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Diocese de Roraima oficializa doação de terras e fortalece regularização fundiária em Boa Vista

Em um gesto histórico, a Diocese de Roraima formalizou a doação de uma área de 199,86 hectares remanescente da antiga Fazenda Auazinho, localizada na Gleba Cauamé. A cerimônia ocorreu nesta segunda-feira (25), durante a abertura da 2ª Semana Nacional de Regularização Fundiária na sede do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR). A faz parte do projeto “Solo Seguro”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e beneficiou cerca de 1.100 famílias em três bairros de Boa Vista: Nova Canaã, Cambará e Professora Araceli Souto Maior. A decisão da Diocese reflete um gesto jubilar alinhado aos valores da Igreja Católica e às orientações do Papa Francisco, que defende os “três T” – terra, teto e trabalho – como direitos sagrados pelos quais vale a pena lutar. O bispo da Diocese de Roraima, Dom Evaristo Pascoal Spengler, destacou o significado desse ato como um gesto jubilar. “Inspirados pelo Papa Francisco, que enfatizam os direitos sagrados à terra, ao teto e ao trabalho, entendemos essa doação como uma resposta às demandas sociais e uma contribuição à paz social, promovendo o direito à moradia digna e segurança jurídica para essas famílias”, afirmou o bispo. O prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique, ressaltou os resultados positivos da doação para o processo de regularização fundiária. “Durante a minha gestão, entregamos 1.954 títulos definitivos, e agora, com essa doação, teremos a oportunidade de regularizar cerca de 1.100 imóveis, mais de 50% do que já realizamos até agora. Isso garante que todas essas famílias tenham acesso ao documento que garantir a posse de fato e de direito sobre seus imóveis, residenciais ou comerciais. Com o título definitivo, os moradores terão segurança jurídica, acesso a crédito e avaliação de imóveis”, explicou o prefeito. A Diocese também superou consideráveis ​​desafios para viabilizar a doação, conforme relatado o econômico Vivaldo Barbosa. “Mesmo para doar, enfrentamos dificuldades, como encargos tributários e de cartórios. Graças ao apoio do Tribunal de Justiça, conseguimos isentar esses custos, garantindo a gratuidade do processo para os ocupantes das terras”, comentou. Além de promover a segurança jurídica, a ação marca um importante avanço no desenvolvimento social e urbano de Boa Vista, como enfatizou o juiz auxiliar do CNJ, Rodrigo Gonçalves de Souza. “Essa parceria entre o Poder Judiciário, a Prefeitura e a Diocese possibilita a regularização fundiária, promovendo a inclusão social e a redução de desigualdades. Estima-se que cerca de metade dos domicílios no Brasil enfrente incertezas quanto à titularidade das propriedades. Esse processo é um exemplo para o país”, destacou o magistrado. Os próximos passos incluem o recadastramento das famílias, a precisão dos lotes e a emissão dos títulos definitivos. O prefeito garantiu que o processo será gratuito para famílias de baixa renda e que a Prefeitura, por meio da Emhur (Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional), conduzirá o levantamento diretamente nas áreas beneficiadas. Com a formalização da doação, a Diocese de Roraima reafirma seu compromisso com a justiça social, enquanto a Prefeitura de Boa Vista avança no desafio de garantir segurança jurídica e qualidade de vida para milhares de moradores da capital. Semana Nacional do Solo Seguro A cerimônia integrou as ações da Semana Nacional de Regularização Fundiária, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A iniciativa busca acelerar processos de regularização urbana e rural, com foco na Amazônia Legal, e foi considerada crucial para o desenvolvimento socioeconômico da região. Com a formalização da doação, a Prefeitura de Boa Vista iniciará o recadastramento das famílias e a medição dos lotes, garantindo que o processo seja gratuito para moradores de baixa renda. Este gesto reforça o compromisso da Diocese de Roraima com a justiça social e a promoção da dignidade humana, em consonância com o chamado do Papa Francisco para um Jubileu de perdão e solidariedade.  FONTE/CRÉDITOS: Dennefer Costa -Diocese de Roraima e Rádio monte Roraima Fm

Papa Francisco nomeia frei Samuel Ferreira de Lima, OFM, bispo auxiliar de Manaus

O Papa Francisco nomeou nesta segunda-feira, 25 de novembro, frei Samuel Ferreira de Lima, OFM, bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus. Nascido no Rio de Janeiro no dia 28 de maio de 1967, ele fez sua profissão solene na Ordem dos Frades Menores em 24 de setembro de 1993 em Petrópolis – RJ, sendo ordenado presbítero em 27 de janeiro de 1996 em São João de Meriti – RJ. O bispo eleito tem formação técnica em Química, é licenciado em Filosofia pela Universidade São Francisco, de São Paulo – SP, e bacharel em Teologia pelo Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis – RJ. Frei Samuel estudou Espiritualidade Franciscana e tem especialização Lato Sensu em Formação Humana pela Faculdade Vicentina de Curitiba – PR, além de diversos cursos. Enviado pela Ordem Franciscana, o bispo eleito da arquidiocese de Manaus foi missionário em Angola de 1996 a 2006, onde foi capelão do Mosteiro Sagrado Coração de Jesus, em Luanda, professor de Filosofia, Doutrina Social da Igreja e Pedagogia, vigário paroquial, formador, assistente das Irmãs Clarissas, mestre dos professos, guardião, ecônomo e conselheiro da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, na Missão Católica da Katepa – Malange. Na volta ao Brasil, frei Samuel foi guardião, ecônomo, moderador da Evangelização Missionária, vice mestre dos postulantes, assistente das Irmãs Clarissas, mestre de Noviços, Vigário Paroquial e assistente da OFS, definidor da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, mestre dos pós-noviços, animador do SAV, membro da Capelania ecumênica do Hospital Nossa Senhora do Rocio, mestre dos noviços, e vigário da casa. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “O reino que Jesus prega e visibiliza não é o reino da violência e da força das armas”

Lembrando que encerramos o Ano Litúrgico e no próximo domingo começamos novo caminho com o início do Advento, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia. Segundo ele, “a liturgia celebra nossa fé na presença de Deus e a nossa salvação! Com as celebrações dominicais e solenidades, nos colocamos a caminho com toda a Igreja, o Povo de Deus, e experimentamos a beleza e grandeza do mistério da nossa salvação. Somos uma comunidade que anuncia, testemunha, evangeliza, uma comunidade que se sabe missionária, pois Jesus Cristo é a razão de seu existir; é celebradora.” Recordando a conversa entre Pilatos e Jesus: “Tu és o rei dos judeus?” Tu és rei? “O meu reino não é deste mundo”, o arcebispo, se referindo às palavras “Rei, reino!”, explicitou que “a palavra rei na sua origem tem o sentido de conduzir, governar, guiar ou reger (latim rex, regis e vem da raiz indo-europeia reg). Conduzir, guiar, orientar reger um povo. Sinal da unidade, experiência de povo que caminha não disperso, mas no sentir de uma viver comum, sentir comum.” Citando o texto: “O meu reino não é deste mundo”, o cardeal Steiner questionou: “De que reino é Jesus então?”, respondendo que “o reino que dá testemunho do ‘eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino de justiça, do amor e da paz’”, lembrando as palavras do Prefácio de Cristo Rei. Segundo o presidente do Regional Norte1, “a realeza de Jesus aparece sem poder nem glória“, afirmando com palavras do Papa Francisco que “está na cruz, onde parece mais um vencido do que um vencedor. A sua realeza é paradoxal: o seu trono é a cruz; a sua coroa é de espinhos; não tem um cetro, mas lhe põem uma cana na mão; não usa vestidos sumptuosos, mas é privado da própria túnica; não tem anéis brilhantes nos dedos, mas as mãos trespassadas pelos pregos; não possui um tesouro, mas é vendido por trinta moedas.” “O mundo, a realidade, o céu e a terra, o reino eterno e universal se deixa guiar, firmar, transformar pelo amor. Por isso, a cátedra real, o lugar da realeza, da nobreza do reino é a cruz. Nenhum lugar, mais salutar e amoroso que a cruz. Aquele amor que criou novo céu e nova terra, o novo Povo de Deus”, afirmou. Segundo o arcebispo de Manaus, “a solenidade de Jesus Cristo Rei do universo, nos deixa celebrar a manifestação plena e definitiva de Cristo e nele o universo. Ele pela morte e ressurreição se fez Senhor da história e de todo o universo. Mas meu reino não é deste mundo. Os Evangelhos a nos mostrar a Jesus: preso, amarrado, insultado, acusado e levado diante de Pilatos foi julgado e morreu crucificado. Mas a vida, a ação, as palavras de Jesus, deixaram para trás qualquer resquício de poder, injustiça, dominação, violência.” “O reino que Jesus prega e visibiliza é outro. Não é o reino da violência e da força das armas. Acima dos reinos é possível experimentar o reino da verdade”, disse o arcebispo. Segundo o ele, “aquele Reino que é a ensinamento essencial de Jesus: “Deus é amor” (1Jo 4,8). Esse é o Reino que anuncia e transforma a humanidade, pois reino de amor, justiça e paz. É o reino e o seu reinado: o do amor. Esse é o Reino que deve se estender até os confins da terra e o fim dos tempos”, segundo o arcebispo. Ele lembrou novamente as palavras de Papa Francisco: “A história ensina-nos que os reinos fundados no poder das armas e na prevaricação são frágeis e mais cedo ou mais tarde desabam. Mas o reino de Deus é fundado no seu amor e enraizado nos corações, o reino de Deus enraíza-se nos corações – conferindo a quem o acolhe paz, liberdade e plenitude de vida. Todos nós queremos paz, todos nós queremos liberdade e plenitude. E como se faz? Deixa que o amor de Deus, o reino de Deus, o amor de Jesus se enraíze no teu coração e terás paz, terás liberdade e plenitude.” “O Reino do amor que restaura todas as coisas. O reino do amor onde Jesus provou da nossa miséria humana, da nossa condição inumana: a injustiça, a traição, o abandono; experimentou a morte, o sepulcro, a morada dos mortos. Por ter experimentado até a morte, tudo restaura, purifica, transforma. É o novo Reino. Um Reino que alcança os confins do universo, abraçar e salvar todo o ser vivente. Não condena, conquista pelo amor da cruz, concede a liberdade, abre caminho com o amor humilde, que tudo desculpa, tudo espera, tudo suporta (cf. 1Cor 13,7)”, disse o cardeal Steiner. O arcebispo de Manaus sublinhou: “Sim, o Reino do qual Jesus é o regente, o guia, é o do amor. O Reino que nasce do amor verdadeiro, único, gratuito que pendeu da cruz. O amor límpido, transparente, doado, salvífico, transformador. Rei, pois guia pelo amor, conduz pelo amor, rege pelo amor. Nada de força, de dominação, de escravidão, segregação, tudo convergindo, voltando, se expandindo de um amor que salva e vivifica, amoriza, santifica. Um amor expansivo, atrativo! Amor irradiador e ao mesmo tempo atrativo onde tudo tem sentido, tudo se reconcilia, se harmonisa, reconcilia, se diviniza, no Rei. O Rei do universo.” Lembrando a Solenidade de Cristo rei do Universo, o cardeal disse: “O reino do amor atinge, mais que a nossa humanidade. Transforma toda a realidade, a realidade do universo. Tudo participa do amor, da fraternidade que Jesus com sua morte e ressurreição oferece”. Sim, o Reino “eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino de justiça, do amor e da paz”, citando o Prefácio de Cristo Rei. Por isso, com muito aberto, diz o Papa Francisco: “As criaturas deste mundo não podem ser consideradas um bem sem dono: «Todas são tuas, ó Senhor, que amas a vida» (Sab11, 26). Isto, segundo o cardeal Steiner, “gera a convicção de que nós e…
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Assembleia da Diocese de Coari em Manacapuru prepara o Jubileu da Esperança

A diocese de Coari realizou de 14 a 17 de novembro de 2024, em Manacapuru a IX Assembleia Diocesana de Pastoral, a instância mais ampla de responsabilidade e participação na vida pastoral da diocese. A assembleia foi oportunidade para discernir os sinais dos tempos, compreender as necessidades das comunidades e, com sabedoria e amor, orientar as ações pastorais e missionárias, tendo como objetivo avaliar, refletir, rezar, trocar as experiências, celebrar a Eucaristia, vivenciar a eclesialidade e planejar a ação missionária. A assembleia pastoral é composta por membros como o bispo diocesano, vigário geral, presbíteros, diáconos, coordenadores das pastorais, representantes de comunidades religiosas, movimentos, serviços, coordenadores das comunidades, lideranças e representantes leigos de cada paróquia. A assembleia pretende ser uma representatividade das comunidades, tanto urbanas quanto ribeirinhas e rurais. Nela são definidos prioridades, objetivos e programas de ação evangelizadora. Tudo isso, sabendo que a Igreja por sua natureza é missionaria e por isso o Papa Francisco nos convida a sermos uma “Igreja em saída”, vivendo num clima de sinodalidade, participação, comunhão e missionariedade, algo que foi refletido no recém finalizado Sínodo sobre a Sinodalidade. A assembleia, onde participaram 234 pessoas, entre leigos e leigas, religiosos e religiosas, padres, diáconos, seminaristas e o bispo, foi realizada na paroquia Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru, e teve como tema “No Jubileu da Esperança, buscamos a conversão, renovando a vocação e a missão”. No clima do próximo Ano Jubilar, a assembleia iniciou no dia 14 com uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento, na igreja de São Francisco. No dia 15 de novembro, as atividades iniciaram com a celebração da Eucaristia, na Igreja Matriz, e a reflexão do coordenador diocesano de pastoral, padre Valdivino Araújo sobre o Ano Jubilar da Esperança, aprofundando o bispo diocesano, dom Marcos Piatek, na tarde do dia 15 sobre a conversão e reconciliação, uma das propostas fundamentais do Papa Francisco para o Ano Jubilar da Esperança. O bispo apresentou a teologia do sacramento da reconciliação, à luz do pensamento de Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja e padroeiro dos confessores, para finalizar o dia com a celebração do sacramento da reconciliação, uma oportunidade para sentir de perto o convite à conversão do Ano Santo da Esperança. A assembleia refletiu também sobre vocação e ministérios, com a assessoria da Ir. Neidiane Monteiro, Pia Disciplina do Divino Mestre e do padre Delaci Araújo. O “Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”, foi apresentado pelo Pe. Elcivan Alencar, encerrando o dia com a noite cultural. No último dia da assembleia a reflexão teve como tema a “Missão que exige conversão, como resposta com serviços e ministérios à vocação”, com a assessoria do padre Raimundo Gordiano e Jose Kennedy, da arquidiocese de Manaus. Os participantes da assembleia aprofundaram sobre as coisas práticas que tocam a vida evangelizadora no dia a dia da diocese de Coari. A assembleia definiu os lugares de peregrinação no Ano Santo do Jubileu da Esperança na diocese de Coari: a Catedral Sant’Ana de Coari, Santuário São Francisco, em Anamã, e a Igreja Matriz da Paroquia Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru. A X Assembleia Diocesana de Pastoral será realizada de 28 a 30 de novembro de 2025, na Paroquia São Pedro, em Coari. A IX Assembleia Diocesana de Pastoral da diocese de Coari foi encerrada com a missa campal, presidida pelo bispo diocesano e concelebrada pelos padres da diocese de Coari, pelos missionários redentoristas que trabalham na Paroquia Nossa Senhora de Nazaré e alguns convidados. A celebração foi momento para agradecer a Deus por toda a obra evangelizadora realizada na diocese de Coari. Igualmenye, foi momento para agradecer a Deus pelo encerramento do Jubileu dos 160 anos da fundação da Paroquia de Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru, que acolheu a assembleia. No final da Eucaristia, o bispo diocesano, dom Marcos Piatek, agradeceu a Deus, aos participantes, à paroquia Nossa Senhora de Nazaré, às famílias que acolheram os participantes nas suas casas, às pessoas que cuidaram da logística desde alimentação até a limpeza, aos padres, religiosas e a todos os participantes, pedindo que esta IX Assembleia Diocesana de Pastoral possa trazer abundantes frutos no crescimento do Reino de Deus na diocese de Coari. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da diocese de Coari

Cardeal Steiner: “Os pobres a nos provocar na busca do sol e das estrelas que aquecem e iluminam”

No 33º Domingo do Tempo Comum, dia em que se celebra a Jornada Mundial dos Pobres, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua reflexão afirmando que “o Evangelho da liturgia de hoje desperta o sentimento de desastre, de tragédia, de fim”. Questionando se “Nada mais?”, ele respondeu com o texto bíblico: “Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol ficará escuro, a lua não refletirá o seu esplendor; cairão os astros do céu”. Segundo o cardeal, “a percepção de que os contornos da realidade, as estruturas, os arranjos, chegaram a fim; sim o fim de um mundo, mesmo de um céu e de uma terra. As forças do céu são abaladas. O que permanece?” “O sol, a lua, os astros, as estrelas, nos remetem para a criação. O sol, a lua, os astros, que desde os primórdios do tempo brilham na sua ordem e transmitem luz, sinal de vida. A luz, sinal de vida que agora parece descer à decadência, à escuridão, à perda do esplendor, o decair das belezas celestes. Da beleza, do esplendor ao caos, à escuridão, à perda de vida. Como se entrássemos na decadência e na escuridão e o caos se precipitasse sobre a face da terra. O sinal do fim. O sinal de um fim?”, disse o arcebispo de Manaus. O cardeal Steiner sublinhou que “nesse cair e quase destruir, podemos ter a percepção de um abandono da parte de Deus, a experiência da ausência de Jesus no meio nós, diante dos tormentos, violências que se abatem. É aquela ausência percebida pelos primeiros cristãos quando enfrentaram as perseguições, as dores, a morte. Tudo parecia caminhar para o fim. Era um fim! Como se Jesus estivesse ausente, ou pelo menos quase imperceptível. Esse mistério de abandono que às vezes toma conta de muitos cristãos quando o sol se põe na violência, a lua se esconde e se faz escuridão, as estrelas-ideias começam a cair. No entanto, o Evangelho a nos animar: Deus não está ausente, não se escondeu, não se subtraiu, apenas retração do Mistério de um amor que resgatou o universo.” “No caos, no decair das estrelas, na escuridão do sol e da luz, o fim, o Evangelho a nos indicar o caminho de um novo céu e uma nova terra”, disse o presidente do Regional Norte1, citando o texto evangélico: “vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória”. Segundo ele, “novo sol, nova lua, novos astros, novas estrelas, pois nova luz, novo horizonte, a iluminar a e incandescer os nossos dias”. O cardeal lembrou as palavras de Papa Francisco: “A luz que há de resplandecer naquele último dia será única e nova: será a do Senhor Jesus, que virá na glória com todos os santos. Naquele encontro veremos finalmente o seu Rosto na plena luz da Trindade; um Rosto resplandecente de amor, diante do qual também cada ser humano aparecerá na verdade total”. “E a vida nova que surge vem de modo novo, na suavidade de um renascer, sem destruir”, disse o arcebispo, citando o texto de Marcos: “aprendei da figueira esta parábola: quando os seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto”. Segundo ele, “a seiva da vida nova nascida da cruz e da ressurreição tem seu modo próprio, como a seiva da figueira: os ramos começam a lançar brotos, os brotos crescem produzem flores e flores, o fruto. Tudo num tempo próprio, não mais da força bruta, da obrigação, da violência, mas na suavidade de vida, como uma brisa suave de uma manhã que desperta a vida após a noite, a escuridão. Tudo numa harmonia de graça e beleza do Crucificado-ressuscitado.” “Talvez, o Evangelho esteja a nos dizer que é o tempo novo que está por chegar, por ser. O tempo em que os discípulos e discípulas de Jesus são despertados para o crescimento dos ramos novos e frutos novos. Crescer na força da fé, da esperança e do amor, seiva a fecunda os ramos e fazer crescer brotos novos, mas também frutificar”, disse o arcebispo. Citando o texto: “Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória”, o cardeal ressaltou: “Sim, Ele o Filho do Homem, o vindouro, o esperado e o desejado, em cujo Advento germinará a justiça, a verdade, a liberdade: novo céu e nova terra.”   Novo céu e nova terra, pois “Ele enviará os anjos dos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus de uma extremidade à outra da terra”, disse, lembrando o texto de Marcos. Segundo o cardeal, “esse dito do Evangelho enche de consolação as discípulas e os discípulos de Jesus em todos os tempos, levando-os a viver não só de temor e de tremor, face ao retorno de Cristo, mas também de esperança, pois do Amor. Nosso encontro definitivo com Cristo será não só como com o Juiz, mas, acima de tudo, como com o Mestre, o Amigo, o Esposo. Eis nossa esperança!” Com as palavras de Fernandes e Fassini, o arcebispo lembrou que “O Evangelho, portanto, em vez de um julgamento ou condenação, por parte de Jesus, quer revelar, antes, e acima de tudo, o final, a consumação de toda história. Essa consumação não será outro senão a aparição de Jesus Cristo Crucificado, o homem novo, o novo Adão, o homem verdadeiramente humano, o homem de todos os homens, o homem universal, que inaugurará um novo céu e uma nova terra. Ele, o Crucificado de Deus, eis a justiça divina! (Cf. 2 Pd 3,13; Ap. 21,1). Esse será seu “poder e seu esplendor”. Nesse poder e esplendor todos poderão se espelhar e se julgar, ver sua verdade e sua mentira. Então, estará implantada a verdade e a justiça acerca do homem e de sua história, o juízo, o julgamento de Deus.” “Em Jesus encontramos o sentido de toda história pessoal, da humanidade, do universo. Como…
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Assembleia da diocese de São Gabriel da Cachoeira: “Não é possível caminhar separado, mas em sinodalidade”

A diocese de São Gabriel da Cachoeira iniciou com uma celebração carregada de simbolismo sua 37ª Assembleia Diocesana, que tem como tema “Na Tua Palavra, cheios de esperança, lançaremos as redes do Evangelho” acontece de 14 a 17 de novembro de 2024, com representantes das 11 paróquias da diocese. Uma assembleia que segundo o bispo local, dom Raimundo Vanthuy Neto, passará a se chamar, após ser proposto aos participantes, de Assembleia Sinodal da Igreja do Rio Negro. A celebração de abertura foi marcada por três grandes momentos: na praia foi lembrado e feito a memória dos primeiros missionários, que chegaram ao Rio Negro, foram acolhidos pelos povos indígenas e experimentaram a oferecer a luz da fé, marcada pelos limites, pelos acertos, mas também pelos erros, iniciando uma procissão, à luz das velas, conduzidos pelo Cirio Pascal, onde foi pedido perdão pelas falhas no caminho da evangelização, e a luz do Espírito Santo. No segundo momento, dentro da Catedral, foi entoada uma ladainha, lembrando os santos que o povo do Rio Negro tanto gosta e celebra, como auge de sua fé, concretizada nas festas dos santos. Com os padroeiros e padroeiras das comunidades, o povo foi repetindo cânticos populares e hinos dos santos, sendo feita uma memória com a ajuda do padre Ivo Trevisol, missionário de longa data na diocese, sobre a presença da Igreja na vida social, de modo especial na demarcação das terras indígenas, no compromisso da formação das lideranças, na formação das comunidades e no diálogo, na defesa da vida, de modo especial o fórum das instituições do Rio Negro. A celebração deu continuidade, com a ajuda da Ir. Cidinha Fernandes com uma leitura da vida pastoral dos caminhos que a Igreja do Rio Negro foi assumindo, sobretudo a partir das prioridades de Santarém: formação das comunidades, formação das lideranças, povos indígenas e a questão da migração, uma questão muito atual na Igreja local. A Ir. Nazaré fez memória de um dos caminhos mais intensos da evangelização no Rio Negro, que foi a questão da educação, os grandes colégios, os internados, que levou a região a ser a mais alfabetizada da Amazônia, fruto da grande contribuição salesiana. A passagem do Evangelho de Lucas, onde Jesus na sinagoga se diz cheio do Espírito e apresenta o seu programa, proclamado em português e nheengatu, deu pé à partilha do padre Maurício Sete, que convidou os participantes a descobrir o caminho comum. Jesus continua a missão dele através de nós, lembrou o missionário italiano, afirmando que somos capazes porque somos homens e mulheres do espírito, destacando como Jesus tem um programa de companhia com os pobres, da defesa da vida e dos oprimidos e da questão da libertação. A celebração da Palavra continuou com a benção e partilha do pão. Na celebração, o bispo diocesano destacou três aspetos: o primeiro, que, no caminho, as nossas velas se apagam e nós precisamos dos outros. Isso nos faz lembrar que “a fé é vivida comunitariamente e quando nossa fé fica mais frágil, outros podem ajudar ela a se tornar mais intensa, luminosa”, disse dom Vanthuy, dando passo a um canto para pedir que as luzes se espalhassem na vida de cada um e cada uma, a ajuda do Santo Espírito. O segundo aspecto foi que “a experiência da assembleia é como o movimento de Jesus, as primeiras comunidades que seguem a missão de Jesus”, afirmou o bispo, que sublinhou que “a assembleia se pauta na experiência do Cristo que envia seus discípulos. Por isso, é comum, na vida discipular dos homens e mulheres que seguem Cristo, sentarem juntos para pensar o caminho que Jesus lhes ofereceu, o caminho que o Senhor lhes convidou a participar, e como responder a esse anúncio na atualidade”. O terceiro aspecto colocado por dom Vanthuy foi a formação das comunidades, que levou a assembleia a cantar que é feliz viver na comunidade. Ele lembrou o caminho vindo do Concílio, “a Igreja comunidade, Povo de Deus, testemunha, sal e fermento no mundo e na sociedade, de modo especial numa pluralidade de povos indígenas, comunidade que tem no chão a experiência tão própria dos povos originários”. Finalmente, o bispo convidou a se somar ao grande movimento iniciado no Sínodo para a Amazônia e agora confirmado “não é possível caminhar separado, mas caminharmos juntos, em sinodalidade”. Diante do flagelo das guerras em que muitas comunidades no mundo vivem, a assembleia rezou pela paz no mundo, pedindo a benção e a invocação da Virgem Maria, nela que residiu a força do Espírito e a docilidade para, como ela, seguir seu Filho mais de perto. A assembleia tem na programação a avaliação do Plano diocesano de evangelização e partilhas sobre a caminhada da diocese e como viver o centenário da criação da prelazia 1925-2025, sendo lançado o logo do Centenário. Da assembleia participa a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, que ajudará a refletir sobre o Protocolo de Proteção de Crianças e Adolescentes e Pessoas Vulneráveis. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Reunião dos secretários regionais na sede da CNBB, momento de partilha, estudo e aprofundamento, afirma Ir. Rose Bertoldo

A sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acolhe de 11 a 14 de novembro de 2024 a reunião dos bispos secretários e dos secretários e secretárias executivos dos 19 regionais da CNBB. O Regional Norte1 está representado no encontro pela secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo. A reunião iniciou com a acolhida do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário executivo da CNBB, dom Ricardo Hoepers, e uma partilha sobre o processo sinodal vivido nos últimos anos, que realizou a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal de 22 a 27 de outubro. O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, que participou da Assembleia Sinodal como presidente do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), relatou a experiência vivida no mês de outubro. Posteriormente, o bispo de Cristalândia (TO), dom Wellington de Queiroz Vieira, analisou os desafios atuais para a Evangelização na Igreja no Brasil. Os participantes do encontro refletiram sobre os aspectos bíblicos, teológicos e pastorais do Jubileu da Esperança, com a assessoria do bispo auxiliar de Vitória (ES), dom Andherson Franklin Lustoza de Souza, e do bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, que foi seguido por um tempo de partilha em grupos, onde foram colocadas as propostas existentes nos regionais para 2025, em vista da vivência cotidiana do Jubileu nas dioceses e prelazias. Igualmente, a diretora das Pontifícias Obras Missionárias, Ir. Regina da Costa Pedro, falou sobre os Projetos Missionários. O encontro tem sido oportunidade para conhecer e contribuir nas novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igeja no Brasil, ainda em construção, sob a coordenação do arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Brustolin. Além das diversas questões internas abordadas, abordando o papel dos bispos secretários e dos secretários e secretárias executivos, que realizam a articulação e levam para as dioceses e prelazias tudo aquilo que vai sendo realizado pela CNBB, está sendo debatido sobre a Campanha da Fraternidade, a Campanha para a Evangelização ou a COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. Segundo a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, “está sendo um encontro de muita partilha, de estudo, de aprofundamento”. A religiosa destaca “toda essa dimensão da organização interna da CNBB, com um destaque para a questão contável e administrativa”. Igualmente, ela disse que “estamos fazendo uma partilha das realidades dos regionais, aquilo que durante o ano foi realizado com mais incidência”. A Ir. Rose Bertoldo destacou a comunhão e ajuda que existe entre os secretários e secretárias executivas, afirmando que “na própria partilha, na acolhida da missão que cada uma e cada um realiza nos regionais”. Segundo a religiosa, é de grande importância “ter presente na caminhada de todos e ter essa visão geral da Igreja do Brasil. Para a gente, que está lá no Norte do Brasil, ter também esse olhar para os demais regionais”. Que estejam presentes na reunião os 19 regionais, “tem um significado muito profundo, pois a gente percebe os esforços que todos os regionais estão fazendo para essa vivência da unidade na diversidade de cada regional”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Fotos: CNBB Nacional

68 padres participam do Encontro Regional de Presbíteros Norte1

O Centro de Treinamento de Lideranças da Arquidiocese de Manaus, Maromba, acolhe de 11 a 15 de novembro de 2024 o Encontro Regional de Presbíteros do Norte 1, “um momento de formação, fraternidade e troca de experiências entre presbíteros das diversas dioceses e prelazias do nosso regional”, segundo o padre Danilo Monteiro de Oliveira, da prelazia de Itacoatiara. Os 68 participantes irão refletir sobre o tema: “Presbíteros na Amazônia, desafios e missão para uma ecologia integral”, e contará com a assessoria do bispo da diocese de Braganca- PA, dom Raimundo Possidonio Carrera da Mata. O encontro iniciou com uma celebração eucarística no Seminário Arquidiocesano São José, presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e concelebrada pelo bispo de Parintins, dom José Albuquerque de Araujo, que acompanha a Pastoral Presbiteral no Regional Norte1 e o bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima. Segundo o padre José Domingos Barão, o Encontro Regional de Presbíteros é “momento de grande significado para nós, servidores da Igreja de Deus nesta terra amazônica”. O padre da arquidiocese de Manaus destacou que “este é um tempo precioso para nos conhecermos mais profundamente, refletirmos juntos e compartilharmos nossas histórias, nossos desafios, nossos sonhos e nossa missão”. Ele insistiu em que “somos chamados a renovar em nós o espírito de comunhão, a caminhar juntos, a nos apoiarmos como irmãos, edificando uma Igreja cada vez mais sinodal, que abrace o rosto e o coração da Amazônia”. Igualmente, o padre José Domingos pediu “que este encontro nos inspire a sermos testemunhas vivas de unidade e de serviço, fortalecidos na missão e na fraternidade”, e que “unidos, sigamos, com coragem e alegria, no caminho de uma Igreja com o rosto amazônico, a serviço da vida, da justiça e do Evangelho de Cristo”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Comissão do Regional Norte 1 reúne para formar Multiplicadores para a Campanha da Fraternidade 2025

Na sexta-feira (8/11), a comissão do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) esteve reunida na sala Nhá Chica, na Cúria Metropolitana de Manaus para discutir os primeiros passos sobre a Campanha da Fraternidade de 2025 que vai avivar o tema para as dioceses e prelazias do regional Norte 1 da CNBB. No encontro, Rosana Barbosa, que faz parte da Comissão de Ecologia Integral da Arquidiocese de Manaus e o padre Alcimar Araújo, vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana e assessor das Pastorais Sociais, que participaram do Seminário Nacional de Campanhas sobre a CF 2025 que ocorreu na Casa Dom Luciano, no mês de setembro, em Brasília (DF), aprofundaram as primeiras ideias para tratar o tema voltado a Ecologia. De acordo com irmã Rose Bertoldo, secretária executiva do Regional Norte 1, explicou que nesse primeiro momento, a comissão inicia o processo de formação: “A ideia é capacitar multiplicadores para poder contribuir nas formações nas nove igrejas que fazem parte do Regional Norte 1. Então esse é o primeiro passo que damos no caminho do Campanha da Fraternidade 2025”, explicou a irmã Rose. O Texto-Base para o ano que vem reflete o fundamento que sustenta o caminho da Campanha da Fraternidade. De acordo com o tema “Fraternidade e ecologia integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), o texto evoca a inter-relação entre o Criador e toda a criação, destacando o ser humano como protagonista do cuidado. A ele foi dada a missão de guardião responsável pela Casa Comum, na qual, dentro de uma cosmovisão integradora, se devem conjugar as dimensões ambiental, antropológica e teológica. Ao longo dos anos, essa será a nona vez que a Campanha da Fraternidade irá tratar o tema central sobre a questão ambiental. O objetivo é chamar a atenção sobre a situação das mudanças climáticas que, na sociedade, necessitam de conversão, em vista do bem de todos de “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra” (Objetivo Geral da CF 2025). Os elementos da identidade visual A identidade visual da Campanha da Fraternidade 2025 é de autoria do Paulo Augusto Cruz, da Assessoria de Comunicação da CNBB. Nela estão representados os seguintes elementos: São Francisco de Assis Em destaque no cartaz, São Francisco de Assis representa o homem novo que viveu uma experiência com o amor de Deus, em Jesus crucificado, e reconciliou–se com Deus, com os irmãos e irmãs e com toda a criação. Esta reconciliação universal ganha sua maior expressão no Cântico das Criaturas, composto por São Francisco há precisos 800 anos. O recorte é da obra do período barroco “Êxtase de São Francisco de Assis”, de Jusepe De Ribera.  A cruz No centro, a Cruz é um elemento importante na espiritualidade quaresmal e franciscana. No cartaz, ela recorda a experiência do Irmão de Assis com o crucifixo da Igreja de São Damião, em Assis, na Itália, onde Francisco ouviu o próprio Cristo que falava com ele e o enviava para reconstruir a sua Igreja. No início, Francisco entendeu que era a pequena Igreja de São Damião. Mais tarde, compreendeu que se tratava de algo bem maior, a Igreja mesma de Deus. A natureza A araucária, o ipê amarelo, o igarapé, o mandacaru, a onça pintada e as araras canindés, representam a fauna e a flora brasileiras em toda a sua exuberância, que ao invés de serem exploradas de forma predatória, precisam ser cuidadas e integradas pelo ser humano, chamado por Deus a ser o guarda e o cuidador de toda a Criação.  As cidades Os prédios e as favelas refletem o Brasil a cada dia mais urbano, onde se aglomeram verdadeiras multidões num estilo de vida distante da natureza e altamente prejudicial à vida. Cada um de nós, seres humanos, o campo, a cidade, os animais, a vegetação e as águas fomos criados para ser, com a nossa vida, um verdadeiro “louvor das criaturas” ao bom Deus.  A colagem O uso do estilo de colagem é uma escolha artística e simbólica. A técnica possibilita a união de elementos diferentes em uma única composição, refletindo a diversidade e a interligação entre tudo o que existe, entre toda a Criação. A escolha do estilo também faz referência à Ecologia Integral, onde todos os aspectos da vida – espiritual, social, ambiental e cultural – são considerados e valorizados. Flávia Horta – Arquidiocese de Manaus

Cardeal Steiner: “A esmola pode ser pequena, insignificante, mas é expressão do nosso amor na fragilidade”

No 32º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua reflexão destacando que a primeira leitura “nos indicava o caminho que a Palavra de Deus deseja percorrer, o horizonte a iluminar do caminho, o sentido dos nossos dias. Uma vida que se oferta, uma vida de confiança.” No texto aparece “o profeta que pede a uma viúva água e pão, no tempo da desgraça, da seca, da pobreza”, explicitando que “naquele tempo a condição da viúva, assim como a do órfão, era de desprezada, vilipendiada e, se fosse estrangeira, era duplamente menosprezada aos olhos do povo. Primeiramente, porque, não tendo varão, nada valia, pois não tinha quem a sustentasse ou apoiasse. Em segundo lugar, por ser estrangeira era excluída do ‘povo eleito’. E é justamente a essa mulher estrangeira, vil, desprezada e marginalizada, que Deus envia seu profeta. É a ela que o profeta pede e recebe.” “A viúva pobre pelo menos tinha um filho, mas estava por esperar a morte depois de cozer a última poção de farinha e óleo. O tempo é de grande seca, escassez de água, trigo, farinha, pão e azeite. Mas, a secura e a fome advinham de Israel ter-se voltado aos ídolos, para Baal, o falso senhor da fertilidade, divindade de origem cananeia, traindo assim a fidelidade esponsal com o seu Deus”, conta igualmente o texto do Primeiro Livro dos Reis. “Mas a viúva de Sidônia, mulher fenícia, mesmo na aflição, confia na palavra do profeta, vai e serve o estrangeiro, lhe dá tudo o que tinha para comer. Na sua confiança e entrega, no seu desapego e cuidado para com o estrangeiro, a sua vida se transforma, encontrar sentido, horizonte para caminhar no tempo da secura e da pobreza”, destacou, citando o texto bíblico. Segundo o arcebispo de Manaus, “a viúva que na sua generosidade socorre, é socorrida; na sua gratuidade, gratuidade recebe”. “Na viúva estrangeira e desprezada, o profeta encontra a fé que não encontrara em Israel; um sinal de que a fé não é, por princípio, um fenômeno particular, restrito a determinados indivíduos, comunidades e povos. A fé é um vigor gratuito que verte do, ou no, coração de toda a pessoa, em toda a humanidade, tocada por Deus. Do abismo das possibilidades da vida, a fé pode emergir sempre de novo e em todo o lugar, ali onde se acende a centelha da graça da ‘boa-vontade’, da vontade boa, per-fazida, da bem-querência”, disse o cardeal Steiner. Ele lembrou que a fé dessa mulher será recordada por Jesus com certa comoção no Evangelho de Lucas, ao ser rejeitado em sua terra, Nazaré. Diante disso, lembrando as palavras de Fernandes e Fassini, o cardeal afirmou: “Quanto podemos aprender com a viúva que serve o profeta na confiança de sua palavra.” “O Evangelho ilumina admiravelmente a generosidade da transparência da viúva”, ressaltou o presidente do Regional Norte1. Segundo ele, “Jesus mesmo é despertado, pois admirado com a grandeza suave e cândida de uma mulher sem nada, mas que oferece a sua oblação. Jesus sentado defronte do cofre das esmolas, ‘observa como o povo deitava a esmola; muitos ricos depositaram grandes quantias’. A pobre viúva, delicadamente oferta duas pequenas moedas, a menor moeda romana no tempo de Jesus. O gesto percutiu de tal forma que Jesus sentiu necessidade de mostrar aos seus discípulos a transparência da oferta. É a mesma alegria que o seu Coração experimenta quando nos entregamos a Ele totalmente”, disse o cardeal Steiner, citando a São Gregório Magno.  “Por isso, admirado e comovido, chama os discípulos e confessa: ‘esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre; Porque todos deitaram do que tinham em abundância; ela, porém, pôs, da sua indigência, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver’”, lembrou o cardeal. Ele destacou que “Jesus sabia que uma viúva era a última, aquela que nada tinha, aquela que perdia, quase sempre, até os filhos. Se existia alguém que era pobre-pobre era a viúva. Colocar duas moedas sem valor não era grande coisa. Mas, Jesus observa que ela colocou o seu sustento, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver. Deu tudo o que não poderia dar. Deu de si, deu-se a si mesma.” “A medida da viúva foi calcada, sacudida, transbordante. Nós diríamos gratuita. Como não tinha o que dar, deu aquilo que não tinha. As moedas sem valor é o que ela não tinha. O seu amor era tão grande, ela era desejosa de dizer que O amava que deitou o que não tinha. Talvez, dissesse silenciosamente: Senhor, nada tenho! O que sou te dou: pobre, deserdada, viúva. Como só tenho a Ti, eis-me aqui, aceita-me com o nada dessas duas moedas. Soltura de confiança, por isso de gratuidade!”, afirmou o arcebispo de Manaus. Santo Agostinho, lembrou o cardeal Steiner, “nos ensina que a viúva fez a oferenda do amor, com uma grande confiança na Providência divina, e Deus recompensou-a com certeza ainda na vida aqui na terra”, citando o texto do Sermão 107: “Eles ofertaram muito do muito que tinham, ela deu tudo o que possuía. Tinha muito, pois tinha Deus no seu coração. É mais possuir Deus na alma do que ouro na arca. Quem deu mais do que essa pobre viúva que não reservou nada para si?”, sublinhando que “nada restou, tudo entregou, deu-se a si mesma na confiança do amor.” Segundo o arcebispo, “na oferta de si mesma, a viúva nos faz volver nosso olhar para o mistério da entrega na cruz. Deus que em Jesus se oferece, sem reservas, sem se recusar, dá tudo para que nos sintamos amados e salvos. Deu-se a si mesmo para que pudéssemos participar do seu amor redentor. Como a viúva que na sua aparência e socialmente é uma pessoa abandonada, frágil, vulnerável, às vezes angustiada devido à pobreza e penúria que vive, só e abandonada, assim Jesus que na cruz grita, porque angustiado, abandonado. No entanto, busca consolo e…
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