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Experiência missionária na comunidade Três Unidos – Rio Cuieiras

Jesus Cristo é missão! Jesus Cristo é Vida Plena para todos os povos! Nos dias de 22 a 24 de outubro do corrente ano, nós do seminário São José – Arquidiocese de Manaus – fizemos uma especial vivência missionária junto à comunidade Três Unidos – Comunidade da etnia Kambeba – que vive na boca do Rio Cuieiras (Amazonas). Missão é colocar-se a caminho. Em nosso contexto, os caminhos são os rios amazônicos, com seus afluentes, lagos e igarapés, onde vivem povos indígenas e muitos ribeirinhos. Navegamos umas seis horas no Rio Negro até chegarmos à boca do Rio Cuieiras, na Comunidade Kambeba. Missão é encontro. No barco, uma criança bem espontânea me indaga: – Você também é missionário?  Alegre respondi: – Sim! Me falou entusiasmada de sua alegria de ter sido batizada e recebido a 1º Eucaristia na comunidade Bom Pastor, na vila Pagodão, beira do Rio Negro. Uma menina bem esperta já havia percebido que éramos um grupo missionário. Depois de um tempo me perguntou: – Tem algum padre entre vocês? Só fiz levantar o dedo indicador e sorri para ela. Ela logo falou para sua avó: – Eu sabia que ele era padre! Sua avó, dona Nadí, partilhou um pouco de sua história de vida, desde suas peripécias do tempo de infância, as lembranças das missões de padre João em anos idos em Itamarati-AM, até de sua mãe já bem idosa que havia trabalhado com os missionários. Missão é escuta. Muito interessante o caminho que as histórias nos fazem percorrer. Obrigado a dona Nadí e a pequena Ana. “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (Atos 4, 20). Não podemos deixar de escutar a quem vimos e encontramos. Dos caminhos geográficos aos caminhos do coração. Após uma tranquila viagem contemplando as margens do Rio Negro, chegamos à boca do Rio Cuieiras onde se localiza Três Unidos. Ao desembarcar na praia de areia branca, subimos o barranco e fomos encontrados pelo Tuxaua Valdemir que nos deu as boas-vindas e nos levou ao alojamento. Ficamos alojados no Polo de saúde indígena N. Sra. Da Saúde, onde médico e enfermeiros fazem seus atendimentos ao povo local. O jovem professor Tomé nos mostrou, orgulhoso, a organização da sua comunidade: duas belas escolas, municipal e estadual, os belos trabalhos artesanais, as práticas de esporte “canoagem e arco e frecha”, e como cultivavam a identidade indígena Kambeba, pelo ensino da língua materna na escola, a transmissão da história e valores de seus antepassados para as crianças e jovens. À noite, nos reunimos no pátio da casa do Tuxaua Valdemir e da mãe da comunidade, carinhosamente chamada Babá. Após alguns minutos para combinarmos nossa estada na comunidade, passamos horas ouvindo a memória de sua vida, de seus antepassados, seu nascimento, suas aventuras, suas lutas, suas conquistas. Fatos que concatenados formam a história da comunidade. Babá, que estava ao lado, escutava tudo com muita atenção como viajando pela história que também era sua. “Quando um Tuxaua morre, dá vida para cem outras pessoas”, disse o Tuxaua ao falar sobre um acontecimento que marcou sua vida: a morte de uma filha de apenas 4 anos. Contou que após ingerir uma moeda, não tinham assistência médica no longínquo interior de Alvarães, região de várzea amazônica. A pequena não resistiu. Muito simbólico que, por causa desse metal, foram mortos centenas de indígenas. Mas o Tuxaua enxergou nesse acontecimento a vida de outras cem pessoas, conforme ensinamento ancestral. No interior de Alvarães havia vivido preso a um sistema de aviamento, uma forma de comércio que internamente escravizava. Conta que num só dia fez uma pesca de 10 pirarucus – grande peixe amazônico, que foi suficiente para mudar sua vida. O entendeu como a “pesca milagrosa”. Pagou sua dívida com o comerciante e mudou-se para o Rio Cuieiras, onde fundaria uma comunidade Kambeba e seria o pai de um povo. A noite terminou com uma bela caldeirada que as jovens indígenas Tainara, Tailane e Tauana, filhas do professor Tomé, haviam preparado. Ficamos encantados que as mesmas jovens pescaram no rio, trataram os peixes e prepararam a deliciosa caldeirada de jaraqui. Sentar-se à mesa foi ocasião para escutarmos mais belas histórias, trajetórias do professor Tomé, de sua esposa Tatiane e suas famílias. Assim, cada encontro eram histórias partilhadas. Partilha de lutas e esperanças, caminhos percorridos e histórias cheias de riquezas culturais e espirituais transmitidas pelas gerações. Os povos indígenas, com sua sabedoria ancestral, nos ensinam a arte do bem viver, viver em harmonia com a natureza e busca de um bem viver coletivo. A celebração eucarística foi cheia de simbolismo e alegria. Com cantos e palmas, crianças, jovens e adultos seguiam como uma coreografia bem orquestrada. Ao final, o Tuxaua agradeceu e o jovem professor se emocionou ao notar a presença de seus símbolos na liturgia: uma peneira feita por eles, os colares e pulseiras que o padre usou. Criou-se uma ligação muito familiar, através de seus símbolos. Ao final daqueles dias, ficaram a gratidão, o abraço, o canto, a festa, o encanto, a alegria, a amizade, o sorriso, e o sentimento: “voltem outra vez, desejamos reencontrá-los”. Ao final, a missão continua. Não poderemos deixar de lembrar o que vimos e ouvimos! Gratidão! Pe. Jardson Sampaio e equipe Michel Carlos e Genilson Morais Fonte: https://www.pom.org.br/experiencia-missionaria-na-comunidade-tres-unidos-rio-cuieiras-am/ 

Relatório de Violência contra os povos indígenas: “Coragem para continuar a missão de denunciar”

Unidos em comunhão corajosa e profética em defesa dos povos indígenas. Assim se sente a Igreja do Brasil segundo o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em suas palavras no lançamento do “Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil” (pode abaixar aqui), acontecido neste 28 de outubro, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, insistia em que a perseguição aos povos acontece porque “não são fruto da produção de dinheiro, de lucro, mas da defesa da terra, do meio ambiente e de uma cultura que tem sempre muito a nos ensinar”. O arcebispo de Belo Horizonte chamou a criar uma sensibilidade “para que não se perpetrem tantos crimes contra os povos indígenas”. Ele mostrou o apoio explícito da CNBB ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e todos os que estão a favor das causas indígenas, afirmando que “nós juntamos corajosamente, profeticamente, nossa voz para denunciar tudo aquilo que é crime contra os povos indígenas”. Segundo o presidente da CNBB, o respeito aos povos indígenas é um capítulo fundamental na reconstrução da sociedade brasileira, algo fundamental, pois “o Brasil, lamentavelmente é uma sociedade da impunidade”. “A CNNB permanece ao lado dos indígenas como parte do compromisso pela vida, especial essa vida mais vulnerabilizada”, segundo Dom Joel Portella Amado. Ele destacava o papel do Cimi ao longo de cinco décadas, “de resistência, de denúncia, de persistência, de coragem e solidariedade”. Segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro não há como não sentir perplexidade diante dos rumos do país, afirmando que “um país é medido, entre outros aspectos, pelo modo como trata sua gente”. Ele reclamou proteção à vida, respeito e verdade nas informações como caminho para consolidar a democracia no Brasil. O Papa Francisco em Puerto Maldonado, algo que Dom Roque Paloschi considera uma visita histórica, e onde ele mesmo estava presente, disse: “Nunca os povos originários estiveram tão ameaçados como estão agora”. O presidente do Cimi destacou que “é com essa voz de denúncia e de indignação que trazemos mais uma vez os dados de violência e de violação de direitos contra os povos indígenas”. O “Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil”, desde 1996, é um importante instrumento de denúncia da violência e das violações que acometem os povos originários até hoje no país. Os dados do ano 2020, “refletem a realidade dos povos indígenas no segundo ano do Governo Bolsonaro”, segundo o arcebispo de Porto Velho. Ele insistiu em que “enquanto no mundo havia um momento de atenção e cuidado, no Brasil, lideranças do executivo propagavam discursos de ódio, negacionismo, violando a Constituição Federal e abrindo os territórios indígenas para a grilagem, a soja, o garimpo, o desmatamento, e inúmeras outras violências contra os líderes indígenas que se opõem à mercantilização da vida e da terra”. O bispo relatou como “comunidades foram expulsas das suas terras, lideranças foram assassinadas, e com as políticas anti indígenas incentivou-se o divisionismo no interior dos povos indígenas”. Dom Roque Paloschi vê isso como “uma vergonha para o país, que trata os primeiros habitantes com tanta violência, descaso e preconceito”. Movido pela esperança pede que “os povos originários, povos de antigos perfumes, continuem a perfumar o continente contra todo desespero”. O presidente do Cimi destacou a teimosia dos povos indígenas na defesa de seus direitos, lembrando as mobilizações Levante pela Vida e das Mulheres Indígenas, guardiãs e cuidadoras da vida e da terra, como algo que “nos enche de coragem para continuar a missão de denunciar mais uma vez as violências e violações contra os povos originários”. Daí, Dom Roque convida à solidariedade, “a escutar o grito dos pobres e o grito da terra, que já não aguentam mais tanta exploração e tantas mortes”. Finalmente se pergunta: “o que ficará para as gerações futuras se continuarmos com tanta exploração e morte?”. Diante disso insiste em que “a Igreja continua sendo aliada dos povos originários, das suas lutas por mais vida, terra e direito, e reafirma seu compromisso na denúncia de todas as situações de morte que atentam contra os povos originários, que atentam contra a dignidade das pessoas, atentam contra a causa indígena, porque a causa indígena é de todos nós”. O Brasil está diante de “um retrato trágico para os povos originários no país”, segundo secretário executivo do Cimi, consequência da grave crise sanitária provocada pela pandemia. Antônio Eduardo Cerqueira, falando sobre a apresentação, que “não é um prazer, mas sim uma necessidade”, chamou a refletir sobre a postura do atual governo com relação aos povos indígenas, relatando diferentes exemplos sobre essa situação. O Relatório, com mais de 240 páginas, recolhendo os dados enviados pelos regionais e os missionários, foi apresentado por Lucia Rangel, afirmando que “mostra uma sociedade com ganas de eliminar os povos indígenas”, que são considerados como não cidadãos. O relatório traz um retrato significativo das diversas formas de violências praticadas contra os povos indígenas em todo o país. Um exemplo disso foi relatado por Ernestina Afonso de Souza, liderança do povo Macuxi, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ela mostrou sua tristeza diante da situação que estão passando os povos indígenas do Brasil, o aumento da violência e dos crimes contra os povos indígenas e a Mãe Terra. Ela denunciava a falta de assistência do governo federal aos povos indígenas. Esses problemas sérios estão presentes na Terra Indígena Yanomami, também em Roraima, segundo denunciava Dário Vitório Kopenawa Yanomami. O vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami denunciou a presença de mais de 20 mil garimpeiros ilegais e as graves consequências que provocam. Junto com isso as ameaças de morte que sofrem, o aumento do alcoolismo, das drogas e as ameaças aos povos isolados. Também o aumento de doenças em consequência do mercúrio que polui a água. O Relatório quer, segundo Roberto Liebgott, “chamar a atenção dos poderes públicos para que as invasões, para que esse processo genocida seja paralisado e os povos indígenas tenham efetivamente seus direitos garantidos”. Segundo ele, “o governo brasileiro adotou uma espécie de tática de guerra contra os povos indígenas,…
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Ir ao encontro para escutar e aprender

Ir ao encontro das pessoas é elemento fundamental na vida da Igreja, na vida de todo batizado. É no encontro que a gente vai descobrindo aquilo que faz parte da vida dos outros. A gente escuta, partilha a vida, conhece realidades que até aquele momento eram distantes, cresce, se enriquece. Vendo e acompanhando a missão que os seminaristas do Seminário São José de Manaus realizaram no último final de semana, a gente vai descobrindo o que isso significa na vida das pessoas. Ainda mais em uma sociedade onde cada vez mais existe a dificuldade de parar, sentar, escutar, se interessar pela vida do outro, não só pelos seus problemas e dificuldades, também pelas suas alegrias e conquistas. Quando a gente se faz presente em realidades que nos resultam desconhecidas, podemos ter uma atitude de distância, de medo, diante de uma realidade diferente, mas também podemos nos interessarmos diante daquilo que nos ajuda a ter um outro olhar da realidade. Viver de olho aberto nos humaniza, mas também poderíamos dizer que nos diviniza, nos aproxima de um Deus que não tem medo de caminhar no meio do povo, de se misturar e acompanhar a vida das pessoas. Existem realidades que são consideradas exóticas, mas que muitas vezes não interessam. As dificuldades que muitas vezes vivem as comunidades indígenas e ribeirinhas, inclusive aquelas mais próximas de Manaus, deve nos levar a refletir. O abandono institucional, também eclesial, a falta de políticas públicas que garantam os direitos fundamentais deve ser pauta de discussão no âmbito social, político e eclesial, mas para isso é preciso conhecer a realidade e entender como a falta daquilo que pode ser considerado mais do que necessário atinge à vida das pessoas. Ainda mais quando a gente percebe a capacidade de acolhida que o povo tem, sua disposição para partilhar, para dividir a vida e o que eles têm, mesmo que aparentemente seja pouca coisa. Experimentar isso, gera alegria, dá sentido à vida, ajuda a superar as dificuldades que a gente encontra muitas vezes para chegar até os outros, dificuldades que muitas vezes a gente faz maiores do que realmente são. É no diálogo com o outro que nós vamos construindo relações, mas também construindo vida, em nós mesmos e naqueles com quem a gente vai se encontrando. Assim nós vamos enriquecendo nossa existência, em todas suas dimensões, também em nossa vida espiritual. Não podemos esquecer que a gente tem a possibilidade de se enriquecer ainda mais quando se depara com pessoas diferentes. A diferença não pode gerar desconfiança e sim interesse por aquilo que era desconhecido. São histórias de vida, clamores, experiências de uma vida de fé, de confiança em Deus e nas pessoas, através das quais descobrimos a mão de Deus desenhando os caminhos da história e da vida do povo. Sempre em atitude de aprendizagem, de vontade de conhecer, e assim crescer e encontrar aquilo que fundamenta e dá sentido à vida da gente. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

2 anos do Sínodo Amazônico: “O caminho sinodal hoje se enraíza e se fortalece “

Em 27 de outubro de 2019, com uma Eucaristia na Basílica de São Pedro, foi encerrada a Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia. Dois anos mais tarde, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) quiseram trazer de volta o que haviam vivido durante as três semanas da assembleia. Um webinar intitulado “2 anos do Sínodo Amazônico: avanços e perspectivas para uma Igreja sinodal“, contou com a presença do Cardeal Cláudio Hummes, relator do Sínodo para a Amazônia e atual presidente da CEAMA, Yesica Patiachi, indígena do povo Harakbut, auditora na assembleia e atual assessora da presidência da REPAM, e Tania Ávila, teóloga indígena boliviana que esteve presente na assembleia sinodal como auditora. A participação dos povos indígenas em um Sínodo é um marco, como afirmou Yesica Patiachi. A indígena do povo Harakbut insistiu em que não se sentiu discriminada, algo importante para os povos que sofreram “em sua própria carne muitas crueldades e injustiças”. A conselheira da REPAM destacou a forma como o Papa Francisco olhou para os povos indígenas da Amazônia, sua escuta atenta, seu tratamento especial, “um papa muito próximo e muito humano“. Patiachi insiste que assim como o Papa Francisco é muito claro sobre o que ele quer para a Amazônia, isto deve ser compreendido e assumido por todos aqueles que vivem na Igreja da Amazônia. É por isso que ele assinalou que “muitos padres, religiosas, congregações têm dificuldade de entender que a Igreja está sendo transformada”. Neste sentido, ela disse que tinha medo que “tudo o que foi dito no Sínodo não dê em nada”, recontando suas palavras ao Papa: “Eu sinto que você está remando sozinho, mas os povos indígenas estão com você e nós vamos remar juntos“. Em seu discurso, ela insistiu em ver o futuro como uma possibilidade de poder mudar, de construir novos caminhos a partir dos erros. É por isso que ela vê como necessário que o missionário entenda que “ele não vem com uma receita mágica, o que ele tem que fazer é ouvir seu irmão, algo que é possível através da sinodalidade”. A partir daí, “aplicar a interculturalidade, sem impor”, porque, segundo a indígena peruana, “a Igreja não pode ter uma relação tóxica com os povos indígenas”, algo em que ela reconhece que já há progresso. É uma questão de tomar medidas para entender o que uma Igreja com rosto amazônico implica, de entender que não há receita para a Amazônia, que o caminho está sendo aberto, em um acompanhamento de longo prazo, em uma Amazônia que é complexa. A conversão a Jesus Cristo e a sua Igreja como parte de todo processo eclesial. Esse tem sido o ponto de partida da reflexão do cardeal Cláudio Hummes, quem afirmou que “essa conversão por sua vez nasce de um encontro forte, pessoal e comunitário com Jesus Cristo”, algo que aconteceu com os discípulos, que “sentiram um fogo novo em si que os levou a ser missionários”. Essa conversão, “ela precisa ser constantemente retomada e alimentada durante a vida”, segundo o purpurado. Sem essa conversão, “nossa ação missionária na Amazônia será fogo de palha e não terá nada de eclesial, sinodal ou pastoral”, insiste Dom Cláudio. Segundo ele, “alimentado pela conversão eclesial o caminho sinodal da Igreja na Amazônia hoje se enraíza e se fortalece”, algo que se concretiza em que “na Amazônia, a Igreja hoje convoca não apenas os bispos como agentes do processo, mas também as outras categorias do povo de Deus”. Tudo isso gerou uma Assembleia Eclesial Latinoamericana, afirma o cardeal, que convoca todas as categorias do Povo de Deus. Segundo ele, “também ela representará uma inovação na Igreja mundial e reforça a grande reforma da Igreja querida pelo Papa e assinalada na sua encíclica Evangelii Gaudium”. No mesmo sentido, ele referiu-se ao reconhecimento canônico da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) pelo Papa Francisco. Isso fortalece o trabalho da Igreja na Amazônia, segundo o presidente da CEAMA, pedindo que a “ereção canônica nos reconvoque para o trabalho, nos inspire e alargue nosso coração”. O cardeal chamou a “não esquecer que sempre trabalhamos em rede”, colocando como exemplo a REPAM. Ele refletia sobre a dificuldade das conferencias episcopais para entrar na metodologia sinodal. Mesmo assim vê fundamental que a CEAMA e as conferencias dos países que formam parte da Pan-Amazônia, elaborem juntos o Plano de Pastoral de Conjunto, para assim “promover o processo pastoral e sinodal na aplicação do sínodo no território”. Junto com isso, Dom Cláudio refletiu sobre a necessidade de “incentivar uma maior Inculturação da fé no citado território”.  Sobre isso já refletiu São João Paulo II, lembrou o cardeal, e está sendo promovida pela CEAMA, insistindo em que “inculturação, como sabemos, demanda processos longos”. Através de símbolos diferentes, Tania Ávila relatou seus sentimentos sobre o que ela havia vivido nos últimos dois anos à luz da Querida Amazônia e do Documento Final do Sínodo. A teóloga boliviana lembrou o que disse há dois anos, quando comparou o Sínodo com uma tecelagem, na qual “fios seriam deixados para continuar tecendo”, algo expresso em conversões e sonhos. A auditora sinodal defende a aprendizagem de relações de colaboração, reconhecendo o povo como os principais interlocutores, uma insistência do papa na Querida Amazônia. A experiência da escuta, a busca do diálogo, o reconhecimento das diversas vozes de diferentes culturas e formas de sentir a Igreja, são vistos como desafios pela teóloga. Trata-se de entender, com o rio Amazonas, onde existem muitos rios que convergem, que “cada rio traz as vozes de seus territórios, das pessoas que fazem parte dele, dos antepassados que cantaram em suas margens, trazem sonhos do presente, do passado e do futuro“. Mas eles também trazem elementos negativos, que “em vez de gerar vida criam morte”. Tania expressou as contribuições nos símbolos do poliedro, uma imagem com a qual o Papa Francisco nos lembra que “os povos são os principais interlocutores”; pequenas sementes misturadas, que nos convidam a discernir juntos; raízes, que mostram a corresponsabilidade necessária; espiral, que expressa a…
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Energia de qualidade no distrito de Canumâ, um incentivo da Prelazia de Borba

Quase um milhão de pessoas vivem sem energia elétrica na Amazônia segundo o levantamento do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), divulgado em 2019. Os dados mostram que 19% da população de terras indígenas não tem eletricidade. Para as pessoas que moram em Unidades de Conservação, esse número chega a 22% e, para os assentados rurais, é de 10%. É nesse cenário que o projeto “Luz elétrica de qualidade”, da Prelazia de Borba desempenha um papel fundamental nas comunidades do distrito de Canumã, no munícipio de Borba. Incentivar e apoiar os ribeirinhos, indígenas e os moradores do distrito a lutar pelos seus direitos para ter acesso à energia elétrica de qualidade é o objetivo do projeto, que tem ganhado força na comunidade.  A partir do projeto, os moradores criaram a Comissão Movimento Popular Luta por Melhorias, que também articula outras comunidades indígenas e ribeirinhas na região. O grupo é responsável pela organização e articulação de reuniões nas comunidades indígenas e ribeirinhas, que podem ser quinzenais ou mensais.   Com a comissão, as vozes das comunidades e dos moradores chegam até a Assembleia Legislativa, Amazonas Energia, e políticos por meio de ofícios, reclamações e abaixo-assinado.  Irmã Silvana Pauletti, responsável pelo projeto, conta que a criação da Comissão e o auxílio da REPAM-Brasil ajudaram a chegar as comunidades mais distantes e despertar o interesse pelo tema.  Segundo a religiosa, “as coisas que a Comissão faz são simples, mas faz a diferença no meio do povo”.  “A Comissão criada nesta luta por melhorias da energia elétrica e o auxílio do projeto da REPAM, ajudaram a chegar nas comunidades mais distantes e despertar o que estava adormecido ou desanimados na luta por melhorias locais. Foram momentos significativos de escuta, registros, de reivindicações e propostas dada a Comissão para juntos somar forças”, ressaltou a religiosa.  A religiosa explica que a partir da luta por melhorias no fornecimento de energia elétrica na região, a Comissão conquistou a confiança da população e que muitas reivindicações estão sendo solicitadas junto à Comissão. A mobilização da comunidade em torno da pauta diminuiu a falta de energia elétrica na região e tornou possível a realização das aulas no período noturno.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações da REPAM-Brasil

Semana Missionária do Seminário São José: “Relembrar nosso primeiro amor vocacional”

A missão é um elemento constitutivo na vida da Igreja, também dos presbíteros e daqueles que se preparam para assumir o ministério presbiteral. Dentro do processo formativo do Seminário São José de Manaus, onde são formados os seminaristas das 9 dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana Missionária sempre foi um momento importante. O Documento Final do Sínodo para a Amazônia insiste no contato dos seminaristas com a vida do povo, afirmando que “com vistas a favorecer o contato do jovem amazônico em formação com sua realidade enquanto se prepara para sua futura missão, garantindo assim que o processo de formação não se afaste do contexto vital das pessoas e de sua cultura”. No último final de semana, de 22 a 24 de outubro, 50 seminaristas e formadores visitaram 22 comunidades indígenas e ribeirinhas no Rio Negro, Tarumã Mirim e Cuieiras. São comunidades que, mesmo não muito distantes de Manaus, tem vivido tradicionalmente aquilo que o Documento Final do Sínodo chama “pastoral da visita”, com pouca presença dos sacerdotes, que na maioria dos casos chegam para realizar as chamadas itinerâncias e celebrar os sacramentos. Voltar da missão com evidente alegria, mostrando felicidade, anima para continuar a caminhada. Segundo relatava Leonardo Morais da Silva, do 3º ano de Filosofia, “é um momento em que a gente retoma, a gente relembra nosso primeiro amor vocacional, que a gente relembra de onde a gente veio, as nossas comunidades de origem”. Esse é um sentimento partilhado por outros seminaristas que participaram da missão, como Nathan Oliveira, que está iniciando sua formação, no 1º ano de Filosofia. Segundo ele “é uma experiência única e maravilhosa, em meu coração fica a saudade, a alegria e a esperança de que as comunidades possam progredir na caminhada e permaneçam firmes na fé”. Os seminaristas destacam a importância de poder conhecer a realidade das comunidades indígenas e ribeirinhas, que para vários deles resulta distante. Uma experiência profunda, onde foram encontrando “pessoas fazendo questão de abrir a porta de suas casas para nos acolher”, segundo relata Leonardo Rufino, do 2º ano de Teologia. Ele destaca que “nos poucos minutos que a gente passa em cada casa a gente constrói um diálogo bonito sobre a vida, mas também sobre a fé”. De fato, os seminaristas descobriram a fé do povo, que o ajuda a não deixar de ter esperança de que um dia terá uma vida melhor, mesmo diante do abandono do poder público, segundo Leonardo Morais da Silva. Ele reconhece que “essa fé, esse sentimento de gratidão, é o que anima a nossa vocação, a nossa esperança de sermos padres”. Nos momentos de oração e escuta do povo, “nós ouvimos tantos clamores e histórias de vida que inspiram a nossa caminhada como futuros presbíteros da Amazônia”, afirma William Aragão do 2º ano de Teologia. Ele relata o testemunho de dona Maria, uma senhora de 110 anos, “com uma fé tão grande que é exemplo para toda aquela comunidade”. Por isso, insiste em que “a missão nos motiva a afirmar: Deus é Bom, Ele nos ama e está sempre no meio de nós”. Os seminaristas ficaram hospedados nas casas das famílias, onde vivenciaram momentos marcantes, como conta o seminarista Giovane, do 1º ano de Filosofia. Segundo ele, “a família onde ficamos hospedados nos relatou bastantes milagres pela intercessão de São José”. Ele afirma que tem sido “uma experiência muito enriquecedora para nossa formação, lá nós mais aprendemos do que ensinamos, com um povo que tem muito a nos ensinar com seu jeito de ser, com o seu dia a dia, com a sua cultura, com a sua fé”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Alto Solimões organiza Aula Viva sobre Agricultura Agroflorestal

Nos dias 21 a 23 de outubro foi realizada uma Aula Viva sobre Agricultura Agroflorestal na Comunidade Indígena Ticuna de Umariaçú I, município de Tabatinga- AM, Diocese do Alto Solimões. A aula viva faz parte do Projeto Vida que as Irmãs Cordemarianas desenvolvem desde São Paulo de Olivença com assessoramento da FUCAI -Fundação Caminhos de Identidade- de Colômbia. Também estiveram presentes o Serviço Jesuíta Panamazônico e a Cáritas do Alto Solimões apoiando na coordenação e logística. Participaram 20 famílias agricultoras da Comunidade Indígena de Umariaçú. As Aulas Vivas são instancias formativas teórico-práticas de três dias, no primeiro dia se trabalhou sobre a necessidade de passar de uma realidade de escassez para abundancia, de passar do monocultivo, a roça só de macaxeira, para uma roça diversificada feita sem queima. Houve entrega de sementes e mudas de frutais e madeiráveis para a família que foi beneficiada com o roçado.    No segundo dia, fomos trabalhar todos em mutirão na roça, para realizar o que tinha sido conversado no dia anterior. De tarde quando avaliamos atividade foi gratificante ouvir alegria do povo pelo aprendizado, todos se comprometeram a fazer suas roças diversificadas, sem queima e ensinar aos filhos estas práticas agroflorestais que reproduzem as próprias formas da natureza na Amazonia.  O terceiro dia foi o da cozinha nativa, trabalhamos sobre a importância de uma alimentação variada, rica em proteínas, vitaminas e hidratos de carbono. E distribuídos em quatro grupos, elaboramos mais de 25 pratos com diversas carnes, frutas e verduras, que serviram para celebrar o Grande Banquete da Abundancia. Como Cáritas do Alto Solimões e missionaria na comunidade de Umariaçú agradeço profundamente a todos os que contribuíram para realização da Aula Viva que veio para melhorar a qualidade de vida das famílias de nossa comunidade, veio trazer Vida e Vida em Abundancia.   Verónica Rubi – Cáritas Alto Solimões            

Dom Leonardo Steiner receberá o Pálio no dia 31 de outubro

Dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico no Brasil, entregara a Dom Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, o Pálio abençoado e enviado pelo Papa Francisco no próximo dia 31 de outubro. A imposição acontecerá na celebração Eucarística das 7:30 da manhã na Catedral Metropolitana e será transmitida pelas redes sociais da Catedral, da Arquidiocese de Manaus e a TV Encontro das Águas. Dom Leonardo Steiner foi nomeado arcebispo de Manaus no dia 27 de novembro de 2019 e assumiu sua missão no dia no dia 31 de janeiro de 2021. O Pálio acostumava ser entregue no Vaticano pelo Papa, mas o Papa Francisco determinou que fossem entregues pelos núncios nas arquidioceses. Nas próximas semanas, o Núncio do Papa no Brasil entregará os pálios aos arcebispos nomeados nos dois últimos anos, que em consequência da pandemia ainda não foi possível entregar. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Conselho Permanente da CNBB debate caminhos a seguir nos próximos meses

Ao longo de dois dias, 20 e 21 de outubro, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde participam a presidência, os bispos presidentes das Comissões Episcopais Pastorais, representantes dos Conselhos Episcopais Regionais e de pastorais e organismos, reuniu-se virtualmente. No encontro se fez presente o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, que aos poucos quer começar a visitar as arquidioceses para entregar o palio aos novos arcebispos. Ele refletiu sobre o Sínodo que a Igreja está começando e se mostrou disposto a escutar as partilhas e preocupações dos bispos do Brasil. Ao longo dos dois dias de reunião tem sido debatidos 27 temas, dentre eles 59ª Assembleia Geral da CNBB, análises de conjuntura, Congresso Eucarístico Nacional, Eleições de 2022, encontros da Presidência com as macrorregiões, informes, Jornadas da Juventude e dos Pobres, Mês Missionário, ministério de catequistas, Sínodo 2023 e questões de Liturgia. Diante do ataque sofrido pela CNBB, pelo arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, e pelo Papa Francisco no pronunciamento do deputado Frederico D´Àvila, a entidade dos bispos, segundo seu presidente está consultando técnicos na área jurídica para verificar as próximas ações que serão realizadas. O Brasil vive múltiplas crises “mutuamente dependentes”, segundo foi colocado na análise de conjuntura. Ao falar sobre a Animação Bíblica da Pastoral foi destacado que as iniciativas de formação bíblica que já existem podem ser aproveitadas a partir da familiarização das novas mídias e da tecnologia durante a pandemia. Junto com isso, incentivar a troca de experiências e de uma cultura missionária da palavra, dos ministros da palavra e dos círculos bíblicos. Foi abordado o combate à fome, insistindo em que diante da ausência ou insuficiência de políticas de combate à fome, sejam cumpridos os preceitos fundamentais da Constituição, principalmente o direito à alimentação. Em referência à 59ª Assembleia Geral da CNBB foi aprovado que seja realizada em dois formatos e etapas. A primeira etapa, em formato totalmente virtual, de 25 a 29 de abril de 2022, e a segunda etapa, de 29 de agosto a 2 de setembro, de modo presencial. A presidência da CNBB tem se reunido no mês de setembro com os bispos das 5 macrorregiões brasileiras, onde apareceram como temas principais o contexto eclesial da Igreja (desafios e perspectivas), o ano eleitoral de 2022, a 59ª AGCNBB e problemas e desafios de cada região. Em referência ao Sínodo 2023 as dioceses estão aderindo com muito vigor, criatividade e força ao processo de escuta do Sínodo. Em vista das eleições de 2022, o presidente da CNBB insistiu em levantar sugestões tendo em vista um amadurecimento da atuação da entidade no contexto das eleições de 2022, uma vez que estas se apresentam como muito polarizadas. Foram colocadas sugestões, propostas de formação e buscar um contato e maior diálogo e aproximação com o mundo político. Serão 80 os participantes brasileiros na 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, cujo material será enviado a todos os bispos. Desde a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação foi colocada a proposta de implementar a figura de um porta-voz na entidade, a instituição de uma ouvidoria e indicações para o funcionamento do Comitê de Crise que já existe. Segundo Dom Joaquim Mol, a comunicação é assunto que não é marginal, ele é muito estratégico, muito importante. A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude já está preparando a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, oferecendo materiais, buscando o fortalecimento juvenil e a sinodalidade. Também foi apresentada a preparação e programação para a V Jornada Mundial dos Pobres, que contará com celebrações e material de reflexão. Finalmente, a articulação brasileira para a Economia de Francisco e Clara apresentou a agenda de atividades. Nos dias 19 e 20 de novembro, haverá o II Encontro Nacional Economia de Francisco e Clara com o tema “Território, coletividade e práticas econômicas alternativas”. Surgiu a proposta de articulação nos regionais da CNBB e a oferta de formação para padres e seminaristas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações da CNBB

O insulto não pode ser o modo de fazer política

A política, a arte de construir sociedade, se apresenta como um elemento fundamental na vida da humanidade. Porém, as atitudes daqueles que ocupam cargos políticos, tem provocado que essa arte tenha se desprestigiado cada vez mais. São inadmissíveis as atitudes com as que a gente se depara, cargos políticos que, em vez de fazer propostas que ajudam a construir a sociedade, a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, se dedicam a insultar e denegrir àqueles que tem opiniões diferentes ou que denunciam aquilo que não constrói sociedade e que, por tanto, não deveria fazer parte da política. O acontecido com o deputado estadual de São Paulo Frederico D´Ávila, que insultou gravemente e acusou de algo que constitui um crime, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, o Papa Francisco e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, são um exemplo de atitudes que se repetem no dia a dia dentro e fora do congresso, o senado, as assembleias legislativas dos estados ou as câmaras de vereadores do Brasil. Não podem ser toleradas palavras ou atitudes que, por outro lado, estão presentes em muitos dos cargos políticos no Brasil, inclusive em quem ocupa o lugar mais alto do poder executivo. O pior de tudo é que são pessoas que ocupam esses cargos em consequência do voto popular, o que deve levar à sociedade brasileira a refletir sobre a importância do voto e as consequências que o voto tem na vida social. Inclusive tem pessoas que apoiam, incentivam e batem palmas diante desse tipo de atitudes. Quando nos deparamos com esse tipo de gente, vamos descobrindo doenças cada vez mais presente numa sociedade enferma. Uma sociedade onde o insulto e a ofensa se tornam argumentos, validados inclusive por uma parte do coletivo social, deve recapacitar e tentar descobrir suas falhas estruturais. Insultar nos diminui, nos faz perder a razão, nos afasta dos outros e de nós, pois a gente vai deixando para trás aquilo que nos torna humanos. Uma das características próprias do ser humano e a capacidade para debater, para contrastar opiniões diversas, para construir a sociedade a partir de argumentos, que podem ser divergentes, mas que não podem ser motivo para insultar. O que fazer para desterrar da sociedade e da vida pública todo tipo de insulto? Quais os argumentos que cada um de nós tem e que nos permitem estabelecer pontes, também com aqueles que pensam diferente? São questões que devem estar presentes na nossa vida, também nos espaços em que é formada a personalidade das gerações mais novas. A sociedade se constrói com atitudes, que não podem estar marcadas pelo ódio. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar