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Ir. Rose Bertoldo: “Que possamos fazer dos encontros espaços que curam, cuidam, confortam, celebram e dão dignidade”

A festa da Assunção de Maria, “fala-nos da plenitude da vida que, desde o início, os cristãos acreditaram, foi alcançada por Maria, a mãe de Jesus”, lembra a Ir. Rose Bertoldo no comentário às leituras deste domingo. Segundo a secretária executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, “reconhecemos em Maria a mulher que participa plenamente da vida de Deus”. A religiosa do Imaculado Coração de Maria destaca que “Maria, uma mulher que acolhe em seu ventre, em sua corporalidade o projeto de Deus, ela nos inspira a seguir Jesus, que significa abraçar a justiça, paz, solidariedade, na alegria, no cuidado com toda criação, atentas aos sinais dos tempos, na defesa da vida, e na opção pelos mais pobres”. “A liturgia deste domingo nos ajuda a adentrar no mistério pascal a partir do olhar feminino, as tantas mulheres, que foram e são portadoras da Boa Notícia que transforma a vida da humanidade”, segundo a Ir. Rose. Analisando a leitura do Apocalipse, ela descobre “dois grandes sinais aparecem no texto, a mulher e o dragão. A mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de 12 estrelas e o outro sinal, um grande dragão que também é nominado com muitas características”. “O Dragão parou diante da mulher para devorar o filho logo que nascesse. Vivemos em tempos de muitos dragões, é necessário nominar; o dragão da drogadição, do extermínio das juventudes, dos abusos e exploração sexual, do tráfico humano do feminicídio, do patriarcalismo, dos garimpos, do agronegócio, da necropolitica, da destruição da nossa casa comum. Esses dragões aparecem com muitas cabeças, caudalosos, nos iludem, roubam os sonhos, tiram direitos, colocam as pessoas abaixo do nível da pobreza” destaca a religiosa. A Ir. Rose afirma que “a mulher é portadora da boa notícia, o menino nasce e a mulher foge para o deserto salvaguardando a vida do menino. O mal não vence, mesmo que parece triunfar. As mulheres constroem estratégias em muitos espaços que garantem a dignidade da vida, a partir de espaços de solidariedade, cuidando umas das outras, restituindo a vida ferida na sororidade”.  Na leitura de 1Corintios, a religiosa descobre que “temos a certeza, Cristo Ressuscitado é vencedor da morte, o mal jamais vencerá, essa é nossa esperança, pois somos seguidoras e seguidores do Reino de Deus”. Do mesmo modo, na passagem do Evangelho destaca elementos novos presente num texto conhecido por todos. Ela destaca “o encontro das duas mulheres Maria e Izabel, se encontram para compartilhar a vida e no compartilhar da vida descobrem a entre ajuda, o cuidado uma com a outra, pois as duas mulheres carregam em seu ventre os filhos que vão mudar a história da humanidade. Izabel proclama Maria como bem-aventurada porque acreditou na promessa de Deus, e Maria proclama a grandeza de Deus que faz grandes coisas, exalta os pobres, dispersa os soberbos, derruba dos tronos os políticos, religiosos, poderosos que insistem em destruir a vida”. A liturgia deste domingo, destaca a Secretária do Regional Norte1, “nos ajude a não deixarmos nos enganar pelo poder do mal, pela sedução das falsas promessas, que possamos ser mulheres profetizas a partir de nossos espaços, no cotidiano da vida como aprendizes umas das outras, nos entre ajudando como mulheres que levantam outras mulheres diante da dor dos sofrimentos, que possamos partir depressa, enfrentando os obstáculos e fazer dos encontros espaços que curam, cuidam, confortam, celebram e dão dignidade a nossas vidas”. Na Solenidade da Assunção de Maria, a Ir. Rose nos lembra que “celebramos a vocação da Vida Religiosa Consagrada, que é sinal da amorosidade de Deus no meio das mais diversas comunidades, especialmente na Amazônia”. Segundo ela, “a presença da Vida Religiosa Consagrada é marcada por encontros que transformam vidas, na simplicidade, no silêncio, na escuta, construindo processos de formação na sinodalidade, sendo presença “estar onde, com e como ninguém quer estar”, um destaque especial para a vida religiosa feminina, testemunha de um Jesus encarnado no meio do povo sendo presença profética onde a vida dos povos e territórios onde os gritos são mais urgentes, onde a vida é ameaçada. Na grande ciranda, através de nossos corpos, onde tem lugar para todas e todos, continuamos contando e proclamando as maravilhas que Deus fez em nós”.

Rede Clamor Brasil celebra Assembleia, destacando a necessidade de caminhar juntos

A Rede Clamor Brasil realizou nos dias 18 e 19 de agosto sua primeira assembleia em Brasília, com a presença de 18 participantes, 16 em modo presencial e 2 virtualmente. A assembleia começou com um momento de oração e a saudação do bispo referencial da Rede Clamor Brasil, Dom Eduardo Vieira dos Santos, sendo apresentados os participantes, a pauta e os passos dados pela rede, que coordena o trabalho de mais de 100 organizações que acompanham os migrantes no país. Do Regional Norte1 da CNBB participou presencialmente Rosana Nascimento, da Pastoral do Migrante, e a Ir. Rose Bertoldo, Secretária Executiva do Regional e que faz parte da coordenação da Rede Clamor em nível continental, que participou virtualmente. Uma análise da realidade migratória no Brasil, que contou com a assessoria do padre Alfredinho Gonçalves, vice-presidente do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), ajudou a refletir sobre as migrações desde a década de 1980, mostrando os traços de continuidade e descontinuidade, o que tem de novo nesse fluxo migratório. Os participantes do encontro conheceram a caminhada da Rede Clamor Equador, sendo apresentados pela Ir. Leda Reis, scalabriniana brasileira que trabalha naquele país, os passos formativos dados pela rede, as organizações que participam, suas práticas e atividades. Foi momento para “olhar o contexto da Rede Clamor e experiências positivas em outros países”, segundo o padre Agnaldo Junior, SJ. Durante a assembleia foi apresentado o Estatuto da Rede Clamor América Latina e Caribe, que faz parte da estrutura do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), sendo mostrado a articulação da rede em nível continental. Junto com isso, foi refletido sobre o estatuto da rede no Brasil, abordando o que é significativo para a articulação e organização da rede no território brasileiro. Foi confirmada a coordenação da Rede Clamor no Brasil, que até agora tinha um caráter provisório, diante da impossibilidade de ter realizado uma assembleia. A coordenação está formada pelo bispo referencial, Dom Eduardo, a representante da Caritas Brasileira, Cristina dos Anjos, a Ir. Rosita Milesi, pelas irmãs scalabrinianas, José Roberto Saraiva dos Santos, pela Pastoral do Migrante, o padre Agnaldo Junior, do Serviço Jesuíta de Migrantes e Refugiados, e a Ir. Maria Luisa da Silva, representante da Conferência dos Religiosos do Brasil. A Rede Clamor Brasil organizou a agenda de atividades para 2022 e 2023, sobretudo o que faz referência a campanhas e posicionamento da Rede Clamor no Brasil frente às violências e dificuldade no acesso aos direitos dos migrantes e refugiados no país. Segundo o padre Agnaldo Junior, “a ideia é que a rede se posicione de forma conjunta”. Enquanto às datas importantes, se destaca a Jornada do Migrante e Refugiado em setembro, a festa de Santa Bakhita em fevereiro, e o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico Humano, no mês de julho. Junto com isso as reuniões periódicas de coordenação, ampliadas, e a assembleia anual. Na assembleia da Rede Clamor Brasil se fez presente Dom Joel Portella Amado, Secretário Geral da CNBB. Ele destacou a importância de que “o mundo precisa aprender a trabalhar em rede, unir forças sem que cada grupo, cada instituição perca sua identidade”. Segundo o Bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, estamos diante de um trabalho que não pode ser de especialistas, que deve ser mostrado para todos para que assim possa ser assumido por todos. A importância do trabalho em rede está “na força que nós ganhamos quando vamos juntos”, segundo o padre Agnaldo Junior. Ele destaca que “mais do que nunca é tempo de caminhar juntos, em sinodalidade, e a vocação da Rede Clamor, ela quer ser uma rede de redes, ela quer ser uma rede que articula, vinculada a tantas outras redes que a Igreja tem já consolidadas na sua missão”. O representante do Serviço Jesuíta de Migrantes e Refugiados, “a importância está em fortalecer a nossa missão, de posicionar-nos juntos, não uma organização sozinha”. Ele também insiste na “visibilidade da ação da Igreja, quando nós falamos da Rede Clamor e nos reconhecemos assim, estamos falando para além das nossas organizações, instituições e congregações religiosas. Estamos falando de um agir da Igreja junto aos migrantes e refugiados e vítimas do tráfico humano”. Finalmente, o padre Agnaldo destaca que “a força se dá por aí, por esse fortalecimento do nosso posicionamento e do que podemos fazer juntos também”. Ele destaca a necessidade de “sensibilizar outros espaços da Igreja, das congregações religiosas, regionais da CNBB. Como rede vamos mais longe, temos mais força e também lançamos luz sobre a ação da Igreja no Brasil hoje”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Vocação à Vida Religiosa: chamado a se fazer presente nas periferias

A Igreja católica dedica o mês de agosto a refletir sobre o chamado de Deus, sobre a vocação. Cada semana somos chamados a aprofundar numa das diferentes vocações, todas elas igualmente importantes. No próximo domingo, a vocação à Vida Religiosa é o convite que a Igreja nos faz. O que significa a Vida Religiosa na caminhada da Igreja? O que representa a Vida Religiosa para a Igreja da Amazônia? Quais os desafios que a Vida Religiosa enfrenta hoje? Como ajudar os cristãos católicos a descobrir o valor da Vida Religiosa e incentivar a resposta diante do chamado que Deus faz a cada um e cada uma de nós? A Vida Religiosa faz parte da caminhada da Igreja desde os primeiros séculos. Ao longo da história foram surgindo diferentes carismas que tem se concretizado em diversas congregações, que tem atendido diferentes necessidades, acompanhando as dores do povo, ajudando a superar os sofrimentos. A Vida Religiosa na Amazônia teve um papel fundamental ao longo dos últimos séculos. Durante muito tempo podemos dizer que foi quase a única presença eclesial, levando a Boa Notícia do Evangelho até os lugares mais distantes. É nessas periferias geográficas e existenciais que a Vida Religiosa continua hoje, escutando e sendo consolo para aqueles que sofrem, se tornando companheira de caminho dos mais vulneráveis, daqueles que não contam para quase ninguém. Os desafios que hoje enfrenta a Vida Religiosa têm a ver com o jeito de entender a vida, muito marcada por sentimentos individualistas, o que dificulta a vida em comunidade, elemento que faz parte da vocação religiosa. Uma vida em comunidade que ajuda a potencializar o trabalho evangelizador, que deve ser central em toda vocação. Somos chamados, através das diferentes vocações, a sermos colaboradores na missão evangelizadora da Igreja. Não podemos esquecer que todas as vocações nascem do Batismo, que nos torna discípulos missionários. Depois cada um e cada uma vai concretizando seu caminho, como resposta àquilo que Deus espera de nós. Sejamos conscientes como batizados e batizadas, como Igreja, de cultivar todas as vocações, de acompanhar àqueles e àquelas que estão se perguntando o que Deus está querendo deles e delas. Essa companhia vai ajudando a configurar a vida das pessoas e fazendo com que as escolhas sejam mais consequentes com aquilo que Deus espera de cada pessoa. Nunca esqueçamos que é Deus quem chama e sustenta nossa vocação, que é Ele que vai colocando em nossa vida os sinais que nos ajudam a encontrar o caminho a seguir, um caminho que nos conduz à felicidade e que faz com que cada um e cada uma de nós possamos disfrutar da vida e encontrar seu verdadeiro sentido. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Por uma Igreja com o rosto Amazônico – Encontro com povo Indígenas na prelazia Apostólica de Borba

A partir do Sínodo para Amazônia, o Papa Francisco exorta para novos caminhos de conversão com a vivência da Sinodalidade. E foi com este impulso missionário que a Prelazia Apostólica de Borba realizou o Encontro dos Povos Indígenas na Foz de Canumã, comunidade adjacente ao município de Borba. A temática de abordagem foi “Por uma Igreja com rosto Amazônico”.  O evento foi assessorado por padre Justino Resende, Doutor em Antropologia e indígena pertencente ao povo Tuyuka. Os pontos de reflexão do Encontro foram, Formação e Celebração. Estes eixos objetivaram impulsionar a ministerialidade e a espiritualidade sacramental com ação reveladora da Igreja de Cristo com rosto indígena.  O Padre Rezende destacou a necessidade de promover novas práticas pastorais, ouvindo e partilhando a palavra de Deus a partir da própria cultura, assim como fomentar a prática da comunidade celebrante, os ritos sacramentais, a Formação de Ministérios eclesiais; o diaconato permanente, o protagonismo da mulher e a corresponsabilidade participativa na vida e missão da igreja, gerando assim um estilo sinodal de vivência e trabalho na região amazônica.  Por fim, após intensa reflexão e oração, formou-se a Comissão Pastoral Indígena cuja missão Será organizar, formar, evangelizar e celebrar a Pastoral Indígena. E neste olhar sinodal, o Bispo Dom Zenildo Luiz presidiu a missa com a bênção e o envio da Comissão, concluindo assim o Encontro dos Povos Indígenas.   Prelazia de Borba

Raely Cardoso: “A verdadeira paz não é fruto de um silêncio hipócrita”

No vigésimo domingo do Tempo Comum, “o Evangelho nos faz refletir sobre a paz que nos tira da passividade”, segundo Raely Cardoso. A secretária da Pastoral da Juventude (PJ) do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirma que “dia a dia sempre desejamos que tudo aconteça sem imprevistos, como achamos que deveria ser”. A jovem da Diocese de Coari vê que “nesse Evangelho, Jesus vem nos lembrar que o fogo que Ele trouxe para a terra é uma chama que queima em nossos corações, e por isso nos desestabiliza e nos tira da passividade”. Segundo ela, “a paz que Jesus se refere aqui é aquela paz da acomodação, da excitação passiva, do conformismo, da desgraça, da injustiça, do deixa para lá, isso não é comigo, está tudo bem, e sabemos que não está”. Segundo Raely, “muitos ainda vivem na frieza da acomodação, do descaso, achando que a Palavra de Deus é bonita, mas não a praticam. Por isso não compreendem que é preciso o fogo que nos tira da passividade”. A secretaria da PJ do Regional Norte1 insiste em que “a verdadeira paz não é fruto de um silêncio hipócrita”. A jovem enfatiza que “nós esquecemos que muitas vezes, para voltarmos para nós mesmos e para o projeto do Reino, precisamos nos separar da massa”. Para a secretária da PJ, “Isso não é renegar o pai, a mãe, mas saber que sermos nós mesmos não é colocar tudo de acordo, mas sermos todos vívidos, sentir a vida como algo pulsante”. Daí que ela afirme que “a vida não é um museu, com tudo em ordem, catalogado, muito pelo contrário, em vez disso, ela é feita de escolhas, tentativas, sonhos pelos quais lutar, ideias para se revestir, sofrimentos a afrontar, incompreensões a serem digeridas”. Raely destaca que “Jesus veio para colocar tudo em discussão, a fim de que tudo se torne o que tem que ser. Ele veio para trazer o fogo pelo qual vale a pena acordar toda manhã”. Diante disso se pergunta: “Mas na nossa vida, nós podemos ver realizada o Evangelho de Jesus?”. Finalmente, a jovem encerra seu comentário ao Evangelho do vigésimo domingo do Tempo Comum, insistindo em que “nós precisamos da inquietação de Jesus, do seu fogo que nos tire da passividade, que nos tire do comodismo, que balance nosso ego e que nos leve a refletir, a olhar o outro com mais empatia, que nos dê força para denunciar as injustiças e que nos anime para praticar o bem”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Vocação: oportunidade para descobrir o jeito de ser feliz

Na vida, cada um escolhe seu caminho, mas é importante se questionar quem motiva nossas escolhas. Será que nossa vida responde a um chamado? Quem é que nos chama? A que somos chamados? São perguntas que a gente deve se fazer com frequência, mas ainda mais no mês de agosto, que é o tempo que a Igreja do Brasil dedica a refletir sobre a vocação. Na medida em que a gente vai respondendo ao chamado de Deus, a gente vai descobrindo o jeito de ser feliz, de fazer realidade os sonhos, de construir o Reino, de fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Quando a gente vive a vida como resposta à vocação, o sentido da vida se torna mais explícito, a alegria toma conta da nossa vida, uma alegria contagiante, que vem de Deus, mas que faz que nossa vida e a vida daqueles que estão ao nosso lado seja melhor e se torne presença da Vida que vem de Deus. Vocação que deve nos levar a pensar nos outros, a doar nossa vida, pois tudo o que vem de Deus tem que transbordar nosso próprio ser. A vocação não é algo que nos encerra em nós mesmos, que nos faz sentirmos melhores do que os outros, e sim uma realidade que nos coloca ao serviço, de Deus e dos outros. Através da gente, na medida em que respondemos ao seu chamado, Deus vai tornando realidade seu projeto de vida em plenitude para todos e todas. Todas as vocações são importantes, pois todas elas se complementam na medida em que são vividas desde a comunhão. Para isso se faz necessário caminhar juntos, em fraternidade, vivendo as diferenças como elemento que enriquece nossa vida. O outro não se torna contrário, inimigo, competência, e sim complemento que me ajuda a crescer. Qual é minha vocação? Se eu já descobri essa vocação, como estou vivendo-a? Responder a tudo aquilo que faz referência a nossa vocação nos ajuda a ir encontrando o sentido da nossa vida, a ir crescendo, fundamentando a vida, encontrando o sentido daquilo que cada um de nós faz. Para responder ao chamado que Deus nos faz, para concretizar nossa vocação, temos que superar os medos. Mas o medo a gente supera na medida em que confia naquele que está nos convidando a caminhar com ele. Aos poucos essa confiança vai aumentando, algo que nasce do conhecimento, de ir experimentando os gestos que nos ajudam a viver com maior alegria. Na medida em que queremos caminhar com Deus, não tenhamos medo em responder a seu chamado, confiemos em que ele sempre vai nos levar pelo caminho da vida e vai ajudar a ir tornando realidade todos os nossos sonhos, sonhos que nos plenificam e fazem com cada dia se torne em motivo para ir aprendendo a viver em plenitude.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Gutemberg Gonçalves Pinto ordenado presbítero para a Arquidiocese de Manaus

Na Festa da Transfiguração do Senhor a Igreja de Manaus viveu a ordenação presbiteral de Gutemberg Gonçalves Pinto. Uma Igreja que em palavra do seu Arcebispo “deseja enviar este irmão a serviço das comunidades para a transfiguração do Povo de Deus, como presbítero”. Dom Leonardo Ulrich Steiner lembrou que “todas as vocações são um caminhar com Jesus, subir ao monte, com ele rezar e perceber o caminho de cada seguidor, seguidora de Jesus: transfiguração, santidade”. Ele destacou na sua homilia que “a vida com Jesus na intimidade com o Pai e o Espírito, nos transformam, identificam, nos deixam participar da relação Trinitária”. Segundo o Arcebispo de Manaus, o convite a apascentar as ovelhas, deve levar o presbítero a assumir que as ovelhas são “suas no cuidado, no desvelo, na entrega, na samaritanidade, na generosidade, na gratuidade”. Ele, se dirigindo àquele que ia ser ordenado, lembrou que “os grandes presbíteros, pastores, foram aqueles que seguiram a Jesus como a única tenda”. Junto com isso, que “a transfiguração é um caminho; descer e caminhar com as comunidades. Descer, caminho de transformação, identificação, configuração. Ser apascentador de ovelhas é percorrer os sofreres, os desprezeres, as cruzes; ser pão para os famintos, ser fonte para os sedentos, tudo na gratuidade do pastor”, insistindo na necessidade de descer, pois, é na planície de nosso ministério que somos transfigurados”. A razão da apascentação é, segundo Dom Leonardo, Jesus, que é “fonte do teu sacerdócio”. Uma apascentação “generosa, livre e libertadora, fontal, cordial”, onde “crescera a transfiguração do teu pastoreio, da tua pessoa”. O Arcebispo chamou o novo presbítero a que “ame as suas comunidades que te serão confiadas. Um amor de pai, padre, mas talvez ainda mais de mãe padre”. Finalmente, Dom Leonardo agradeceu “a família que te gerou para a vida e para a fé”, mas também as comunidades e “a todas as pessoas que te ajudaram na formação, especialmente aos formadores do Seminário São José”. Ele disse que “a Igreja em Manaus agradece a Deus pela tua vocação e por conceder-te hoje o dom da unção”. O novo presbítero, no final da celebração, fez seu agradecimento. Ele se apresentou como “um caboclo ribeirinho da comunidade de Porto Braga situada a margens do Rio Solimões”, lembrando sua extensa família, e afirmando ser um sonho de infância o ser padre, que agora vê como “a mais divina das responsabilidades que Deus confere ao homem”, pois segundo o padre Gutemberg, “foi Deus que me escolheu para que eu fosse um outro Cristo”, movido pela sua misericórdia. Ele foi fazendo um relato de sua vida, agradecendo a sua mãe e todos os esforços realizados e sofrimentos vividos, mas também a Mãe da Conceição Aparecida, afirmando o cuidado recebido de seu filho a quem agora quer servir com fidelidade, obediência e testemunho. Não faltou sua lembrança de Dom Sérgio Castriani, prometendo, ao elo de umas palavras suas em relação ao cuidado das comunidades, seu “compromisso de não abandonar as comunidades onde eu estiver”. Também agradeceu a Dom Leonardo, formadores, comunidades onde viveu seu tempo de formação e todos os presentes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ir. Michele Silva: “Precisamos reacender a chama da justiça, do cuidado, da amorosidade e da vigilância!”

A liturgia deste 19º domingo do Tempo Comum, “nos convida a entrarmos numa dinâmica de espera ativa, a cultivarmos a fé vigilante, a mantermos nossas lâmpadas acesas e o coração onde está o nosso tesouro!”, segundo a Ir. Michele Silva. A religiosa afirma que “temos um convite para esperançar, como diria Paulo Freire, esperar ativamente, por este Cristo que nos motiva a agir, a não ficarmos paradas diante da realidade que nos é apresentada hoje!”. Comentando as leituras, a religiosa destaca na primeira leitura do livro da Sabedoria, que “nos encoraja na espera pela noite da libertação, o povo pode tecer sentimentos de esperança e confiança neste Deus amoroso que liberta e conduz o seu povo”. Ela destaca a mesma dinâmica na segunda leitura de Hebreus, que “retoma a fé e a esperança que perpassou toda a história da salvação desde Abraão e Sara até a espera pela ressurreição de Cristo”. Em relação ao Salmo, “o salmista nos exorta: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança! No Senhor nós esperamos confiantes, esperamos no seu amor. Não é uma espera sem futuro, estagnada, mas na certeza que Deus caminha conosco e nos conduz”, destaca a Ir. Michele. Comentando o Evangelho segundo Lucas, a religiosa diz que “Jesus nos enche de coragem:  Não tenhais medo pequeno rebanho! Mas também nos aconselha: Não acumulem bens, não se preocupem demais com coisas materiais, que logo se acabam, vivemos numa sociedade líquida, tudo é passageiro, descartado, até as relações, e Jesus propõe uma vivência diferenciada: gastar nosso tempo com o que vale a pena!”. Ela destaca algumas perguntas: Onde está o meu tesouro? Ali o meu coração está também! O Que tem valor para mim? Será que os pobres, excluídos da sociedade, as mulheres e crianças violentadas são o meu tesouro?”. Diante disso insiste em que “precisamos reacender a chama da justiça, do cuidado, da amorosidade e da vigilância! Temos muita responsabilidade, porque muito nos foi dado.  Assumamos com paixão a nossa opção por Cristo e o seu Projeto de Amor pela humanidade!”. Em relação ao mês vocacional, a religiosa recorda que “o mês de agosto é dedicado a refletirmos sobre a dinâmica da vocação em nossas vidas”. Ela lembra o tema deste ano: “Cristo Vive, somos suas testemunhas!”, e o lema: “Eu vi o Senhor” (Jo 20,18). No primeiro domingo do mês “lembramos a vocação ao sacerdócio”, segundo a religisa do Imaculado Coração de Maria e chama a colocar “em nossas orações o Papa Francisco, bispos, padres, diáconos e seminaristas, para que sejam fiéis ao seu chamado e respondam com alegria e simplicidade a missão confiada por Deus!”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Audiência pública em Itacoatiara denuncia situação ambiental

A identificação dos impactos socioambientais demonstra que os riscos tecnológicos ambientais fase de operação associados às atividades de perfuração; uso de mistura com substâncias altamente tóxicas e perigosas escoamento da produção são as principais ameaças à segurança territorial. As atividades mencionadas têm como efeito a geração de possíveis riscos a saúde por explosões e/ou vazamentos; riscos de contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas; perdas de habitats naturais; alterações nas dinâmicas socioculturais; risco de expropriação e consequentemente risco de etnocidio no que se refere a natureza simbólica e material das populações afetadas. Para discutir essa temática  tão relevante para toda sociedade, se fizeram presentes: CPT, IPAAM, ASPAC, MPF, COIPAM, AVIVE AMAZÔNIA, GRUPO DE TRABALHO AMAZÔNICO,  STTRAFs – SIVES. Comissão Pastoral da Terra

Prelazia de Tefé realiza Encontro de Pastoral, momento de partilha e escuta

De 28 a 31 de julho de 2022, aconteceu o Encontro de Pastoral da Prelazia de Tefé. O encontro reuniu no Centro de Pastoral Irmão Falco cerca de 50 lideranças de Pastorais, movimentos e organismos da Prelazia, além de padres, religiosas e diáconos. Na manhã do dia 28, Dom Altevir, bispo da Prelazia de Tefé, aproveitou a presença de todos os padres da Prelazia, entre religiosos e diocesanos, para um primeiro encontro, pois devido as imensidões de distâncias é difícil reunir todos em outro momento.  Foi uma manhã de muita partilha, escuta, de conhecer, de se aproximar, de acolher e também de rezar. Para Dom Altevir, o encontro o ajudou a ver um pouco mais o rosto desta Igreja, a partir da partilha de cada padre, com isso, foi possível visualizar as diversas faces que formam a Prelazia e os principais elementos que tornam este, um chão missionário. Já na parte da tarde, se deu a abertura do encontro, com muita alegria e entusiasmo de poder novamente está vivendo esse momento. Assim, iniciou com a reza do Ofício Divino das Comunidades. Em sua fala de abertura, Dom Altevir falou da alegria de poder está nesta Igreja e viver este momento, e que este foi um encontro de muita riqueza, pois é a partir desse momento que poderá ter mais clareza dos caminhos que poderão ser trilhados. Este primeiro momento foi de partilhas riquíssimas das ações desenvolvidas na Prelazia, a partir de cada paróquia, movimento e organismos. Sendo essa uma Igreja dinâmica e que busca viver em sinodalidade com toda Igreja no Brasil, as temáticas do encontro foram justamente aquelas que norteiam nosso fazer pastoral, em comunhão com toda a Igreja. Em dinâmica em grupos, Dom Altevir ajudou a compreender um pouco mais sobre as propostas apresentadas pelo sínodo, que tem como tema: Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, participação e missão.  A partir dos desafios e anseios desta Igreja local, apresentados pelos grupos. Para finalizar, Dom Altevir partilhou sobre os caminhos percorridos para a atualização do documento de Santarém, destacando em suas falas, como ainda é atual tudo o que a Igreja na Amazônia vivia há 50 anos atrás. Devemos continuar a seguir o caminho, lógico que com desafios novos, mas na mesma direção, sendo esta Igreja missionária e profética no chão da Amazônia, continuando com o compromisso que foi firmado pelos bispos em 1972 e reafirmados agora novamente. Seguindo os dias de encontro, foram apresentadas as propostas de ações que conduzirão esta Igreja a sua próxima assembleia no ano de 2023. O caminho requer estratégias para que a evangelização na Prelazia de Tefé continue com todo o ardor missionário que sempre teve. Uma Igreja que tem um rosto laical, é preciso ouvir e sentir os desafios e anseios que as comunidades eclesiais formadas pelos leigos/as apresentam, para então planejar os próximos passos; “Nosso ponto de partida é a partir de onde nossos pés estão, temos que ser esta Igreja em saída a partir da realidade onde estamos inseridos”, destacou Dom Altevir. Nessa dinâmica, formou-se a comissão de articulação da próxima assembleia. Sempre buscando alimentar o espírito, “vivenciando uma espiritualidade encarnada”, que nos sustenta e nos ajuda a ser missionários/as mais ousados. Assim foi o momento vivido na manhã do dia 30; foi vivido naquela manhã verdadeiramente um momento de “encarnação e Eucaristia”. No último dia Irmã Carla Porfírio, coordenadora do Conselho Missionário Regional (COMIRE) no Regional Norte 1, trouxe uma breve explanação sobre o conselho, trazendo o enfoque principalmente paro o quanto é necessário a articulação do conselho missionário dentro das prelazias e dioceses, para ajudar na formação dos missionários/as que atuam na missão. Na partilha dos que estavam presentes, muitos falaram do quanto a Prelazia precisava desse momento, “foi momento de renovar nossas esperanças”. Foi momento de voltar a esperançar, acreditando na força de cada um e cada uma que se dispõe a contribuir na evangelização do povo desta Igreja da Amazônia. “A Prelazia de Tefé tem um potencial missionário que desconhecemos a força da missão nessa Igreja local”. Que a caminhada continue com o fervor missionário e profético que está encarnado na vida desta Igreja local. O Encontro de Pastoral teve o encerramento com a Missa, presidida por Dom Altevir, onde o mesmo enviou todos e todas que participaram deste encontro, e agora volta para suas bases, como objetivo de continuar a missão. PasCom Prelazia de Tefé