades de o manter, só poderá provocar violência e destruição recíproca.” Talvez, o advento nos possa acordar e percebermos que “nem tudo está perdido, porque nós somos capazes de tocar o fundo da degradação, também de superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se, para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que lhes seja imposto. São capazes de se olhar a si mesmos com honestidade, externar o próprio pesar e encetar caminhos novos rumo à verdadeira liberdade. Não há sistemas que anulem, por completo, a abertura ao bem, à verdade e à beleza, nem a capacidade de reagir que Deus continua a animar no mais fundo dos nossos corações. A cada pessoa deste mundo, peço para não esquecer esta sua dignidade que ninguém tem o direito de lhe tirar”, disse, citando novamente Evangelii Gaudium. “O Advento a nos recordar as três visitas do Deus à humanidade: ‘A primeira visita foi a Encarnação, o nascimento de Jesus na gruta de Belém; a segunda acontece no presente: o Senhor visita-nos…
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Formação na Diocese de Roraima para “desenvolver e pensar uma cultura do cuidado a partir dos espaços eclesiais”

O dia 29 de novembro aconteceu na diocese de Roraima o encontro com a Vida Religiosa Consagrada, os padres, as lideranças das diversas pastorais e as secretárias das paróquias. Foi trabalhado o Protocolo de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis, “um dia intenso de estudo, de reflexão e partilha, onde a gente pode socializar o documento, bem como encaminhar e desencadear todo um processo de formação na diocese de Roraima”, segundo a secretária executiva do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Ir. Rose Bertoldo, assessora do encontro. Segundo a religiosa, “aquilo que nos pede o documento, que as igrejas locais, elas façam todo um processo de formação, tanto para dar a conhecer o documento, como também para iniciar um processo de prevenção, sensibilização, sobre o tema da proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis”. Se busca “desenvolver e pensar uma cultura do cuidado a partir dos espaços eclesiais”, destacou a religiosa, que considerou o encontro como “um momento de muito aprendizado e também de troca de experiências, onde a gente pode conhecer, aprofundar e se apropriar do documento de proteção que foi assumido pelo Regional Norte 1”. No dia 30 de novembro, no Conselho de Pastoral da Diocese de Roraima, que reúne todos os representantes dos mais diversos grupos, pastorais e organismos, foi realizado o mesmo processo de estudo e aprofundamento, no objetivo de dar a conhecer, e também a partir de todo esse estudo, toda essa reflexão, ver os desdobramentos para cada grupo, cada pastoral, cada comunidade, se comprometer a continuar os estudos e assim desenvolver uma cultura do cuidado e da proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis em todos os espaços eclesiais da diocese, afirmou a religiosa. Segundo o bispo diocesano, dom Evaristo Spengler, esse é “um tema muito caro ao Papa Francisco, e pede que todas as igrejas do mundo, todas as dioceses possam fazer um trabalho de formação, de conscientização e prevenção sobre a questão da proteção a crianças, adolescentes e adultos vulneráveis”. O bispo sublinhou que “todos os nossos padres, irmãs, agentes de pastoral, colaboradores, funcionários da diocese têm que saber que a Igreja tem um código, tem um decreto que fala sobre a proteção dos menores”. Dom Evaristo considera muito importante “todos ter essa consciência de saber que Jesus diz vinde a mim as criancinhas”. É por isso que, segundo o bispo, “nós temos que de fato proteger para deixá-las crescer sempre em um ambiente de muita tranquilidade, de paz, para serem também adultos maduros e adultos que possam de fato viver de uma forma equilibrada”, sublinhando a necessidade de seguir o mestre e proteger as crianças e os vulneráveis. O bispo diocesano lembrou que esse tema começou a ser trabalhado no episcopado de seu predecessor, dom Mário Antônio da Silva, e vem sendo um trabalho contínuo. Em 2024 já foi realizada uma formação com dom Hudson Ribeiro, e “agora com a irmã Rose pegamos dois grupos significativos em nossa diocese”, atingindo mais de 150 pessoas. Ele insistiu em que quer ser feito “um processo em cascata, que vai chegando em todas as paróquias, todas as pastorais, a todas as comunidades, para que o tema da proteção seja um tema que esteja na mente e no coração de todos aqueles que são membros e servem a Igreja de Roraima”. Dom Evaristo Spengler disse que “esse tema continuará a ser trabalhado constantemente em nosso meio, porque sabemos que o ser humano tem que se vigiar a se mesmo e criar estruturas de proteção, formando aqueles que colaboram conosco e que fazem parte da nossa Igreja e de modo especial prevenir para que os fatos não aconteçam, e quando acontecer tratar de fato a pessoa que é doente, mas também proteger a vítima, que é aquela que é mais frágil nesse momento”.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Fotos: Lucas Rossetti, Rádio Monte Roraima