Hugo Barbosa Alves ordenado presbítero para a Igreja de Manaus: “Um presbítero para os outros, para a comunidade”
A Igreja de Manaus se alegrou na manhã do sábado 14 de dezembro com a ordenação presbiteral de Hugo Barbosa Alves. Uma ordenação que pede e exige “chamado, resposta, caminho percorrido, aceitação da Igreja”, segundo lembrou o arcebispo local, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Nas leituras proclamadas, ele destacou que estão “a nos iluminar para sermos participantes da invocação do Espírito Santo”, ressaltando o “admirável o cuidado de Deus para com cada um de nós.” Segundo o arcebispo, “Ele nos conhece, isto é, nos ama, antes de vir à luz, no ventre de nossa mãe. Antes de sairmos do ventre fomos consagrados para ser profeta entre as nações. Profetas e profetisas da benevolente presença de Deus entre e no meio da humanidade, no universo. As vocações, os ministérios que recebemos na Igreja são um chamado, uma escolha. Não nos pertence, se recebe como um toque sagrado que percute toda a vida. Faz vibrar e tonifica uma vida inteira.” “Um chamado pessoal, um tu a tu”, disse o cardeal, lembrando o texto bíblico: “eu te consagrei e te fiz profeta”. Ele lembrou que “formamos um povo de profetas e profetisas, mas cada um recebeu o chamado, a palavra, a escolha a predileção de um relacionamento único e próprio; cada um recebeu a brasa do amor-Palavra e a Palavra para ser anunciada como vida plena.” O arcebispo de Manaus sublinhou que “os ministérios que recebemos são um chamado, uma vocação, por isso, o ministério ordenado é um chamado que pede uma resposta”, citando o texto bíblico: “Respondi: Ah, Senhor Deus, eu não sei falar, sou apenas um menino.” Segundo ele, “essa resposta que em muitos momentos pensamos ser incapazes, impossibilitados de plenificar. Aquela percepção de que talvez, não seja, que pode não ser, que pode ser uma miração, que não temos os dons, as virtudes necessárias”, tendo a resposta do Senhor que anima a seguir adiante. ‘É Ele que chama e envia. Chama e envia concedendo benevolamente as palavras e os gestos do dizer, do indicar os caminhos. Mas também é Ele que que insiste e diz: ‘Não tenhas medo, estou contigo’. E as palavras do anúncio e da denúncia foi Ele que colocou na boca do chamado e enviado”, disse o arcebispo. “Sim, quando a Palavra do Senhor estende a mão e toca os lábios de nossa existência, torna-se irresistível, atrativo e envio. Verdadeiramente não mais meu, tudo, todo teu! Ao receber a palavra, fazer dela o alimento, tudo se transforma, fortifica, clareia, ilumina. Ele Palavra no meu ser, o meu ser feito Palavra! Quando a Palavra se faz um e perpassa todo ser, descobre-se o tesouro. O coração fica entesourado! Um coração entesourado que não resiste e sai a anunciar, frutificar, testemunhar. Um presbítero para os outros, para a comunidade na Igreja. Tudo iluminado pelo chamado para uma participação sempre maior no magnífico e encantador mistério do Reino de Deus”, refletiu o cardeal. Ele lembrou as palavras de Paulo aos Efésios, que falam que “o chamado, o ministério para o bem de todo o corpo de Cristo, para possibilitar a todos terem a estatura e a plenitude de Jesus Cristo. Todos possam chegar à plenitude da cristidade.” É por isso que “esse chamado, esse ministério: o tesouro do coração do presbítero. Um tesouro que nem a traça, nem a ferrugem destroem, não pode ser roubado, retirado. O tesouro tão extraordinariamente atrativo que toda a existência presbiteral se deixa guiar, frutificar, transformar, transfigurar, maturar, santificar. Sim, “Onde estiver o teu coração, aí estará também o teu coração”. Um tesouro que plenifica o coração da vida, da missão e do ministério.” “A vida, a missão e o ministério iluminados, alimentados e maturados pelo tesouro. O tesouro que deixa o coração enamorado e palpitante. Ao falar para os padres num Congresso, Papa Francisco insistiu na proximidade como um verdadeiro tesouro. O coração sempre mais entesourado no movimento da proximidade”, afirmou o presidente da ordenação. Ele enfatizou que “como presbíteros não sobrevivemos sem as subidas ao monte para o encontro com o Pai, sem os encontros noturnos amorosos com a Trindade, sem sermos envolvidos pela Trindade. Não abraçaremos as nossas fragilidades, a nossa finitude, sem sermos tomado pela misericórdia e a compaixão de Deus. Não suportaremos permanecer no anúncio da Boa Nova, do Reino de Deus, sem os encontros pessoais, sem a escuta, sem os desafogos e declarações de amor para com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” O cardeal Steiner lembrou que “no dia da ordenação somos inseridos num presbitério”, recordando a oração de ordenação transmitida por Santo Hipólito de Roma: “Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, baixa o olhar sobre este teu servo e comunica-lhe o Espírito da graça e do conselho do presbiterium para que ele ajude e governe o teu povo com o coração puro, assim como baixaste o olhar sobre o povo da tua escolha e ordenaste a Moisés que escolhesse anciãos nos quais infundiste o Espírito que tinhas dado ao teu servidor” (Tradição Apostólica de Hipólito de Roma, 22). Isso por que “a imposição das mãos de todos os presbíteros presentes além da invocação do Espírito Santo é o sinal maior de uma pertença, de uma proximidade. Uma pertença a serviço da Igreja, na Igreja para a Igreja. O presbítero faz parte do presbiterium, sempre na e a serviço da comunidade. Participante de uma Igreja em saída, somos presbíteros para e na comunidade. Em comunhão entre nós presbíteros e com os bispos, somos tomados pelo movimento que nos torna missão, participação e comunhão. Nessa pertença-proximidade que podemos maturar em nossa vida, missão e ministério.” Igualmente, o arcebispo disse que “a relação íntima que existe com o Povo de Deus é uma graça derramada continuamente em nosso ser padre, ser presbítero. Para ser evangelizadores com espírito, é preciso desenvolver o prazer espiritual de estar próximo da vida das pessoas, até chegar a descobrir que isto se torna fonte duma alegria superior. A missão é uma paixão por Jesus, e simultaneamente uma paixão pelo seu povo.…
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