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Futuro diácono permanente recebe ministério na Diocese do Alto Solimões

O Sínodo para a Amazônia foi um momento importante na caminhada da Igreja da Amazônia. Numa região onde a chegada de missionários de fora sempre foi determinante para o trabalho pastoral, foi pedido o incentivo das vocações locais, buscando assim um maior número de agentes da região. O propósito é fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico, algo que aos poucos vai se consolidando. Na Diocese do Alto Solimões, após o Sínodo para a Amazônia os diáconos permanentes estão crescendo, sendo várias as ordenações nos dois últimos anos. A paróquia de São Paulo de Olivença viveu neste domingo,5 de setembro, um momento de festa. Como passo prévio ao diaconato permanente, o bispo diocesano, Dom Adolfo Zon, conferiu o ministério do leitorado ao senhor Alpelino Ferreira Flores. A celebração, seguindo a liturgia do 23º Domingo do Tempo Comum, no primeiro domingo do Mês da Bíblia, contou com a participação da família do futuro diácono, do povo da paróquia e dos padres Pe. Marcelo, Pe. Marian e Pe. Pedro. Mais uma vocação ao serviço da Igreja do Alto Solimões, alguém que coloca sua vida ao serviço dos povos da Amazônia, somando forças numa missão que precisa de operários. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Cláudio: “A crucificação da Amazônia desencadeia sofrimento para muitos filhos e filhas de Deus”

Muita gente se imagina a Amazônia como uma floresta sem fim, como rios de águas puras, um lugar donde os povos que a habitam vivem em paz e em harmonia. Mas na verdade estamos ante uma região onde “o desastre ambiental que alcança dimensões absurdas não pode, neste momento, ser interpretado, senão, como morte, paixão”. Quem assim fala é o cardeal Cláudio Hummes, afirmando isso com motivo do Dia da Amazônia, que o Brasil celebra no dia 5 de setembro. Em um texto escrito pelo presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), ele se questiona como celebrar o Dia da Amazônia. Baseado na psicologia, o purpurado afirma que “somente a partir do momento em que os problemas são encarados objetivamente é que se torna possível curá-los ou lidar com eles de maneira melhor”. Dom Cláudio cita Elie Wiesel, sobrevivente judeu dos campos de concentração nazistas e Nobel da paz em 1986. Ele afirmou que “a indiferença é a raiz de todo mal. Segundo ele, é a indiferença, e não ódio, que se opõe ao amor. É ela, e não a morte, que se opõe à vida. É ela, e não a heresia, que se opõe à fé”. Daí ele conclui que “precisamos celebrar o Dia da Amazônia, embora ela esteja, talvez mais do que nunca, em sua hora de cruz”, insistindo em que “não ser indiferente exige de cada pessoa certo compromisso”. O cardeal denuncia que “a Amazônia está ardendo em chamas por incêndios, muitos dos quais provocados intencionalmente, e pela falta de políticas públicas de combate, controle e mitigação das queimadas”. Ele cita dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mostram que “somente no mês de agosto foram registrados 2.228 focos de incêndio. Mais que o dobro em relação a 2020”. Segundo o presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), “a Amazônia está tombando sob o avanço do agronegócio, da mineração e do garimpo ilegal, e minguando aceleradamente em hectares de floresta em pé”. Ele denuncia o avanço dos projetos do chamado “desenvolvimento”, “especialmente com a fragilização da fiscalização ocorrida nos últimos anos e com o desmonte de órgãos e políticas de salvaguarda socioambientais”. O cardeal augura um cataclismo anunciado, sustentando sua opinião no recente relatório que vaticina um aumento da temperatura global. Ele também denuncia o agronegócio, que tornou lucro o cultivo de alimentos, envenenando “os alimentos e, por conseguinte, a terra, as águas e os ares”, um modo de produção que “além de desrespeitar a natureza, acaba produzindo fome e miséria”, denunciando o avanço da monocultura no Brasil, que tem como foco a exportação, nas custas da “nossa água, nossas florestas e toda a biodiversidade que morre com a chegada do agronegócio”. “A crucificação da Amazônia desencadeia sofrimento para muitos filhos e filhas de Deus”, denuncia Dom Cláudio. Ele insiste em que “os povos indígenas estão sob o risco de perder o direito de posse aos seus territórios já tão invadidos. Aos ribeirinhos restam rios secando e águas poluídas pelos agrotóxicos e rejeitos da mineração”. Uma realidade constatada pelo papa Francisco em Laudato Si’: “o ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto”. No Dia da Amazônia, o presidente da Comissão para a Amazônia faz um chamado a ser realistas e esperançosos. Isso se sustenta no fato de que “no meio da noite mais escura que a luz da ressurreição se impôs”, e que “foi atravessando o deserto que nossos pais na fé chegaram à terra prometida”. Daí afirma que “há que se ter esperança, e há também que se enveredar na construção de modelos sustentáveis de produção, consumo e economia”. Dom Cláudio convida a celebrar o Dia da Amazônia “atentos à destruição atual”, insistindo em que “esse olhar objetivo deve nos engajar na luta pela preservação e no cuidado com a Amazônia e com a Casa Comum”. Também faz um chamado a realizar “pequenos gestos simbólicos, como plantar uma árvore, revitalizar o jardim de casa ou buscar informações sobre como e onde são produzidos os alimentos que compartilhamos nas mesas de nossas casas”. Sinais que nos levam a “afirmar com certeza que a querida Amazônia, vivendo, agora, a paixão, tão logo verá essa morte transformada em ressurreição”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Diocese de São Gabriel da Cachoeira e Expedicionários da Saúde inauguram Centro Médico Indígena

O atendimento médico nas regiões mais distantes da Amazônia nem sempre é fácil, especialmente as cirurgias. Após quase dois anos de ações focadas no combate ao coronavírus, a Associação Expedicionários da Saúde retomou a rotina de missões de atendimento médico, especialmente cirúrgico, em regiões isoladas da floresta amazônica. Os expedicionários da saúde já realizaram várias expedições no Rio Negro, expedições que são grandes hospitais de campanha que eles montam, segundo Dom Edson Damian, bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O bispo fala de hospitais de campanha com até 300 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, intérpretes para quem fala a língua indígena, e militares que cuidavam da logística. Os Expedicionários da Saúde (EDS) realizaram até momento 44 Expedições clínicas e cirúrgicas, contabilizando 8.000 cirurgias,60.000 atendimentos nas especialidades e 100.000 exames e procedimentos, cobrindo uma área de 500mil km de área protegida ao longo de 18 anos de atuação. Nesta edição do projeto Operando na Amazônia, a missão será na comunidade de Pari Cachoeira, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM). Desta vez a Expedição acontecerá no recém-inaugurado CMI – Centro Médico Indígena, uma estrutura fixa construída pelos Expedicionários da Saúde em um antigo prédio cedido pela diocese de São Gabriel da Cachoeira. Pari-Cachoeira está às margens do rio Tiquié, é um importante polo de concentração indígena de referência no Alto Rio Negro, na Cabeça do Cachorro, próximo à Colômbia. Distante entre 2 e 5 dias da sede do município em transporte fluvial, no local há 1.100 habitantes, além de aproximadamente 3 mil indígenas de comunidades do entorno. Nesta região do Alto Rio Negro vivem populações indígenas distribuídas por um território de cerca de 8 mil hectares totalmente preservados, compostas por 22 etnias que falam mais de 20 línguas além do português. O prédio, construído pelos salesianos e salesianas em 1953, foi totalmente reformado e equipado para receber jornadas cirúrgicas diversas vezes ao ano em parceria com DSEI ARN-SESAI (Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro – Secretaria Especial de Saúde Indígena). No local, segundo Dom Edson Damian, tem um centro cirúrgico, um gabinete dentário, um espaço para realizar os partos, obstetrícia, cozinha, lugar de acolhida, e também apartamentos para pre e pós operatório. Este é um projeto piloto desenvolvido pelos Expedicionários da Saúde e poderá ser replicado em outras regiões Amazônia Legal Brasileira. A expectativa da 45ª Expedição é realizar cerca de 60 cirurgias, 120 exames e procedimentos, 500 óculos doados e 270 atendimentos médicos nas seguintes especialidades: ginecologia, oftalmologia, pediatria, clínica médica, ortopedia, anestesia e cirurgia geral, podendo variar de acordo com a demanda espontânea de pacientes não triados previamente. “Além das expedições ao longo do ano, ofereceremos atendimento à distância, por meio de uma estrutura equipada com energia solar e internet via satélite, cuja finalidade é conectar a equipe médica voluntária EDS, equipe de saúde do DSEI ARN, PEF de Pari Cachoeira e, agentes de saúde locais, para, assim, oferecer atendimento especializado, bem como o número de remoções para os grandes centros”, conta o presidente da EDS, Dr. Ricardo Afonso Ferreira. A diocese de São Gabriel da Cachoeira, além de doar o prédio que sedia o Centro Médico Indígena, cede um espaço que serve como alojamento quando faz muitas cirurgias, segundo Dom Edson Damian. A diocese também apoia com o trabalho dos padres e das irmãs salesianas da paróquia de Pari Cachoeira. Segundo o bispo, a inauguração do novo centro, “é algo que nos alegra muito diante da necessidade dos povos indígenas, é um grande presente que estamos recebendo”.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Walmor: “O Brasil está sendo contaminado por um sentimento de raiva e de intolerância”

É possível sonhar com um Brasil diferente, com um país onde somos todos irmãos? Esse pode ser considerado o grande desafio que coloca na frente da sociedade brasileira o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Para isso, Dom Walmor Oliveira de Azevedo parte da ideia de que “somos irmãos inclusive daqueles com quem não concordamos”, uma afirmação que deve “reconfigurar a nossa interioridade”. Isso se torna uma grande urgência, “pois o Brasil está sendo contaminado por um sentimento de raiva e de intolerância”. Uma realidade que se faz visível no fato de que “muitos em nomes de ideologias dedicam-se a agressões, ofensas, chegando ao absurdo de defender o armamento da população”. O cristão “deve ser agente da paz, e a paz não se constrói com armas”, insiste Dom Walmor. O arcebispo de Belo Horizonte cita as palavras do Papa Francisco em Fratelli tutti, uma fonte de inspiração para “o nosso cuidado com os que sofrem”. Esse sofrimento está presente nos quase 20 milhões de brasileiros que passam fome, pais e mães de família sem alimento a oferecer para seus filhos, marcados por uma miséria que fere, vítimas do desemprego e da alta inflação, “acentuando gravemente exclusões sociais”. O presidente da CNBB urge por políticas públicas, que ajudem “para a retomada da economia e a inclusão dos mais pobres no mercado de trabalho”. Ele lembra dos povos originários, insistindo em que “a nossa pátria não começa com a colonização europeia”, destacando a urgência de que “a relação com o Planeta deve ser pautada pela harmonia”. Dom Walmor denuncia que “os povos indígenas, historicamente perseguidos, dizimados, enfrentam grave ameaça”. A causa disso é a “pressão de um poder econômico extrativista, ganancioso, que tudo faz para exaurir nossos recursos naturais. Esse poder tenta manipular instâncias de decisão, alterar marcos legais, para avançar sobre terras indígenas, dizimando a natureza, os povos originários e a sua cultura”. Por isso, insiste em que “é dever cristão estar ao lado dos pequeninos, dos que sofrem, defender os índios e as suas culturas”. O arcebispo de Belo Horizonte chama a mudar hábitos, a reconhecer as ameaças das mudanças climáticas, a ver que “o consumo desmedido alavanca um modelo econômico devastador, que leva ao aquecimento global”. Isso, segundo os cientistas, provoca “a gradativa queda do volume de água nos mananciais de nosso país”, consequência da exploração desmedida e irracional do solo, com a derrubada de florestas. Ele faz um apelo a não deixar que o Brasil, “seja devastado e torne-se terra arrasada”. Além de modos mais conscientes de consumo, exige a fiscalização das autoridades. O exercício qualificado da cidadania deve inspirar o Dia 7 de setembro, segundo o arcebispo, que afirma que “a participação cidadã na política, reivindicando direitos, com liberdade, está diretamente relacionada com o fortalecimento das instituições que sustentam a democracia”. Por isso, apela a não se deixar “convencer por quem agride os poderes legislativo e judiciário”, atitude cada vez mais presente no poder executivo. Pedindo não aceitar agressões às instituições democráticas, mostra que “agredir, eliminar, hostilizar, ignorar o excluir”, não combinam com democracia. A mesma atitude solicita diante das manifestações anunciadas para o Dia da Pátria, pedindo respeitar a vida e a liberdade dos semelhantes, que devem ser vistos como parte de nossa grande família humana. Para o arcebispo de Belo Horizonte, “as desavenças não podem justificar a violência, a intolerância nos distancia da justiça e da paz, afasta-nos de Deus, somos todos irmãos!”. Dom Walmor, diante do Dia da Pátria chama a “rezar juntos para que o Brasil encontre um caminho novo para superar as suas crises, e junto com o mundo vença esta pandemia”. Ele apela a “que cada pessoa procure se vacinar e respeitar as medidas de segurança, fundamentais para se evitar a propagação da doença”, como modo de “cuidar de si e do outro”, o que é definido como “um compromisso ético, uma tarefa cristã”. Finalmente pede “construir o país que sonhamos”, como uma tarefa a ser realizada cada dia, uma reflexão do Papa Francisco. Para isso pede a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e a bênção de Deus. Não esqueçamos as palavras de Dom Hélder, sonhemos juntos, pois “um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho. Um sonho sonhado juntos é o princípio de uma nova realidade“. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Leonardo: “É muito importante nos movimentarmos em busca de um Brasil onde todos e todas possam se sentir à vontade”

No dia 7 de setembro, dia em que o Brasil comemora sua independência, acontece também o Grito dos Excluídos e Excluídas, que tem como tema “Vida em primeiro lugar”, um tema que tem acompanhado o Grito desde sua primeira edição em 1995. Em 2021, na sua 27ª edição, o Grito dos Excluídos e das Excluídas tem como lema: “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”. Em Manaus, o Grito está sendo organizado pelas Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus e a Caritas Arquidiocesana de Manaus. Nesta quinta-feira 2 de setembro, o Grito foi apresentado em coletiva de imprensa, com a presença da mídia local. “Nos últimos anos, temos visto a importância de termos dentro da nossa sociedade uma manifestação para que as pessoas excluídas tenham de novo vez”, afirmava Dom Leonardo Steiner na apresentação do Grito dos Excluídos e Excluídas. Segundo o arcebispo de Manaus ao falarmos de excluídos, estamos pensando em exclusão da educação, do emprego, lembrando que o Brasil está hoje com 14 milhões de desempregados, junto com aqueles que tem um emprego informal, algo muito presente em Manaus, onde é grande o número de pessoas vendendo água ou café na rua. Dom Leonardo também se referiu à exclusão da democracia, exclusão política, o que demanda “uma participação maior da sociedade nas decisões políticas”. Nesse ponto criticou as decisões do Congresso Nacional, que não pensam no povo, demandando a necessidade de voltarmos a discutir política. O arcebispo falou dos excluídos economicamente, algo que vai além do desemprego, denunciando que “com a venda das estatais vamos percebendo cada vez mais o quanto nós estamos sendo delapidados”, afirmando que “as estatais, elas existem para as políticas públicas”. O arcebispo colocou entre os excluídos “os nossos irmãos indígenas”, criticando o como está se acabando com sua cultura, além de suas terras, e afirmando que “estão sendo excluídos desde o início do que se chama Brasil”. Junto com os indígenas, Dom Leonardo Steiner falou de outros grupos excluídos, como os ribeirinhos, os quilombolas, as pessoas que não tem vez dentro da nossa sociedade, relatando que está crescendo o número de pessoas que vivem na rua. Ele lembrou das palavras da Madre Teresa de Calcutá, que falava deles como “aqueles que o Estado e a sociedade não querem”. Lembrando as palavras da Laudato Si´ e da Querida Amazônia, Dom Leonardo definiu a devastação da Amazônia como uma outra forma de exclusão. De fato, “a destruição da natureza faz com que tenhamos cada vez mais excluídos”, segundo o arcebispo. Outras questões que mostram a exclusão são a falta de saneamento básico, de acesso à cultura, de falta de saúde, denunciando o desmonte do SUS, da falta de acesso à educação, apontando a tentativa do governo brasileiro de excluir do sistema educativo a pessoas com deficiências. Também lembrava da exclusão que acontece em torno à moradia, uma realidade muito presente em Manaus. Tudo isso mostra necessidade de um Grito, de fazer ecoar a necessidade do cuidado com a vida na sua totalidade, segundo o arcebispo de Manaus. Lembrando os sonhos do Papa Francisco em Querida Amazônia, Dom Leonardo Steiner vê isso como “um grito para que a nossa humanidade acorde e possa viver uma vida mais digna, mais justa, mais fraterna, mais irmã”. Em representação dos povos indígenas, Marcivana Sateré denunciou “os projetos de morte que afetam os povos indígenas”, o que provoca um genocídio dos povos e um ecocídio do Planeta, segundo a liderança indígena. Ela lembrou a luta dos povos indígenas em Brasília contra o Marco Temporal, “um projeto de morte que fere a democracia e a Constituição”. Se trata de uma luta pela vida das gerações futuras, denunciando que a Amazônia não suporta mais tanto projeto predatório. Não podemos esquecer a importância do território na vida dos povos originários, o que levou a liderança indígenas a dizer que “nunca teremos vida em abundância enquanto nossos territórios forem atacados”. Ao Grito dos Excluídos e Excluídas tem se somado alguns movimentos sociais, como União Nacional dos Estudantes. Sua vice-presidente no Amazonas, Rayane Garcia, destacou a importância do Grito dos Excluídos como um dia que pertence ao povo brasileiro, a todos os que lutam por democracia. A jovem denunciou a realidade social vivida no Brasil, o aumento do desemprego e do preço da cesta básica, algo que atinge os jovens e os mais pobres. O programa do Grito dos Excluídos e Excluídas foi apresentado pelo padre Alcimar Araujo, vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus, que vai acontecer na parte da tarde do dia 7 de setembro. O padre também apresentou a missa pela Amazônia, que será celebrada no dia 5, Dia da Amazônia, presidida pelo arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner. Segundo o vice-presidente da Caritas, a Amazônia está sendo vilipendiada, sendo objeto de exploração. Diante disso, a missa do próximo domingo quer ser um momento de resistência, diante de uma realidade que provoca indignação. Segundo ele, existem poucos motivos de esperança diante da realidade social que o Brasil vive hoje, o que torna urgente uma sociedade organizada como modo de reverter a realidade atual. Não podemos esquecer, insistia o padre Alcimar, que no Brasil, todas as conquistas foram fruto da luta organizada.   Dom Leonardo Steiner insistiu em que “é muito importante nos movimentarmos em busca de um Brasil melhor, em busca de um Brasil justo, em busca de um Brasil onde todos e todas possam se sentir à vontade”. O arcebispo insistiu em “termos uma sociedade mais equânime, mais equilibrada, mais fraterna, mais justa”, denunciando a difícil situação que vive o país em relação ao emprego, aos povos indígenas, ao meio ambiente. O objetivo é ajudar a sociedade a perceber que “nós, todos juntos, podemos oferecer uma outra situação ao Brasil”, enfatizando que “sem a participação da sociedade, as coisas não mudam”. O arcebispo destacou a necessidade de “buscar um outro modo da política”, diante das manifestações do presidente Bolsonaro, que “tem incomodado a muitas pessoas”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Mês da Bíblia: tirar a Bíblia do estante e entender sua atualidade

Setembro é o Mês da Bíblia, uma oportunidade para entender o papel fundamental que ela tem na vida de todo cristão. Infelizmente, a Bíblia se tornou um enfeite na vida de muitos cristãos, ela fica no estante, inclusive é carregada em baixo do braço, mas não é uma luz que ilumina a vida cotidiana. Muitos veem a Bíblia como um texto do passado, ignorando sua atualidade, pois nela aparecem situações que fazem parte da vida da gente. Na medida em que vamos aprofundando em seu conhecimento, entendendo o contexto em que foi escrita, vamos descobrindo que ela nos fala sobre realidades atuais. Mas para isso se faz necessário estuda-la em profundidade. No Brasil, desde há 50 anos, a Igreja católica fez a proposta de cada ano estudar, refletir e conhecer um dos livros da Bíblia. Uma prática que começou em Belo Horizonte com as irmãs Paulinas, foi se espalhando pelo Brasil até alcançar todos os cantos do país, se tornando um exercício comum na vida de muitas paróquias, comunidades e grupos de fé ao longo do país. Em 2021, o livro que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil propõe para a reflexão é a Carta de São Paulo aos Gálatas. A realidade dos cristãos que moravam na Galácia, uma província romana na atual Turquia, podemos dizer que reflete situações presentes na sociedade e na Igreja católica de hoje. Seu problema, e isso se torna uma preocupação para Paulo, era seu desejo de voltar ao passado, de recuperar tradições que eles tinham vivido e superado no tempo em que eram judeus. O saudosismo é uma atitude cada vez mais presente, cada vez proliferam mais aqueles que querem retomar regimes políticos, modos de viver a fé, formas de entender a vida, que pareciam ter sido superados. Frente a isso, a defesa da liberdade, um elemento fundamental na religião cristã, é a bandeira defendida pelo apóstolo Paulo.    Junto com isso, estamos diante de um texto que promove a unidade em torno a Cristo, aglutinador de todos aqueles que foram se tornando discípulos e discípulas dele. Mais uma vez, a Bíblia, a Carta aos Gálatas, nos mostra a necessidade de crescer no respeito mútuo e no diálogo, uma atitude urgente e fundamental nos dias de hoje, em que o enfrentamento é incentivado, inclusive por aqueles que deveriam fomentar a concórdia e o entendimento. Resulta surpreendente escutar da boca de gente que se apresenta como exemplo de cristão, palavras que incentivam atitudes que não respondem à proposta que a Bíblia faz para nós. Mais uma vez, isso nos leva a refletir sobre o uso indevido do Livro Sagrado, se aproveitando do nome de Deus para satisfazer interesses pessoais. Daí o convite a aprofundar no conhecimento do Texto Sagrado e entender aquilo que Deus está nos querendo comunicar através dele: vida em plenitude para todos e todas. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Na abertura do Mês da Bíblia, Dom Walmor chama a “oferecer à nação brasileira um cristianismo autêntico, bonito, solidário, fraterno”

Uma missa no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, deu início neste 1º de setembro ao Mês da Bíblia, que está completando 50 anos. Ao longo do dia está programado atos em todo o país para comemorar uma caminhada iniciada em 1971. Nesse tempo, a Igreja no Brasil tem vivenciado o Mês da Bíblia como um momento importante na vida da Igreja, buscando “anunciar a Palavra de Deus e a beleza de fazer ecoar no coração dos ouvintes a Palavra que renova e impulsiona à missão”, segundo recolhe o site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Podemos dizer que foi um dos frutos do Concílio Vaticano II, buscando aprofundar e vivenciar a Palavra, sendo proposto o estudo de um dos livros da Bíblia para cada ano. Querendo fomentar a presença bíblica na vida das comunidades, ao longo desses 50 anos, tem sido criados subsídios bíblicos nas diferentes formas de comunicação, buscando assim facilitar o diálogo criativo e transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades. Ao longo do mês de setembro, até a festa de São Jerónimo, o tradutor da Bíblia hebraico para o latim, facilitando assim o acesso aos textos sagrados, a Igreja do Brasil, como já é tradição, está chamada a aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus. Na sua homilia, o presidente da CNBB definiu o Mês da Bíblia como “uma pérola preciosa”, agradecendo a Deus pelo caminho de 50 anos na Igreja do Brasil em que tem sido colocada a Palavra de Deus em primeiro lugar. O arcebispo de Belo Horizonte lembrou que foi nessa igreja particular que nasceu o Mês da Bíblia, com o impulso inicial das irmãs paulinas, “que se tornou um patrimônio da Igreja no Brasil inteiro, colocando a Palavra de Deus em primeiro lugar”. O presidente da CNBB lembrou a importância do Concilio Vaticano II e da Dei Verbum, que colocou a Palavra de Deus em primeiro lugar, superando uma distância de séculos da Igreja com a Palavra de Deus. O arcebispo fez um chamado a descobrir a importância da Palavra de Deus, lembrando isso no início da Semana da Pátria, momento em que “nós somos chamados a pensar de modo muito profundo, sério e comprometido sobre a nação brasileira que nós formamos, exigidos por uma cidadania qualificada, marcada pelo diálogo, pela solidariedade, pelo respeito, pela cooperação, por um olhar que atinge os mais pobres, sem radicalismos, sem polarizações, sem disputas”. Dom Walmor mostrou seu desejo de que a luz da Palavra de Deus ilumine o caminho da reconstrução da sociedade brasileira, insistindo em que “nós os cristãos, temos que contribuir de modo cada vez mais decisivo”. O arcebispo de Belo Horizonte pediu viver esta semana “no respeito, no diálogo, no respeito às instituições democráticas”. O presidente da CNBB destacou a figura de Maria naquilo que significa a compreensão da Palavra de Deus e como ela nos ajuda a colocar Cristo no centro da nossa vida. Dom Walmor destacou a importância da Palavra de Deus no dia a dia da Igreja, nas circunstâncias da vida, e nas famílias, como “instrumento para produzir em nós o amor que nosso coração precisa nutrir e ter em abundância para nos permitirmos viver um testemunho bonito e amoroso”. O arcebispo destacou que “a escuta da Palavra de Deus é a experiência importante, bonita, de fazer de nós servidores e servidoras da vida, especialmente daqueles que precisam mais, os pobres, os enfermos, os vulneráveis, aqueles que estão numa luta maior pelo dom da vida, que é dom sagrado, inviolável, dado por Deus a cada um de nós”. Segundo o presidente do episcopado brasileiro, “celebrar o cinquentenário do Mês da Bíblia, significa para toda nossa Igreja no Brasil o primado da Palavra de Deus”. Por isso, o arcebispo fez um chamado a que “o anúncio da Palavra de Deus se torne por tanto, nesse caminho do Mês da Bíblia, a reafirmação do compromisso e a efetivação da missão de colocar a Palavra de Deus em primeiro lugar na vida da Igreja, na vida da família, na vida da comunidade de fé e na vida pessoal de cada um de nós”. Ele insistiu em “fazer ecoar em toda a Igreja do Brasil a centralidade da Palavra de Deus”, e assim “poder oferecer à nação brasileira um cristianismo autêntico, bonito, solidário, fraterno, que transforma mentes e corações e que nos faz irmanados como membros dessa nação”. Finalmente, se referindo à Carta de São Paulo aos Gálatas, o livro proposto pela Igreja do Brasil para ser estudado neste cinquentenário do Mês da Bíblia, com o lema “Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus”, pediu que seja instrumento “para que cresçamos no sentido de pertença, cresçamos no sentido de respeito mútuo e de diálogo, cresçamos no conhecimento da doutrina bonita da nossa fé, não como conceitual, simplesmente, não como rigidez, mas como experiência que brota e faz brotar em nossos corações a sabedoria do amor”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

CRB propõe roteiro de oração pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

No dia 1º de setembro é celebrado o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Desde 2015, em que o Papa Francisco instituiu essa data, somos convidados a rezar e assim iniciar o Tempo da Criação, que se prolonga até o dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis. Além disso, essa data quer dar mais um passo no caminho ecumênico, dado que desde 1989 a Igreja Ortodoxa celebra essa data. A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) convida a participar deste momento com um roteiro de oração. Em três momentos, faz um chamado a rezar com o coração e a mente agradecidos, rezar com o coração penitente e rezar com o coração comprometido. O ponto de partida é o agradecimento a “Deus, Mãe/Pai, criador da vida, da natureza e FONTE de vida”, fazendo um chamado a recordar “a nossa querida Amazônia”, a agradecer o que dela recebemos e a escutar o convite do Deus da vida “para conquistá-la, conservá-la, aprimorando-a sempre mais”. É o Deus Criador que inspira através da sua Palavra, narrada no Livro do Gênesis, uma Palavra que nos toca e transforma, que nos leva a pedir perdão por tantas situações pecaminosas (nível pessoal, comunitário, eclesial, social e planetário) que ferem seu plano de vida em abundância para todos. Também é momento de Louvor a Deus, inspirado na encíclica Laudato Si´, onde o Papa Francisco convida-nos a exaltar a generosidade e gratuidade do Deus Criador! É momento para pedir a Luz de Deus “para iluminar nossas mentes, encorajar-nos e fortalecer-nos na vivência de atitudes proféticas, na defesa e cuidado da Criação”. Mas também é momento de realizar um gesto concreto, a plantar uma árvore, individualmente ou em comunidade, e compartilhar esse gesto com os outros. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Jônisson da Silva Rolim, novo diácono na Prelazia de Itacoatiara

No último sábado, 28 de agosto de 2021, era ordenado diácono Jônisson da Silva Rolim, pela imposição das mãos de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara. A ordenação aconteceu na Paróquia Santo Antônio de Itacoatiara, contando com a participação de vários padres da Prelazia de Itacoatiara, seminaristas e representantes da Vida Religiosa, além do Povo de Deus que vive sua fé nas diferentes paróquias que fazem parte dessa igreja particular. Na homilia, o bispo falou para aquele que ia ser ordenado sobre a necessidade de como diácono fazer com prazer a vontade de Deus, sobre a necessidade de ser servidor, elemento fundamental no ministério diaconal, especialmente dos empobrecidos e excluídos, mas “não para servir de qualquer jeito”. Dom Ionilton entregou para Jônisson, a Querida Amazônia, como compromisso de comunhão com o Papa Francisco e o cuidado pastoral com a Amazônia; o Documento de Aparecida, para expressar a comunhão com a Igreja da América Latina e o Caribe; as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que expressa a comunhão com a Igreja do Brasil; e as Diretrizes da Prelazia de Itacoatiara.     A ordenação do novo diácono é mais um motivo de alegria para a Prelazia de Itacoatiara, que contribuirá para o serviço de evangelização do povo de Deus. O padre Graciomar Gama, em nome do clero, proferiu algumas palavras ao novo diácono, dizendo viver a ordenação como um momento significativo. Ele lembrou ter conhecido o novo diácono sendo ainda um jovem atuante na vida pastoral da paróquia de Santo Antônio. Segundo o padre Graciomar, que foi pároco dessa paróquia durante quase vinte anos, a vocação do Jônisson nasceu “da experiência de amor à comunidade”. O Vigário Geral acolheu o novo diácono no clero, como “um irmão a mais para somar com a gente”.  O novo diácono, que escolheu como lema diaconal, “para servir as mesas”, destacou que o diácono faz se servidor, pregador, aquele que escuta, agradecendo aqueles que tem lhe ajudado no seu caminho vocacional, também a sua família e aqueles que se fizeram presentes em sua vida. Finalmente, Dom José Ionilton falou sobre a necessidade de fortalecer o trabalho vocacional, insistindo em cultivar vocações para a Igreja, todas as vocações. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

3 candidatos ao Diaconato permanente recebem ministérios na Prelazia de Borba

Em tudo rendei graças ao Senhor. Finalizando este mês vocacional, no dia 29/08 na Paróquia Cristo Rei, em missa presidida por nosso bispo prelado de Borba, Dom Zenildo Luiz, receberam os Ministérios de Leitorato, Acolitato e Admissão as Ordens Sacras, João Paulo Gonzaga, Edilson Campos e Luiz Rozinaldo de Lima Goes, para atender ao chamado vocacional do serviço em nossa Igreja. Que Deus nos ajude. Gratidão ao nosso pároco padre Laércio Pereira da Paz por todo apoio e ensinamentos da caminhada, a minha família, amigos e demais fiéis que estavam presente. Fonte: Prelazia de Borba