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Dom Edson Damian destaca alegria dos bispos se encontrarem na 59ª Assembleia da CNBB após 3 anos

Um começo com grande alegria, afirma Dom Edson Damian diante do início dos trabalhos da segunda fase da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece em Aparecida de 28 de agosto a 2 de setembro, dando continuidade â primeira fase que foi realizada em modo virtual no mês de abril. O presidente do Regional Norte1 afirma que essa alegria é em primeiro lugar pelo fato dos bispos se encontrar depois de três anos, ressaltando que “a palavra comunhão, nessa hora ela tem um peso muito especial”. Dom Edson destacou a importância de festejar os 70 anos da CNBB, dizendo “lembrar pessoas que marcaram profundamente a caminhada da nossa Igreja. Como não lembrar Dom Helder Câmara, Dom José Maria Pires, Dom Ivo Lorscheiter, Dom Aloysio Lorscheiter, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Luciano Mendes de Almeida”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira afirma que “não por acaso iniciamos a Assembleia no dia em que faleceram esses três grandes que partiram no mesmo dia: Dm Helder, Dom Luciano e Dom José Maria”. Ele insiste na “comunhão com aqueles que nos precederam e aqueles que hoje estão a frente das nossas Igrejas”. Dom Edson lembrou as três palavras que estão envolvendo a nossa caminhada sinodal: comunhão, participação e missão, afirmando que “a CNBB vivencia esses valores desde o Concílio Vaticano II”. O Presidente do Regional Norte1 diz que “a nossa Igreja no Brasil foi aquela que na América Latina mais assumiu o Concílio Vaticano II, e por isso comunhão, participação e missão são palavras chaves em nossa vida e em nosso ministério”. Dos trabalhos do primeiro dia, Dom Edson destacou a análise de conjuntura sociopolítica e econômica, “muito bem-feita, porque descreve a situação gravíssima do nosso país. Valores fundamentais como a Constituição, a democracia, a lisura das eleições estão sendo desacreditas e colocadas em jogo por um governo que está desmontando os direitos sociais em nosso país e a Constituição”. A Igreja do Brasil “sempre defendeu a política como prática do Bem comum, a democracia como participação do povo, as eleições como um momento de escolher as pessoas que estão mais preparadas para fazer da política a arte do bem comum e viver a caridade, a fraternidade e a amizade social, como nos ensina o Papa Francisco na Fratelli tutti”. Dom Edson Damian insiste em que “nós começamos muito bem a nossa assembleia”, relatando alguns aportes dos bispos, como o valor do Grito dos Excluídos no dia 7 de setembro, a programação da 6ª Semana Social Brasileira: O Brasil que queremos, por Terra, Teto e Trabalho para todos, o Documento Encantar a Política e a Cartilha das Eleições, que está sendo trabalhada nas nossas comunidades”. O Bispo da Diocese de São Gabriel da Cacheira enfatizou que “a nossa Igreja está envolvida com a Política, com P maiúsculo, a busca do bem comum, da justiça, da fraternidade e da paz para todos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Sérgio da Rocha: “A dimensão de serviço, de missão, são fundamentais para a Cúria Romana”

Um encontro para refletir sobre a última Constituição Apostólica do Papa Francisco: Praedicate Evangelium. Esse é o propósito do encontro que nos dias 29 e 30 de agosto, na Sala do Sínodo, reúne todos os cardeais da Igreja, também os eméritos. Um deles é o Arcebispo de Salvador de Bahia, Dom Sérgio da Rocha, que vê esse momento como “muito especial, de vivência da colegialidade entre nós bispos, mas muito atentos, muito em sintonia com a missão da Igreja no mundo inteiro”. O Primaz do Brasil lembra que “o Papa Francisco tem falado muito em sinodalidade e naturalmente em colegialidade episcopal”, destacando que é um momento “de vivência da própria sinodalidade entre os cardeais, que somos os primeiros a estar em sintonia com o Papa Francisco e a valorizar sempre mais essa proposta do caminhar juntos nas várias instâncias da própria Igreja”. O Cardeal da Rocha reconhece que “sempre se espera por reformas ou por iniciativas que expressem mudanças de ordem prática, mas acima de tudo é necessário acolher o Espírito da própria constituição, da própria proposta para a Cúria Romana, que é justamente de comunhão, de serviço e missão”. Ele insiste na necessária “vivência da comunhão, vivência da missão numa atitude permanente de serviço, de Igreja servidora e solidária”. Nesse sentido, Dom Sergio afirma que isso tem que ser assumido pela Cúria Romana “em seu dia a dia e nas suas estruturas, aquilo que se quer para toda a Igreja, que nós sejamos mesmo uma Igreja que promova sempre mais, vivencie sempre mais a comunhão, essa dimensão do serviço, os que estão atuando na Cúria Romana são servidores e hoje servidoras da Igreja, e é claro, em vista da missão da Igreja”. O Arcebispo de Salvador não hesita em dizer que “essa dimensão de serviço, de missão, são fundamentais para a Cúria Romana, assim como para o conjunto da Igreja”. Estamos diante de um convite do Papa, também para a Cúria, que “quer incluir nessa perspectiva sinodal o conjunto da Igreja”. O propósito do Papa, segundo o Primaz do Brasil, é “tornar a Cúria Romana sempre mais participativa em relação à diversidade, à pluralidade da Igreja no mundo”. Ele destaca a importância de “que a Cúria conte cada mais com a diversidade de vocações e ministérios, mas também com a diversidade regional, a pluralidade de expressões da Igreja no mundo, já que nós temos tido um esforço muito bonito do Papa em trazer para a Cúria Romana, representantes da Igreja nos vários continentes”. Dom Sérgio da Rocha insiste em que “a catolicidade da Igreja, na sua essência mais genuína, exige esta pluralidade da Igreja na sua atuação”. Ele diz que “aqueles que atuam na Cúria, podem expressar bem melhor e cumprir bem melhor a realidade pluriforma da própria missão da Igreja no mundo, sempre buscando aquilo que é essencial, aquilo que nos une como Igreja. Mas sem dúvida que essa representação contando sobretudo hoje com a presença de mulheres, é fundamental”. O purpurado coloca como exemplo o Dicastério para os Bispos, do qual faz parte, mostrando sua alegria e felicitando o Papa Francisco “pela escolha de mulheres para integrar o próprio dicastério”, algo que considera de grande relevância, diante desta “tarefa muito exigente que é a do Dicastério dos Bispos”. Uma diversidade que se faz presente no Colégio Cardinalício, que “ajuda a nós cardeais, porque é muito importante que cada cardeal tenha também outras perspectivas, conheça ou ouça a respeito de outras realidades da Igreja no mundo para poder ajudar melhor ao Papa no nosso serviço à Igreja”, ressalta Dom Sérgio. Ele destaca que “nós cardeais somos servidores da Igreja, em primeiro lugar ao serviço do próprio Papa, daquilo que o Papa define como serviço para cada cardeal”. Essa presença de cardeais das mais diferentes regiões do mundo, aqueles que muitas vezes chamam de periféricos, de regiões com uma importância que se considera secundária na geopolítica atual mundial, o Papa ao fazer isso, diz o Arcebispo de Salvador, “está não só valorizando a Igreja que está presente no mundo inteiro, nos diferentes contextos socioculturais, mas também com isso a Igreja local, através de seus cardeais possa contribuir melhor com o Colégio Cardinalício, mas sobretudo com o Papa, de quem nós estamos ao serviço”. Ele vê como sinal de esperança essa pluralidade de origens dos próprios cardeais, algo que “tem um significado eclesiológico muito bonito, enquanto expressão da catolicidade da Igreja, essa pluralidade de origens dos próprios bispos, mas também tem uma dimensão pastoral, de ordem prática, de que com essa presença plural a Igreja possa realizar cada vez melhor a sua missão buscando sim a unidade, mas sempre respeitando a pluralidade dos contextos onde a missão acontece”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Verônica Rubi: “A verdadeira humildade, tem a ver com a modéstia, com a entrega e com o serviço”

Lembrando que neste vigésimo segundo domingo do Tempo Comum é o Dia Nacional do Catequista, Verónica Rubi inicia o comentário ao Evangelho, dizendo querer “lembrar, rezar e agradecer pela vida de nossos catequistas, essas pessoas que nos testemunham as verdades da fé, nos ajudam a conhecer o Amor do Pai, nos animam a seguir os passos de Jesus e nos ensinam a ser dóceis ao Espírito Santo, a Divina Ruah, a cada uma delas nossa gratidão”. Segundo a missionária leiga na Diocese de Alto Solimões, “o Evangelho deste domingo nos apresenta Jesus na casa de um fariseu, onde tinha ido a comer, aí observa as atitudes dos convidados e por amor a seus discípulos e a cada uma de nós, conta duas histórias, que também tratam de comida, mais que nos ajudam a refletir sobre nossas atitudes e motivações mais profundas”. Analisando a primeira parábola, Verônica diz que “nos fala de não ocupar o primeiro lugar, de não nos preocuparmos por reconhecimentos ou distinções, de não nos deixarmos consumir pelo desejo de poder como privilégio sobre outros. Nos fala de ocupar o último lugar, não em falsa humildade, ocultando a soberba e fingindo ser o que não somos, e sim na verdadeira humildade que é reconhecer que somos pequenos frente à grandeza de Deus. A verdadeira humildade, tem a ver com a modéstia, com a entrega e com o serviço, reconhecendo-nos irmãos e irmãs com a mesma dignidade por ser filhos de Deus”. A missionária, analisando a segunda parábola, destaca que “Jesus nos faz refletir sobre a motivação pela que fazemos as coisas, o que movimenta nossas ações? É o desejo de recompensa, de obter algo em troca?” Verônica destaca que “a parábola nos dá a dica da Felicidade que radica em partilhar a vida e fazer o bem a quem não poderá retribuir-nos, fala dos pobres, os aleijados, os coxos, os cegos, quem são eles na nossa vida, hoje? Com quem Jesus nos convida encontrar a felicidade? Nesta segunda parábola descobrimos a importância da Gratuidade, de fazer o bem por amor. Gratuidade e sinónimo de entrega, liberdade, amor desinteressado, maturidade, doação”. Finalmente, lembra que “as duas virtudes que o Evangelho nos traz, humildade e gratuidade, são o caminho para encontrar nosso lugar na festa da vida. Vamos com coragem e determinação a viver o Amor de Deus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Seguir Jesus “no caminho de sua missão”, chamado do Papa aos novos cardeias

Seguir Jesus é o chamado que todo batizado recebe, um chamado que com o decorrer dos anos vai se concretizando de diferentes modos, até chegar a assumir cargos, serviços, também na Igreja, que muitas vezes mostram que os caminhos de Deus sempre nos surpreendem. Ser cardeal tem se tornado algo diferente, uma afirmação que neste 27 de agosto ficou mais uma vez confirmada. Durante muitos anos as sedes cardinalícias se tornaram costume na vida da Igreja. Hoje, ser cardeal é algo que escapa às especulações, qualquer um pode ser cardeal, inclusive um dalit, um intocável no sistema de castas indiano, um bispo com pouco mais de mil católicos na sua diocese, que ainda diz não ter assimilado o que representa sua nova missão, ou alguém que mora no meio da floresta amazônica, e sente seu chamado como um elemento que impulsiona a nova tarefa que o Papa o tem encomendado. São as surpresas de um Papa que nas suas primeiras palavras como pontífice disse ter chegado do fim do mundo, algo que tem marcado sua vida, no seu jeito de viver e de agir, se deixando guiar pelos sonhos que nascem de Deus e se concretizam em caminhos novos para uma Igreja chamada a responder ao chamado do Espírito. O importante é assumir que “o Senhor chama-nos novamente a colocarmo-nos atrás dele, a segui-lo no caminho de sua missão”, segundo o Papa Francisco lembrou aos neo-cardeais. Uma missão que é serviço, enfatizou o Santo Padre, consequência do fato de ser enviados por Jesus, que “quer comunicar-nos a sua coragem apostólica, o seu zelo pela salvação de cada ser humano, sem excluir ninguém”. Seguindo a imagem do fogo, o Papa Francisco afirmou que em Jesus, “a misericórdia do Pai arde no seu coração”.  Ser cristão, também ser cardeal é assumir a “corrida missionária” presente no apóstolo Paulo, “guiada, sempre impulsionada pelo Espírito e pela Palavra”, um fogo presente na vida de “tantos missionários que experimentaram a cansativa e doce alegria de evangelizar, e cuja própria vida se tornou evangelho, porque acima de tudo foram testemunhas”, ressaltou o Bispo de Roma. Ele foi relatando como o fogo, que se torna presente nas brasas, acompanha a vida do povo de Deus, um Deus que é “mansidão, fidelidade, proximidade e ternura”. Um fogo das brasas que se fez presente na vida dos santos, colocando como exemplo São Carlos de Foucauld, mas também em tantos santos e santas que são presença de Deus “no local de trabalho, nas relações interpessoais, nas reuniões das pequenas fraternidades”, mas também na vida sacerdotal “entre o povo da paróquia”, na vida conjugal, na vida dos idosos. O Papa citou o exemplo dos cardeais Casaroli e Van Thuân, exemplos de amor nas grandes e nas pequenas coisas, afirmando que “este é o coração de um padre, o coração de um Cardeal”. Aos novos purpurados, o Papa Francisco chamou a voltar o olhar para Jesus, pois ele quer acender o fogo “novamente nas margens das nossas histórias diárias”. É ele que chama pelo nome e pergunta: “posso contar contigo?“. Aos poucos a universalidade da Igreja vai se tornando uma realidade explícita no colégio cardinalício, cada são mais os países que têm um cardeal entre seus cidadãos. Cardeais que parecem se perguntar o porquê Deus, Jesus e o Santo Padre querem contar com eles. As respostas irão aparecendo aos poucos, na simplicidade presente em quem não tem problema em se sujar as mãos para servir a esse povo simples que muitos deles pastoreiam, superando dificuldades que não dificultam, mas animam a ir além, sendo firmes na missão de uma Igreja que continua chamando pelos caminhos de Deus, sempre surpreendentes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro fraterno de formação dos missionários/as da Tríplice Fronteira: Brasil- Peru- Colômbia

O Espírito Santo já soprava e nos convidava a escutar o clamor dos pequenos e oprimidos quando em abril passado no final do nosso ultimo encontro dos missionários e missionárias da tríplice fronteira decidimos fazer o próximo momento em Atalaia do Norte. Os trágicos eventos que se sucederam foram o estopim da explosão que revelou para o Brasil e o mundo o quanto é preocupante e desafiadora a situação de insegurança e de descaso com os povos originários e ribeirinhos na nossa região. Com o intuito de antecipar uma Igreja sinodal na Amazônia fizemos nosso encontro com o tema a Sinodalidade e o grito de tudo e de todos pelo Bem Viver na tríplice fronteira. Nosso objetivo era escutar os indígenas e ribeirinhos, conhecer a realidade, dialogar e propor ações missionárias dentro do espírito sinodal para garantir a vida com sustentabilidade, dignidade, justiça e paz. O encontro aconteceu dias 23 e 24 de agosto na paroquia São Sebastião de Atalaia e 36 pessoas participaram. Lideranças indígenas expuseram e partilharam conosco suas vidas, culturas e desafios.  Queríamos ouvi-los para dar melhor resposta com uma evangelização encarnada. Precisamos conhecer mais para poder amar mais e melhor. Falaram os representantes do governo municipal, das associações dos indígenas e das organizações de mulheres. O representante dos ribeirinhos não pode se fazer presente. Os desafios são grandes porque o espaço é de 8,5 milhões de hectares. Habitado pelos mayurunas, matís, marubos, kurubos, canamaris e 23 referencias de indígenas isolados. É a segunda maior área demarcada do país. Existem fragilidades na vigilância pelo bom uso e preservação desse território. Falta um acompanhamento pedagógico para o cuidado do bioma, salvaguarda da cultura e retorno dos jovens que se formam na cidade para as aldeias. É preciso promover a geração de renda e uma economia justa e sustentável. Muitos indígenas se dedicam ao plantio da droga para obter dinheiro. Existe o esvaziamento das aldeias. O poder público não garante a segurança, a saúde, educação Muitos indígenas evadem para as cidades onde vivem como seres “invisíveis” aos olhos das autoridades e da população. Sua cultura, língua, pajelança, medicina, música e os saberes tradicionais são relegados pelos mais jovens. Assim o território é invadido pelos exploradores que encontram o espaço livre. O pedido feito a nós foi para nos aproximar mais dessa realidade indígena, participar das associações existentes, apoiar as iniciativas locais nas aldeias e nas cidades, promover capacitações técnicas, o retorno da pastoral da criança e da pastoral indigenista. Foi realçada a importância da interculturalidade e superar o conhecimento superficial e folclórico que temos dos povos originários. Que precisamos todos ter mais cuidado e preocupação com a natureza. Os indígenas e ribeirinhos precisam se organizar e trabalhar juntos no agro extrativismo sustentável, no manejo dos lagos, sempre focados na defesa da vida. Isso exige muito diálogo e calma para criar confiança e evitar violência. Foi relatado o caso dos ribeirinhos implantados nas “colocações”. Sempre trabalharam, cortavam a madeira e pescavam, mas ficavam endividados e nem casa própria tinham para morar, porque quem levava vantagem era quem negociava a produção. A floresta é a nossa família e todos os que a defendem são nossos “parentes”. A natureza é nossa mãe e somos filhos dela e do Deus Tamacuri. Somente pensando diferente seremos pessoas diferentes. O rio, ontem fonte de vida, hoje se tornou perigoso. Um rio sem lei, dominado pelos narcotraficantes. Os indígenas são os guerreiros da floresta, mas suas vidas e de seus líderes são ameaçadas e o medo reina. Os indígenas querem viver em paz e em harmonia. Tem vida, tem terra, tem água, tem alegria para todos, menos para os garimpeiros, madeireiros, caçadores, pescadores, fazendeiros que depredam e contaminam nossa Amazônia e os traficantes de pessoas que comercializam nossa gente. Os indígenas não atrapalham o progresso, mas não querem que sigamos com a lógica de destruição, roubo e morte da época colonialista. Foi relatado o caso do indígena que foi a São Paulo para um encontro e começou a sangrar pelo nariz devido a poluição. Que foi preciso ir um deles para Nova York para falar porque está acontecendo a mudança de clima e o aquecimento global. Ele lembrou que os jornais nos Estados Unidos estamparam que era hora de “Amazoniar a América”. Por isso temos que lutar todos pelo bem viver de todos. Temos que ficar de olho com as ações que causam danos para a natureza e as pessoas. O grito dos indígenas foi também para que ajudemos a dar as condições dignas para que possam permanecer nas suas aldeias e que essas áreas sejam efetivamente protegidas. O clamor deles tem a esperança de que chegue aos ouvidos dos brasileiros que têm o comando das forças armadas, que têm a missão de garantir a integridade do nosso povo e do nosso território. O grito lançado foi para que mais que construir e edificar igrejas, como fazem muitas denominações religiosas, precisamos construir um habitat saudável e amoroso e edificar pessoas novas que vivam com amor e em harmonia com tudo e com todos. Sempre respeitando a identidade dos povos originários e a sua força espiritual. Jesus orava, mas não vivia de joelhos. Ele não era sacramentalista e nem tradicionalista. Por isso, não devemos satanizar os ritos religiosos e culturais dos indígenas. O clamor final dos expositores foi que a nossa Igreja, através de seus organismos, faça ressonância desse grito em favor da proteção dos povos originários e do seu território em todos os níveis nacionais e internacionais. Foi preciso que pessoas que nos defendiam e que queríamos bem fossem mortas para o governo acordar e ver o nosso pesadelo. Temos que fazer mais e discursar menos. Nesse sentido e porque temos que ousar mais, primeirar, esperançar e amorizar e ouvir bem mais nossos povos originários, foi decidido fazer uma carta dirigida aos fiéis e autoridades das nossas Igrejas na tríplice fronteira para ecoar o grito desse povo sofrido.  A súplica foi: não nos deixem gritar só! Não desistam de lutar por nós! Ao final do…
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Um cardeal Franciscano e de Francisco

No dia 29 de maio, os primeiros raios de sol em Manaus traziam uma notícia que foi motivo de surpresa para muita gente. Na verdade, conhecendo a lógica do Papa Francisco, a escolha de um cardeal da Amazônia era algo esperado. Ele é um Papa que gosta de ter por perto àqueles que vivem nas periferias, pois é lá onde ele encontra as luzes para seu pontificado. Foi nesse dia que, mais uma vez sem avisar ninguém, o Papa Francisco convocou um novo consistório, que será realizado neste sábado, 27 de agosto, na Basílica de São Pedro. Entre os novos purpurados estará o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, a quem muitos já chamam o cardeal da Amazônia ou o cardeal da floresta. A nomeação de Dom Leonardo é mais um exemplo do que tem acontecido em todos os consistórios convocados até agora pelo Papa Francisco, onde sempre aparecem bispos de lugares desconhecidos e que nunca tiveram um representante dentro do Colégio Cardinalício. Pela primeira vez na história, um bispo da Amazônia terá uma vaga no Colégio Cardinalício. Desde o primeiro momento, Dom Leonardo deixou claro que sua nomeação não era algo que fizesse referência exclusiva a sua pessoa, e sim um serviço que assumia em nome da Igreja e dos povos da Amazônia. Uma região, uns povos e uma Igreja que ocupam um lugar importante no coração do Papa Francisco, que convocou um Sínodo para a Amazônia que está mudando a história da Igreja universal. Dom Leonardo é franciscano, a ordem fundada pelo Santo de Assis, que viveu e deixou como carisma o amor aos pobres e à Irmã Mãe Terra, algo que desde o início de seu pontificado foi assumido pelo primeiro Papa que assumiu o nome de Francisco. O Papa Bergoglio é um jesuíta com coração franciscano, grande amigo do Cardeal Hummes, o franciscano recentemente falecido, que dedicou os últimos anos de sua vida à Amazônia. Nos primeiros dias como Bispo de Roma, o Papa Francisco afirmou que ele gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres, e sua primeira encíclica, Laudato Si´, pode ser considerada uma atualização do vivido e defendido pelo Santo de Assis oito séculos atrás. São princípios que guiam a vida do novo cardeal, quem acostuma se encontrar e distribuir alimentos para os moradores de rua de Manaus. Um arcebispo que apoia decididamente o trabalho com os povos indígenas e as comunidades ribeirinhas, que denuncia os graves impactos que sofre o bioma amazônico, em consequência da falta de respeito pelas leis e princípios ambientais. A nomeação de Dom Leonardo como cardeal é motivo de alegria, mas também de esperança, pois a Amazônia terá mais alguém entre os colaboradores mais próximos do Santo Padre. O colégio cardinalício contará com uma voz que, como já está fazendo desde que assumiu o pastoreio da Igreja de Manaus, vai defender a vida que se faz presente de modos tão diferentes na Querida Amazônia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Cátedra Universitária Amazônica Cardeal Hummes: espaço inspirador para germinar seu legado

A sessão de abertura da Cátedra Universitária Pan-Amazônica: Cardeal Cláudio Hummes, cuja figura foi brevemente apresentada por Mauricio López, um dos colaboradores mais próximos do Cardeal brasileiro nos últimos anos, especialmente em todo o processo do Sínodo para a Amazônia e tudo o que este Sínodo e suas consequências provocaram, ocorreu no contexto da reunião em que o Programa Universitário Amazônico está sendo desenvolvido, na Pontifícia Universidade do Equador. Um encontro onde estão participando o Padre Zenildo Lima, Reitor do Seminário São José de Manaus, a Ir. Rose Bertoldo, Secretária Executiva do Regional Norte1, e o jesuíta manauara, Padre Adelson Araújo dos Santos, professor da Universidade Gregoriana de Roma. Luis Liberman começou recordando seu último encontro com o Cardeal Hummes, em 20 de junho de 2022, poucos dias antes de sua morte. Naquele encontro com quem ele definiu como amigo, pastor e profeta, o Cardeal insistiu na CEAMA e na Universidade Amazônica. “Onde havia necessidade, Dom Cláudio estava lá“, disse Liberman, afirmando que ele sempre viveu com esperança, entendida como um caminho a seguir, como um compromisso com os outros. O fundador do Instituto para o Diálogo e a Cultura do Encontro disse ver em Dom Cláudio um homem de alegria, alguém que tinha uma voz forte em defesa da Casa Comum. Segundo Liberman “esta Cátedra é um espaço inspirador, é um espaço que nos permitirá germinar o legado de Dom Cláudio, o legado de uma Igreja latino-americana que, junto com o Papa Francisco, ousou desafiar o poder real, que nunca esteve em uma zona de conforto”.  O fundador do Instituto Universitário de Água e Saneamento disse que via Dom Cláudio como “alguém que nos ensinou a ser melhor, e ser melhor é compreender o outro, compreender o próximo, estender a mão, perceber, aprender a ouvir, assumir que o futuro é nossa responsabilidade”. Ter conhecido Dom Cláudio Hummes, alguém com “uma luz que vai além de todos os tempos”, é visto por Patrícia Gualinga como um privilégio. Em sua primeira reunião, ele a convenceu de que haveria mudanças na relação entre a Igreja Católica e os povos indígenas. Pouco a pouco, ela descobriu no Cardeal Hummes um amigo, um aliado dos povos indígenas, alguém que estava convencido da defesa da Amazônia, que sabia o caminho a tomar. Alguém aberto à mudança, pronto para encontrar Cristo, Deus nos povos indígenas, na natureza, em suas lutas e rostos, é como a líder indígena equatoriana via aquele que foi presidente da REPAM e da CEAMA, pronto para profundas transformações, com a força de provocar mudanças, algo que, segundo Patrícia, ele conseguiu. Por isso ela enfatizou que o Cardeal Hummes acreditava nos povos indígenas, em seu conhecimento, no acompanhamento, na escuta, na tecelagem em conjunto. A grande contribuição deixada pelo Cardeal Hummes, segundo Gualinga, “é que a transformação tem que vir da Amazônia, a luta pela conservação do ecossistema amazônico, o acompanhamento dos povos indígenas, a compreensão dos que são diferentes”. Por fim, ela destacou que “para nós é um prazer ter podido ter esta presença e esta luz, porque ela nos permite avançar”. O Cardeal Pedro Barreto, vice-presidente da REPAM e da CEAMA durante o tempo em que Dom Cláudio foi seu presidente, falou da figura do Cardeal brasileiro sob três pontos de vista: seu espírito, sua atitude e sua ação pastoral. De sua espiritualidade franciscana, ele seguiu Jesus na Igreja, olhando para Francisco de Assis, segundo o Cardeal Barreto, destacando como Dom Cláudio inspirou o nome do atual Papa com aquela famosa frase, ainda na Capela Sistina, “não se esqueça dos pobres”. Para o cardeal peruano, “Dom Cláudio é o Francisco da Amazônia“, vendo a nova cátedra como um desafio. A respeito de suas atitudes, o Cardeal Barreto destacou o compromisso de Dom Cláudio com a Amazônia, com uma esperança ativa, alguém que encorajou a caminhar juntos, para consolidar o processo da CEAMA e da REPAM. Neste sentido, Barreto disse que estava seguindo as pegadas de Dom Cláudio. Nele ele também destacou sua alegria, algo que o fez próximo, uma alegria no Senhor. Outra atitude que ele destacou foi sua coragem, enfraquecido em seu corpo, sendo emérito, a coragem de sonhar novos caminhos, como alguém que deixou o melhor vinho para o final, alguém com uma espiritualidade de prudência e firmeza. O Padre Luis Arriaga, também jesuíta, concentrou sua apresentação em três pontos, começando pela base da defesa dos direitos humanos dos povos originários do ponto de vista da missão da Igreja; a urgência e relevância desta defesa no território amazônico; e algumas propostas para a presidência apresentada hoje. O presidente da AUSJAL, Associação das Universidades Jesuítas da América Latina, partiu da dignidade da pessoa como fundamento da defesa dos direitos humanos, mostrando em que contextos isso deve ser feito, algo que é claramente visível nos povos indígenas, chamando a transcender o olhar, a partir de experiências locais, para chegar a reivindicações contextualizadas. O reitor da Universidade Ibero-americana Cidade do México insistiu na importância da teologia contextualizada, com um novo lugar teológico, que nos desafia a encontrar Jesus em todas as coisas e pessoas, e a sermos construtores de seu projeto. Isto também no território amazônico, levando em conta a realidade dos povos originários, que habitam ecossistemas que são decisivos para a vida, administrados com maior eficiência. A partir daí, ele insistiu na necessária conservação desses ecossistemas e na defesa dos direitos coletivos dos povos indígenas, como chave na luta para deter e reverter a crise climática e de direitos. Arriaga afirmou que as estratégias tem que colocar sempre as pessoas e sua dignidade no centro. A partir daí, ele fez algumas propostas, tornar o discurso e a práxis dos direitos humanos um ponto de chegada; construir uma perspectiva internacional e intercultural que lhes permita ter a capacidade de se conectar com problemas globais e locais; construir leituras, espaços e ações de incidência baseadas na complexidade; e projetos de pesquisa que levem a ações concretas, estruturadas a partir de uma perspectiva inter e transdisciplinar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB…
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Caritas Alto Solimões promove Seminário “Ecologia integral, bem viver, sem lixo, sem luxo”

A Caritas da Diocese de Alto Solimões organizou em São Paulo de Olivença, no último final de semana, de 19 a 21 de agosto, um seminário, que teve como tema: “Ecologia integral, bem viver, sem lixo, sem luxo”. Os 35 participantes do encontro, das paróquias de Belém do Solimões, Amaturá, Santo Antônio do Iça, Tonantins e São Paulo de Olivença, tiveram a oportunidade de tomar consciência da necessidade de um cuidado mais responsável da Casa Comum e de se organizar no campo da coleta seletiva, buscando aprofundar na temática da participação cidadã. Seguindo as palavras do Papa Francisco, o tempo é agora, não podemos demorar mais no cuidado da nossa Casa Comum, do nosso Planeta. Isso tem que nos levar a uma vida austera, o cuidado da natureza, que toda a vida que nos circunda é o mais importante para poder garantir uma vida saudável para as presentes e futuras gerações. Os organizadores do Seminário destacam a participação de pessoas que fazem parte da Associação de Catadores de São Paulo de Olivença, que conta com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e uma pessoa da Associação de Catadores de Tabatinga, com o apoio do Instituto Federal do Amazonas (IFAM). Também foi destacado a presença de representantes da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Amazonas e do Município, sendo criada uma mesa de diálogo para conhecer as políticas públicas que estão sendo realizadas desde o poder público e poder somar forças como sociedade civil. Segundo a pesquisadora Valderice, “participar do Seminário, representando o grupo de pesquisa GECAAM, que dentre os trabalhos que vem realizando, temos os relacionados a problemática dos resíduos sólidos em Tabatinga, foi uma experiência muito importante, pois, possibilitou a troca de informações com participantes dos outros municípios do Alto Solimões”. A assessora do encontro ressaltou que “durante o evento, foi possível compartilhar as experiências com os estudos sobre o que o município produz de resíduos, o perfil socioeconômico dos catadores, e o apoio aos catadores de materiais recicláveis no fortalecimento do grupo através da organização social, neste caso, em associação”. A pesquisadora destaca que “a problemática dos resíduos é uma questão que ultrapassa a destinação incorreta que vem sendo realizada nas cidades, também há desigualdades e vulnerabilidades sociais, muitas pessoas dependem do material reciclável, e pelo não cumprimento da legislação, realizam suas atividades em condições inapropriadas nos lixões a céu aberto, sofrendo preconceito constantemente”. Diante dessa realidade, ela insiste em que “ter a participação dos catadores no seminário, de São Paulo de Olivença e Tabatinga, com a Sherli representando a recém-criada associação de catadores de Tabatinga, tornou o encontro ainda melhor, porque não foi relatado por terceiros, os próprios atores que vivenciam a problemática diariamente, sensibilizaram com seus relatos, todos que estavam no evento”. Finalmente, ela afirmou que “estes espaços coletivos de discussão são fundamentais, por tratar de forma macro os problemas que residem em todas as cidades, que é responsabilidade de todos nós, cidadãos. Voltamos mais motivados a cuidar juntos da casa comum!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Faculdade Católica do Amazonas lança Curso sobre História da Igreja na Amazônia

A Faculdade Católica do Amazonas, criada em 2021 com o objetivo de promover uma formação teológica qualidade no contexto amazônico, e que recentemente estabeleceu um Termo de Cooperação técnica, jurídica, científica e pedagógica com o Centro Universitário Fametro, que permitirá iniciar o Curso de Bacherelado em Teologia até a aprovação do processo de credenciamento junto ao MEC, lançou o Curso de Extensão “História da Igreja na Amazônia”. Coordenado pelo Padre Hudson Ribeiro e ministrado pela professora Elisângela Maciel, o curso tem uma carga horária de 60 horas, e está dividido em quatro módulos, que abordam a presença da Igreja na região desde os primeiros séculos da colonização portuguesa, analisando no segundo módulo a realidade do século XIX, da primeira metade do século XX, com as transformações na Estrutura Eclesiástica e no Laicato da Amazônia, no terceiro módulo, e a contemporaneidade da Igreja na Amazônia, no último módulo. Destinado ao público em geral, o curso inicia no dia 20 de setembro e vai até 29 de novembro de 2022, sendo as aulas nas terças e quintas-feiras das 18:30 às 21 horas. As inscrições, abertas no dia 23 de agosto, serão encerradas no dia 16 de setembro, pudendo ser realizadas no link: https://forms.gle/mahdQ6PFCzy5xtji8  

Assembleia da CEAMA analisa os Estatutos a serem apresentados ao Papa Francisco

No dia 23 de agosto, a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) realizou virtualmente sua Segunda Assembleia Ordinária, um momento para informar sobre os Estatutos, que o Cardeal Pedro Barreto vê como uma boa oferta ao Papa Francisco, à Igreja da Amazônia e à Igreja universal. Um momento para apostar no germinal, indicou o presidente da CEAMA, usando as palavras de Benjamín González Buelta. O Cardeal Barreto chamou a descobrir o tempo de graça que estamos vivendo como Igreja da Amazônia e Igreja Universal, neste tempo sinodal, que leva à realização da “caridade pastoral de Cristo na Amazônia“. Neste sentido, ele destacou a importância do Celam, da CLAR e da Cáritas da América Latina e do Caribe. O cardeal peruano recordou as palavras do Papa Francisco para consolidar a CEAMA, algo que o Santo Padre apontou em suas palavras para a última assembleia. Seu presidente lembrou que a CEAMA se reunirá com o Papa Francisco em 2 de setembro, quando os Estatutos serão apresentados ao Santo Padre. Estes Estatutos são inéditos, salientou o cardeal, já que estamos tratando da primeira conferência eclesial, algo que tem suas raízes na Lumen Gentium e que foi um dos pedidos do Documento Final do Sínodo para a Amazônia. Os Estatutos refletem a espiritualidade do Concílio Vaticano II, insistiu o Cardeal Barreto, uma dimensão sinodal presente na vida da Igreja desde seus primeiros passos. Os Estatutos já incluem os elementos presentes na Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, e respondem a uma identidade eclesial e não apenas episcopal. Durante a Assembleia, o Cardeal Barreto apresentou aos participantes o novo esboço dos Estatutos, destacando que “a CEAMA assume os quatro sonhos do Papa Francisco na Querida Amazônia“, e junto com ela seu caminho comum e relação fraterna com a REPAM, Celam, CLAR, Cáritas América Latina e as Conferências Episcopais e Igrejas particulares que fazem parte do território amazônico. Por esta razão, ele enfatizou que a CEAMA é “uma expressão do alegre Magistério do Papa Francisco”. O texto descreve tudo o que está subjacente à existência da Conferência Eclesial da Amazônia, bem como os passos que pretende dar para avançar na implementação prática dos desafios decorrentes do Sínodo para a Amazônia. Tudo isso no espírito da Praedicate Evangelium, algo em que o presidente da CEAMA insistiu repetidamente. O Cardeal Barreto também destacou as referências à Querida Amazônia e ao Documento Final do Sínodo para a Amazônia, insistindo que a eclesialidade, o Povo de Deus, está muito presente. As palavras do Cardeal deram lugar às intervenções dos participantes da Assembleia, que contribuíram com o que deveria estar presente nos novos Estatutos. O Cardeal peruano destacou que a segurança não está no jurídico, mas no que o Espírito traz, no horizonte eclesial da sinodalidade, e que ele vê os Estatutos como um dom de Deus para a Igreja. Mais um passo que leva à descoberta de que o Sínodo para a Amazônia continua a avançar e se tornar mais concreto na vida da Igreja e dos povos, que está ganhando em maturidade. Uma mudança de mentalidade eclesial, que tem no Papa Francisco um de seus grandes promotores e que, através desta nova estrutura, pode mudar a vida pastoral da Igreja, com a participação cada vez maior dos leigos e das mulheres. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1