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“Ficaremos mais pobres sem a sua generosa colaboração”. Regional Norte 1 mostra sua gratidão a Dom Fernando

O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou numa mensagem sua “sincera gratidão pelos sete anos em que Dom Fernando Barbosa dos Santos CM esteve entre nós como bispo da prelazia de Tefé”. Dom Edson Damian, presidente do Regional Norte 1 lembra o lema episcopal de Dom Fernando, “Servus Christi missioni” (Servo de Cristo na missão), destacando que “desde o início Dom Fernando apoiou e incentivou a participação dos cristãos leigos e leigas nas pastorais e em todos os âmbitos da sociedade”. A mensagem lembra algumas das ações realizadas por Dom Fernando na Prelazia de Tefé e no Regional Norte 1, onde “foi secretário no quadriênio 2015-2019 e atuou como bispo referencial no acompanhamento à Vida Consagrada e ao Ecumenismo”. A mensagem destaca seu compromisso “na preparação e realização do acontecimento histórico e inesquecível de nossa caminhada que foi a realização do Sínodo para a Igreja da Amazônia”. O presidente do Regional Norte 1 fala sobre a presença ativa de Dom Fernando “em nossos encontros e assembleias”, afirmando que “de forma discreta, mas sempre com lucidez e determinação manifestava sua posição e dava sua valiosa contribuição”. Isso leva Dom Edson a dizer que “ficaremos mais pobres sem a sua generosa colaboração”. O Regional Norte 1 agradece finalmente a Dom Fernando, “pelo bem imenso que fez entre nós, pelas sementes do Reino que espalhou com generosidade e coragem aos povos de tantas raças e culturas no coração da Amazônia”, oferecendo suas preces pela nova missão na diocese de Palmares. GRATIDÃO AO DOM FERNANDO   Em nome dos Bispos e do Povo santo e fiel de Deus das Igrejas locais do Regional Norte 1 da CNBB, manifesto nossa sincera gratidão pelos sete anos em que Dom Fernando Barbosa dos Santos CM esteve entre nós como bispo da prelazia de Tefé. Dom Fernando foi nomeado bispo de Tefé no dia 14 de maio de 2014. Recebeu a ordenação episcopal no dia 28 de agosto. Com o lema “Servus Christi missioni”, Servo de Cristo na missão, iniciou o ministério na prelazia no dia 21 de setembro de 2014. Desde o início Dom Fernando apoiou e incentivou a participação dos cristãos leigos e leigas nas pastorais e em todos os âmbitos da sociedade. Realizou encontros de CEBs com representantes de todas as paróquias. Ordenou vários presbíteros da região. Empenhou-se muito na pastoral da comunicação e introduziu várias reformas na Rádio Educadora Rural de Tefé, de ampla audiência, inclusive nas dioceses vizinhas. Reformou estruturas a serviço das pastorais: locais de encontros, melhoria do transporte através da aquisição de novos barcos para as itinerâncias nas paróquias.   Em nosso regional do Norte 1 foi secretário no quadriênio 2015-2019 e atuou como bispo referencial no acompanhamento à Vida Consagrada e ao Ecumenismo. Participou intensivamente conosco na preparação e realização do acontecimento histórico e inesquecível de nossa caminhada que foi a realização do Sínodo para a Igreja da Amazônia. Dom Fernando sempre marcou presença ativa em nossos encontros e assembleias regionais. De forma discreta, mas sempre com lucidez e determinação manifestava sua posição e dava sua valiosa contribuição. Ficaremos mais pobres sem a sua generosa colaboração. Sentiremos muita saudade de sua presença amiga e fraterna. Face aos imensos desafios e conflitos que enfrentamos para anunciar o Evangelho aos pobres da Amazônia, temos a consciência de que somos poucos e limitados. Por isso, precisamos nos amar e nos ajudar muito. Fiel ao significativo lema, “Servo de Cristo na missão”, assim nosso caríssimo irmão Dom Fernando expressa a missão que está abraçando: “Agora peço a Deus que me abençoe nessa nova missão a mim confiada. Não é fácil largar tudo e ir para um lugar novo. Largar os conhecidos, os missionários, mas é preciso ter coragem e desprendimento. No coração não há distância, só profundidade de amar o que recebemos de Deus”. Deus lhe pague, Dom Fernando, pelo bem imenso que fez entre nós, pelas sementes do Reino que espalhou com generosidade e coragem aos povos de tantas raças e culturas no coração da Amazônia. Após as intempéries e provações, êxitos e alegrias vividos na missão em Tefé, está preparado para abraçar com confiança e esperança o ministério episcopal com o povo nordestino, na diocese de Palmares. E conta sempre com nossas preces e fraterna amizade.   Dom Edson Tasquetto Damian Presidente do Regional Norte 1 da CNBB.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Faleceu em Barbalha (CE) o padre Sales, diocesano de Manaus, mais uma vítima da Covid-19

Faleceu na tarde desta quarta-feira, 9 de junho, com 55 anos de idade, o padre Francisco Sales Pereira da Silva, em decorrência de complicações causadas pela Covid-19. Segundo nota da Diocese de Crato (CE), assinada pelo administrador diocesano, Dom Gilberto Pastana de Oliveira, o padre Sales “estava internado desde o dia 19 de maio no Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha (CE)”. O bispo afirma que “dada à evolução do quadro, a equipe médica que o acompanhava achou prudente encaminhá-lo à Unidade de Terapia Intensiva, submetendo-o depois à intubação para as medidas adequadas de suporte clínico. Infelizmente, o quadro agravou-se e o sacerdote não resistiu”. Padre Sales era natural de Campos Sales (CE) e foi ordenado na Arquidiocese de Manaus (AM), de onde era incardinado, e onde foi pároco da Paróquia de São Raimundo Nonato. Desde 2006, o padre Sales residia no território da Diocese de Crato. Atualmente, exercia o ministério na Paróquia São Francisco de Assis, em Salitre (CE). A nota manifesta a proximidade, oração e solidariedade fraterna aos “familiares, amigos e paroquianos, que vivem a dor da separação”. As orações se estendem a todos os que foram vitimados pela Covid-19, por aqueles que ainda sofrem as sequelas e pelos profissionais de saúde.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Dom Fernando se despede de Tefé: “Essa Igreja missionária que tanto me ensinou no meu ministério episcopal”

Dom Fernando Barbosa dos Santos, nomeado nesta quarta-feira, 9 de junho, bispo da diocese de Palmares (PE), pelo Papa Francisco, escreveu uma mensagem ao povo da Prelazia de Tefé, onde foi bispo desde 2014. Ele se mostrou “surpreso com a nomeação, por considerar pouco o tempo presente em nossa querida Prelazia de Tefé”, onde ele diz ter aprendido muito em seu ministério episcopal. O bispo eleito da diocese de Palmares faz vários agradecimentos na sua mensagem: aos bispos do Regional Norte 1 da CNBB, “pela amizade e comunhão”, à Igreja irmã de Divinópolis, os superiores dos religiosos que colaboram na missão na prelazia, aos formadores do Seminário São José de Manaus, “por cuidar dos futuros padres da nossa Prelazia”. Ao agradecer ao povo da Prelazia, Dom Fernando lembra do clero e leigos “dedicados ao serviço ao povo de Deus”. O bispo destaca sua experiência missionária na Amazônia, especialmente sua participação no Sínodo para a Amazônia, reconhecendo a presença na prelazia das “comunidades vivas” das que fala a Querida Amazônia. Mesmo sabendo da dificuldade de “largar tudo e ir para um lugar novo”, Dom Fernando reconhece que “é preciso ter coragem e desprendimento”. Ele diz levar no coração “as recordações da festa de Santa Teresa”, afirmando que “no coração não há distância, só profundidade de amar o que recebemos de Deus”. Finalmente pede que o próximo bispo seja tão bem acolhido como ele foi. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1  

Em sua defesa dos yanomami, Dom Mário Antônio recebe o apoio da Presidência da CNBB

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta a Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima, onde mostra seu apoio diante do seu posicionamento “em favor de uma parcela do povo de Deus que lhe foi confiado”. A carta, assinada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Dom Jaime Spengler e Dom Joel Portella Amado, faz referência à carta que Dom Mário escreveu no dia 2 de junho último, dirigida à Igreja e ao povo de Roraima, onde expressou “sua solidariedade ao povo Yanomami da região do rio Uraricoera, vitimado pelo garimpo ilegal e pela inércia de quem deveria exercer a vigilância sobre as terras que são da União e de usufruto destes povos”. Diante do sofrimento do “coração solidário do pastor ao contemplar a dor presente em seu rebanho, atingindo pessoas e desrespeitando a casa comum”, a presidência da CNBB expressa “nossa fraterna expressão de unidade”, da parte daqueles com quem Dom Mário Antônio, “compartilha a missão na presidência da CNBB”. Os assinantes da carta mostram o desejo “de que suas palavras, já escutadas pelo Deus da Vida, sejam ouvidas pelos corações que trabalham por um mundo de paz e respeito ao ser humano e à casa comum, particularmente por todos aqueles que têm responsabilidades na edificação da sociedade justa e solidária”. Eis a Carta: P. 0207/21   Brasília, 08 de junho de 2021 Exmo Sr. Mário Antônio da Silva, Bispo Diocesano de Roraima   Ref: Unidade na missão   Prezado D. Mário, irmão e amigo,    Em 2 de junho último, o senhor se manifestou publicamente em favor de uma parcela do povo de Deus que lhe foi confiado. Seu coração de pastor o levou a expressar sua solidariedade ao povo Yanomami da região do rio Uraricoera, vitimado pelo garimpo ilegal e pela inércia de quem deveria exercer a vigilância sobre as terras que são da União e de usufruto destes povos. Sabemos, caro irmão, o quanto sofre o coração solidário do pastor ao contemplar a dor presente em seu rebanho, atingindo pessoas e desrespeitando a casa comum. Como, pois, prezado irmão, pode o pastor se calar, se, diante de seus olhos, o que se vê é destruição e morte? Afinal, se nos calarmos, as pedras clamarão! (Lc 19,40) Receba, pois, nossa fraterna expressão de unidade. Nós, seus irmãos bispos, com quem o senhor compartilha a missão na presidência da CNBB, manifestamos nossa união e nossa solidariedade, no desejo de que suas palavras, já escutadas pelo Deus da Vida, sejam ouvidas pelos corações que trabalham por um mundo de paz e respeito ao ser humano e à casa comum, particularmente por todos aqueles que têm responsabilidades na edificação da sociedade justa e solidária. Como nosso abraço e nossas orações.   Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo de Belo Horizonte, MG Presidente   Jaime Spengler Arcebispo de Porto Alegre, RS 1º Vice-Presidente   Joel Portella Amado Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ Secretário-Geral Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Papa Francisco nomeou Dom Fernando Barbosa bispo de Palmares (PE)

Dom Fernando Barbosa dos Santos, atual bispo da Prelazia de Tefé, foi nomeado nesta quarta-feira, 9 de junho, novo bispo da Diocese de Palmares (PE). Dom Fernando, nascido em Sertânia (PE), no dia 5 de março de 1967, foi nomeado bispo da Prelazia de Tefé em 14 de maio de 2014, sendo ordenado em 28 de agosto e tomando posse em 21 de setembro de 2014. O novo bispo da Diocese de Palmares foi ordenado padre em 20 de janeiro de 1996 e na congregação Lazarista foi superior provincial da Provincia de Fortaleza de 2003 a 2009, sendo ecônomo da mesma província de 2009 a 2014. No Regional Norte 1 da CNBB, Dom Fernando foi Secretário Regional no quadriênio 2015-2019 e tem sido bispo referencial para os ministros ordenados, a Vida Religiosa e para o ecumenismo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“A nossa solidariedade, a nossa doação, promove vida”, afirma Dom Mário na apresentação da Campanha “É Tempo de Cuidar”

A segunda etapa da Ação Solidária Emergencial “É Tempo de Cuidar”, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Caritas Brasileira, Conferência dos Religiosos do Brasil, Movimento de Educação de Base e a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, que faz parte da Semana Nacional de Mobilização, que acontece de 8 a 12 de junho, era iniciada nesta terça-feira com uma celebração eucarística, presidida por Dom Joel Portella Amado, na Casa Bom Samaritano, em Brasília (DF). Ao longo da semana serão realizadas ações solidárias nas dioceses, organismos e pastorais da Igreja no Brasil. Uma das coordenadoras da Casa Bom Samaritano, que acolhe migrantes, a irmã Rosita Milesi, diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, destacava a importância desta ação solidária, num momento em que mais da metade da população brasileira encontra-se em situação de insegurança alimentar e nutricional. A situação é tão grave que, segundo dados do Grupo de Pesquisa Alimento para a Justiça da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, mais de 125 milhões de brasileiros não estão se alimentando como deveriam. Segundo o secretário geral da CNBB, a campanha tem como foco o combate à fome, uma realidade cada vez mais presente no Brasil, afirmando que “quando um filho de Deus sofre, o Senhor está sofrendo nesta pessoa”. Dom Joel fazia um chamado a assumir uma atitude de conversão como caminho para fazer a solidariedade acontecer nestes tempos de pandemia. Segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, se faz necessário superar o pecado (egoísmo), o cansaço e a descrença. Para Dom Joel Portella, a caridade é um modo de adorar a Deus, fazendo um chamado aos católicos a manterem-se firmes em seu compromisso de fé que precisa se traduzir em solidariedade e partilha. Estamos diante de uma ação que será um modo de construção de uma rede de solidariedade, que permita, segundo Dom Joel, transformar o “eu” em “nós” e compartilhar as fragilidades e um pouco do que cada um tem, e assim enfrentar as sequelas da pandemia. A Campanha “É Tempo de Cuidar”, tem sido apresentada numa live, onde o presidente da Caritas Brasileira fazia memória da primeira etapa da campanha, que Dom Mário Antônio da Silva definia como “uma pagina viva do Evangelho”. No momento atual em que “o tempo da pandemia continua, a fome se agrava, as necessidades se ampliam”, o bispo de Roraima fazia um chamado a continuar participando da campanha. Não podemos esquecer, segundo o segundo vice-presidente da CNBB que “a fome dói, a fome mata. Por isso a nossa solidariedade, a nossa doação, promove vida”. O bispo convidava a procurar os pontos de arrecadação, espalhado por todo o Brasil. A live, conduzida pelo coordenador nacional da Pastoral da Comunicação, Marcus Tulius, foi apresentando diferentes realidades presentes no Brasil neste tempo de pandemia e suas consequências. Com suas músicas, surgidas a partir da realidade e da vida do povo sofrido, o cantor Zé Vicente foi ajudando os participantes a descobrir a mística e o sentido da partilha, lembrando que “o pouco com Deus é muito, o muito sem Deus, é nada”. O encontro virtual tem mostrado o papel da agricultura familiar no tempo da pandemia, ajudando muitas famílias a se sustentar e partilhar com quem mais precisa. Uma agricultura sustentada, como lembrava Marcos Tulius, “nos princípios da agroecologia, pensando no cuidado da casa comum, na ecologia integral, como nos pede o Papa Francisco”. Isso foi mostrado no trabalho desenvolvido pela Pastoral da Terra da diocese de Ipameri (GO), onde os agricultores doam 8 toneladas de verduras e legumes por mês. O Brasil aos poucos foi perdendo políticas públicas de segurança alimentar, como mostrava Carlos Eduardo Leite. O Coordenador Geral do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais refletia sobre o fato do Brasil ter voltado ao mapa da fome, do qual tinha saído em 2004, consequência da degradação das políticas pública, direitos e oportunidades. Ele fazia um chamado a se mobilizar para “garantir as políticas públicas, porque o alimento é um direito humano, de todos e todas”. A realidade dos migrantes e o cuidado que deles fazem diferentes organizações eclesiais tem sido outro dos destaques da apresentação da campanha, ajudando a mudar a mentalidade e a conquista de direitos. Essa ação emergencial, que iniciou em 2020, teve “uma resposta muito positiva”, segundo o padre Patriky Samuel Batista. O Secretário Executivo de Campanhas da CNBB lembrava que foram destinados mais de 4 milhões de reais para essa ação solidária emergencial, além de 5 milhões de toneladas de alimentos. Na Semana do Coração de Jesus, o padre Patriky destacava a importância de “colocar o coração para fora”, de que nosso coração seja “disponível, aberto, solidário, fazendo a nossa parte”. Wagner Cesário destacava a importância da campanha, que “mostra que a Igreja está mobilizada, a Igreja está engajada num processo que marca a nossa história”. Segundo o Assessor Nacional da Caritas Brasileira, estamos nos colocando “como protagonistas de uma ação que beneficia àqueles que são preferidos por Jesus”. São muitas as ações em favor daqueles que passam por momentos de dificuldade, como acontece na diocese de Santo Ângelo (RS), onde foi colocada em prática a “prateleira solidária”, colocada na rua, onde quem precisa pega e quem tinha condições, coloca. “Isso gerou uma solidariedade muito forte na nossa comunidade”, segundo o padre Marcos Bialozor, que partilhava experiências de arrecadação e doação de cestas básicas ou agasalhos. A irmã Cleusa Alves da Silva, explicava o sentido do Dia de Cuidar, que acontecerá no próximo sábado, 12 de junho, em que a Igreja do Brasil é convidada a organizar uma grande coleta de alimentos em nível local, que será distribuído também em nível local às famílias que estão passando maior necessidade. A vice-presidente da Caritas Brasileira animava a organizar esse grande dia de mobilização, lembrando que a campanha não termina no dia 12, “deve se estender durante o ano, principalmente neste período em que perdura a pandemia e que a fome está cada vez mais agravada”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1,…
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Ministros da Eucaristia Ticuna e Kokama, um passo a mais numa Igreja com rosto indígena

Uma das propostas do Sínodo para a Amazônia foi a criação de uma Igreja com rosto indígena. A Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), criada em junho de 2020, tem esse como um dos seus objetivos, motivando a reflexão sobre o rito amazônico. A igreja de Belém do Solimões acolhia no último domingo, 6 de junho, uma celebração onde 11 indígenas dos povos ticuna e kokama, 7 homens e 4 mulheres, foram instituídos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística. A celebração, presidida pelo bispo de Alto Solimões, foi concelebrada pelo pároco, frei Paulo Maria Braghini, e contou com a presença dos diáconos Frei Marcos Marlan, ordenado recentemente, e Antelmo Pereira Ângelo, o primeiro diácono permanente do povo ticuna, ordenado em março de 2020. Dom Adolfo Zon destacou a importância dos ministérios e serviços para o crescimento da comunidade. Em referência ao ministério extraordinário da comunhão eucarística, o bispo local disse que “consiste não somente num serviço na hora da distribuição da comunhão eucarística, mas uma presença eucarística junto àqueles que se encontram impedidos por diversas dificuldades (grandes distâncias, doença, etc…), e deste jeito ter acesso à comunhão sacramental”. Os novos ministros vão possibilitar que nas comunidades onde eles atuam, durante a Celebração Dominical da Palavra, possa ser distribuída a comunhão eucarística. 9 ministros irão atuar nas comunidades da paróquia de São Francisco de Assis de Belém do Solimões, um na comunidade Cidade Nova da Paróquia de Benjamin Constant e um na Comunidade de Umariaçu I da paroquia de Tabatinga. Trata-se de um passo a mais na inculturação dos ministérios nas comunidades indígenas da diocese da Alto Solimões. Esse é um trabalho que se vem realizando desde há vários anos e que faz possível que cada comunidade conte com os ministérios e serviços necessários para o seu crescimento. Iniciou-se formando os Catequistas e os Ministros da Palavra para as comunidades e agora se está formando e conferindo o ministério extraordinário da Eucaristia. Além da instituição do ministério extraordinário da Comunhão Eucarística, Dom Adolfo Zon administrou o Sacramento da Confirmação a 6 indígenas do povo Kokama, que fizeram o itinerário da Iniciação a Vida Cristã ajudados pela equipe de formação da paróquia composta pelos freis capuchinhos e a missionária da Imaculada Ir Dora Scorpione. Aos poucos, vai se amadurecendo uma Igreja com rosto amazônico. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Uma Igreja samaritana que chega nos recantos mais afastados

A fome tem se tornado uma realidade cada vez mais presente na vida do povo brasileiro, também na Amazônia. A pandemia da Covid-19 tem provocado que outras pandemias, muitas vezes ocultas, apareçam de forma explícita. O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem sido uma das regiões mais atingidas em número de óbitos provocados pela pandemia. Até 31 de maio, segundo dados coletados pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o número de casos era de 447.733, com 14.112 mortes, números muito elevados se levarmos em conta que a população é em torno de 4,5 milhões. A situação mais trágica no Regional foi vivida com o início da segunda onda, o que fez com que no dia 15 de janeiro, diante da crise de saúde pública vivida pelo Estado do Amazonas, e da situação delicada pela qual também passava o Estado de Roraima, o Regional Norte 1 da CNBB, que cobre os dois Estados, lançou a “Campanha Amazonas e Roraima contam com a sua Solidariedade”. Isso despertou uma grande solidariedade em nível brasileiro e mundial, até o Papa Francisco enviou um donativo. Com as abundantes doações foram adquiridos, segundo informa Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte 1, materiais de saúde (cilindros de oxigênio, BIPAPs, concentradores de oxigênio, oxímetros, EPIs…) que foram doados aos hospitais da região. Uma vez superado o pico da segunda onda, logo veio também a necessidade de ajudar na segurança alimentar. Junto com a crise da Covid-19, o Estado do Amazonas está passando por uma grande enchente nos últimos dias, que atinge 400 mil pessoas, a maior já registrada desde 1902, ano em que começou a ser medido o nível do Rio Negro em Manaus. Os Bispos do Regional, sempre atentos a esta realidade, foram buscando alternativas para amenizar o sofrimento das comunidades. Assim novas doações foram chegando. A Conferência Episcopal Italiana enviou uma ajuda, através da Arquidiocese de Manaus, que foi dividida entre todas as dioceses e prelazias do Regional. Essa importante doação está permitindo atender as famílias mais vulneráveis com cestas básicas, assim como outras ações no campo da saúde. A CNBB também enviou uma ajuda do Fundo Nacional de Solidariedade, o que possibilitou através das Pastorais Sociais, o atendendo famílias com cestas básicas e material de higiene e limpeza. Segundo seu secretário executivo, “o Regional continua atento às necessidades das nossas Igrejas Particulares no cuidado com a vida”. Um exemplo disso, como sucede em outras dioceses e prelazias, é o trabalho que está sendo realizado na diocese de Alto Solimões, que está encerrando a primeira remessa das cestas básicas que estão sendo distribuídas com a ajuda do Regional Norte 1. A previsão é de realizar três remessas, segundo Dom Adolfo Zon, bispo diocesano. Até o momento foram distribuídas 675 cestas básicas nos 7 municípios que fazem parte da diocese. As ajudas estão chegando nas cidades e nas comunidades indígenas e ribeirinhas. Dom Adolfo, em nome da diocese de Alto Solimões, agradece a solidariedade da Igreja do Regional e da Arquidiocese de Manaus. Segundo o bispo é de grande importância “a proximidade e solidariedade com nosso povo neste tempo de grande necessidade provocada pela pandemia”. O bispo de Alto Solimões destaca o empenho em “ir ao encontro das pessoas que não conseguem satisfazer sus necessidades básicas de subsistência”. Mais uma vez, estamos diante de um exemplo de “uma Igreja samaritana que chega nos recantos mais afastados”, segundo Dom Adolfo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Não tenhamos medo destes que falam mal da Igreja, dos que colocam-se a serviço da vida, da verdade e da paz”. Homilia de Dom Ionilton

Tendo como ponto de partida a pergunta do Senhor a Adão, quando ele diz: “onde estás?”, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da prelazia de Itacoatiara refletia na homilia deste 10º domingo do Tempo Comum. Dom Ionilton trazia essa pergunta para a vida de cada um, colocando diferentes respostas: “Em casa com a família, no trabalho, na Igreja, contemplando a natureza, ajudando alguém que precisa, participando de uma atividade de conquista de direitos? Ou fazendo aglomeração, sujando as ruas e as águas, derrubando árvores, desrespeitando as leis de trânsito, enviando fake News?”. O bispo advertia sobre o jogo de empurra entre Adão, Eva e a serpente, levando a refletir sobre “como isto se repete na história; como é difícil a gente assumir nosso erro; como faz parte de nossa natureza transferir a responsabilidade do que não deu certo para outras pessoas”. Esse pensamento o levava a denunciar que “no caso da epidemia da Covid-19, a CPI tem mostrado como tem depoentes e senadores que não aceitam que houve um erro do governo em não criar um projeto estratégico de combate à expansão do vírus, que houve um incentivo para se usar medicações que não serviam para combater o vírus, que não se acreditou na importância da vacina e por isto houve uma omissão na compra dela”. Em suas palavras, Dom Ionilton insistia em “como se transferiu a crise gerada pelo vírus para os prefeitos e governadores que acreditaram na ciência e implantaram o sistema de isolamento social, de uso de máscaras, de higienização das mãos; a culpa é de Deus, afirmando-se que o vírus é um castigo dele; a culpa é da China que inventou o vírus para o comunismo dominar o mundo”. Diante disso se perguntava: “somos capazes de assumir nossos erros? Ou procuramos jogar a culpa nos outros?” Segundo o bispo da prelazia de Itacoatiara, “no Brasil temos um mal costume quando se troca os governantes no nível federal, estadual e municipal, passarmos meses e até anos jogando a culpa nos governantes anteriores e não assumimos nossa missão, aquela que eu me ofereci para exercer, concorrendo a uma eleição”. Inclusive, segundo ele, essa é uma realidade também presente na Igreja. À luz da passagem do Evangelho, o bispo se questionava sobre a prática da acolhida, da escuta, da solidariedade/caridade. Junto com isso, diante das acusações contra Jesus, ele lembrava “quantos cristãos e cristãs na história da Igreja foram e são acusados das coisas mais absurdas por causa de sua fidelidade a Jesus e ao Evangelho”, algo que segundo Dom Ionilton também sofre o Papa Francisco, “acusado de comunista somente porque vive e ensina o amor aos pobres e a defesa da natureza, nossa casa comum”, ou a CNBB porque “nos ensina a viver a opção preferencial evangélica pelos pobres e a trabalharmos para que possa surgir uma sociedade justa e solidária”. Inclusive, o bispo lembrava de situações acontecidas na prelazia de Itacoatiara, onde “os Missionários de Scarboro foram acusados de insufladores do povo, porque ajudavam o povo a se organizar para conquistar os seus direitos e defender suas terras, seus rios e seus peixes”. Diante disso afirmava: “Não tenhamos medo destes que falam mal da Igreja, falam mal dos que movidos pela fé e pelo seguimento de Jesus, colocam-se a serviço da vida, da verdade e da paz”. Finalmente, Dom Ionilton convidava a refletir sobre nossas atitudes de condena “antes de se aceitar ou fazer uma acusação contra qualquer pessoa que faz o bem, serve aos pobres, defende a vida e o meio ambiente, fala profeticamente contra as injustiças e os crimes”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

“Para o Papa, o seu pontificado em assuntos pastorais e de reforma está fortemente associado à sinodalidade”. Entrevista com Mauricio López

A sinodalidade poderia ser considerada a dobradiça no pontificado de Francisco, um Papa que está determinado a pôr em prática elementos que têm feito parte da reflexão eclesial desde o Concílio Vaticano II. Por esta razão, o Santo Padre chamou a Igreja universal a um novo sínodo, com uma metodologia que tem vindo a experimentar nos três sínodos anteriores que ele já liderou. O Papa Francisco quer que a Igreja seja imbuída de sinodalidade, que aprenda a viver em sinodalidade. Alguém que compreende os caminhos desta sinodalidade na prática é Mauricio López, coordenador do Centro de Programas de Ação Pastoral e Redes do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). O seu papel no Sínodo para a Amazónia ajudou-o a aprofundar esta dimensão e as suas palavras são uma luz que nos ajuda a compreender o processo de um Sínodo que será aberto em todas as dioceses do mundo no próximo mês de outubro. Nesta entrevista, Mauricio López reflete sobre estes passos a dar e sobre o que a Igreja na América Latina e no Caribe pode contribuir, especialmente a partir da experiência do Sínodo Amazónico e da Assembleia Eclesial que está tendo lugar. Estamos perante um Sínodo que deve estar aberto a todos, também àqueles a quem ele chama “improváveis”, os excluídos, os periféricos. Estamos perante uma nova oportunidade, que certamente encontrará “forças que impedem a revelação do Espírito”, na qual a dinâmica do Kairos, da revelação de Deus no momento certo, estará mais uma vez presente. O Papa Francisco acaba de convocar o novo sínodo, o qual, embora soubéssemos que seria convocado, surpreendeu-nos na forma como vai ser levado a cabo. Mais uma vez, a escuta é apresentada como um caminho decisivo para a Igreja sinodal que o Papa Francisco quer tornar realidade. Quais são as novas possibilidades que este sínodo oferece à Igreja? Embora seja um processo que está apenas começando e estaremos muito atentos para abraçar o que será gradualmente definido, aqui temos de fazer uma leitura dos passos dados pelo Papa, associados às suas repetidas expressões e ações, onde ele coloca a práxis da sinodalidade como uma das formas adequadas de exercer o seu pontificado. Esta atitude de escuta, mas não uma escuta demagógica, mas uma escuta como condição indispensável para o discernimento. Uma escuta situada num contexto de oração, numa dinâmica que exige liberdade interior, não de estar ligada a posições, a ideologias, mas de procurar genuína e corajosamente o que o Espírito nos quer dizer, e de o assumir com todas as suas consequências. Para o Papa, a forma adequada de exercer o seu pontificado em matéria pastoral e em matéria de reforma está fortemente associada à sinodalidade. Sinodalidade como práxis, sinodalidade como um conceito em desenvolvimento, sinodalidade mesmo como uma categoria estrutural dentro da Igreja, como expressa na Episcopalis Communio como constituição apostólica. Em segundo lugar, para compreender a perspectiva sinodal do seu pontificado, é necessário percorrer os sínodos que o Papa animou. Se olharmos para o Sínodo sobre a Família, percebemos que, sendo um tema importante e complexo, onde era urgente e necessário ter uma voz, sobretudo uma voz laica, o Papa estabeleceu uma longa dinâmica preparatória, com duas reuniões pré-sinodais de ampla participação, que de certa forma processam a reflexão e preparam o caminho. Metodologicamente, ali o Papa compreendeu o sentido de um amplo discernimento para preparar também as assembleias sinodais com a ajuda de outros processos anteriores. No Sínodo da Juventude, por outro lado, o que foi enriquecido foi uma ampliação da escuta. Foi uma ampliação da escuta como atitude, não sei se foi eficaz na forma como os documentos foram estruturados, mas a modalidade de escuta foi ampliada, sobretudo dando espaço para uma participação individual muito grande à distância. No Sínodo da Juventude, já na Assembleia, conseguiu-se uma representação mais significativa de auditores, convidados e peritos, que representam de forma mais viva o tema que estava sendo tratado, neste caso a juventude, no âmbito do processo sinodal. Há um fato interessante, a Episcopalis Communio foi publicada alguns dias antes da assembleia do Sínodo da Juventude. O seu impacto concreto e orgânico no Sínodo da Juventude já era praticamente mínimo, em termos de estrutura, porque era um Sínodo que já estava organizado. O Sínodo da Amazónia foi o ensaio metodológico mais importante, onde as duas experiências anteriores encontraram um ponto de convergência e onde as mudanças estruturais da Comunhão Episcopal tiveram o seu ponto inicial de realização. No sentido de uma ampla participação do Povo de Deus e de uma metodologia de escuta concreta, formal e explícita, que teve um impacto em tudo o que tinha a ver com o procedimento do próprio Sínodo em todas as suas fases. E depois, a ampla presença do Povo de Deus em todo o processo, especialmente povos originários, mulheres, convidados de outros organismos internacionais ou de outras denominações cristãs, tanto nas fases anteriores como na fase de assembleia. Quando se trata de concretizar os passos a dar neste Sínodo sobre a Sinodalidade, que elementos podemos dizer que estarão presentes? Enquanto se espera que os aspectos concretos sejam definidos, parece a alguns que se trata de um tópico estranho e novo que não toca nos aspectos essenciais da Igreja, mas que é muito discutível. Afinal, a dinâmica sinodal está presente desde a origem da Igreja, nas primeiras comunidades, na sua forma de discernir o modo de ser, de se estruturarem e de caminharem. Mas, por outro lado, reflete fielmente, não só o pontificado de Francisco, mas também muitos dos aspectos que o Concílio Vaticano II na Lumen Gentium já descreveu e levantou como uma necessidade de reforma estrutural, e que também estará presente neste processo. Aqui temos uma oportunidade única, onde todos estes passos anteriores do caminho sinodal foram desenvolvidos, concretizados, e o que temos agora é uma forma muito mais organizada, que toca todos estes níveis: amplitude, diversidade, metodologia de escuta, agora com a novidade de passos escalonados, de baixo para cima, para levar a voz do Povo de Deus ao evento da assembleia…
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