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Seminaristas de Borba participam de duas semanas de missão

Dentro do recesso que os seminaristas costumam ter na metade do ano, os 10 seminaristas da Prelazia de Borba, 5 do Seminário Maior São José de Manaus,  onde se formam os seminaristas do Regional Norte 1, e 5 do Seminário Propedêutico, que tem sua sede na cidade de Borba, participam de um tempo de missão. A experiência missionária está acontecendo na Vila de Urucurituba, no município de Autazes. Os seminaristas começaram seu tempo de missão na segunda-feira, 28 de junho, e vai se prolongar até domingo 11 de julho. Mais uma experiência dentro do processo formativo que vai lhes ajudar em sua caminhada. A Prelazia de Borba pede orações pelas vocações sacerdotais missionárias. Com informações da Prelazia de Borba

Óbolo de São Pedro: momento de colaborar com a caridade do Papa

Neste domingo, 4 de julho, em que a Igreja do Brasil celebra a solenidade de São Pedro e São Paulo apóstolos, acontece a coleta para o Óbolo de São Pedro, que é destinada para as obras sociais, iniciativas humanitárias e de promoção social do Papa Francisco. Toda a arrecadação deste dia é encaminhada integralmente à cúria de cada arqui/diocese, que por sua vez envia à Nunciatura Apostólica, que é a representação do Vaticano no Brasil. A coleta do Óbolo de São Pedro acontece todos os anos no domingo da celebração da solenidade de São Pedro e São Paulo. Neste dia, por decisão da 7ª Assembleia Geral Ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em todas as Igrejas, oratórios, mesmo dos mosteiros, conventos e colégios, comemora-se o dia do Papa, com pregações e orações que traduzam amor, veneração, respeito e obediência ao vigário de Cristo e com ofertas para o Óbolo de São Pedro. Com Informações da CNBB

Dom Leonardo abençoa o Barco Hospital São João XXIII: “presença misericordiosa de Deus no meio de nós”

Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, abençoou nesta quinta-feira, 1º de julho, o Barco Hospital São João XXIII. Trata-se do terceiro barco hospital que vai surcar os rios da Amazônia, após o Barco Hospital Papa Francisco, que desde 2019 atende à população do Estado do Pará, e o Barco Hospital São João Paulo II, comprado em outubro de 2020 e que vai acompanhar as comunidades da Região do Baixo Amazonas. O novo barco, um navio de 4 pisos, vai atender as comunidades do Rio Negro e do Rio Solimões, e, segundo Dom Leonardo, “haverá de curar também os enfermos, mas não apenas os enfermos do corpo, mas também os enfermos no espírito, na alma”. O arcebispo de Manaus lembrou que “Jesus sempre que cura alguém diz os teus pecados são perdoados, ele quer curar a pessoa por inteira”. O arcebispo insistiu em “que esse barco hospital seja essa presença misericordiosa de Deus no meio de nós, em Jesus, e que cada enfermo, cada enferma que entrar nesse barco hospital seja recebido como se recebêssemos Jesus, e cuidemos de Jesus nesses nossos irmãos e irmãs”. A celebração de benção contou com a presença de Dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e Dom Bernardo Johannes Bahlmann, bispo de Óbidos e presidente do Regional Norte 2 da CNBB, onde trabalham os outros dois barcos hospitais. Junto com eles se fez presente Jorsinei Dourado do Nascimento, procurador do Ministério Público do Trabalho do Estado do Amazonas, uma das entidades parceiras. Segundo ele, “o projeto do Barco Hospital São João XXIII, ele faz parte de um trabalho também do Ministério Público do Trabalho, na medida em que foram revestidos valores de processos judiciais em que o Ministério Público atuou, em que empresas foram condenadas, e estes recursos que devem ser revestidos obrigatoriamente em projetos que beneficiam à sociedade amazonense”. Segundo o procurador, os recursos, “eles estão sendo canalizados para esse projeto do barco, que tem uma finalidade social clara e evidente, na medida em que entregará, quando ele estiver completamente pronto para operar nas comunidades ribeirinhas, um serviço de saúde pública, e que vai atingir as pessoas que mais necessitam, que são as comunidades ribeirinhas e as comunidades indígenas”. Jorsenei Dourado do Nascimento, insiste nessa dificuldade de ter acesso da população dessas comunidades, “seja por questão logística, seja por questão de costume, até mesmo da precariedade do serviço de saúde no interior, as pessoas não conseguem ter acesso, e vão ter com o barco”. Também participaram do evento os frades da Associação Lar de São Francisco da Providência de Deus, que administram os barcos hospitais Papa Francisco e São João Paulo II. O novo barco hospital, que depois de um trabalho de reabilitação e adaptação tem previsto começar os trabalhos médicos no início de 2022, vai atender a população, desde o serviço mais básico até serviços mais complexos, como cirurgias. Com o novo barco, essas pessoas irão ser atendidas em suas comunidades por profissionais de saúde. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

A pior friagem é aquela que congela os corações

A friagem no Brasil, inclusive no Norte do país, se tornou notícia nas últimas horas, e isso deve nos levar a nos questionarmos sobre o perigo desse frio tomar conta dos nossos corações e que eles fiquem congelados. Um coração congelado não reage diante das situações, fica impassível, não expressa sentimentos, e acaba morrendo. Quando o coração da gente esfria, a gente deixa de ser humano. Perder a humanidade, algo cada vez mais presente na sociedade atual, se tornou uma realidade preocupante. A humanidade é a condição que nos leva a nos preocuparmos com o sofrimento dos outros, que nos faz reagir diante das injustiças, que nos leva a lutar por direitos para todos e todas, mas especialmente para os mais fracos, para os pequenos, para aqueles que não contam. Nesta semana, Dom Joel Portella Amado se perguntava: “Se nós não somos um país que pode confiar sequer na garantia e na proteção dada pela sua lei maior, onde é que nós vamos?” Ele fazia esse questionamento no acampamento da Esplanada dos Ministérios, onde os povos indígenas lutam por defender os direitos garantidos na Constituição Federal, e o primeiro direito é à terra, que para os povos originários é Mãe e não objeto de lucro e exploração desmedida. Diante de uma luta que se prolonga durante semanas, muitos de nós fazemos de conta que não está acontecendo nada. Inclusive deixamos ser manipulados por meios de comunicação que na tentativa de favorecer interesses políticos e econômicos distorcem informações, colocando as vítimas como culpados. O que fazer para aquecer os nossos corações? Como mostrar empatia por aqueles que são vítimas de projetos de morte? Qual é o lado que a gente escolhe? Como deixar de estar sempre acima do muro e tomar postura pelas vítimas? Como evitar continuar sendo manipulados por aqueles que estão ao serviço do poder e não do povo? Quando a gente se questiona e tenta responder às perguntas, a gente vai aquecendo o coração, vai criando sentimentos de empatia, que evitam viver como se nada estivesse acontecendo em volta da gente, ou como se nada do que acontece nos atingisse. Não podemos nos somar a discursos dominantes que justificam mortes cruéis, seja quem for o ajustiçado. Quando a gente não conhece a realidade na sua totalidade, quando os verdadeiros culpados ficam protegidos por um sistema que tem lado, nos tornamos aliados daqueles que se colocam como donos da lei, inclusive da lei suprema que é a vida, da qual ninguém pode dispor. Um dos grandes desafios é defender a vida, e isso a gente o consegue quando a gente tem sentimentos, quando o coração está aquecido. A friagem sempre tem que ser passageira, sobretudo aquela que pode nos esfriar o coração para sempre. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Fernando agradece a Deus pela “experiência de ser missionário na Amazônia”

Numa carta dirigida aos bispos e às Coordenações de Pastoral do Regional Norte 1, Dom Fernando Barbosa, bispo da Prelazia de Tefé nos últimos 7 anos e bispo eleito da Diocese de Palmares, se despede daqueles com quem partilhou sua missão desde 2014. Faz isso “com o coração cheio de gratidão”, um sentimento que brota da sua “alegria em ter sido agraciado com meu envio para essas terras na Amazônia, neste chão que servi durante esses quase 7 anos”. Dom Fernando agradece pela amizade e missão partilhada, insistindo em que “a comunhão dos irmãos nos torna pessoas mais corajosas e empenhadas”. O bispo eleito de Palmares destaca as trocas de experiências, que ele define como “fundamentais para minha caminhada e principalmente para conhecer e entender sempre mais sobre a riqueza que é fazer parte desta grande maloca”. Dom Fernando agradece a Deus pela “experiência de ser missionário na Amazônia”, que ele define como “uma das maiores alegrias na minha vida de sacerdócio”. Dom Fernando diz partir emocionado, esperando encontrar na sua nova missão “pessoas tão amigas, comprometidas com o Reino de Deus e apaixonas pela fé, como encontrei neste rincão da Amazônia”. O bispo destaca ter vivido com pessoas cheias de “amor, misericórdia e esperança”, citando as palavras do Papa Francisco em Querida Amazônia, onde fala das “comunidades vivas”, uma realidade presente na Prelazia de Tefé e onde tem experimentado o amor de Deus. Agradecendo o companheirismo e comunhão vividos “no serviço no Regional Norte I”, convida os bispos do Regional Norte I, para sua posse na Diocese de Palmares, no dia 22 de agosto de 2021.Finalmente pede orações por ele, afirmando que “no coração não há distância, só profundidade de amar o que recebemos de Deus”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Fernando Barbosa: “A escuta nos ajuda a nos inserir na comunidade, na Amazônia”

No dia 9 de junho, o Papa Francisco nomeou Dom Fernando Barbosa dos Santos novo bispo de Palmares (PE). Chegado na Prelazia de Tefé em 2014, o bispo faz uma leitura do tempo vivido na Amazônia, onde diz ter vivido uma grande experiência, “experiência missionária, experiência de despojamento, de simplicidade, de humildade”. Dom Fernando destaca que “a Prelazia de Tefé é uma Igreja missionária, com um rosto laico”, colocando os dois grandes encontros das CEBs acontecidos nos últimos 7 anos como momentos marcantes no seu tempo na Prelazia. Ele também destaca a importância do Sínodo para a Amazônia, onde o bispo eleito de Palmares participou como padre sinodal. Segundo Dom Fernando, a maior contribuição do Sínodo “é esse reforço do engajamento de nossos leigos e leigas dentro de uma realidade amazônica”, insistindo na importância do reconhecimento dos ministérios. Ao falar sobre a escuta, uma insistência cada vez maior da parte do Papa Francisco, Dom Fernando afirma que “a escuta nos ajuda a nos inserir na comunidade, na Amazônia”. Segundo ele, “você chega numa terra desconhecida e se torna conhecido quando você dialoga com as pessoas, quando escuta”, enfatizando que “na escuta se fala da vida, se fala dos sonhos das pessoas”. É essa atitude de escuta que espera lhe acompanhe em sua nova missão na Diocese de Palmares. Depois de 7 anos como bispo na Amazônia, na Prelazia de Tefé, volta de novo para uma região que o senhor conhece. O que o senhor está levando de volta da Amazônia e o que é que o senhor espera diante da nova missão como bispo de Palmares? Diante deste momento que estou vivendo de transferência, da Prelazia de Tefé para a Diocese de Palmares, primeiramente eu levarei a grande experiência da Amazônia, experiência missionária, experiência de despojamento, de simplicidade, de humildade. Foi aqui na Amazônia que eu aprendi ser bispo, aprendi a caminhar com os povos amazônicos, principalmente os povos indígenas. Levo essa parcela de contribuição, tanto na minha vida futura quanto também naquela comunidade, naquela diocese que com muita alegria também me acolhe. Tudo isto são contribuições necessárias que vamos adquirindo nesse tempo tão pouco que eu passei na Prelazia de Tefé. Qual seria o melhor momento, a melhor experiência nestes sete anos na Prelazia? A Prelazia de Tefé é uma Igreja missionária, com um rosto laico. O que mais me marcou como experiência, o que mais me chamou a atenção, o que mais me envolveu na missão, foi a experiência das comunidades de base, a experiência com alguns povos indígenas e a experiência juntamente com os agentes de pastoral, os leigos e leigas. Teve um momento muito importante da Prelazia de Tefé, que eu participei de dois encontros das CEBs. Logo quando eu cheguei, em 2014, e também em 2018, que foi na cidade de Jutaí. Nesse encontro das comunidades, a temática era o Sínodo para a Amazônia, nós trabalhamos muito isto. Lembro muito bem que o irmão João Gutemberg foi um dos facilitadores, o cantor leigo consagrado Zé Vicente, e muitos outros assessores, que foram até a cidade de Jutaí, onde era sediado o encontro das comunidades. Me chamou muito a atenção a presença de mais de mil lideranças, mil delegados de toda a Prelazia. O envolvimento das pessoas, a alegria, tanto os moradores da cidade, acolher todos os delegados das CEBs, como também o engajamento dessas pessoas nas oficinas, aprofundando o que é a REPAM, o que era o Sínodo, que novos caminhos são esses. Tudo aquilo nos ajudou bastante, e está ajudando, o Sínodo está ajudando as nossas Igrejas particulares a encontrar caminhos pastorais mais dinâmicos, uma Igreja mais evangelizadora. Para mim foram muito marcantes esses dois momentos na Prelazia de Tefé, e tantos outros, como a festa de Santa Teresa, beber nas suas fontes espirituais também ajuda muito o bispo. O senhor falou do Sínodo para a Amazônia, o senhor foi padre sinodal, participou de todo o processo, e até agora esteve participando desses novos caminhos. Como o senhor pensa que o Sínodo para a Amazônia pode ajudar, nem só a Igreja da Amazônia, como a Igreja do Brasil e do mundo, nesse processo de renovação e conversão pastoral? Falar do Sínodo para a Amazônia, do qual participei com alegria, com a convocação que o Santo Padre fez a todos os bispos da Pan-Amazônia, a maior contribuição que o Sínodo está trazendo para as Igrejas particulares, especialmente para Tefé, é esse reforço do engajamento de nossos leigos e leigas dentro de uma realidade amazônica que exija da própria comunidade eclesial o reconhecimento dos ministérios, é muito importante esse reconhecimento. Existe já muitas experiências, riquezas importantíssimas para a evangelização na Prelazia de Tefé, como o ministério dos animadores do setor, instituído pelo bispo, como uma marca muito grande de todos os bispos que passaram por esta Igreja local. Nesses novos caminhos, quero destacar a importância dos catequistas locais, que na Prelazia de Tefé já havia uma experiência de catequistas locais, que é o reconhecimento daquele animador da comunidade instituído pelo bispo. Ali, aquela pessoa representa a comunidade, representa a Igreja, e ele é reconhecido. Ele é enviado, ele é apresentado à comunidade, como responsável daquela pequena comunidade ribeirinha. Os novos caminhos nos levam também a beber desta fonte dos nossos povos indígenas, tanta beleza na sua vivência espiritual e no seu relacionamento com a natureza, com a comunidade. O sentido de partilha, o sentido de pertencer a um chão que tem toda uma intimidade de amor, como mãe Terra, esse vínculo de amor, esses povos que defendem a vida, que defendem o Planeta, que defendem a casa comum. São tantos novos caminhos! E como resultado do Sínodo, o Papa Francisco nos deu um presente, que a exortação apostólica, que trata dos quatro sonhos já conhecidos: ecológico, social, cultural e eclesial. Cada sonho desses já uma realidade em muitas dioceses, já se concretizam muitas coisas. Mas para avançar mais ainda à luz do Sínodo, nós temos a graça agora da Conferência Eclesial da Amazônia, a CEAMA.É…
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Diocese do Alto Solimões conta com mais três diáconos permanentes

O diaconato permanente, um ministério impulsionado pelo Sínodo para a Amazônia, está se fazendo cada vez mais presente nas dioceses e prelazias do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Desta vez, foi a Diocese do Alto Solimões, onde no último domingo, 27 de junho de 2021, foram ordenados mais três novos diáconos permanentes. Dom Adolfo Zon ordenou neste ministério a Raimundo, Estevam e Artêmio. A celebração aconteceu na paróquia São Cristóvão de Amaturá, onde atuam os novos diáconos. Na mesma celebração, o bispo diocesano renovou e instituiu novos ministros e ministras extraordinários da Eucaristia. Neste caso foram 11 os novos ministros e ministras que servirão na paróquia de Amaturá. A celebração contou com a presencia de padres, diáconos permanentes, religiosos e religiosas, missionários e missionarias de outras paróquias da Diocese de Alto Solimões, que acompanharam e foram testemunhas desta celebração, que representou um momento de grande alegria para toda a diocese. A celebração onde foram ordenados os novos diáconos e foram instituídos os novos ministros e ministras, aconteceu neste ano em que a paróquia de São Cristóvão está comemorando 70 anos de missão em Amaturá. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 (com informaçoes da Diocese do Alto Solimões)

CEAMA e REPAM refletem sobre o Processo de Escuta, que “deve ser mútuo, recíproco e transformador”

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) convocaram esta segunda-feira, 28 de junho, um seminário virtual no qual, no âmbito do processo de escuta da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, pretendiam dar passos nesta caminhada continental a partir de uma perspectiva amazônica. Mediado por Daniela Cannavina, secretária geral da Confederação Latino-americana de Religiosos (CLAR), contou com a presença de Patrícia Gualinga, do Cardeal Pedro Barreto, Francisco Lima, Mauricio López e Francisco Campos. Queria ser um momento para “exercitarmo-nos na arte de escutar, que é muito mais do que ouvir”, de acordo com a secretária da CLAR. Segundo a religiosa, “a escuta ajuda-nos a encontrar o gesto e a palavra oportuna, que nos separa da condição dos espectadores, ajudando-nos a desenvolver o melhor que Deus desenvolveu na nossa própria vida“. O Cardeal Pedro Barreto partiu da ideia de que “quando falamos de uma Igreja com um rosto amazónico, estamos falando de elementos fundamentais da Igreja, porque estamos falando do cuidado da vida, das culturas e da casa comum”. O cardeal peruano referiu-se aos sonhos do Papa Francisco na Querida Amazónia e à sinodalidade, que “não é uma invenção do Papa Francisco, mas um regresso às origens“. O presidente da REPAM recordou as palavras do Papa Francisco nas quais diz que “a sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja para o terceiro milénio”, algo que é desenvolvido na Episcopalis Communio. O Arcebispo de Huancayo, insistiu na necessidade de difundir a ideia de sinodalidade, de descobrir a importância do “sensus fidei”. Segundo o Cardeal, “a sinodalidade faz parte da experiência de um Povo de Deus caminhando na história“, que ele definiu como “um processo de escuta de Deus, de discernimento e de atuação como o Povo de Deus a caminho”. Nas suas palavras, mostrou a sua alegria por ser a Amazónia e os seus povos a ajudar a Igreja a pôr-se a caminho. Depois de mostrar a importância de estarmos conscientes de que estamos no processo de escuta, salientou que “com a Assembleia Eclesial estamos perante um elemento fundamental para o processo de reforma da Igreja Católica“, uma Igreja que escuta e que é um passo prévio para o momento mais importante, que será o Sínodo sobre a Sinodalidade. Finalmente, insistiu que “todos temos de ser atores na Igreja, não há espectadores”.  “Com o Sínodo, a Igreja deixou claro de que lado está, do lado dos mais fracos, dos mais distantes, daqueles de nós que estão no território“, afirmou Patrícia Gualinga, que insistiu que “isto tem sido o fruto da escuta dos sentimentos das comunidades”. A líder indígena insistiu na necessidade de ter um impacto noutros espaços eclesiais, de nos ouvir, também fora da Amazônia. Para Patrícia, “tudo tem de ir na chave da interculturalidade, o que leva à compreensão das expressões positivas, que podem ser uma contribuição num mundo caótico”, algo que tem de ser uma realidade em unidade. A representante dos povos indígenas na Conferência Eclesial da Amazónia (Ceama), sublinhou que este espaço de escuta nos dá muita esperança, “é uma relação de aliados, deixando para trás as imposições do passado, para construir um presente que pode contribuir dentro do mundo espiritual”. Para a indígenaa Kichwa de Sarayaku, “Deus esteve sempre presente no pensamento espiritual dos povos indígenas, que tem de ser acoplado pela Igreja a partir de chaves interculturais”. Ela mostrou a sua confiança no Espírito para que outros espaços possam ser criados na Amazônia, onde a caminhada como irmãos e irmãs é algo presente na vida da Igreja. Ao falar sobre o contexto da Amazônia no Brasil, Francisco Lima insistia em que “a vida da Amazônia está constantemente ameaçada”, uma realidade que intensificou com o atual governo, que age “sem nenhum respeito aos povos amazônicos, que veem reduzidos ou retirados seus direitos conquistados a duras penas”. Na Amazônia, “a Igreja Católica tem procurado estar sempre com um olhar atento a esta realidade”, segundo o secretário executivo da CNBB Norte 1. Ele destaca que “a Igreja da Amazônia foi buscando seu rosto próprio, deu ênfase na formação do clero autóctone, mas também procurou trabalhar a formação das milhares de lideranças leigas espalhadas por tantas comunidades nesta imensa Amazônia”, relatando o trabalho que vem sendo feito. Francisco Lima destacou o ânimo dado pelo Papa Francisco neste caminho desde a Conferência de Aparecida, insistindo na necessidade da presença da Igreja na região. Ele lembrava os caminhos indicados pela Laudato Sí, e convocava o Sínodo para a Amazônia, um chamado a buscar “novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”, que “nos abriu novas possibilidades, reafirmou alguns caminhos já trilhados, mais que precisa ser fortalecido, e exigiu de nós muito mais ousadia”. Estamos diante de um processo que tem fortalecido as comunidades, que tem dado espaço para que as comunidades possam ser escutadas. Também destacava que isso possibilita ecoar a voz dos povos da Amazônia para fora da Amazônia. Francisco Lima chamava a aproveitar este tempo para afirmar que “somos todos Povo de Deus, e que devemos estar em comunhão”. “A escuta deve ser mútua, recíproca e transformadora“, insistiu Mauricio Lopez, uma escuta que “se transforma em reformas e mudanças, como tem acontecido na Amazônia desde o Sínodo. Para o diretor do Centro de Ação Pastoral e Redes do Celam, “escutar, no sentido do discernimento da vontade de Deus, produz mudanças, que esperamos sejam irreversíveis na lógica do Povo de Deus”. Maurício vê a escuta como uma forma de alcançar as periferias geográficas e existenciais, o maior número de pessoas possível. Daí pediu à REPAM que continuasse sendo essa ponte para aqueles que nunca foram ouvidos, ainda mais numa situação que mudou em resultado da pandemia de Covid-19. Segundo Maurício Lopez, que conhece a realidade amazónica a partir do seu trabalho como secretário executivo da REPAM, “os povos indígenas sempre pediram coerência e mudanças fundamentais, para poderem agir, algo que é a Assembleia Eclesial, que quer tornar-se uma porta aberta para aspirar a uma Igreja mais sinodal, algo nascido no…
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Dom Ionilton: “Deus não quer a morte dos 510 mil brasileiros e brasileiras que perderam a vida por causa da Covid”

“Deus não quer a morte dos 510 mil brasileiros e brasileiras que perderam a vida por causa da Covid”. As palavras de Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo de Itacoatira na homilia deste domingo, 13º do Tempo Comum, são uma atualização do texto do Livro da Sabedoria na primeira leitura da Liturgia da Palavra: “Deus não fez a morte e nem tem prazer com a destruição dos vivos”. O bispo criticou algumas expressões proferidas desde o início da pandemia, dizendo que “com certeza nosso Deus não disse, não diz e nem dirá: e daí? é uma grepezinha, brasileiro é atleta, todo mundo vai morrer mesmo…”, insistindo em que “quem se alegra com a morte das pessoas, quem podia ter ajudado a não ter tantas mortes e nada fez, não está em comunhão com Deus, é um ateu prático, perdeu a sua humanidade, colabora com a ‘inveja do diabo’, por quem a morte entrou no mundo”. As palavras do salmo “Salvastes-me quando estava já morrendo”, são vistas pelo bispo como “a nossa oração por quem já foi vacinado as duas doses e até com uma dose”. Dom Ionilton pede que “hoje possamos dar graças a Deus pela inteligência dada aos cientistas que descobriram a vacina que nos salva da morte”, e junto com isso que “rendamos graças ao Senhor pelos profissionais da saúde, que bravamente e muitas vezes sem os recursos adequados, empenham-se para salvar vidas”. O bispo da Prelazia de Itacoatiara, seguindo as palavras da segunda carta aos Coríntios, faz um apelo para desejar enquanto cristãos, “que haja igualdade: que todas as pessoas sejam tratadas da mesma forma, tenham os mesmos direitos e os mesmos deveres”. Essa igualdade se concretiza em “terra, moradia, trabalho, salário, previdência social, aposentadoria, saúde, vacina, educação, saneamento”, afirma o bispo, insistindo em que “a igualdade, derruba a acumulação e faz acontecer a partilha”. Ao elo das palavras do Evangelho de Marcos, Dom Ionilton se perguntava: “quem são os Jairos de hoje que nos procuram e gritam pedindo socorro, ajuda?” Ele mesmo respondia identificando-os com “os que passam fome, os atingidos pelas enchentes, os enfermos e seus familiares, quem perdeu algum ente querido atingido pela Covid, os desempregados, pessoas e famílias marcadas por alguma dependência, as mulheres que sofrem violência doméstica, os povos indígenas ameaçados de perderem suas terras e territórios por causa de leis aprovadas no Congresso Nacional…”. Vendo como Jesus acompanhou Jairo, Dom Ionilton perguntou: “E nós fazemos como Jesus, acompanhamos quem nos procura e buscamos ajudar a diminuir seus sofrimentos? O que temos feito pelos pobres, excluídos e marginalizados? Temos apoiado e participado de alguma Pastoral Social, da Caritas, da Rede um Grito pela Vida? Temos feito alguma doação em alimento ou água para a Caritas (Puxirum pela Vida) ou para a CPT?”. Também refletia sobre o outro personagem que aparece na passagem do Evangelho, “uma mulher que, há doze anos, estava com uma hemorragia”. O bispo da Prelazia de Itacoatiara a identificou seu sofrimento com “o drama que muitos de nós já vivemos: a crise na saúde pela falta de compromisso do governo; a medicina apenas como fonte de riqueza; a espera pela vacina que demora de chegar…”. Diante disso, mais uma vez perguntou, “Quais ‘meninas’ esperam ouvir de nós este convite para levantar-se?”, e junto com isso, fazia um chamado a obedecer ao mandato de Jesus e “dar de comer a quem está com fome”, lembrando que isso pode ser realizado através da Campanha Puxirum pela Vida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Assembleia Sinodal em Manaus: “Oportunidade para conhecer a Arquidiocese e faze-la mais viva do que ela é”

A sinodalidade, considerada pelo Papa Francisco como o modo de ser Igreja no século XXI, aos poucos está sendo assumida pelas Igrejas particulares. Nessa perspectiva, no dia 9 de março de 2021, Dom Leonardo Steiner convocava a Arquidiocese de Manaus a uma Assembleia Sinodal. Aos poucos vão se conhecendo os detalhes de um processo que vai acompanhar a vida da Igreja com maior número de fieis na Amazônia até dezembro de 2022. A sinodalidade é uma dimensão já presente na caminhada da Arquidiocese de Manaus, que tem a experiência das Assembleias Pastorais Arquidiocesanas (APA’s). Segundo o padre Geraldo Bendaham, no regimento das APA´s diz tratar-se de uma “reunião de representantes do Povo de Deus da Igreja de Manaus, sob a presidência do Arcebispo Metropolitano, com o fim de tratar os assuntos da caminhada desta Igreja e estabelecer o Plano de Pastoral com suas prioridades e diretrizes de ação pastoral”. O coordenador de pastoral arquidiocesano insiste em que a sinodalidade não é ponto de chegada, e o processo, enfatizando quanto poderá enriquecer “a provocação da assembleia sinodal em discutir a Igreja de Manaus por um número bem maior de interlocutores”. Com a assembleia, a Igreja de Manaus quer desenvolver “um profundo questionamento e rearticulação das nossas forças eclesiais, das nossas estruturas e da modalidade da nossa atuação e presença”. Em resumo, o objetivo é “o nosso crescimento como Igreja, sinal do Reino de Deus”. Ao longo do processo, a Arquidiocese de Manaus pretende “discutir a presença da igreja e como crescer na identidade e atuação eclesial”. Para isso, são propostos 3 passos: onde estamos? como deve ser a nossa presença? Quais nossas novas respostas solidárias? Não se trata de fazer algo completamente novo e sim continuar uma caminhada construída ao longo dos anos, seguindo o atual Plano de Evangelização da Arquidiocese, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, e o processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, como também do Sínodo sobre a sinodalidade. Para articular o processo foi constituída uma coordenação, formada pelos bispos auxiliares, representantes do clero, da vida religiosa e do laicato. Eles irão conduzir a caminhada da Assembleia Sinodal da Arquidiocese de Manaus, uma dinâmica denominada do “vai e vem”, já comum na preparação das assembleias arquidiocesanas, onde será realizado um processo de escuta, a través de diferentes mecanismos, e síntese, num processo dialogal de intercambio até elaborar um Instrumento de Trabalho. O processo da Assembleia Sinodal será apresentado em diferentes instâncias arquidiocesanas, tentando chegar ao maior número de interlocutores, querendo realizar uma escuta atenta da conjuntura social, política, econômica, ambiental, bem como da presença e do que se espera da Igreja. Com o processo de escuta, se quer conhecer as forças da arquidiocese, recursos, estruturas, comunidades, iniciativas, etc. O trabalho será desenvolvido através de estudos, seminários, e interpelações aos diferentes setores que fazem parte da vida arquidiocesana, sendo partilhado nos setores, regiões episcopais e outras instâncias, num trabalho que aos poucos irá recolhendo o sentir da Igreja de Manaus para chegar no Instrumento de Trabalho da Assembleia Sinodal. Um elemento importante é que a Assembleia Sinodal, prevista para 21 a 23 de outubro de 2022, terá caráter deliberativo. O calendário da Assembleia que irá dando passos ao longo deste ano 2021e de 2022, propõe as datas em que serão realizadas as diferentes etapas, com a previsão de entregar os resultados da Assembleia no dia 8 de dezembro de 2022, festa da Padroeira da Arquidiocese de Manaus. Recordando as palavras do Papa Francisco sobre “sensus fidei”, Dom Leonardo Steiner destaca que “a sabedoria eclesial está em cada batizado, cada batizada”. Dai a importância, segundo o arcebispo de Manaus, de “saber ouvir essa realidade”. Entre as possibilidades que devem surgir da assembleia, segundo o arcebispo, está “oferecer ministérios às nossas comunidades”, se questionando sobre somo adaptar os ministérios à cultura indígena. Dom Leonardo insistiu ao clero da arquidiocese, que “não somos nós padres e diáconos que sabemos, precisamos ouvir as comunidades”. Por isso, ele vê a assembleia sinodal como “oportunidade para conhecer a arquidiocese e faze-la mais viva do que ela é”. Daí a importância da participação de todas as comunidades, segundo o arcebispo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1